Alminhas, nichos, cruzeiros e afins...
4- Alminhas de Agrela, Aveleda e Roriz
Agrela, 2008
ALMINHAS
Hoje trazemos três alminhas que encontrámos em três das nossas aldeias, Agrela, Aveleda e Roriz. Em geral as alminhas eram construídas nas bermas de caminhos e estradas, em pontos de passagem mais concorridos, no entanto, menos vulgares, também eram incrustadas em muros e em paredes de construções de habitações, albergues e outras. As três alminhas de hoje são precisamente três exemplares incrustados em construções, parecendo-me, pelo menos uma delas, a de Roriz, que as alminhas foram construídas conjuntamente com a construção. As outras, poderiam existir no local ou na proximidade e terem posteriormente sido incrustadas na construção. Mas isto são suposições, pois não tenho qualquer documentação em que me possa apoiar.
Aveleda, 2013
As alminhas da Agrela, são as que se apresentam mais simples e detém ainda uma pintura de Cristo crucificado. Não sei se é ainda a pintura original ou restaurada a partir da original. Por sua vez as alminhas de Roriz, hoje sem qualquer pintura ou imagem, para além de alminhas a pedra foi cortada para fazer parte da própria parede/estrutura da construção, daí eu ter afirmado atrás terem sido construídas aquando da construção. Esta, no seu arco tem esculpida uma concha de Santiago, pelo que esta construção poderia ter sido um albergue dos caminhos de Santiago, mas mais uma vez sou eu a supor, pois não tenho qualquer documento ou informação de que tal se tratasse. Existe um inscrição na sua base que talvez possa fazer alguma luz sobre o assunto, mas parte dela está enterrada. Já a inscrição na padieira da porta nos remete para o ano de 1782, supomos que seja o ano de construção.
Aveleda, 2013
As mais curiosas e para mim mais interessantes, são as alminhas de Aveleda, incrustadas numa construção da rua principal. Fotografei-as em dois momentos distintos, em 2008 e 2013 e são um misto de construção em pedra e madeira, com peto e cristo crucificado esculpido em madeira. Como pode verificar numa das imagens não têm a figura de madeira de Cristo, Pensei inicialmente que com o tempo a figura teria desaparecido, mas o facto é que ela consta na fotografia que tirei em 2013, ou seja, a fotografia de 2008 é a que não tem o cristo, pelo que, supomos, pois não temos fotografias recentes nem temos ido por lá ultimamente, que as alminhas ainda tenham a figura de Cristo esculpidas.
Aveleda, 2008
As alminhas da Aveleda são as mais naif das três, quer pela irregularidade da construção, quer pelas cores e pinturas e pelo próprio cristo em madeira e ainda pelos vestígios de uma imagem pintada no nicho (parece-me de Nossa Senhora) , bem como pelo adorno do coroamento em madeira e cores utilizadas, o que faz desta alminhas, para mim, as mais interessantes.
Roriz, 2008
Pena mesmo é o estado de degradação em que se encontram a maioria das alminhas que chegaram até aos nossos dias, sem qualquer tipo de proteção que vá para além da boa vontade dos cuidados dos vizinhos ou proprietários das construções onde estas estão incrustadas, mas só com boa vontade elas não se conservam ou são protegidas e muitas vezes, com a própria boa vontade de as restaurar com curiosos jeitosos, principalmente as pinturas.