As almas das casas
Dizem que os olhos são as janelas da alma e as janelas fechadas são olhos de cego.
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Bem poderia começar o meu post com estas citações populares, falar das vezes que a nossa janela de hoje deu alma à casa, fazer poesia com ela, envolve-la num qualquer romance, num namoro, numa aventura ou num policial em que ela tivesse servido de fuga para uma vida qualquer, mas não, não vou dizer nada, absolutamente nada, esqueçam o que disse até aqui, pois esta janela já nem sequer permite que os olhos sejam realmente janelas da alma, cegou de vez, cansada de esperar, rendeu-se, e hoje agoniza, não morre sem extrema-unção mas também já deixou de ser janela.
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Vamos antes à portas e de novo à sabedoria popular. Diz ela que a única porta bem fechada é aquela que se pode deixar aberta. Diz e com toda a razão que a sabedoria popular sempre tem e o nosso povo era sábio a fechar portas, tanto, que deixava sempre a chave na fechadura… o problema é que agora também as portas estão sem chave. Certo que muitas seguem a sua função de porta, de fechar, mas se não abrem, para que raios queremos lá as portas.
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Bem, o melhor é mesmo desistir. Está visto que hoje não estou virado para posts, portas e janelas. Fico-me por aqui, entretanto e enquanto a Crónica Segundária de António Chaves não chega, lá terão de gramar este post e, lá diz a sabedoria popular – o que tem de ser, tem muita força.
Até amanhã, com António Chaves.