Orjais, uma aldeia escondida
Já uma vez o disse aqui no devido post dedicado a Orjais, e nunca é demais repeti-lo, que a primeira vez que fui a esta aldeia parecia-me estar a entrar numa qualquer aldeia alentejana. O azul intenso do céu, a estrada estreita, as searas a ladear a estrada e ao fundo, duas ou três casas brancas. Mas era tudo puro engano e esta paisagem de entrada, esconde um mar de montanhas e uma das poucas aldeias de xisto que temos no concelho, mas, esta descoberta também não foi à primeira, ou segunda ou terceira vez que por lá fui. Aliás, tirando o encanto deslocado da entrada da aldeia, confesso que dessas primeiras vezes saía da aldeia desiludido, apenas com algumas fotos da entrada alentejana.
Mas isso foi antes de descobrir o tal mar de montanhas e a aldeia de xisto, pois a aldeia de entrada (excepção para a tal paisagem alentejana), confesso também, que não é lá muito do meu agrado, não vou muito com as modernidades das novas construções, embora nesta aldeia até seja de louvar que as novas construções não incomodam muito a velha aldeia, pois respeitaram o seu espaço e puseram-se à parte, num pequeno novo bairro – pena, ser de entrada.
O mais curioso é que descobri a velha aldeia de xisto em minha casa, a uns bons quilómetros de distância, pois inconformado com o que via quando lá ia, um dia cheguei a casa, agarrei num monte de velhas cartas militares e disse – tem que existir por ali alguma coisa, nem que sejam vestígios – e realmente existia. Escondida no recolhimento da encosta da montanha, bem virada ao sol nascente, lá estava ela – Orjais – depois de um caminho enganador, que parte das casas novas e que do seu início, parece apenas levar-nos pelo mar de montanhas adentro. Desde aí, percorro todos os caminhos, e já tive agradáveis surpresas.





