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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

20
Nov11

1.500.000 visitas - Obrigado!


 

Sim, está no Blog Chaves que apenas mudou de visual para comemorar as 1.500.000 visitas que foram atingidas hoje ao fim da tarde. Um número certinho demais para passar despercebido que aproveito para alterar o visual do blog e para dizer umas palavrinhas a respeito da sua vida.

 

Como costumo comemorar por aqui estes números redondos de visitas, fui ver o que disse há pouco mais de um ano, aquando do 1.000.000 de visitas. Como não gosto de me repetir e as palavras de então continuam actuais, vou deixar algumas por aqui (a itálico e sépia às vezes engrossadas e sublinhadas) para a feitura deste post:

 


“ (…) Lembro … que o blog começou, digamos que, por acaso, sem pretensões e feito para mim (pois pensei que ninguém o veria) mas a pensar nos flavienses ausentes de Chaves. Explicava eu para um público então imaginário, que o blog tentaria levar a todos os flavienses ausentes aquilo que lhes faltava para matar saudades da terra natal e, esse matar de saudades seria feito à base da imagem actual de Chaves.


A ideia surgia porque também eu, num ano em que estive distante de Chaves, todas as notícias e imagens que recebia da terrinha eram inicialmente sorvidas com a sofreguidão de um esfomeado, para depois, com a calma da apreciação, rever tudo, sentir o aroma e mastigar o sabor como quem aprecia um vinho de rara qualidade. Nada melhor que um blog para o fazer, e ia-o fazendo para mim como se eu estivesse do outro lado, lá fora a apreciá-lo, longe de imaginar que alguém visse ou lesse aquilo que por aqui deixava. Entrei em pânico quando recebi o primeiro comentário e mais fiquei, quando instalado o contador de visitas, verifiquei que havia quase 20 pessoas que me visitavam diariamente. A coisa começava a torna-se séria, mas estava longe, bem longe de imaginar que um dia o blog atingiria 1.000.000 de visitas. Mas atingiu.

 


Claro que o formato actual do blog está longe daquele blog de 2005, aos poucos, fui sentido que era necessário ser mais abrangente. Afinal Chaves não era só a cidade, e apareceram as aldeias, com elas o problema do despovoamento, os resistentes e o constatar de como as aldeias e o interior têm sido tão maltratadas e ignoradas pelos senhores de Lisboa e o tão desigual que é este Portugal. Afinal Chaves não era só imagem e aos poucos foram aparecendo rubricas novas, com as aldeias a merecerem o destaque dos fins-de-semana e outras como os “Ilustres Flavienses”, os “Artistas Flavienses”, o “Chaves de Ontem e de Hoje”, o “Chaves Antiga”, “Outros Olhares”, o “Coleccionismo de Temática Flaviense”, “Discursos sobre a cidade”, “Um minuto de vídeo”, “Repórter de Serviço”, “Tá Fixe” entre outras. Algumas foram ficando pelo caminho, mas outras resistiram e ainda hoje existem. 


Prometi que todas as aldeias do concelho passariam por aqui e, já há muito que passaram, mas com o tempo dei-me conta que apenas uma foto para uma aldeia, era muito pouco e, iniciei então uma segunda ronda pelas aldeias, com os seus post’s alargados. Falta nesta versão cumprir algumas (Águas Frias, S.Lourenço, Vidago, Outeiro Seco, Vilar de Nantes, Paradela de Monforte e também alguns lugares das freguesias urbanas da Madalena e Santa Cruz/Trindade e talvez um ou outro lugar digno de vir aqui ou ser repetido) tal como nos falta cumprir o Mosaico de todas as freguesias. A promessa mantém-se e é para cumprir.


 

 

Hoje estou em condições de dizer que já há um ano que se cumpriu esta promessa. Faltam cumprir outras que entretanto fiz e que não estão esquecidas, pois como costumo dizer, contrariando os exemplos dados pelos políticos, por aqui cumprem-se as promessas.


(…)

Ao longo destes anos aprofundamos também “amizades” com Miguel Torga ao trazermos aqui muita da sua escrita em Chaves e sobre Chaves e, continuamos a reivindicar uma homenagem ao Homem, ao Médico, ao Poeta e Escritor que amou Chaves e era fiel e cumpridor cliente das nossas Caldas. Chaves e as Caldas devem-lhe uma séria e justa homenagem.

