Vivências
Somos uns privilegiados por vivermos neste tempo (parte 2)
Há uns 2 ou 3 anos escrevi uma crónica exatamente com este mesmo título. Na altura, recordo-me bem, fi-lo a propósito de uma viagem em família a Léon, em Espanha, e das facilidades que a Internet e as novas tecnologias nos proporcionam e a forma como nos ajudam na preparação de uma viagem, entre muitas outras coisas.
Hoje, estamos em 2023, e estou numa esplanada da Avenida Diagonal, em Barcelona, mas o local é indiferente, pois poderia estar em qualquer outra cidade, em Portugal ou no estrangeiro. Enquanto espero pelo café que pedi, abro um site de meteorologia e confirmo que, afinal, e ao contrário das previsões dos dias anteriores, não vai chover durante todo o dia. Boas notícias! Daqui a pouco vou também aproveitar esta pausa para fazer o check-in online para o meu voo de regresso. Depois, vou abrir o Google Maps, e porque há muito para visitar vou programar o resto do dia e ver quais os transportes que terei de combinar para me deslocar a partir do local onde estou. Para além do tempo da viagem, vou conseguir saber, igualmente, quanto tempo faltará para que o autocarro que pretendo chegue à paragem, ali mesmo à minha frente, e só precisarei de me levantar um minuto antes…
Dando asas à imaginação, em vez de fazer tudo isto, poderia pegar no telemóvel e marcar uma viagem para um qualquer destino paradisíaco (se tivesse tempo para viajar e dinheiro para tal), comprar ou vender ações de uma qualquer multinacional, ou simplesmente encomendar online e programar uma entrega de compras em casa, no dia da chegada… Tudo isto sem sair do lugar…
Assim, em jeito de conclusão, termino com a mesma frase da crónica que escrevi anteriormente: “Somos, realmente, privilegiados por vivermos neste tempo… e, muitas vezes, nem nos apercebemos disso…”.
Luís dos Anjos