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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

24
Abr20

Ocasionais

“QUINZENTENA”


ocasionais

 

“QUINZENTENA”

 

 

“O homem não se rende aos anjos,

 nem se entrega inteiramente à morte,

a não ser pela fraqueza

da sua frágil vontade”-

-Edgar A. POE-

 

 

À minha porta passou um destes goliardos da moda, com o «pópó» em marcha lenta e os altofalantes no máximo, aproveitando o movimento e as filas de pessoas para entrada no CAFÉ, na Pastelaria, na Clínica Veterinária, no “Euromilhões”, no Talho, na Lavandaria, no “Take Away”, no super-mini-Mercado, no Multibanco, na Farmácia a convidar, ou a provocar, a que as pessoas reparassem no carro novo, com dez anos de livrete, que acabara de comprar, a prestações, no stand  que mais alargadas condições de crédito lhe tinha dado.

 

Fazendo uma aceleração, com um chiar de pneus, lá ao cimo da rua, sumiu-se na curva da «poça».

 

O sol e o cheiro a Primavera tentaram-me a sair à rua.

 

Sei lá bem por quê, lembrei-me que o meu amigo Jorge Agamben me disse, se a memória não me falha, que o estado de excepção era «o momento do direito em que se suspende o direito precisamente para garantir a sua continuidade e, inclusive, a sua existência».

 

Fiz a vontade à tentação. E fiz uma excepção ao estado de excepção.

 

Saí à rua!

 

Tive a sorte de ver dois melros e um casal de lavandiscas a pisgarem-se para o arvoredo de um quintal vizinho. Nos arbustos do meu jardim, os pardais chilreavam tanto que até pareciam andar engaliados.

 

E vejo por aqui criaturas excepcionais a quem o estado de excepção confere uma excepcional excelência de atitude e de comportamento.

 

Um cliente do Talho estaciona ao viés o seu automóvel. Sai da viatura com ar severo, depois de ter afivelado todos os músculos do rosto com um aperto mais puxado que o das albardas das burras e burrecos do «comboio de Seara Velha»! Empurra o ar com um «pipo» onde armazena zelosamente bifanas, entrecosto, costeletas, «francesinhas», feijoada e umas grades de «bejecas»! Olha para os transeuntes com ar de castigador imperador. Convencido de que elevava o grau da sua alpina importância, arrima os óculos para cima da cabeça! De acordo com o estatuto social que se atribui a si mesmo, calcula a excepcional distância coronovírica e aguarda a vez de ir encher a saca que pendura na mão direita.

 

Um casal, também acabadinho de chegar no seu Renault Clio de 1990, estaciona de tal forma que nem à esquerda nem à direita cabe um «papa-reformas»: ganharam espaço para abrir as portas do seu «topo de gama», com uma solenidade e ares de grandeza realmente mais «grande»! Ambos vestem (para ser mais fino, pois falo de «gente fina», não digo calçam!) luvas e usam máscaras ANTI-COVID/19!

 

Passados uns largos minutos (Não!... Que se fossem estreitos minutos os que estavam, cá fora; à espera, não reparariam na excepcional exigência na selecção das suas compras!) vi-os sair, a ela, com uma saca colorida e meia cheia de mercearia; a ele, com duas «boxes» de 5 litros, cada, de vinho alentejano.

 

Do lado de lá da rua, sobe o passeio e pára à porta de uma CAFÈ um jovem de trinta e cinco anos   -   se tivesse trinta e seis já não lhe podia chamar jovem, segundo a lei empresarial – ministerial    -   com a cara tapada por uma máscara e as mãos tapadas com umas luvas, uma e outras também anti-pandémicas!

 

Não demora muito, e vejo, entre os grupos que se dirigem à Farmácia, à Lavandaria, ao “Euromilhões”, ao «Continente», à Pastelaria, ao «Multibanco», pessoas a menearem a cabeça e a balouçarem as mãos, preocupadas em exibir os privilégios de serem pessoas excepcionais, muito especialmente neste estado de excepção; senhoras de recursos excepcionais para, neste regime de excepção, se defenderem excepcional e excelsamente do  «coronavírus chinês»!

 

Realmente!  O regime de excepção cria mesmo gente de excepção!

 

Cria mesmo gente excepcional!

 

Toda a equipa médico-sanitária se queixa da falta de máscaras e de luvas   -   e de outros equipamentos fundamentais para o exercício das suas tarefas (e que não são assim tão poucas!), e, pelas ruas e alamedas deste «jardim da Europa»   -   como se a Galiza e a Andaluzia não fossem também um jardim!...   -   «à beira do mar plantado» passeiam, «garbosos e contentes», dezenas de “combatentes anti-vírus”, com ar de super-heróis   -   de quem até o ZORRO teria medo e vergonha!...

 

Ontem, numa Farmácia aqui vizinha, entrou um “MASCARILHA-COVID /19”, com ar de “Batman” à portuguesa!

 

Coitado! Não fora a «doutora de Framácia» (a farmacêutica) chamar-lhe a atenção para a máscara colocada ao contrário e este «tugalês» excepcional ainda a estas horas andaria por aí a fazer «alegre» figura! E se o Bronco Bustin visse este MASCARILHA-COVID /19”, de tanto rir, até daria um tiro no pé!

 

Como agora, por decreto presidencial, mais rebeladamente afectivo  do que efectivo,  uma «QUARENTENA COVÍDICA» é igual a quinze dias, uma QUINZENA de FÉRIAS será de quarenta dias», olarilolela!

 

Ah! Sindicalistas!

 

O Povo é quem mais ordena!

 

Se uma QUARENTENA SANITÁRIA é de quinze dias, uma QUINZENA de FÉRIAS tem mesmo de ser de quarenta dias!

 

A luta continua!

 

E há já muito que não se falava de guerra!

 

Vejam só a coragem, a valentia, o arroubo, o «lanço» com que os nossos pistoleiros de treta e das tretas, os nossos guerreiros «parlamenteiros» e bem-governados falam de guerra, graças ao seu enorme conhecimento e sabidola experiência adquiridos no uso «exponencial» de pistolas e de metralhadoras ……………de plástico ……… ou dos vídeo - jogos!

 

Treinos desses não os tive eu, nem alguns de vós, caraças!

 

Coisas e loisas de uma excepcional pandemania de excepção!

 

 

(Agora a sério: espero que «a íntima solidariedade» entre Democracia e Totalitarismo não esteja a brincar connosco).

 

 

Mozelos, vinte e oito de Março de 2020

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

16
Jan20

Ocasionais


ocasionais

 

 “AOS BISBÓRRIAS”

 

“A glória dos grandes homens

deve sempre medir-se pelos meios

de que se serviram para a alcançar”.

-La Rochefoucauld-

 

 

Depois de tantos anos já passados de “Democracia”, sinto um profundo desprezo pelas figuras, figurinhas e figurões da política nacional.

 

Por este andar, de gente cretina, medíocre, oportunista, sem-vergonha, corrupta, não tardará que o Povo português se indigne ao ponto de julgar e condenar toda a trupe que o tem traído, enganado e roubado!

 

Portugal e os portugueses têm sido governados «democraticamente», isso sim, por gente da mais perversa.

 

Na verdade, neste «jardim da Europa à beira-mar plantado» ainda caem algumas gotas de orvalho   -   já não há, jamais, um pingo de vergonha!

 

Quando se elege para a Assembleia da República uma deputada por um Partido que, arroupado por essa eleição, vai para a frontaria da Assembleia insultar a História de Portugal e enxovalhar a Bandeira Portuguesa, que mais dizer a não ser gritar «às Armas!»?!

 

Há crimes, há pecados que não têm remissão!

 

Nem nesta nem na outra vida!

 

O silêncio e a indiferença de deputados, de Ministros e do Presidente da República não tem perdão!

 

E quando deitam alarvices pela boca fora, sabem  bem utilizar «ad náusea» o chavão da  «jovem democracia portuguesa», impantes de uma vaidade assolapada, como se fossem os engenheiros e construtores de tal monumento político, convencidos que disfarçam os erros, os disparates, as vergonhas com que conduzem à decadência desta democracia, não fazem mais do que denunciar e pôr às claras a sua eterna puberdade política!