(…) 

Também a vida de Chaves, os nossos problemas, vitórias e derrotas teriam que obrigatoriamente passar por aqui. Acendemos durante semanas uma vela pelo hospital de Chaves. De pouco valeu, pois perdemos a maioria das suas valências e ficamos com uma coisa insossa, uma espécie de hospital que não o é, e ao que sei, apenas se tratam coisas pequenas, não graves, uma espécie de hospital onde se faz a triagem inicial para rotular e encaminhar para outros destinos, pois por cá,  já nem sequer é permitido nascer.

 

 


Denunciou-se por aqui a estupidez de umas obras relacionadas com a EN 213 que liga Chaves a Valpaços. Rios de dinheiro, milhões, gastos na beneficiação de uma estrada em que tudo se desfez para fazer de novo tal como existia ou para pior, como no caso da sinalização. Adivinham-se muitos interesses que estiveram ligados à obra, mas que nunca foi o interesse de beneficiar a estrada. Foram obras como esta e outros devaneios em que apenas se gastou dinheiro em benefício de alguns e não das coisas que deveriam ser beneficiadas, que levaram Portugal ao estado actual e que todos estamos a pagar com crise que nunca antes sentimos. Também de nada valeu denunciar o que de vergonhoso se passou nesta obra. Ouvidos moucos e olhos cegos mas também a falta de uma voz firme que se impusesse por parte das autarquias envolvidas e  apatia da população que se conforma com o “deixa andar” que agora lhe começa a saber e conhecer o sabor da indiferença, pois a crise actual é feita de muitas asneiras como a EN 213. Agora sem aumentos, conhecemos os desaumentos,  perdas de regalias e mais impostos, todos vamos pagar os interesses e compadrios (que não são corrupção) e as más políticas de quem nunca soube governar e apenas se tem preocupado com o seu umbigo e em atingir e manter o poder, deles e dos compadres, amigos e familiares. A teia é grande demais para ser desmantelada, principalmente quando políticos e ex-políticos estão envolvidos nas amizades e negócios dela…nada há a fazer enquanto o sentimento geral da população for  o do deixa andar... Um deixa andar que nos vai sair caro a todos.

 

 

Este último parágrafo de tão actual que está até o sublinhei e engordei. Sem qualquer correcção só merece ser aumentado, pois a crise então falada estava longe de atingir os níveis hoje conhecidos e que, sem demagogias e hipocrisias partidárias ou doutra espécie, os culpados têm nome, começando por todos os ex-governantes e políticos do pós adesão à União Europeia, por todos os que se têm governado e detêm o poder económico português (banqueiros, grandes empresas como a EDP) má gestão de empresas públicas, etc. Mas também todos nós ao assistirmos impávidos e serenos a toda esta desgovernação e ao excluirmo-nos de uma vida política participativa e interveniente, que bem poderia ser feita sem (ao contrário do que muitos defendem) necessariamente estamos ligados a partidos políticos. Aliás penso mesmo que o grande mal, a crise e a qualidade dos políticos actuais começa precisamente nos partidos políticos que tem sido uma má escola para a democracia. E fico-me por aqui…   Convém recordar que desde a escrita deste último parágrafo até hoje já se mudou de governo, e como alguém dizia há dias: a luz de saída, da crise, que se via ao fundo do túnel, para conter despesas mandaram-na apagar. Enfim, também neste campo continuamos actualizados mas com problemas ampliados.

 

 


Torga ainda não teve a sua homenagem. Muitos flavienses ilustres nunca a tiveram nem sequer nunca lhes foi feita justiça (deixo apenas um dos muitos nomes, o Marechal Costa Gomes que (apenas) foi Presidente da República Portuguesa, o 2º do pós 25 de Abril. Também e quando por cá há datas comemorativas de centenários onde se poderia fazer alguma justiça aos nossos e ao povo de Chaves, homenageiam-se cobardes não flavienses que nos abandonaram às mãos do inimigo. Erguem-se-lhe estátuas, destroem-se jardins, abatem-se árvores para lá colocar muros e a sua cavalgadura enquanto se esquecem os verdadeiros heróis flavienses. As castas flavienses e os políticos da terra, antes das homenagens, deveriam conhecer melhor a história dos acontecimentos em que a própria classe militar ainda hoje diverge, estuda e questiona se Silveira foi um herói ou um cobarde. Poderia ter sido um herói noutras paragens, mas em Chaves, não tenho qualquer dúvida que Silveira foi um cobarde e os verdadeiros heróis sempre foram esquecidos, um deles, dá pelo nome de Francisco Pizarro – O Maranhão. Outros há que destronados do seu pedestal, pura e simplesmente desapareceram, tal como aconteceu ao Monsenhor Alves da Cunha que estava no Jardim das Freiras... Alguém sabe onde ele pára!?


