A Pertinácia da Informação
Uma questão de perceção
Os dias passam na expectativa que amanhã seja o dia para viver. É uma espera com ausência de paragem. Daqui, desta margem penso: “Só as trutas nadam contra a corrente e no final morrem… também.”
O que importa é manter o ritmo e seguir, manter a âncora firme pode ser que alguém venha depois e possa contruir.
O calor alterna-se com o frio – Estou cansada das tuas surpresas, ó tempo omnipresente!
Os dias de calor deixam-me exausta e o frio deixa-me lacerada… é a vida, já não me dói nem me custa quase nada.
Olho espantada o panorama: levou toda a gente uma paulada no cérebro e está tudo convencido que o que vê é normal, se era para ser zombie, mais valia não nascer!
No fundo acho que os meus dois neurónios – esquerdo e direito – fundiram num só, mas tenho a profunda esperança que a seguir haja partição como na ameba e se reproduzam e multipliquem a fim de povoarem todo o espaço vazio.
Fotografia de Lúcia Cunha
Uma manada é sempre uma manada, ao fim de algum tempo uma cabeça isolada fica assustada e uma manada às vezes é uma visão assustadora e demovedora.
Se olhares para algo que efetivamente é redondo, mas uma multidão disser que é quadrado, temos um grande problema… ou não!
Galileu debateu-se pelo que via. Eu digo que a cada um serve o que vê. É uma questão de perceção. Não vale a pena grande debate ou discussão.
Nem tudo tem que ser entendido, nem toda a gente é capaz de o entender, quando não se entende é melhor aprofundar, mas apenas se o assunto é relevante, se não for o suficientemente importante é melhor seguir adiante.
Fotografia de Lúcia Cunha
Do meu ponto de vista e do meu angulo de visão...
O que lhe falta é amor
É tudo ao fim de contas uma questão
De te fazer passar a tua dor
E eu olho e vejo então:
O problema, meu pobre cão
É que eu não tenho a solução
Se no fundo essa fosse se não
A minha própria dissolução
Tenho acima de tudo compaixão
Do sofrimento do bicho
Procurando abrigo no lixo
Sofrendo do calor do verão
Que temos? que temo?
E se um dia vier o demo
Esmagamos-lhe a cabeça no chão
Nós não temos, nem temo
Medo quando não há razão
Nós não temos nem temo
Que ser dissolução
Apoia-te firme e navega na seara do pão.
Até Torga disse que era pacifica a revolução
Lúcia Pereira da Cunha