 

Passeiam-se por aí enfatuados e iludidos que o exercício das suas funções se resume a uma afirmação de «nós e os outros»!

 

Endrominado pelas dogmáticas mentiras e aldrabices de quem tem assaltado o poder e o tem governado, o povo português continua distante de adquirir consciência pública de cidadania!

 

Basta de encher este povo com promessas nunca cumpridas e com esperanças sempre enganadas e atraiçoadas!

 

Ao insaciável apetite pelo poder, essa gente maldosa e malvada, que com capa e batina de «democratas» tem administrado Portugal, essa gente-gentalha associa uma infindável desfaçatez de hipocrisia.

 

Às palavras enganadoras dos seus discursos, esses petimetres sabem combinar ardilosamente a voz enganadora.

 

E, a horas certas, servem-se com oportunidade do chavão que «os portugueses são um Povo de brandos costumes»!

 

Sê-lo-ão, sê-lo-ão!

 

Até um dia!

 

Os Portugueses são, realmente, um Povo sofredor e resignado. Aguentam o «custe o que custar» passivamente, sem protestar.

 

Mas eu deixo um aviso aos bisbórrias que abocanharam as rédeas do poder em Portugal:

 

- “A ira mais terrível é a ira dos mansos”!

 

O fado português é o de um Povo inquieto, de um Povo com destino errante, de um Povo sem descanso.

 

A decadência social, cívica, moral, cultural que se está a viver, os salafrários que ocupam os bancos, as cadeiras, os palanques e o cadeirão do poder bem que a disfarçam com feiras, festanças e festivais     e «selfies» com o pantomineiro-mor do reino!

 

E a fome que se adivinha eludem-na, nas cidades, nas vilas e nas aldeias com a «feira das sopas», já envergonhados com a «malga do caldo»!

 

O fogo de artifício é uma paixão e uma arte bem portuguesa: o êxtase que qualquer foguetório provoca no «zé pagode»!...

 

À superstição ancestral dos portugueses, os «abrileiros de 74» aparelharam-lhe o fanatismo partidário-político … e (já agora) o futebolístico!

 

Não! Não é só o «rei que vai nu».

 

Nus vão também, na sua maioria, os portugaleses. Nesta democracia aldrabada, caldeirada de política mercenária de oportunistas, corruptos, cretinos e ditadores encapuzados, a política passeia-se nua, e vazia, pelos “Passos Perdidos”, de S. Bento, e pelos jardins floreados e «selfizados», do Palácio de Belém!

 

Estamos, voltamos a estar, na era do paganismo político: nos novos altares criados pelos homens, é, como outrora, “ao homem que se imola e aos animais a quem se enaltece”!

 

O cartel dos principais Partidos políticos não tem feito mais do que reduzir os cidadãos portugueses ao papel de eleitores!

 

O descrédito da política   -  actividade que, por definição, tem por fim último o bem comum    -   empurra o homem para o individualismo egotista e, consequentemente, degrada o sentido de comunidade.

 

Quero deixar ao meu neto um mundo melhor, não uma sociedade que me faz ter saudades daquela em que fui nascido e criado!

 

M., dezassete de Dezembro de 2019

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

 

02
Jan20

Ocasionais


ocasionais

 

“15º ANIVERSÁRIO do BLOGUE ‘CHAVES”

 

 

No, no há sido en libros donde he aprendido

 a querer a mi Patria:

 há sido recorriéndola,

há sido visitando devotamente sus rincones”.

-D. Miguel de Unamuno

 

 

Conhecer o BLOGUE “CHAVES” dá de sobra para se ver que o FERNANDO tem os dias (e as noites) muito preenchidos, com preocupações e canseiras.

 

Se nos lembrarmos que também tem uma vida profissional, mais se dá conta do preenchimento do espaço das suas preocupações (e, evidentemente, outras responsabilidades .... com “o seu quintal” e «circunstâncias adjacentes»).

 

Ao fim de tantos anos de uma assiduidade exemplar, de uma dedicação extremosa à revelação e à divulgação dos encantos, dos méritos e dos valores de todos os recantos da NOSSA TERRA, de uma NORMANDIA TAMEGANA, soberba parcela do “Reino Maravilhoso”, é bem mais do que merecido que este BLOGUE passe a ser considerado Património Cultural de Trás-os-Montes.

 

Porém, estou certo, quando, por aqui, por este Blogue, forem publicados os Post(ai)s acerca dos POBOS GALEGOS, também eles inscritos na NORMANDIA TAMEGANA, o BLOGUE passará a ser Património Cultural Galaico-Transmontano!

 

Nos seus Post(ai)s, Don FERNANDO leva-nos à descoberta de que todos os povoados da NORMANDIA TAMEGANA, da NOSSA TERRA, têm um inimaginável fascínio, sedutores encantos, uma rica história!

 

O BLOGUE “CHAVES” é, realmente, um irrecusável convite a fazer-nos peregrinos por esse encantador “Reino Maravilhoso”!

 

Quão precioso é para mim   -   e para vós, não?!    -     ouvir falar de qualquer rincão desse condado, e poder dizer: “Já estive !”.

 

Há preguiça, desinteresse ou mesmo sobranceria em visitar rincões cheios de história e de encantamento, aqui e ali, na NOSSA TERRA.

 

E, por contraponto, quanta ambição e quanta prontidão em dar um salto a Londres; fazer uma peregrinação a Roma; correr a levantar o papo para a Torre Eiffel e dobrar o cachaço ao Arco de Triunfo!

 

Não sabem?! Ainda há magia na NOSSA TERRA!

 

Consultado o «Oráculo de Delfos», as espirais do incenso queimado no turíbulo da pitonisa revelavam-me que a mensagem transmitida pelo BLOGUE “CHAVES” dizia que o “REINO MARAVILHOSO TRANS-VISIMONTANO”, lugar de consolo e de repouso, continua a não ser conhecido por uma maioria de normando-tameganos e muito menos pelos portugaleses!

 

É preciso sem demora aprender a amar o nosso torrão natal!

 

E este BLOGUE “CHAVES”, hoje aniversariante, ajuda-nos a todos nessa lição!

 

Camilo e Torga andaram por aí!

 

E hoje anda o D’Artagnan Don FERNANDO, el Pluto, mai-los três Mosqueteiros BERTO, TIO NONA e TerçOlho, pela graça do deus Larouco!

 

FERNANDO RIBEIRO é tratado pelos «pavonautas» da política provinciana como o foi o herói da Mitologia   -   é demasiado “pesado”, (importante, virtuoso e apaixonado pela cidade) para que a «nau» flaviense possa transportá-lo!

 

Esses petimetres «pavões, lalões e lambões» lembram o tribuno grego que mandou nivelar um campo de trigo cortando as espigas que sobressaiam acima das outras! Eles são daquela raça de gente que “Sofre mais com as venturas alheias do que com as misérias próprias"!

 

O BLOGUE “CHAVES” está sólida e prestigiosamente acompanhado por bons escritores, interessados e curiosos leitores, exigentes e apurados críticos, e por brilhantes «opinólogos» com vibrantes e sonoros comentários sempre prontos na ponta da língua (mas no mirante do “Sport”, nas suas salas piramidais das «workshops» da má-língua)!

 

FERNANDO DORES COUTO RIBEIRO é um crédito para a NOSSA TERRA, para CHAVES, para a NORMANDIA TAMEGANA!

 

O BLOGUE “CHAVES” é, na verdade, um luminoso complemento da cultura flaviense e NORMANDO-TAMEGANA.

 

Tardiamente a História virá reconhecer, aplaudir e comemorar o feito, e os feitos, deste BLOGUE e do seu autor. Tempo virá em que a todos os flavienses será coisa agradável lembrarem-se do FERNANDO DORES COUTO RIBEIRO, quer eles próprios falando dele, quer ouvindo-o de outros!

 

Não será para admirar: é o fatalismo do comodismo, do egoísmo, da gosmice, e da ingratidão humana!

