Pedra de Toque - António Arnaut
ANTÓNIO ARNAUT
Quando cheguei a Coimbra, para cursar direito, já Arnaut era um jovem advogado, que os mais idosos e conceituados, consideravam e respeitavam.
Com o decurso do tempo, foi granjeando fama, pela sua competência técnica, pela ética que impôs no exercício da sua profissão, pela lealdade e pela lhaneza do trato que demonstrava nos inevitáveis contactos com todos os interventores judiciais.
Daí o prestígio alcançado entre colegas, magistrados e funcionários.
De convicções políticas sólidas, defensor das utopias que apontam para a sociedade fraterna e livre, tem-se revoltado contra os que negam os valores históricos e morais do socialismo que defende.
Não consegue adaptar-se às intrigas, às malabarices, às traições em que o sistema e a partidocracia tantas vezes (em demasia) são férteis.
Para ele a politica é outra coisa totalmente distinta.
É servir a comunidade, com lealdade, dignidade, generosidade.
Pela via DEMOCRATICA sempre.
Maçon assumido, homem de princípios, valores e ideias, tem publicado poesia e prosa e já liderou a Associação Portuguesa de Escritores Juristas.
Aquando da sua candidatura, há já alguns anos, a bastonário da Ordem dos Advogados, cargo que ocupou vencendo folgadamente a campanha eleitoral, José Miguel Judice escolheu ANTÓNIO ARNAUT para seu mandatário nacional.
Significativo este gesto, já que são dois homens politicamente muito distanciados.
Mas Judice formulou o convite, que Arnaut aceitou, porque sabia que o advogado de Coimbra, era e é um homem probo, tolerante, que sempre entendeu a advocacia com humanismo e como uma magistratura cívica.
Para os mais novos, permito realçar que para ele “ o respeito pelas regras deontológicas e o imperativo de elevada consciência moral, individual e profissional, constitui timbre da advocacia “.
Revi-o há dias num programa de debate na nossa televisão, e aí esteve como sempre brilhante e lúcido, debatendo com fino trato com os seus adversários.
Por tudo quanto expandi supra, é com satisfação e admiração que lhe dedico esta crónica.
António Roque