Cidade de Chaves
Entardecer junto ao Tâmega

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Ontem ficou por aqui um entardecer sobre o rio Tâmega, hoje para variar, fica outro entardecer sobre o rio Tâmega. Andamos muito criativos!

Está bem, fica mais uma, carregada de oiro velho, talvez por serem águas acabadinhas de passar por baixo dos 2000 anos da ponte romana, um oiro velho meio agitado dos resquícios das últimas chuvas, um oiro velho que se vai desvanecendo para ser transformar num Douro, mas isso é lá mais para a frente.

Também nós entardecemos com estes entardeceres
mas vale a pena entardecer assim
na nossa cidade, junto ao Rio Tâmega.

Hoje fica uma imagem de um entardecer em Chaves, tendo como motivo a estátua de um ilustre flaviense que dá pelo nome de António Granjo.
Os mais atentos e interessados pela história de Chaves, sabem quem foi António Granjo, mas palpita-me que muitos flavienses pouco ou nada sabem ao respeito deste Ilustre Flaviense. Em tempos, 27 de outubro de 2008, deixei no blog uma abordagem aos momentos mais importantes da sua vida e obra, incluindo o da sua trágica morte que foi o início do fim da Primeira República de Portugal. Não vou republicar esse post, mas quem tiver curiosidade e quiser ficar a saber um pouco da vida e obra de António Granjo, faça o favor de seguir este link:
https://chaves.blogs.sapo.pt/322119.html
Até amanhã.


A ponte é apenas uma passagem
Para a outra margem
Não interessa quem são
De onde vêm
Para onde vão
Indiferentes
Passam
E
Passarão…
- Pois, bom passarão tu me saíste, ó poeta! Mas eu prefiro ter os pés bem assentes em terra, levantar voo e ir com as aves…
- Pra quê? Pra onde? Vais ter sempre que poisar…
- Se me apetecer poiso, se não, não!
- Se não, não, o quê!?
- Se não me apetecer!
- Ah!

A minha relação com a chuva é complicada, no entanto, recordo muitos lugares onde estava pela vez primeira, precisamente pela chuva, pela escuridão que produz adensando as cores para depois lhe dar uma demão de verniz por cima. Foi assim, num desses dias, que nos já longínquos anos oitenta assentei praça no Regimento de Angra do Heroísmo. Depois de tomar conta do meu canto, arrumados os pertences, liguei o pequeno rádio de pilhas e sai-me de lá uma canção de canto arrastado, com tanta melancolia como a do dia, com música a fazer lembrar o fado de Coimbra, com uma letra que nunca mais esqueci:
o sol perguntou à lua
o sol perguntou à lua
quando´a, quando havera amanhacer
quando´a, quando havera amanhacer
à vista dos olhos teus
à vista dos olhos teus
que vem, que vem o sol cá fazer
que vem, que vem o sol cá fazer
e o sol préguntou à lua
quando havera amanhecer.
Era o primeiro dia de um longo ano que tinha de lá passar, pensei para com os meus botões... e acabei mesmo a murmurar o palavrão pensado: estou fodido!
Qual quê! Adorei, e ainda hoje recordo aquela cidade e aquela ilha com o carinho verde que a chuva lhe dá, muitas vezes a trautear " o sol préguntou à lua"...

Melhor, ou igual, só mesmo o contraste do alentar das cores de um entardecer num degradê que se perde na escuridão do céu riscado pela passagem de um avião, com o desenho negro dos contornos de imagens de marca da minha cidade, de CHAVES, claro!
Depois da correria de ontem e do toutiço na testa, hoje já estou melhor, obrigado!

Neste entardecer da semana, ficamos com um entardecer do dia, à beira rio.

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