 

Tantos flavienses que quereriam aplaudir e, neste Dia de Aniversário do BLOGUE “CHAVES”, celebrar o FERNANDO D.C. RIBEIRO! Mas o medo aos amuos dos seus caciques politicastras tolhe-lhes os braços e as mãos e mantém-lhes a boca fechada!

 

Para mim é sempre valioso e merecedor do meu reconhecimento o pedacinho do seu precioso tempo que, através do seu BLOGUE, dedica à NOSSA TERRA!

 

Direi como D. Miguel de Unamuno:

 

- Como seria interessante ver uma tabela de valores de méritos literários e artísticos de flavienses tal como estabelecida pelos seus conterrâneos e tal como a formada por estrangeiros que os conheçam!

 

A maioria dos «daí», espantados com a classificação estrangeira e habituados apenas à colheita, no BLOGUE, de algumas brasas para melhor destilarem a sua bílis, traduziriam o seu despeito com um «era o que mais nos faltava! Aparecer como uma eminência um bloguista que não suportamos, vê-lo, ouvi-lo e lê-lo durante tanto tempo sem termos suspeitado semelhante coisa»!

 

Às minhas felicitações, acrescento o desejo de que o fogo das quinze velas que rodeiam o “Bolo de Aniversário” do BLOGUE “CHAVES” sirvam para manter afastados do seu autor os demónios … reais, imaginários ou «em figura de gente»!

 

Eu creio que o sol ainda brilha sobre o Brunheiro”!

 

M., dois de Janeiro de 2020

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

12
Dez19

Ocasionais


ocasionais

 

“A «NOSSA» DEMOCRACIA”

 

*Numa Democracia,

a LIBERDADE morre

se for simplesmente tolerada*.

Claude Julien

 

 

Portugal é um país-tagarela, um país sem lei, um país cheio de decretos!

 

Portugal tem como matéria-prima a mediocridade política, a imbecilidade arrogante, a ignorância estúpida e um jazigo imenso da mais venenosa inveja!

 

Portugal é um país de discórdia!

 

Pela imagem que os deputados dão na Assembleia e os candidatos e a sua centúria de apoiantes dão nas campanhas (e pré-campanhas) eleitorais, é caso para se dizer que esta democracia portugalesa  é uma autêntica guerra civil   -   piadas grosseiras, insultos, provocações, calúnias, difamações, etc. são o seu pão-nosso-de-cada-dia!

 

O que se tem visto nesta democracia «sempre jovem», noviça e «nabiça» é que a incompetência, a mediocridade, a cretinice e a hipocrisia têm alastrado por contágio, particularmente nos sermões e missas cantadas das capelas político-partidárias!

 

Bastantes candidatos a candidatos, e alguns candidatos a listas e a lugares políticos   -   quer sejam lugares no organigrama do Partido, quer nos micro, médio ou máximos governamentais   -   apresentam mancheias de ideias tão inovadoras e geniais quão absurdas, apenas com a vantagem de serem recusadas e, ou, ridicularizadas!

 

Nesta democracia, todos os sapateiros querem tocar rabecão e subir acima da chinela!

 

Treinados, «lavados» (cerebralmente), para a obediência intelectual, os “Jotinhas” partidários tornam-se autómatos na obediência moral e satisfazem-se em ser uns paus mandados.

 

Nesta democracia, a «habilidade» é considerada uma qualidade superior, mais meritória, mais louvável do que o conhecimento e a competência!

 

E, à medida que a mediocridade alastra e toma conta dos principais lugares da administração pública, os competentes vão-se apagando.

 

Na política portuguesa abundam os politiqueiros a fazer o papel de governantes   -   não passam de impostores e patronos de fraudes!

 

A democracia carece de maior número de partidários que qualquer outra forma de Governo, para não ter muitos descontentes”, disse Faguet, mal ele sabendo, ou sequer imaginando, o que estava pra chegar de clientelas políticas ao «Jardim das Berlengas»!

 

Nesta democracia portugalesa, o povo é senhor de tudo, e os directórios partidários são os senhores do povo.

 

A esses farsantes sobra-lhes em astúcia o que lhes falta em sinceridade!

 

O Estado (Português), como organização político-social de uma comunidade que partilha um território, uma Cultura, uma História, e aqueles que o administram, o Governo, para reconhecerem e protegerem os direitos dos seus cidadãos exige-lhes e cobra-lhes impostos. Porém, mais do que protecção, o Estado (Português)    -   ah!  O Governo, os governantes e governantezinhos   -   mais do que protecção sujeita-(n)os à humilhação [veja-se a arrogância de ministros (p. ex., «custe o que custar»); as diatribes injuriosas de deputados (p.ex.: tratar por «peste grisalha» os velhotes, como se o marmanjo fosse filho, neto e bisneto de pais e avós incógnitos …. ou de híbridos!); as poses «à dr. Mundinho» (de predizentezecos de Municípios, CIM’s e respectivos camaristas); e ainda a arrogância e petulância de «Jotas» e «jotinhas, cretinos militantes encartados, e a de gentinha-gentalha investida como funcionária pública!].

 

Sócrates estabeleceu o princípio de que o homem de Estado devia ser sábio (aquele que está consciente da sua imensa ignorância): Os «tugaleses», ultrapassando mesmo o conceito de Platão, deram mais brilhantismo ao postulado, e determinaram que «o homem de Estado» deve ser “xico’sperto», reguila, mentiroso, falso, trampolineiro, hipócrita, trafulha, «vígaro», corrupto, enfim, maissabichãodo que sábio!

 

No “ABRIL de 74”, os grupelhos que substituíram a classe política apressaram-se a nacionalizar as empresas e as propriedades:  e, com todo o desembaraço, cuidaram das cruzadas para nacionalizar as mentes dos «portugaleses»! Falam do Futuro sem terem aprendido  -   nem sequer querido aprender   -   com o Passado e o Presente.

 

E, de então para cá, tem sido um corrupio de «nabiços» a serem ordenados sacerdotes de políticas de campanário, fazendo fingir saberem de Política, quando, na realidade, nada sabem.

 

E os «tugaleses» continuam alegremente a consentir serem castigados com impostos e mais impostos, multas, coimas, taxas e sobretaxas (moderadoras ou imoderadas), burocratismo; dificuldades e obstáculos à Justiça, à Saúde; ao Ensino, à Ciência, e acesso ao Trabalho, a uma Reforma digna, e sem tugir nem mugir, em vez de esclarecidos, apoiados e respeitados!

 

O poder político não será verdadeiramente democrático enquanto as campanhas eleitorais não oferecem a possibilidade de opções claras, enquanto o controle dos cidadãos sobre os seus eleitos e dos parlamentares sobre o executivo não for restabelecido, enquanto as grandes orientações não forem objecto de grandes debates”.-C. Julien

 

Para os nossos políticos   -   governantes, governantezinhos, predidentes disto, daquilo e daqueloutro, e parlamentares   -  parece que os portugueses são APENAS «animais vivos» e «”ALÉM DISSO” somente quando FAZEM GREVE ou «VÃO VOTAR» é que «são capazes de existência política».

 

Os Portugueses têm direito ao «simples viver», enquanto os seus políticos têm o direito ao «VIVER BEM»!

 

E, do alto da sua importância, arrogância e soberania políticas declaram que o Povo Português tem «Voz», mas só neles a Linguagem é um dom!

 

A definição mais profunda e apurada de «política», depois de percorridas todas as obras dos mais célebres e dos mais ignorados autores, e de procurados os dicionários das mais famosas Línguas e dos mais desdenhados dialectos, essa definição foi, por fim, descoberta na catacumba que vai de Castro Laboreiro a Castro Marim e das Furnas às Fajãs: *Política é a arte e o saber de «VIVER BEM», «à grande e à francesa», a arte maior de os «nossos políticos» saberem «tratar da vidinha»*!

 

Esta democracia portugalesa, regida e interpretada pela profusão de moinantes, adivinhos e profetas que se fazem passar por políticos de papelão, é bem mais uma “Feira de S. Miguel” ou “das Cebolas” que um regime político!

 

Antístenes merece regressar!

