Agrela - Chaves - Portugal
Diz o povo que onde há galo não canta galinha e no largo da Agrela, embora haja muitas galinhas, apenas cacarejam, o galo da imagem é o cantor lá do sítio. Canta e é um regalo de exemplar – alto, forte, vistoso, com andar de gentleman - mostra-se indiferente aos intrusos mas não tira o olho deles. Também para mim foi um regalo ver um exemplar destes à solta, com as suas galinhas, num dos largos da Agrela, pois uma cena destas que era tão vulgar nas nossas aldeias começa a rarear.
Tinha de começar pelo galo, mas a Agrela não é só galos, aliás só vi um, mas vi ou revi, e registei mais uma vez o que resta do casario tradicional rural, daquele que tanto gosto e que ainda se vai mantendo, ou melhor – sobrevivendo.
Construções que eram construídas com a prata da casa, conforme as necessidades da cada um, aproveitando cantos, recantos e cantinhos, sempre com a pedra e a madeira a fazer preciosidades únicas, sempre únicas.
Assim, também é sempre com gosto que vou passando pela Agrela, mas atenção que para a conhecer é preciso sair da estrada, pois a velocidade do asfalto distorce ou deixa escondida a verdadeira Agrela.