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Entroido, introido, Entrudo, Antroido, Entruido, Entrudio ou Carnaval, em galego e português que vem a ser a mesma coisa, pois fomos beber à mesma fonte, duas línguas ou uma só cuja origem é a mesma – o latim.
Mas vamos ficar pelos termos mais comuns em galego e que penso ser o Entroido ou Carnaval e os portugueses Entrudo e também Carnaval.
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Pois dizem por aí, que o Entrudo está mais associado às tradições antigas, onde por cá entram os caretos e pela Galiza, mais propriamente aqui nas terras galegas mais próximas, como Laza, Verin ou Xinzo de Limia e Manazaneda entram os Boteiros e os Cigarróns ou Peliqueiros. O Entrudo por cá (e entenda-se por cá as terras da raia de um e outro lado da fronteira)tradicionalmente também estava associado a brincadeiras sujas com água, farinha, carvão e a própria “bosta” à mistura, existindo mesmo para os lados de Vigo os “merdeiros”, cujo nome é bem sugestivo. Embora actualmente estas tradições ainda se vão mantendo, mais acentuadas na Galiza (em Laza e Verin, por exemplo), tendem a dar espaço aos desfiles organizados e a outras festas associadas ao Entroido, como a já famosa “Noite das Comadres” em Verin, ou segundo os entendidos locais, dizem que o Entroido ou Entrudo começa a dar lugar ao Carnaval.
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Pois por cá (discussão entre entendidos) o Carnaval é mais a festa do desfile, como se faz no Brasil, em Itália ou com as versões portuguesas de Ovar, Torres Novas …do centro e Sul deste Portugal além da velha Galaécia. Ou seja, e esta dedução é minha (tendo en conta a dedução entre entendidos) o Entrudo ou Entroido é de terras da velha Galaécia e, além Galaécia, festeja-se o Carnaval.
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Pois penso que todos têm razão (entendidos ou não) e ninguém a tem, pois uma e outra coisa é a mesma coisa e até descendo à origem dos termos, vamos cair no mesmo, e ambos nos levam e nos fazem depender da Páscoa, senão vejamos:
Entrudo ou Entroido, o termo tem origem no latim “introitu” e que significa “entrada” no período pascal em que se diz adeus à carne, ou adeus carne, que em latim de dizia “carne, vale” que é precisamente onde tem origem o termo Carnaval.
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Pois por cá (Chaves) tendo em conta a tradição, a bem dizer, deveríamos continuar a referirmo-nos ao Entrudo, não o dos festejos onde nunca tivemos tradição, mas ao da gastronomia, pois embora se entre em período de Carnaval, é na carne que temos alguns dos bons pratos tradicionais de carne associados a este período, excepto as sextas-feiras do peixe.
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Quanto a festa, e agora que somos eurocidade Chaves-Verin (embora aparentemente tudo continue na mesma, mas é mesmo só aparente porque o povo anda distraído, pois eurocidade acontece todos os dias) agora temos o entrudo/entroido dividido em duas partes, com a festa maior em Verin, onde a festa é mesmo festa, de todos, com desfiles, copos, tradições e brincadeira que nalguns dias (como na noite das comadres) entra pela noite fora até ao nascer do dia e concentra em Verin milhares de pessoas em todos os seus festejos.
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A parte didáctica e intelectual do Entrudo acontece em Chaves, com o habitual desfile dos putos da escola, temático (este ano foram as “Invasões Francesas”), onde sobretudo se inventa num desfile que ora sobe ora desce a rua principal (depende do ano) e onde umas dezenas largas (centenas escassas) de crianças mais ou menos acompanhadas pelos transtornados dos pais (leia-se transtornados como transtorno que provoca nos pais), provocam algumas dores de cabeça aos professores…
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um verdadeiro sucesso para os putos (mais pequenos) por mais um dia de brincadeira sem aulas. Quanto às lições temáticas ficamos a saber que a invasão francesa era azul,
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pois o desfile é sempre tão rápido que apenas se aprendem as cores. Um sucesso! Até os grelos, os espigos e as nabiças se fizeram amarrar de fio azul (que já o conhecemos como o melhor), só faltaram mesmo os “Rapazes da Venda Nova”.
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Quem aproveitou o Entrudo foi a blogosfera flaviense para fazer mais um dos seus encontros/convívio, o 10º encontro que coincidiu com o encontro de Inverno (pois também há do de Verão). Não éramos tantos como os putos a desfilar as “Invasões Francesas”, mas éramos muitos, mais que nunca, num encontro que promete ter cada vez mais adeptos, pois o convívio à mesa sempre foi salutar. Puro convívio onde o mundo virtual da NET se comunga à mesa por umas horas e sempre termina na fonte das digestões difíceis das Caldas de Chaves.
Encontro que agora é alargado também aos fotógrafos flickr flavienses e da alta Tamagânia, tal como à blogosfera, que neste encontro contou já com um representante do concelho de Montalegre (Ourigo – fotógrafo flickr) e Valpaços (Lamadeiras (Flickr)/Blog de Pedome) e lamenta-se a ausência do Blogex de Boticas, cujo autor justificou a falta com a sua ausência em terras de sua majestade.
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Da blogosfera da terrinha, os habituais marcaram presença (Chaves Antiga, Blogoflavia, Terçolho, Chaves, Um Olhar através da Objectiva, Arco-Iris, Espelho Mágico e Lai-lai-lai), também os temáticos Cruzeiros e Pelourinhos, Cancelas e Chaminés marcaram presença. As aldeias também lá tiveram os seus representantes com Valdanta sempre presente (falta justificada para o amigo Pereira do qual sentimos a ausência e para o 5 de Maio), Granjinha atenta acompanhada da habitual e respectiva amarelinha (escondida da ASAE), Águas Frias com os seus profs, Outeiro Seco, Argemil da Raia, Segirei e Eiras (acompanhada da sempre boa, também amarela e doce).
E de entre outros amigos, convidados, disfarçados, sportinguistas felizes (o encontro foi sábado à noite), comentadores e seguidores tivemos ainda o Romeiro de Alcácer com as flores para as meninas e senhoras bloguistas.
E resta apenas publicar as conclusões do encontro de Inverno, o 10º, com um único ponto e que diz respeito à marcação do encontro de Verão, que ficou para data ainda a definir, mas com local marcado: Segirei
Uma palavra de apreço também para o Aprígio (restaurante) que como sempre nos soube receber e aturar.
E fica assim adiada para a próxima terça-feira a rubrica de “outros olhares” que deveria hoje passar por aqui. Mas penso que estou desculpado, pois por cá o carnaval ainda é Entrudo, nem que seja e só à mesa e em Verin.