 

Mozelos, cinco de Outubro de 2019

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

 

 

 

28
Nov19

Ocasionais


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Um sonho afonsino

 

O diabo tem cada uma!

 

Atão não é que ele, ontem à noite, quando eu ia dar um recado, m’apareceu, assim num repente, ali numa esquina, com os cornos mais enfeitados do que os das juntas de bois candidatas ao «prémio» dos «milhores santos du mundo», os “SANTOS” de CHAVES?!

 

Soltou uma estridente gargalhada, fez umas esquisitas piruetas, apontou-me a forquilha e sumiu-se: nem me deu tempo de apanhar um calhau, para lhe partir a testa!

 

Quando voltei a casa, liguei a televisão. Apareceram uns diabitos vermelhos a correr, pareceu-me que ao romisco, mas, afinal, eram uns «lampiões» a jogar à bola!

 

A princípio, até julguei tratar-se de mais uma diabrura do diabo que m’apareceu!

 

Fui à deita.

 

Adormeci.

 

E, inda nem o roncar dos carros dos que vão trabalhar nas fábricas da maior zona industrial corticeira do mundo (foi tempo em que o roncar era de motorizadas!) tinha começado, já eu fora obrigado a arregalar os olhos e ir ver se eu estava mesmo aqui na Costa Verde ou se era no “Alto do Campo”, da Granginha.

 

Afinal, eu estava mesmo aqui. E o julgar-me no “Alto do Campo”, da Granginha, tinha sido mesmo um sonho.

 

E que sonho!

 

Coisas do diabo!

 

- Eu olhava a cidade. E, de repente, vejo, nas ameias do Castelo, o MESTRE Don NADIR a fazer um gesto de ilusionismo: e todo o Bunheiro coberto por uma tela!

 

Quando tal, tudo ficou do tamanho duma manta como as de Soutelo.

 

Don NADIR agarra nuns palitos, traça daqui, dali e dacolá, e eu vejo-o a pegar na Ponte Romana, n’Azenha do Agapito, num pimento do Cambedo, num pé de batata e noutro de raba, numa galha de merogos do Brunheiro; num brinco de cerejas de Valpassos; num cabo de cebolas de Vila Pouca; numa manta «coroa de rei», de linho de Limões, Ribeira de Pena; numa truta do Bessa, nos cornos das Alturas; num boi barrosão; num “Cigarrón”, de Verin, e tudo «palitado», nas proporções ideais do MESTRE dava uma linda figura, cuja coroa tinha mesmo mesminho o feitio do retinto  PASTEL de CHAVES!

 

  1. NADIR AFONSO, ‘stou’que desconfiou do meu poleiro: pôs-se de lado, para me deixar ver «milhore», fez outro passe de mágica e … o que é que eu vejo?!...

 

- A BANDEIRA da NORMANDIA TAMEGANA!

 

Sopra um vento da Galiza, desce um nevoeiro pela Serra abaixo, a cidade fica escondida.

 

Um raio de sol dispara-se de uma barbacã do Castelo de Monforte de Rio Livre. O vento pára.  O nevoeiro desaparece, O céu fica limpo e de uma azul magnífico. E o raio acerta certeirinho numa ameia da Torre de Menagem, tornando gigante a figura dum “defensor de CHAVES e Condestável da NORMANDIA TAMEGANA”, Don Fernando DC Ribeiro, a agitar a bandeira consagrada pelo MESTRE D. NADIR AFONSO, e a avisar-nos do seu regresso, com todas as «milhoras»!

 

Corri ao PC. Liguei ao Blogue “CHAVES-Olhares” e topei com um dos meus “Pitigramas” com direito a edição.

 

Das «milhoras» do NANDO queria eu saber AQUI!

 

M., vinte e cinco de Outubro de 2019

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

 

 

07
Nov19

Ocasionais


ocasionais

 

TAMBÉMNISMO

 

“… a mim faz-me tristeza contemplar a ribaldaria

com que os belfurinheiros e lantejoulas

adornam a Língua de Camões,

despojando-a dos seus adereços diamantinos”.

Camilo- A queda de um anjo

 

Não querendo ficar atrás de corrente filosófica, literária ou artística, figuras públicas e figurões, e candidatos a figurões e a figuras públicas, com a saturação de tantas pantominas em todos os palcos; com o cansaço de tantas pincha-carneiras nos campos e lameiros da política; com infindáveis macacadas e macaquices em todos os galhos (ramos) de qualquer modo de vida, imensos (eles são cada vez mais!) «tugaleses» do “Tugaquistão” desunham-se raivosamente para fazer a «burrice» valer como sabedoria; o disparate, como subtileza; o erro, como exactidão; o absurdo, como sensatez; a palermice oratória, como soberba eloquência.

 

Tardiamente, e ao acaso, passaram os olhos por um livrito traduzido por um traduzidor, daqueles que encontra a folgança da sua glória intelectual em aplicar incansavelmente, e à trouxe-mouxe, advérbios, e toca a copiá-los!

 

Dá-lhes jeito para disfarçar a gaguez do pensamento; a tremideira do juízo; a insegurança da palavra; a traição do gesto, do jeito e do trejeito; a falta de sinceridade e de honestidade no que prometem ou afirmam.

 

Ligo a Televisão, e julgo assistir à «guerra da Cochinchina»: não há canal que se preze que não apresente um batalhão de «rangers», «comandos», «fuzileiros», «especialistas em minas e armadilhas», «paraquedistas», «caçadores especiais», «correspondentes de guerra»  a dispararem «mísseis» e «petardos» em «transições rápidas» de «transacções lentas»; garantindo «entre linhas» os «desequilíbrios» entre as «janelas de oportunidade» e as «zonas de conforto», numa «filosofia de jogo» de palavras assinalado tal como no da «delambida» , com sinais verbais onde pontificam o o «obviamente», o «seguramente«, o «também» como certificados  da infalibilidade papal com que conquistam as posições estratégicas, de «importância capital»  para a «entrada de capital» nos cofres dos seus ministérios!

 

Os realizadores dos programas, sabidolas, combinando o movimento da câmara com o plano, até nos apresentam cada um desses especialistas, tão parecidos com «jumentos nunca ferrados em condições», como autênticos ministros da Cultura.

 

Deleito-me com a «feroz competição» entre eles a ver qual o que usa com mais frequência, e «intensidade», numa das suas «transições rápidas», os bordões de linguagem que, entre si, estipularam estar mais na moda!

 

Eles dizem **pensar «claramente» que «de certeza absoluta» «talvez» o jogador ”A” é «claramente» «TAMBÉM» um «reforço» «claramente» nesta «janela de transferências» «claramente»  para este clube «TAMBÉM» jogando «claramente» nas «costas do ponta de lança» «TAMBÉM» «claramente» «flectindo para dentro» podendo «TAMBÉM» «claramente» «jogar a oito» «TAMBÉM» «obviamente» com «claramente» «grande margem de progressão» «TAMBÉM» «claramente»**.

 

Diamantino Viseu, Chibanga, Paquirri, El Cordobés ou Roca Rey «claramente» perdem «seguramente» com os empáfios figurões públicos e pindéricas figuras públicas, «obviamente», «nesta altura», «TAMBÉM», no sábio uso da muleta!

 

É manifestamente degradante a demissão de jornalistas e de «tudólogos» da sua responsabilidade no melhor uso da Língua Portuguesa.

 

O respeito pela POTUGUÊS (e o respeito por quem por ele tem respeito) deve ser manifestado a todo o momento e em qualquer circunstância. 

 

“A Língua é monumento que se deve amparar, embora admita uma riqueza nova ou um enfeite que a não destrua”.

 

É pena que alguns idiotas apenas tenham inspiração para larachas fúteis, convencidos de que são uns grandes «reguilas», não demonstrando mais do que a tentativa frustrada de disfarçar a sua mediocridade!

 

Se a Língua é mesmo essencial para a formação e continuação da Cultura, por este andar … bem que depressa passaremos a falar «berlenguês»!....

 

Tornando-se todos mais iguais uns aos outros, patenteiam as suas asneiras e disparates, e assim os exibem com supremas virtudes!

