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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

14
Mai10

Blog Chaves - 1.000.000 de Visitas


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Foi em 2 de Janeiro de 2005, precisamente com esta fotografia que hoje serve de fundo à comemoração do 1.000.000 de vistas, que o blog Chaves iniciava oficialmente as suas publicações. Chegado a este número, é tempo de fazer um pequeno balanço e questionar a continuidade e forma do blog.


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Tenho pena de, por condicionalismos de espaço então impostos pela SAPO, ter apagado o primeiro mês de publicações do blog Chaves. Lembro no entanto que o blog começou, digamos que, por acaso, sem pretensões e feito para mim (pois pensei que ninguém o veria) mas a pensar nos flavienses ausentes de Chaves. Explicava eu para um público então imaginário, que o blog tentaria levar a todos os flavienses ausentes aquilo que lhes faltava para matar saudades da terra natal e, esse matar de saudades seria feito à base da imagem actual de Chaves.


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A ideia surgia porque também eu, num ano em que estive distante de Chaves, todas as notícias e imagens que recebia da terrinha eram inicialmente sorvidas com a sofreguidão de um esfomeado, para depois, com a calma da apreciação, rever tudo, sentir o aroma e mastigar o sabor como quem aprecia um vinho de rara qualidade. Nada melhor que um blog para o fazer, e ia-o fazendo para mim como se eu estivesse do outro lado, lá fora a apreciá-lo, longe de imaginar que alguém visse ou lesse aquilo que por aqui deixava. Entrei em pânico quando recebi o primeiro comentário e mais fiquei, quando instalado o contador de visitas, verifiquei que havia quase 20 pessoas que me visitavam diariamente. A coisa começava a torna-se séria, mas estava longe, bem longe de imaginar que um dia o blog atingiria 1.000.000 de visitas. Mas atingiu.

 

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Claro que o formato actual do blog está longe daquele blog de 2005, aos poucos, fui sentido que era necessário ser mais abrangente. Afinal Chaves não era só a cidade, e apareceram as aldeias, com elas o problema do despovoamento, os resistentes e o constatar de como as aldeias e o interior têm sido tão maltratadas e ignoradas pelos senhores de Lisboa e o tão desigual que é este Portugal. Afinal Chaves não era só imagem e aos poucos foram aparecendo rubricas novas, com as aldeias a merecerem o destaque dos fins-de-semana e outras como os “Ilustres Flavienses”, os “Artistas Flavienses”, o “Chaves de Ontem e de Hoje”, o “Chaves Antiga”, “Outros Olhares”, o “Coleccionismo de Temática Flaviense”, “Discursos sobre a cidade”, “Um minuto de vídeo”, “Repórter de Serviço”, “Tá Fixe” entre outras. Algumas foram ficando pelo caminho, mas outras resistiram e ainda hoje existem.

 

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Prometi que todas as aldeias do concelho passariam por aqui e, já há muito que passaram, mas com o tempo dei-me conta que apenas uma foto para uma aldeia, era muito pouco e, iniciei então uma segunda ronda pelas aldeias, com os seus post’s alargados. Falta nesta versão cumprir algumas (Águas Frias, S.Lourenço, Vidago, Outeiro Seco, Vilar de Nantes, Paradela de Monforte e também alguns lugares das freguesias urbanas da Madalena e Santa Cruz/Trindade e talvez um ou outro lugar digno de vir aqui ou ser repetido) tal como nos falta cumprir o Mosaico de todas as freguesias. A promessa mantém-se e é para cumprir.

 

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Também novos blogues nasceriam deste blog Chaves. O Chaves Antiga foi o primeiro, para ser feito inicialmente a duas mãos e actualmente a três (Blog Chaves, Blogoflávia e Blog da Rua Nove). Depois nasceu o blog Devaneios, o meu blog pessoal dedicado à fotografia em geral e à poesia de autor ou não e, outros pensamentos e momentos à margem de Chaves. O blog  “Cambedo Maquis” também teve aqui origem e resultou de um trabalho de investigação sobre os acontecimentos do Cambedo da Raia, sérios e importantes demais para ficarem retidos apenas no Blog Chaves, merecia o seu próprio espaço. Outras brincadeiras também nasceram, como o “Fio Azul” que acabaria por ser traído pelo tempo dos relógios, ou os "Discursos Sobre a Cidade" onde se reunem todos os discursos publicados neste blog.

