É assim e assim vai indo!
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A nós também nos toca, infelizmente, como todos os anos, os incêndios fazem parte da programação de verão. Na foto o incêndio de ontem, aqui mesmo ao lado, que entrou pela noite adentro. Neste momento talvez esteja extinto, talvez não, mas é apenas mais um incêndio a juntar às centenas de incêndios que lavram por este Portugal fora para de novo se levantarem questões, dúvidas e muitas desconfianças. Claro que o calor dos últimos dias em nada ajudam, mas segundo dizem os entendidos, suponho que até foi o ministro dos Incêndios, 90% dos incêndios têm por trás mão humana, criminosa ou não. Deixando de parte a sábia “novidade”, pois parece que ninguém sabia, a grande maioria das pessoas falam dos negócios dos incêndios. Da minha parte já não duvido de nada. Sei, é notório, que há muito dinheiro envolvido no combate aos incêndios, um flagelo que nos ataca todos os anos e que já destruiu a maioria das nossas florestas. Tal como eu o sei, todos o sabemos e os nossos governantes têm obrigação de conhecer o problema muito melhor nós, mas pouco têm feito para o minimizar. Têm sem dúvida melhorado os meios de combate a incêndios (o tal negócio) mas nada fazem quanto à prevenção, principalmente no que toca à limpeza das florestas, mas também a uma reflorestação planeada e pensada com espécies que não ardam como fogo de artifício. Prevenir é preciso, é por aí, penso eu, que se devem pensar incêndios, evitando-os em vez de combatê-los. Toda a gente sabe isso… excepto, parece, quem deve saber.
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Mas nem tudo são más notícias, pois há uma que quero aqui elogiar, uma obra da Câmara, muito simples e até barata, mas uma grande obra, tal, que até me apetece adaptar a famosa frase de Neil Armstrong quando pisou a lua - “Uma pequena obra para a homem, um grande salto para a dignidade”, já não era sem tempo, o largo do cemitério novo foi pavimentado. Agora, para a dignidade do acto mais solene das nossas vidas ficar completo, só falta mesmo uma casa mortuária, que já é quase vergonhoso (ou vergonhoso de todo) a cidade não ter.
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Mas valha-nos ao menos o orgulho de ser portugueses. Pobrezinhos, cheios de problemas mas com um coração piegas do tamanho do mundo, que se rende sempre às cores nacionais, não fossemos nós o país da saudade e do fado. Só é pena que esse orgulho não se pegue aos pavões e cagões do poleiro para terem e termos também orgulho na construção de um Portugal melhor, de todos, mais justo e mais digno, em que os seus filhos não sejam obrigados a partir para conseguirem alguma dignidade de vida.