 

Afinal, são mesmo idiotas!

 

M., dezanove de Setembro de 2019

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

 

 

25
Out19

Ocasionais


ocasionais

 

 

 “PIROLITO e BOLAS-DE-UNTO!”

 

 

*A Democracia não pode ser

 a arte do mal menor,

só pode ser

a arte do melhor possível*.

- Claude Julien

 

 

O voto é o grande pirolito que dá ao «Zé Pagode» a ilusão de estar associado ao poder.

 

A trupe de governantes eleitos bem aldraba os governados, atirando-lhes com a «complexidade técnica» das suas opções ditas políticas.

 

Os deputados-membros da Assembleia da República, os membros (abusiva e pedantemente auto-intitulados «deputados») das Assembleias Municipais e os membros das Assembleias de Freguesia (de caminho também serão titulados «deputados freguesiais») apenas servem, e têm servido, para salvaguardar a fachada democrática: fazem que fazem que debatem competindo entre si a ver qual deles consegue a melhor piada, e, no final, deixam pra lá ou apoiam as politiquices dos governantes e governadores.

 

A frase que faz rir tem mais alcance do que aquela que compromete!

 

A preocupação dos candidatos está em exacerbar as paixões dominantes em vez de esclarecer a opinião.

 

Os padrões morais da «nossa» democracia são demasiados baixos.

 

Como lembra Freud, as multidões jamais têm sede da verdade: procuram ilusões às quais não são capazes de renunciar.

 

Os portugueses continuam a contentar-se serem cidadãos apenas nos dias de Eleições. Nesse entretempo, rendem-se à condição de trabalhadores, de consumidores e de pagadores de impostos.

 

“Os tugaleses” (Ai! E os «tugas» e «tugazinhos»! Ai, os flavienses!) contentam-se com o boletim de voto e o direito à greve! Contentam-se com pouco! Não dão conta que a sua liberdade é, e está, afinal, apertadíssima pela, cada vez maior, burocracia!

 

Uns, «Zé Pagode», e outros, governantes, enchem a boca de futuro, mas abarrotam o toutiço com desejos, preocupações e anseios imediatos!

 

É grande a incapacidade de uns e outros verem mais longe do que a oportunidade a que deitar a mão e meter p’rò saco!

 

“A Democracia entra em decadência no espírito dos cidadãos quando estes vêem na competição eleitoral não um meio de preparar o mundo que consideram melhor, mas o meio de evitar o que eles julgam pior”.

 

A democracia entra em decadência quando o único poder reconhecido é o de depositar, de quatro em quatro anos, um boletim numa urna”.

 

Que adianta votar?

 

Os «lobbies» decidem por nós!

 

Nós, eleitores, somos apenas um número, um código!

 

O Estado serve apenas para criar, aumentar e manter os privilégios de moinantes, cretinos e parasitas e fazerem estes passar por elites!

 

As eleições são divertimentos pré-fabricados para distrair o povoléu.

 

Por cá, pelo “Jardim das Berlengas”, as Eleições são um desgarrado leilão para cargos públicos, destinados a lucros privados e a despesas públicas!

 

São um ritual.

 

Deveriam ser uma escolha!

 

Os eleitores, na sua maioria, são apenas fiéis servidores de um poder de quem esperam favores, o tal «jeito», o cúmplice «mexer dos cordelinhos»! Mal se dão conta de que elegem desmancha-prazeres!

 

O rebanho tem medo da reflexão, pois esta determinaria um certo afastamento entre os seus membros e uma exposição da idiotice e da mediocridade de cada um.

 

O Povo português, a maioria dos portugueses, continua ensopada por preconceitos, superstições e irracionalidade da religião.

 

Quanto vale um Boletim de voto?

 

“Numa DEMOCRACIA, o único direito que o Povo reserva é o privilégio ridículo de eleger periodicamente um grupo de amos” – dizia V. Considerant.

 

Por cá, as campanhas eleitorais são realizadas com pinceladas à «Fest» (escrevo assim porque a modernice pimbeira proibiu e excomungou a palavra portuguesa «Festival»), à «Woodstock” ou à «Isle of Wight» (bem, com um cheiretezinho do «Fest» de «Vilar de Mouros!,…); os candidatos, em vez de convencerem os eleitores explicando os temas dos seus programas, preocupam-se em deslumbrá-los com pantomina, cantilenas e fantasias. E entremeiam todo esse espalhafato com promessas ridículas e falsas, e outras jaculatórias políticas!

 

Nos comícios, nas passeatas, nas mesas redondas, ovais ou poliédricas, não se discutem ideias nem projectos: - discutem-se bandeiras e propaganda!

 

A democracia terá o seu fato de cerimónia no corte e na fazenda como são feitas as campanhas eleitorais?!

 

Tendo por bem também entender-se a democracia em assíduo diálogo entre eleitores e candidatos e eleitores e eleitos, a que conversa se assiste, por cá, entre uns e outros?

 

Os candidatos, cobertos com o chapéu da virtude, visitam Aldeias e freguesias; creches, escolas e refúgios sociais, passeiam pelas feiras e entram em tabernas certificadas   -   mas só lhes toca o coração as vezes que emprenham pelos ouvidos!

 

Coitados! Fazem-me pena!

 

Imensa pena!

 

De «bimbos» e cretinos militantes está Portugal cheio!

 

Andasse, hoje, por aí Platão e mais firmemente ficaria convencido de que os discursos, as decisões e acções dos nossos políticos   -   e dos que fazem há-de conta sê-lo!...   -   são «movimentos de títeres accionados por mão invisível oculta nos bastidores» [Numa Democracia autêntica, a diferença entre o poder político e o poder económico (e financeiro) terá de ser nítida e evidente. A aldrabada «sempre jovem» democracia portuguesa está cheia, cheiinha, de rugas de promiscuidade e poucas-vergonhas que, mesmo até, descaradamente faz questão em alardear]!

 

Ambicionando por uma reputação falsamente importante   - «presidentes» da …  Junta, da Câmara, ou de comissões; vereadores, chefes de gabinete, vices-de-qualquer-coisa; deputados anónimos ou ignorados; delegados a Convenções ou a Congressos partidários (com o glorioso proveito de uma passeata e de manjedouras de «tit-bits»   - para ser mais fino!)   -   fora desse mundo de sórdida politiquice, viveriam «tristes e sós», pois não saberiam suportar-se mutuamente nem manter a auto-sobrevivência!

 

E por aí, por CHAVES, medra o culto da adulação!

 

Na realidade, esses aduladores, que têm levado na bebida e no paleio, engrampado, os flavienses, afinal de contas têm conseguido atingir o seu objectivo de ocupar o Executivo Camarário sem se importarem com os Flavienses!

 

Está mais que visto que esses pingentes pendurados nas seitas partidárias não têm mesmo nenhuma afeição à Cidade, a CHAVES, aos Flavienses!

 

Eles têm sido os arquiduques da destruição da NOSSA TERRA, da NOSSA Cidade!

 

Têm todos muita conversa, mas não têm palavra!

 

A seriedade das suas apregoadas intenções, dos seus propósitos, das suas promessas, dos seus compromissos, das suas juras, mal apanhados no poleiro, logo se desvanece: foi um ar que lhes deu!

 

Pudera! Os passos que diziam ir dar são bem maiores do que as pernas que têm!

 

Só têm gola!

 

É verdade, sim, senhor, eles ficam sempre a ganhar! Mas a Cidade, CHAVES, os Flavienses estão sempre a perder!

 

[Um dia destes ainda peço a uma beata e a dois beatos que, numa das missas cantadas da sua maior devoção, entre a elevação da hóstia e do cálice   -  a maldição fervorosamente implorada neste ocasião nunca deixa de se cumprir   -   roguem uma valente praga a esses aldrabões, impostores, gosmistas e embaucadores de gente simples, sincera!].

 

Aquilo que nos simples cidadãos é pecado, nos militantes da política partidária passa a ser um mérito moral.

 

Os Partidos políticos, raramente democráticos nas suas estruturas internas, constituem mais aparelhos de recolha de votos do que propriamente instrumentos de um diálogo permanente com o público.