 

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Ao longo destes anos aprofundamos também “amizades” com Miguel Torga ao trazermos aqui muita da sua escrita em Chaves e sobre Chaves e, continuamos a reivindicar uma homenagem ao Homem, ao Médico, ao Poeta e Escritor que amou Chaves e era fiel e cumpridor cliente das suas Caldas. Chaves e as Caldas devem-lhe uma séria e justa homenagem.

 

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Também a vida de Chaves, os nossos problemas, vitórias e derrotas teriam que obrigatoriamente passar por aqui. Acendemos durante semanas uma vela pelo hospital de Chaves. De pouco valeu, pois perdemos a maioria das suas valências e ficamos com uma coisa insossa, uma espécie de hospital que não o é, e ao que sei, apenas se tratam coisas pequenas, não graves, uma espécie de hospital onde se faz a triagem inicial para rotular e encaminhar para outros destinos, pois por cá,  já nem sequer é permitido nascer.

 

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Denunciou-se por aqui a estupidez de umas obras relacionadas com a EN 213 que liga Chaves a Valpaços. Rios de dinheiro, milhões, gastos na beneficiação de uma estrada em que tudo se desfez para fazer de novo tal como existia ou para pior, como no caso da sinalização. Adivinham-se muitos interesses que estiveram ligados à obra, mas que nunca foi o interesse de beneficiar a estrada. Foram obras como esta e outros devaneios em que apenas se gastou dinheiro em benefício de alguns e não das coisas que deveriam ser beneficiadas, que levaram Portugal ao estado actual e que todos estamos a pagar com crise que nunca antes sentimos. Também de nada valeu denunciar o que de vergonhoso se passou nesta obra. Ouvidos moucos e olhos cegos mas também a falta de uma voz firme que se impusesse por parte das autarquias envolvidas e  apatia da população que se conforma com o “deixa andar” que agora lhe começa a saber e conhecer o sabor da indiferença, pois a crise actual é feita de muitas asneiras como a EN 213. Agora sem aumentos, conhecemos os desaumentos,  perdas de regalias e mais impostos, todos vamos pagar os interesses e compadrios (que não são corrupção) e as más políticas de quem nunca soube governar e apenas se tem preocupado com o seu umbigo e em atingir e manter o poder, deles e dos compadres, amigos e familiares. A teia é grande demais para ser desmantelada, principalmente quando políticos e ex-políticos estão envolvidos nas amizades e negócios dela…nada há a fazer enquanto o sentimento geral da população for  o do deixa andar... Um deixa andar que nos vai sair caro a todos.


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Torga ainda não teve a sua homenagem. Muitos flavienses ilustres nunca a tiveram nem sequer nunca lhes foi feita justiça (deixo apenas um dos muitos nomes, o Marechal Costa Gomes que (apenas) foi Presidente da República Portuguesa, o 2º do pós 25 de Abril. Também e quando por cá há datas comemorativas de centenários onde se poderia fazer alguma justiça aos nossos e ao povo de Chaves, homenageiam-se cobardes não flavienses que nos abandonaram às mãos do inimigo. Erguem-se-lhe estátuas, destroem-se jardins, abatem-se árvores para lá colocar muros e a sua cavalgadura enquanto se esquecem os verdadeiros heróis flavienses. As castas flavienses e os políticos da terra, antes das homenagens, deveriam conhecer melhor a história dos acontecimentos em que a própria classe militar ainda hoje diverge, estuda e questiona se Silveira foi um herói ou um cobarde. Poderia ter sido um herói noutras paragens, mas em Chaves, não tenho qualquer dúvida que Silveira foi um cobarde e os verdadeiros heróis sempre foram esquecidos, um deles, dá pelo nome de Francisco Pizarro – O Maranhão. Outros há que destronados do seu pedestal, pura e simplesmente desapareceram, tal como aconteceu ao Monsehor Alves da Cunha que estava no Jardim das Freiras... Alguém sabe onde ele pára!?


