CHAVES

Hoje fica um olhar a preto e branco sobre a cidade, ou melhor, dois olhares, um é nosso, mas como sempre não somos únicos, e há sempre outros olhares sobre a mesma coisa, o mesmo motivo, o mesmo ambiente e acredito que mesmo assim, o olhar de cada um é sempre diferente, pois também não somos todos iguais.

Cá continuamos com lindos dias de sol mas com o ar ainda frio e geadas noturnas daquelas boas, mesmo assim, algumas das árvores da cidade já começaram a despertar do inverno florescendo a anunciar o fim do inverno, comos as que estão junto ao postigo da antiga muralha medieval, num dos poucos troços que ainda existem e que têm resistido às conquistas da modernidade, e ainda bem, pois assim, pelo menos, ficamos a saber como era, e com um pouco de imaginação, como teria sido no seu todo quando encerrava dela a velha cidade de Chaves.

Até amanhã!

A ponte romana de Chaves, um pedacinho do casario da madalena, o rio Tâmega, com mais ou menos água, mais ou menos pessoas como que se estivessem a servir de figurantes, com sol, chuva ou nevoeiro, pode-se alterar o ângulo de visão, a distância de observação, a cores ou a preto e branco… um clássico em imagens de marca da cidade de Chaves, um cliché ao qual nunca resistimos.

Até amanhã!

Hoje vamos fazer um regresso à cidade diferente, não vamos andar às voltas pelas ruas, largos, praças ou jardins, vamos diretos à Biblioteca Municipal de Chaves para ver a exposição de Luís Batista, que já está patente ao público desde o dia 3 de fevereiro, embora só inaugurada no dia 6 deste mês, e ao contrário do que é costume com as exposições de “Os nossos artistas”, que trago aqui sempre após a inauguração, esta só hoje cá chegou, não por haver uma razão para tal acontecer, mas, e apenas, pela falta tempo disponível que cada vez tenho menos, mas tal como diz o povo, mais vale tarde do que nunca, e ainda com muito tempo esta exposição de Luís Batista ser visitada, pois só encerra ao público no dia 27 deste mês.

Vamos lá então à exposição, com algumas imagens da inauguração e imagens de algumas das obras expostas, de uma exposição interessante que reúne duas formas de arte e expressão do artista na mesma sala, a pintura e a fotografia.

E agora algumas das obras em exposição, ambas (pintura e fotografia) temáticas, com textos a acompanhar, mas nem há como ir por lá para poder apreciar mais um dos nossos artistas flavienses, da minha parte foi uma agradável descoberta. As imagens que se seguem são de autoria de Luís Batista, incluindo as fotografias, que aqui ficam de forma aleatória, embora em exposição tenham uma ordem definida.

Apenas um olhar de um largo com muita história, muitas memórias, recordações, alterações e sei lá que mais...sei que agora é assim!

Até amanhã, com sol, mas frio.

Hoje fazemos o regresso à cidade com o dia de ontem, mais precisamente com alguns momentos das festividades da Nossa Senhora das Graças, com a sua procissão onde participam com o seu andor muitas das aldeias do concelho, algumas associações e instituições que têm padroeiro, este ano com um total de 60 andores.

Alguns momentos, mas poucos, pois também não temos muitas mais imagens, aliás da procissão propriamente dita só temos uma imagem, e é precisamente ela que nos leva a um apontamento, respeitante à perda de algumas tradições associadas às procissões, como o de colocar uma colcha nas janelas e fachadas das casas de habitação, tal como se vê na foto anterior, que penso que é a única habitação no decorrer de toda a procissão (e atravessa todo o centro histórico) que mantém a tradição, neste e em todos os anos em que a procissão se realizou. E temos pena, pois as colchas davam outro colorido às procissões.

Pois ficam apenas estas imagens, não por ter feito uma passagem breve pela cerimónia, antes pelo contrário, pois fui para lá no início da tarde e só regressei a casa ao anoitecer, tal como o testemunha a última foto, foi mais por outros motivos, que não interesse para este post, que me impediram de tal, mesmo assim, ainda dei o gostinho ao dedo e ao olhar.

Uma boa semana.

Hoje fica um olhar sobre o Tâmega e o Tabolado, um olhar que muitos de nós lançamos diariamente por vários segundos quando passamos na ponte ou ao lado, sem dúvida um olhar agradável, mas ainda mais agradável é descer até ao Tabolado, desfrutar do sol ou da sombra e do murmurar da queda das águas do Tâmega na presa, das melodias debitadas pelos melros e outros passarinhos que mesmo invisíveis ao nosso olhar estão lá com o seu instrumento a compor toda a orquestra da passarada, e tudo isto é grátis, mas mais que isso, gratificante. Vale sempre a pena perdermos por lá breves minutos que sejam para no final podermos ganhar o dia.   

O regresso à cidade pelas ruas e ruelas do nosso centro histórico tem sempre um sabor especial, são autênticas incursões na sua promiscuidade, cumplicidade e intimidade, numa passagem pelas ruas que são de quem as habita e nos deixa passar por elas, permitindo-nos apenas ouvir um sussurro das estórias que nos olham e se escondem nas varandas.

Uma vista sobre o castelo desde o alto do Calvário, a primeira imagem de finais dos anos 80 do século passado e a última do ano de 2011, mas já com as nova muralha de betão .