 

Os Partidos políticos estão transformados em tribos de gente medíocre!

 

Lembrando um autor «gringo»   -    E. Fromm conclui que “ O homem ordinário com poder extraordinário é o principal perigo para a Humanidade, e não o malvado ou o sádico” -   direi que a Democracia «tuga» produz muitas coisas inúteis e, ao mesmo tempo, muita gente inútil!

 

Já em 1972, outro autor (C. Julien) escrevia: - “As sociedades modernas conseguiram o milagre de aperfeiçoar extraordinariamente os meios de comunicação, e ao mesmo tempo intensificar o anonimato que tornou a comunicação quase impossível”!

 

Na administração da nossa «Causa Pública» anda demasiada gente que, incompetente para conduzir e realizar a sua própria vida, se arvora competente para governar a vida dos outros; gente que assoma a poderes sobre causas e ministérios que não conhece e para os quais nem para corneteiro ou recoveiro presta!

 

Os governantes, de cima a baixo, entendem que a sua missão é preocuparem-se com o saldo do Deve e Haver na luta pelos compromissos e interesses partidários e nas suas vantagens pessoais!

 

Como cegos e supremos egoístas que são nada mais os preocupa senão tratar da sua vidinha!

 

Exercem o mandato com indecente mediocridade, mas com óptimos resultados para si próprios! Querem lá eles saber que o Futuro seja determinado, construído, com o Presente!...

 

Não se olham ao espelho: sabem que se o fizessem veriam a cara de um hipócrita e impostor.

 

A maioria dos «portugas» que tomam e têm tomado assento na política usa a mentira e a falsidade como método e o gamanço como propósito. Elevaram-se a aristocratas da mentira, da manha e da fraude.

 

A ruindade dessa gente é o seu meio de sobrevivência.

 

Para essa gentinha gentalha, o cargo público é a grande oportunidade para levar a vida sem canseiras!

 

As Escolas «Jotinhas» e as «Universidades de Verão» aquilo a que melhor se prestam e que melhor fazem é converter estudantes e «bacharelizados-à-pressa» em «cretinos militantes»    -    na entrega do diploma, os  padrinhos lembram-lhes: “O fanatismo é a única forma de vontade que pode ser incutida nos fracos e nos tímidos”!

 

A casa dos Partidos políticos «tugas» está transformada numa central de tráfego de favores.

 

Os Partidos políticos estão a esvaziar-se, já quase vazios, de ideologia; os seus régulos nacionais e regionais vivem para ocupar e manter a gamela que os resultados eleitorais lhes servem!

 

Mefistofelicamente, no reino da portugalândia, persiste o credo e a crença em que o sucesso, a fortuna, a fama e a riqueza resultam mais da capacidade de engrampar os outros do que pelos benefícios da cooperação e entreajuda.

 

Os tugaleses, hoje mais que nunca, precisam (olhe-se o panorama e espectáculo que os media diariamente exibem, com as «habilidades» as cumplicidades e a desfaçatez dos mais ilustres, ilustrados e (en)comendados da vida pública, partidária e política; de chefes, chefezinhos; presidentes, presidentezinhos; comandantes, comandantezinhos; deputados, deputadozinhos, deputadinhos; ministros, ministrozinhos, ministrinhos) de líderes verdadeiramente dignos de confiança e de respeito!

 

Por aí, por CHAVES, é pena que a desbotada cor política    -   desbotada, sim, porque a cor política da maior parte dos flavienses é mesmo muito pálida, têm-na como se sofressem de icterícia   -    separe tão levianamente quem reunido devia estar à volta de tantos objectivos e interesses comuns.

 

Sabemos que os seres humanos tendem para uma predisposição pelas alternativas que não implicam uma ruptura, isto é, estão mais inclinados a perpetuar o «in statu quo ante», a situação de um menor risco psicológico: é o conformismo!

 

Sair, deixar esta situação é assumir uma responsabilidade, ficar sujeito a críticas e arrependimentos. Então, aparecem as desculpas «esfarrapadas», como: - “Oh! Os políticos são todos iguais!”. E o «Zé Pagode» agarra-se (por preguiça mental, também) a informações e acontecimentos que o confirmam, desinteressando-se das informações e actos que o refutam.

 

“Marretas”, insistem em decisões anteriores mesmo que provadas como erradas!

 

Os «tugas» apreciam muito as (más) imitações. Cheios de papo «militarista» (veja-se a paixão assolapada que mostram por uma farda!), quais generais «cabeçudos», protagonistas das mais pesadas derrotas, optam por «estratégias» que lhe trazem sempre maus resultados.

 

É de assustar a invasão de tanta incompetência e de tanta mediocridade na Administração da Nação Portuguesa.

 

Não admira que, dentro em pouco, Portugal esteja conquistado e maioritariamente habitado por gosmistas, mendigos e incapazes!

 

“A primeira razão da servidão voluntária é o hábito” – já, em 1549, avisava Étienne de La Boétie.

 

Nem tudo se passa na cabina onde o eleitor escolhe uma lista.

 

A maioria dos portugueses parece estar a viver ainda no tempo, no clima e no contexto do velho Estado Novo, talvez porque à Democracia Portuguesa se diga dela, abusiva e exaustivamente, ser sempre jovem!

 

A igualdade política ainda nem vai a meio!....

 

Quem os ouve, aos nossos (ditos) políticos   -   lá no púlpito do Parlamento; sentados nas cadeiras dos (seus) Gabinetes ou … das mesas das Televisões e das Rádios; ou dos palanques das suas bazófias eleiçoeiras   -   é levado, cheio de espanto e admiração, a exclamar:

 

- Que gente de tão nobres ideais!

 

Cedo ou tarde, as notícias, a justiça, e, ou, ….. as rasteiras que nos são passadas ou as maldades que nos são feitas por essa trupe de melquetrefes, trazem-nos a surpresa de revelações de condutas imorais desses mesmos políticos que nos haviam deslumbrado!

 

O fundador do Liceuum tal Aristóteles de Estagira, não concebia a Política afastada da Ética: Na sua “Política”, exigia, aos que exercem as magistraturas superiores, afeição ao regime, grande competência no desempenho das suas funções, sentido de justiça e uma conduta virtuosa. Mal ele imaginava que, vinte e cinco séculos depois, aqui, num palmito de terra da Europa, uma caterva de cretinos resolve criar Universidades a torto e a direito, onde, contrariando-o e afrontando-o, só diplomam e honorificam os seus pupilos quando estes juram solenemente a separação daquelas.

 

E não é que andam por aí convencidos que vão poder olhar o mundo … a cidade, com os olhos de uma figura de bronze montada num cavalo lusitano ou Clydesdale?!

 

Só têm gola!

 

M., treze de Setembro de 2019

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

 

 

17
Out19

Ocasionais


ocasionais

 

“No silêncio da MINHA ALDEIA”

 

 

Ninguém perde por dar amor;

perde quem não sabe recebê-lo”.

-popular-

 

 

Vim à GRANGINHA felicitar uma boa amiga, pela passagem do seu aniversário.

 

É um domingo de meados de um Setembro com temperaturas de um Verão de Agosto.

 

O silêncio que a esta hora perto do almoço estou a desfrutar é uma bênção.

 

Sentei-me à sombra, debaixo da varanda do Tio Quim.

 

Com tanto calor, a brisa fresquinha que corre pela rua acima, e talvez por ter apanhado pelo caminho alguma frescura da água da fonte, junta-se muito bem ao consolo do silêncio.

 

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Julgo ver a minha Avó SÃO, ali, na minha «Casa do Pobo», a saricotar para que o almoço fique um regalo para mim.

 

Julgo ouvir o meu primo TÓ, além, na nossa «Casa do Campo», a falar para o burreco e a enxotar as pitas para o pátio.

 

A passarada está calada que nem pio. Somente uma andorinha   -   que surpresa, neste tempo!  -   somente uma andorinha e o seu namorado (modernamente fica feio dizer «par»!...) é  que passaram agora por mim. Têm o ninho no beiral da casa da D. Nídia, lá dentro do pátio.