Pois à excepção do Monsenhor Alves da Cunha, que finalmente ganhou lugar na Praça que já detinha o seu nome, tudo continua como dantes.

 

 


Houve lutas pelas quais valeu a pena lutar e que há que fazer jus por terem acontecido e serem resolvidas como foram. O Encerramento da Ponte Romana ao trânsito automóvel foi uma delas, como flaviense senti-me honrado com a decisão e o dia em que finalmente fechou aos carros. Criticam-me muitas vezes por criticar, mas também sei elogiar quando há razões para isso, tal como elogiei os arranjos das envolventes dos Fortes de S.Francisco e S.Neutel, elogiei a decisão de transformar em museu os Balneários Romanos, elogiei o Espaço Polis.

 

 

Gostaria também de elogiar as Freiras e a reconstrução do  Cine-Teatro de Chaves, este bem menos polémico que a ponte e que segundo um inquérito que por aqui passou mais de 90% das respostas concordavam com a sua reabertura. Parece estar em banho Maria. Nem xó nem arre. Creio que quase a totalidade dos flavienses concordaria com um novo Cine-Teatro e, ainda se está a tempo de tomar uma decisão correcta e acertada, que não passa pela certa pelas últimas propostas que houve para o local. Gostaria também de elogiar alguma humildade e o despir de algum orgulho, pois os flavienses também vivem do sentimento e da memória, para além de um espaço que faz falta à cidade no lugar onde está. Chaves e os flavienses saberão reconhecer o bem que lhes fazem, mas também registam na memória e história de Chaves o mal que lhes é feito.

 


Gostaria aqui de acrescentar mais alguns lamentos, mas fico-me pelo pensamento de há um ano e até o engrosso e sublinho :


Chaves e os flavienses saberão reconhecer o bem que lhes fazem, mas também registam na memória e história de Chaves o mal que lhes é feito.

 

Entre mais algumas lutas que por aqui passaram, a última e que ainda se mantém, tem a ver com as barragens do Rio Tâmega, mais um negócio feito entre os grandes, EDP e IBERDROLA, onde não se estranham gestores ex-políticos e ex-ministros que apresentam um EIA – Estudo de Impacto Ambiental pejado de lacunas e omissões, onde se escondem e negam prejuízos e malefícios graves de aspecto ambiental, social e económico, que para todo o sempre acabam com um rio e a sua vida saudável contra todas as normas e directivas comunitárias sem daí haver um crescimento que possa ser considerado em termos de energia, ou seja, postos nos pratos da balança de um lado os prejuízos e malefícios para o rio, qualidade da água e população ribeirinha e do outro os ganhos em termos de energia, facilmente se compreenderá que mais uma vez há altos negócios não muito claros em que todos nós população, principalmente a população do Tâmega, só fica a perder e nada a ganhar, mas a perda maior, é a de um Rio. Tarde, mas parece que já se começou a perceber o problema e a ser discutido, mas, penso que tarde demais...

 

 


Aqui está tudo em aberto e cada vez mais se chega à conclusão que não se trata apenas de um negócio mas também de uma vigarice onde uns poucos ganham e, para além de perdemos um rio, todos ficam a perder.

 Hoje acrescento mais uma luta que embora já ande na rua ainda não teve espaço aqui no blog, mas fica prometido que amanhã mesmo terá aqui a sua entrada – trata-se de lutar pela justa continuidade do Pólo de Chaves da UTAD.


Também é sempre com carinho que abro as portas do blog aos nossos artistas, poetas e escritores e também a eles lhes agradeço por existirem e terem feito possíveis algumas das páginas deste blog. Um agradecimento especial ao Mestre Nadir Afonso por ser flaviense, por existir e por continuar a partilhar a sua obra, muitas das vezes em Chaves e por ter escolhido Chaves para sede da Fundação Nadir Afonso. Nadir, a sua obra e a sua fundação que este blog tem feito os possíveis por acompanhar e partilhar com todos os flavienses e dos quais continuaremos a dar notícias, principalmente do estado das obras da fundação, cuja conclusão (relembro) está prometida para 2011, mas cujas obras ainda não iniciaram.