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Houve lutas pelas quais valeu a pena lutar e que há que fazer jus por terem acontecido e serem resolvidas como foram. O Encerramento da Ponte Romana ao trânsito automóvel foi uma delas, como flaviense senti-me honrado com a decisão e o dia em que finalmente fechou aos carros. Criticam-me muitas vezes por criticar, mas também sei elogiar quando há razões para isso, tal como elogiei os arranjos das envolventes dos Fortes de S.Francisco e S.Neutel, elogiei a decisão de transformar em museu os Balneários Romanos, elogiei o Espaço Polis.


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Gostaria também de elogiar as Freiras a a reconstrução do  Cine-Teatro de Chaves, este bem menos polémico que a ponte e que segundo um inquérito que por aqui passou mais de 90% das respostas concordavam com a sua reabertura. Parece estar em banho Maria. Nem xó nem arre. Creio que quase a totalidade dos flavienses concordaria com um novo Cine-Teatro e, ainda se está a tempo de tomar uma decisão correcta e acertada, que não passa pela certa pelas últimas propostas que houve para o local. Gostaria também de elogiar alguma humildade e o despir de algum orgulho, pois os flavienses também vivem do sentimento e da memória, para além de um espaço que faz falta à cidade no lugar onde está. Chaves e os flavienses saberão reconhecer o bem que lhes fazem, mas também registam na memória e história de Chaves o mal que lhes é feito.

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Entre mais algumas lutas que por aqui passaram, a última e que ainda se mantém, tem a ver com as barragens do Rio Tâmega, mais um negócio feito entre os grandes, EDP e IBERDROLA, onde não se estranham gestores ex-políticos e ex-ministros que apresentam um EIA – Estudo de Impacto Ambiental pejado de lacunas e omissões, onde se escondem e negam prejuízos e malefícios graves de aspecto ambiental, social e económico, que para todo o sempre acabam com um rio e a sua vida saudável contra todas as normas e directivas comunitárias sem daí haver um crescimento que possa ser considerado em termos de energia, ou seja, postos nos pratos da balança de um lado os prejuízos e malefícios para o rio, qualidade da água e população ribeirinha e do outro os ganhos em termos de energia, facilmente se compreenderá que mais uma vez há altos negócios não muito claros em que todos nós população, principalmente a população do Tâmega, só fica a perder e nada a ganhar, mas a perda maior, é a de um Rio. Tarde, mas parece que já se começou a perceber o problema e a ser discutido, mas, penso que tarde demais...

 

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Também é sempre com carinho que abro as portas do blog aos nossos artistas, poetas e escritores e também a eles lhes agradeço por existirem e terem feito possíveis algumas das páginas deste blog. Um agradecimento especial ao Mestre Nadir Afonso por ser flaviense, por existir e por continuar a partilhar a sua obra, muitas das vezes em Chaves e por ter escolhido Chaves para sede da Fundação Nadir Afonso. Nadir, a sua obra e a sua fundação que este blog tem feito os possíveis por acompanhar e partilhar com todos os flavienses e dos quais continuaremos a dar notícias, principalmente do estado das obras da fundação, cuja conclusão (relembro) está prometida para 2011, mas cujas obras ainda não iniciaram.

 

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Este blog poderia ser diferente, e embora muitos me acompanhem com agrado, sei que não tem sido do agrado de todos, principalmente porque muitas vezes se põe o dedo nas feridas que se querem escondidas ou nas chagas que a impotência e outros interesses não deixam ou querem sarar, mas mesmo assim (porque não é esse o meu objectivo) fica muito aquém no tratamento de alguns assuntos que competem aos partidos políticos ou à imprensa tratar, investigar e obter respostas. Trago aqui apenas o que é visível e público, coisas simples até, mas que incomodam o vulgar dos cidadãos e aos quais penso ter o direito a uma opinião, a concordar e a discordar, a criticar e elogiar. Comichões e outras perturbações que este blog possa provocar, se não possíveis de cura, algum tratamento devem ter. Por aqui age-se de acordo com a natureza, distribui-se pólen quando o há para distribuir, alumia-se quando há sol ou levantam-se tempestades quando o tempo não está de feição…

 

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Poderia chegar a este bonito número de 1.000.000 de visitantes e dizer basta, chega, mas não o vou fazer para já. Primeiro porque ainda me falta cumprir a promessa das aldeias e segundo, porque (mesmo contra ventos e marés) sei a importância que este blog tem para quem está fora e vem aqui beber e rever a sua ligação às origens, matar saudades.