 

Pelo som macio que me chega do céu por cima do Bunheiro, adivinho a rota de um avião a seguir para muito longe.

 

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Espreito o “Alto do Campo” e vejo-o seco.

 

Há que tempos não me delicio como manto de «merendeiras» que a Primavera estendia por todo ele! Não lhe ouço o cantar de legiões de grilos, nem me dou conta das renhidas competições olímpicas de saltos dos gafanhotos!

 

Há figos nas figueiras: a passarada perdeu-lhes o apetite.

 

A «pipa» já não deixa colher água, nem mata a sede: o fontanário destronou-a. Talvez fosse por isso que os rouxinóis debandaram!

 

Um delicado estalido de folhas secas fez-me olhar para a «sorreira»: lembrei-me que alguma fuinha viesse ali espreitar este visitante «cuja cara não lhe era estranha»!

 

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E recordei as alturas em que as trovoadas de Maio faziam da «sorreira» uma competidora assanhada das “Cataratas do Niagara” e a transformar o adro da CAPELA, e mesmo até a CAPELA, num arremedo famoso de um afamado lago suíço!

 

Aqui, na minha GRANGINHA natal, o barulho e o silêncio eram prendas para o meu sossego e para os meus sonhos.

 

Hoje, o silêncio cobre-me de saudade!

 

Granginha, quinze de Setembro de 2019

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

 

 

10
Out19

Ocasionais


ocasionais

 

 

“Intelectualóides”

 

 

-O maior obstáculo no caminho do autêntico saber

não é a ignorância consciente da sua fraqueza,

mas a auto-suficiência de um saber aparente-

  1. Heinemann

 

 

Orwell atribui a decadência de uma Língua a causas políticas e económicas, para além da má influência de alguns escritores. E afirmava ser a linguagem política uma forma de fazer com que as mentiras pareçam verdades.

 

Atropelados pela presença de todo e qualquer bicho careto que se meteu na política, com mais atrevimento e descompostura que o «emplastro» frente às câmaras da Televisão, os ingénuos, os pategos, os descuidados, os comodistas e os preguiçosos mentais «tugaleses» deixam-se levar pelo mau gosto e fácil imitação do ridículo da nudez do rei: a vacuidade e a incompetência dos seus políticos, exibida nos discursos, nas mesas redondas das TV’s, nas páginas dos jornais e revistas; os eufemismos e o fraseado obscuro dos falantes na Rádio e na Televisão, com o estatuto de «figuras públicas», e… os cartazes e panfletos publicitários, mal e porcamente escritos!

 

Os «eleitos pelo povo»; os jornalistas independentes, mas com tamanha fidelidade canina às ordens de patrões sectários e gananciosos; e os escritores engajados não falam nem escrevem com sinceridade, sempre e quando há uma enorme distância entre o que realmente pensam e professam e aquilo que declaram, na fala ou na escrita.

 

Não se trata somente do uso literário da linguagem. Trata-se de usar a linguagem como instrumento acertado para expressar, e não ocultar, o pensamento.

 

A trupe do “chiquismo” intelectual e intelectualóide movimenta-se constantemente à procura de novas modas.

 

Nas «adverbialices», nas frases feitas e ditas sem nexo, só porque lhe soa bem aos ouvidos, já metem nojo!

 

Depois, a trupe do “chiquismo” intelectual e intelectualóide resolve pegar numa palavra que caia no goto dos seus militantes, ou tenha lido repetidamente em livros traduzidos por alguém mais pedante do que eles, e toca a atribuir-lhe o significado, impressionante e bem-sonante, de outras palavras que se lhe assemelham.

 

Veja-se o exemplo: Daniel Goleman (em 1955) usou a expressão «windpw of opportunity -janela de oportunidade» na sua “INTELIGÊNCIA EMOCIONAL”.

 

O livro foi um sucesso de vendas.

 

Bastante gente aproveitou para aprender alguma coisa de préstimo.

 

Demasiada gente que o leu dele só soube aproveitar a «janela de oportunidade».

 

E, passados estes anos do aparecimento do livro, embora continue a ser procurado por quem se interessa por aprender, uma caterva da trupe do “chiquismo” intelectual e intelectualóide usa e abusa da «janela de oportunidade», deitando-a pela boca fora, a torto e a direito, como se fosse uma fantástica criação sua, somo se fosse um fantástico rasgo de sublime linguagem diante dos microfones da Rádio e das câmaras da Televisão!

 

Quando assisto a um jogo de futebol, pela Televisão, desligo o som: os comentadores, tão ciosos da sua «classe», da sua importância como parte complementar do evento, da sua «incontornável» condição de «lançadores» de sapiência futebolística, tão comodamente instalados em «zonas de conforto», de onde desfrutam «janelas de oportunidade» para verem o possível segundo golo de uma «formação» “matar o jogo”, depois de um «pontapé NA frente» que permitiu a «assistência» para o «perigoso remate» de um jovem, com 1 metro e oitenta e dois de altura, setenta e sete kilos de peso, ainda com muito espaço de progressão, formado no clube de Futebol “F”, e que marcou quatro golos na época passada ao serviço do Clube “K” , em vez de comentarem as incidências do jogo e ajudarem os telespectadores a compreender as tácticas em curso; em vez de  salientarem as técnicas individuais; os acertos e desacertos dos jogadores; a justeza ou o erro da equipa de arbitragem, lançam enxurradas de fofoquices, informações rebuscadas em velhas crónicas, curiosidades com sabor a alcovitice, tudo sem propósito que o valha, assemelhando-se imenso o seu palrar a uma leitura de folhetins natalícios, de supermercados!

 

Antes ou depois dos Jogos, treinadores, políticos, jornalistas, «figuras públicas», amigos da onça, «amigos de Peniche», «convidados especiais», recoveiros de clubes, de empresários, de donos e senhores das Televisões metralham os telespectadores com acrobáticas «leituras de jogo» e violam as regras gramaticais e, especialmente, a Sintaxe, com ares pomposos e melífluos como estando a dar lições de bom Português a quem os ouve!

 

Agora começaram a dizer «fôco», e, por tudo e por nada, continua com maior abundância e insistência o «TAMBÉM», só porque se convenceram de que, com o disparate, brilham mais do que o sol ou estrelas de primeira grandeza!

 

O Benfica e o Sporting vão defrontar-se num jogo de futebol   -   e logo dizem «vão jogar o Benfica E TAMBÉM o Sporting», como se o Benfica fosse jogar contra outro Benfica e o Sporting contra outro Sporting!

 

O Porto vence o Marítimo, na Madeira, em 29-04-2018, e o «figurão público» da TV declara «o cumprimento de mão entre o Sérgio Conceição E TAMBÉM J.N. Pinto da Costa   - ora o Sérgio C. deu um aperto de mão A SI MESMO E TAMBÉM ao Pinto da Costa, “tá-se mesmo a ver”!

 

Outro proclama sonoramente: - “amanhã estão frente a frente o Benfica E TAMBÉM o V. de Setúbal”! – 16-08-2019., isto é, o Benfica joga contra si mesmo e o Vitória de Setúbal joga contra si mesmo!

 

Quanto ao «TAMBÉM», só não levo tão a mal o enjoativo do coitado do Marco Chagas a comentar o “TOUR” e dizer, num só fôlego:  - “O Yates vai isolado em fuga TAMBÉM»; cá atrás o Pinot queixa-se de dores TAMBÉM, o nosso Rui Costa segue no grupo TAMBÉM, e TAMBÉM o Berbal segue TAMBÉM junto do TÓmas TAMBÉM” (e a chaga continuou naVolta a Portugal”)!

 

E que tal se esses «pronósticos intelectuais» fossem TAMBÉM, “claramente“, … abaixo de Braga?!

 

Claramente!

 

“Claramente” é, «nesta altura», «de certa forma» o «mais recente» (como está na moda a ser usadas, a torto e a direito, por repórteres e comentadores desportivos) «design» da moderna «escrita criativa» e a mais brilhante pérola a fazer resplandecer a corrente de paleio inócuo de quase toda a gentinha que se vê com um microfone à frente do nariz: ««ali, o homem que Claramente está  a vestir a camisola de árbitro»»- (Jogo de Voleibol-sport TV).