 

 

Há coisas que felizmente se alteram, pois as obras embora não se concluam em 2011, foi neste ano que tiveram início. Para já pouco há para ver, pois só agora a obra começou a sair do solo. Quando se vir alguma coisa, prometo deixar por aqui umas fotos.

 

Este blog poderia ser diferente, e embora muitos me acompanhem com agrado, sei que não tem sido do agrado de todos, principalmente porque muitas vezes se põe o dedo nas feridas que se querem escondidas ou nas chagas que a impotência e outros interesses não deixam ou querem sarar, mas mesmo assim (porque não é esse o meu objectivo) fica muito aquém no tratamento de alguns assuntos que competem aos partidos políticos ou à imprensa tratar, investigar e obter respostas. Trago aqui apenas o que é visível e público, coisas simples até, mas que incomodam o vulgar dos cidadãos e aos quais penso ter o direito a uma opinião, a concordar e a discordar, a criticar e elogiar. Comichões e outras perturbações que este blog possa provocar, se não possíveis de cura, algum tratamento devem ter. Por aqui age-se de acordo com a natureza, distribui-se pólen quando o há para distribuir, alumia-se quando há sol ou levantam-se tempestades quando o tempo não está de feição…

 

 

 Este último parágrafo também é para manter intacto, mas engrossado e sublinhado, sem mais comentários.

 


Poderia chegar a este bonito número de 1.000.000 de visitantes e dizer basta, chega, mas não o vou fazer para já. Primeiro porque ainda me falta cumprir a promessa das aldeias e segundo, porque (mesmo contra ventos e marés) sei a importância que este blog tem para quem está fora e vem aqui beber e rever a sua ligação às origens, matar saudades.


 Pois aqui tudo se altera e volto à razão de existir deste blog. Já não é por mim nem, pela certa, dos colaboradores deste blog, mas pela diáspora flaviense que vem aqui beber as suas origens ou matar saudades. Os flavienses residentes, bem ou mal,  lá vão vivendo a cidade no seu dia a dia. Tem-na por inteiro nos cheiros, na luz, no calor, frio ou nevoeiro tão nosso, mas os flavienses da diáspora têm a cidade de Chaves ou a sua aldeia num aperto de coração constante. É por eles e para eles este blog. Os de cá que estão cá, que vivam a cidade mas sobretudo que não se excluam dela, porque a cidade de Chaves e o concelho é de todos nós.

 


Fica então um agradecimento especial para a diáspora flaviense espalhada por esse mundo fora, em especial para aquela que mais visita o blog e que segundo os indicadores que tenho de servidores ao qual se liga o blog, continuam a ser os do Brasil e dos Estados Unidos,  seguidos de toda a Europa,  os que mais visitam o blog. Um sincero obrigado e vou tentar continuar a levar até todos vós as imagens de Chaves e das suas aldeias.


Em suma, se há um ano atrás desconhecia qual seria o futuro deste blog, hoje sei que ele veio para ficar, pelo menos enquanto eu andar por cá.

 

 

Para finalizar, restam os agradecimentos aos que junto a mim caminharam para atingir este número de visitas, começando por agradecer aos amigos e visitantes que vêm aqui todos os dias, e alguns, quase desde que este blog existe, mas sobretudo agradecer aos que ousam comentar pois o feedback além das vossas opiniões são sempre bem vindas. Não posso esquecer também os colaboradores deste blog, sem os quais este blog já não seria possível, mas também os companheiros de viajem da blogosfera flaviense e os Associados da Associação de Fotografia e Gravura – Lumbudus pela sua disponibilidade para a imagem que às vezes me falta e pela sua contribuição para divulgar Chaves e o concelho em imagem. Obrigado a todos e prometo que, para além dos aniversários do blog, só voltarei com estas “lamechices” quando chegarmos aos 2.000.000 de visitas. Hoje é dia do 1.500.000 e agradeço-lhe, a sí em especial que agora está a ler estas linhas porque sei que também contribuiu para este número de visitas.

 


Por fim pedir desculpas por uma ou outra coisinha, alguns erros meus e por não saber fazer melhor ou,  levar melhor até vós a cidade de Chaves, as freguesias e as suas aldeias. Faço o que sei e posso.


Obrigado a todos.


Para hoje ainda as habituais crónicas de João Madureira com “Quem conta um ponto…” e as “Intermitências” de Sandra Pereira



 Nota: À excepção da primeira foto, as restantes são de arquivo e já publicadas ao longo da vida do blog.

 


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