 

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Mas se não termina aqui, também não vai continuar como até aqui. Continuaremos com as aldeias aos fins-de-semana, com os discursos sobre a cidade às sextas-feiras, com o coleccionismo por mais uma temporada, o repórter de serviço continuará a fazer as suas aparições esporádicas, mas teremos também novas rubricas, novas opiniões e nova gente a colaborar no blog. Um blog mais aberto à opinião e ideias de mais pessoas e, continuará aberto para receber novas pessoas que nele queiram colaborar ou que para aqui queiram mandar os seus textos e opiniões. Alterações que gradualmente começaram a aparecer no blog, começando pela primeira e que se prende com a hora de publicação dos posts diários e que passará a ser às 12H00 de cada dia, podendo ou não haver um post nocturno por volta da meia-noite, com acontecimentos, notícias do dia ou o anúncio de eventos para os dias seguintes. Mas isso só começará a acontecer a partir da próxima Terça-Feira, primeiro temos que ir buscar a Taça de Portugal e trazê-la para Chaves.

 

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Mais ou menos pensado, tudo está no entanto em aberto ainda. Não vos poderei dizer o que vai ser este blog daqui a um mês ou dois, sei que continuará por aqui por mais uma temporada e se possível, com a mesma regularidade mas  muito menos intervenção minha, mais aberto à participação de todos quantos nele queiram colaborar. Mas uma coisa vos garanto, nunca estará ao serviço de ninguém nem ninguém se servirá dele para além da divulgação, promoção e do bem da cidade de Chaves e das suas freguesias e aldeias.

 

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Para finalizar, restam os agradecimentos aos que junto a mim caminharam para atingir este número de visitas, começando por agradecer aos amigos e visitantes que vêm aqui todos os dias, e alguns, quase desde que este blog existe.

 

Agradecer também aos que habitualmente comentam o blog e que nas horas mais importantes e complicadas têm tido sempre uma palavra de apoio e carinho.  Não sabem o quão e tão importantes que são essas palavras para que se faça luz nalgumas sombras. Por isso, fica aqui um agradecimento do fundo do coração.

 

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Por último agradecer aos colaboradores deste blog e aos seus discursantes, que sempre me brindaram com a sua amizade e pontualidade nos seus discursos sobre a cidade. Discursantes que continuarei a ter o gosto de trazer aqui todas as sextas-feiras. Obrigado Fe Alvarez, obrigado Blog da Rua Nove, obrigado Gil Santos, obrigado José Carlos Barros e obrigado Tupamaro. Obrigado a todos pelos vossos preciosos discursos e por me ajudarem e acompanharem nesta caminhada.

 

Um obrigado também ao Dinis Ponteira que tem sempre a fotografia que me falta quando faz falta, pela ajuda e troca de dicas e truques para melhorar a imagem do blog e pela companhia que me tem feito no fotografar algumas das nossas aldeias.

 

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Por último um agradecimento especial ao Blog da Rua nove, pelas colaborações visíveis nos discursos sobre a cidade e no coleccionismo, mas sobretudo pela colaboração que não é visível ao público mas que para mim e para o blog tem sido preciosa.

 

Um obrigado também para todos os companheiros de viagem da blogosfera flaviense.

 

Por fim pedir desculpas por uma ou outra coisinha, alguns erros meus e por não saber fazer melhor ou,  levar melhor até vós a cidade de Chaves, as freguesias e as suas aldeias. Faço o que sei e posso.

 

Obrigado a todos.

 

 


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