 

Um sportingebo Pina da TV, em 2018-04-02, na hora dos papagaios futeboleiros, a bracejar e com cara de enjoado de xico-‘sperto e de super-sumo de sapiência e certezas absolutas, bracejando qual regateira a berrar com outra regateira, garante que ....«aqueles «encÓstos» nas áreas».....!

 

A saída de um jogador ....... está COBRiDA por uma cláusula....”, garante o comentador especialista Tvi 24 e Canal 11, Pedro Sousa, em 30-04-2018.

 

E já nem refiro a «filosofia de jogo» do Clube A, B ou C (os outros não entram no abecedário!...)!

 

Pobre Sócrates! Pobre Kant! Pobre Deleuze! Pobre Lao-Tsé! Quanto se sentiriam tão insignificantes diante destes filósofos portugaleses!

 

Nos EE. UU., durante um Concerto, um homem disparou sobre a multidão causando um elevado número de vítimas.

 

E, nas nossas televisões, os jornalistas de serviço, informam meio mundo que «Tiroteio nos Estados Unidos faz mais de 40 mortos». Dar uns tiros é «tiroteio». Dar e receber (uma troca de tiros) será «tirotório»!...

 

E cá continuam os nossos modernos jornalistas licenciados a inventar uma nova Língua Portuguesa: como lhes bastaram os «Serviços Mínimos» de ir de vez em quando dar graxa aos «prófes» do Curso de Ciências de Comunicação e Jornalismo ou vice-versa, conforme a “Escola”, e fazer uma «festança» no dia de receber o fabuloso diploma, ei-los «garbosos e contentes» a sentarem-se diante de umas câmaras de televisão ou, de pé ou sentados, diante de um microfone ou com ele agarrado com duas mãos a debitarem repetidamente catervas de disparates, convencidos que dar uma notícia, ou fazer um comentário, ou escrever uma coluna num jornaleco, numa revista ou num pasquim é usar um qualquer palavreado à trouxe-mouxe, imitando-se uns aos outros  no dizer e no escrever de asneiras e disparates, como se, com essa solidariedade, a sua estupidez aliada à sua incompetência e à sua reles mediocridade os vestisse com roupagem de grandeza e superioridade intelectuais e culturais mais divina e brilhante do que aquele com que se convenceu estar deslumbrantemente vestido o célebre rei da historieta!

 

Ele é tal a ânsia de se porem em bicos de pés e dar nas vistas, ele é tal a maluqueira de quererem ser «figuras públicas» que não passam de tristes «cromos» ou alegretes «bimbos»!

 

Um louco dispara uma arma de fogo  - é dizem logo «tiroteio».

 

Um «gaijo» é apanhado com uma pistola na mão   -  e dizem logo …«com uma arma pronta a disparar» (estavam a ver a pistola com a bala na câmara e destravada)!

 

Um automóvel esborracha-se contra um muro   -  e soltam … «uma colisão»! Se este automóvel se esborrachou contra outro, afirmam «os dois veículos chocaram violentamente».

 

ITEM, tal como a MEDIA (meios de comunicação), é uma palavra latina.

 

Que parvoíce tão ridícula e lamentável ver e ouvir figuras e figurinhas públicas, professores e doutores, «políticos» importantes e cheios, e todos cheios, cheiinhos, a rebentarem de vaidade e a teimarem em afirmar-se ainda «maiores» do que aquilo que realmente são, dizerem, como quem faz uma revelação sagradamente divina ou divinamente sagrada, «ÁITEMES», «MÍDIA» e …. «ACÓRDOS»!

Fico mais escandalizado e indignado quando ouço o «fracturado» professor universitário Louçã a encher a boca e a soltar perdigotos quando usa com tanto gosto os «ACÓRDOS» e mais ainda indignado e escandalizado quando apanho um tal  Lobo Xavier a torcer-se a beiça, em ridículo floreado,  para dizer «MÍDIA» do que ouvir a um padre, tio deste, um «CARALHO» tão sonoro que até fizesse cair a “Torre dos Clérigos”!

 

Nem só Adorno sentia saudades pelo seus «alemão».

 

A esta distância, e, provavelmente, a outras maiores, eu, e assim tantos outros, sinto a saudade do meu «visimontês», da Língua onde se ouve «côngaro», «agôra», «oubrejadinho de frio», «nenhures», «canté», «arraul», «bem m‘ou finto», «entre quem é!».

 

A poeticidade do nosso provincianismo ainda é um encanto!

 

Alguém me disse que os «paineleiros televisivos» estão ali para falar “futebolês”, “politiquês” e «lisVoês», e NÂO PORTUGUÊS!

 

M., quatro de Setembro de 2019

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

 

 

03
Out19

Ocasionais


ocasionais

 

 

“Encher a mula”

 

 

**Não há nada que possa crescer e perecer

 tão profundamente como o homem**.

- Hölderlin-

 

A nossa vida emocional está uma calamidade.

 

Como se não bastasse a réplica das Cruzadas e da Inquisição   -   a propaganda política, os «critérios jornalísticos», as «ajudas à produção» televisiva, o campeonato de vendas de tinta, papel e disparates   -  temos a abundante exploração de maldades e tragédias a encharcar o tempo e o pensamento das massas populares, criando, assim, um clima, um meio-ambiente para as tornar neuróticas, amarguradas, aflitas, emocionalmente perturbadas e desequilibradas.

 

Por este andar, não vejo como será possível os nossos filhos terem uma vida mais feliz (ou menos infeliz) que a nossa ou até a dos nossos avós!

 

Já em meados dos anos noventa do séc. XX, Daniel Goleman nos avisava de estarmos a viver «tempos em que o tecido da Sociedade parece romper-se a uma velocidade cada vez maior, em que o egoísmo, a violência e a mesquinhez de espírito parecem querer desalojar o Bem das nossas vidas em comunidade».

 

Hoje, não há Educação. E até o Ensino está despromovido!

 

“No nosso tempo”, assiste-se a um descuido de afastamento entre a educação escolar   -   que nem científica chega a ser (tão preocupada com o encaixar, ou encaixotar, mais informação, até, do que conhecimento)   -   e a educação social, humana!

 

“No nosso tempo”, pratica-se, ensina-se, uma cultura «científica» de retalho e descuida-se o ensino de uma cultura humanística; dá-se preferência aos «factos» e pratica-se o distanciamento das «virtudes».

 

As paixões são alimentadas a fogo!

 

A razão dá-se bem como perdida!

 

Há, escreveu-se, consagrou-se, uma “Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

 

Não há, não se escreveu, e menos se consagrou, uma “Declaração Universal dos Deveres do Homem (Humanos)!

 

A realidade ultrapassa-nos. O nosso tempo de vida não é suficiente para a consecução dos nossos desejos e aspirações subjacentes numa secreta e íntima ânsia de imortalidade.

 

Tudo se faz para tudo servir fazer-nos sentir «ter o rei na barriga»!

 

Até parece que já nem o “coração” nem a “razão” têm interesse, ou que para nada servem!

 

Encher a pança, «encher a mula»; matar desejos; «cagar postas de pescada»; «armar aos cágados»; «ser o maior», mesmo não passando de minorca insignificante, é, afinal de contas, a razão de ser dos «filhos de Deus»   -   aí se encontra o significado e o sentido das suas vidas!

 

Afinal, no entender dessa gente, o Homem não «nasceu para começar», para criar, para viver: o Homem nasceu para destruir, para matar   -   para morrer!

 

Erasmo bem dizia que a Razão fora relegada para um canto «acanhadinho» da cabeça: Júpiter dera-nos uma porção de paixões mais abundantes do que da porção da Razão!

 

Heidegger sinalizou o Homem como «um Ser para a morte»!

 

Ainda bem que a sua amada amante, Hannah Arendt, o corrigiu, e garantiu:

 

- “O Homem é um ser para a vida”!

 

M., dezassete de Setembro de 2019

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

 

 

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