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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

17
Ago21

Chaves de Ontem - Chaves de Hoje

O Liceu de Chaves - Cronologia


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ontem-hoje

 

Hoje vamos até o nosso Liceu, também em tempo denominado por Liceu Fernão de Magalhães, depois por Liceu Nacional de Chaves e, embora sempre Liceu, hoje é a Escola Secundária Fernão de Magalhães, que foi também a nossa (minha casa) até concluir o Curso Complementar dos Liceus e parte do 12º ano. Vamos deixar aqui a sua cronologia e algumas fotos desde o primeiro Liceu da Rua do Poço, ao Liceu do Largo do Anjo, e ao Liceu do Jardim das Freiras, hoje,  Escola Secundária do Largo das Freiras.

 

 

Cronologia

1903, princípios - Miguel Máximo da Cunha Monteiro, presidente da Câmara de Chaves, requer ao governo a instalação em Chaves de um instituto secundário, na esperança de um dia o transformar em liceu; o Ministro da Marinha, António Teixeira de Sousa, que em tempos exercera medicina em Valpaços e em Vidago, aproveitando a ausência no estrangeiro do Ministro da Instrução Pública, o conselheiro Hintze Ribeiro, entrega ao substituto, o general Luís Augusto Pimentel, natural de Chaves, para publicação imediata de um decreto já redigido, informando que era desejo do próprio ministro que o novo estabelecimento entrasse de imediato em funcionamento; envio de texto para o Diário Oficial;

 

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Liceu da Rua do Poço

 

1903, 5 Outubro - início da sua actividade num edifício da Rua do Poço, uma ex-escola primária convenientemente adaptada, com os dois recreios e as duas entradas distintas, bem como uma sala para meninas, " a fim de evitar-se o convívio com os alunos, a exemplo do que se faz nos diferentes liceus do reino"; abertas as matrículas só para o 1º ano, de acordo com o decreto da sua constituição, inscreveram-se cerca de 60 alunos (47 rapazes e 13 raparigas); o liceu iniciou a sua actividade com dois professores, um efectivo com a categoria de reitor, destacado do Liceu de Castelo Branco, o outro agregado, vindo do Liceu de Aveiro; mais tarde juntou-se-lhes um terceiro professor, voluntário e gratuito, que tomou a seu cargo a Educação Física; o município viu-se impedido de atender às despesas do estabelecimento de ensino devido às dificuldades financeiras;

 

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O Liceu no Largo do Anjo

1905 - a Câmara dos Deputados recusa uma proposta para o liceu passar a ser financiado pelo Estado, apresentada pelo conselheiro e Ministro da Instrução, o flaviense José Eduardo Coelho;

 

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O Liceu no Largo do Anjo

1906, Março - o Dr. Barros de Moura apresenta um projecto de lei para a transferência dos encargos financeiros do liceu para o Estado, comprometendo-se a Câmara, como parte interessada, a participar nas despesas da sua manutenção; a proposta não chegou a passar do gabinete do Ministro da tutela; a cidade de Vila Real aproveitou o para se insurgir abertamente contra tal pretensão, alegando através de um semanário local, que "nunca em nenhum país se havia criado uma outra circunscrição própria";

1 Agosto - visita de D. Carlos a Chaves; ao despedir-se da vereação, nos Paços de Concelho, foi apresentada ao Rei uma comissão de estudantes, pedindo a passagem do liceu para o Estado; o Rei prometeu que recomendaria ao governo esta petição e a Câmara dispõe-se a fazer todos os sacrifícios para conservar o liceu, esperançado numa ajuda do Estado; os encarregados de educação, dispuseram-se a recolher verbas para o liceu, minorando assim as dificuldades do município;

 

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O Liceu no Largo do Anjo

1907 - o jornal "O Independente" notícia a inscrição no orçamento do Estado de uma verba de 2 000$000 como subsídio ao Liceu de Chaves; nesta época circulou por Chaves o boato que o Parlamento havia votado a extinção do Liceu de Chaves, por proposta do deputado Ascenço Guimarães, o que agitou a população local; Agosto - "O Flaviense" anuncia que o subsídio não foi cancelado, mas duplicado, graças ao o ilustre conterrâneo Cândido de Sotto Mayor;

 

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Construção do Liceu do Jardim das Freiras - Fotografia da casa Fotografia Alvão - Porto 

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Construção do Liceu do Jardim das Freiras - Fotografia da casa Fotografia Alvão - Porto 

 

1907 / 1908 - no final deste ano lectivo, o município não renova o contrato de renda com o proprietário da Rua do Poço, considerando as instalações demasiado exíguas para o número crescente de alunos; optaram pelo amplo palacete do Largo do Anjo, deixado vago com o encerramento do Colégio do P. Joaquim Fontoura, passando o liceu a ocupar o 1º. andar e águas-furtadas;

 

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Construção do Liceu do Jardim das Freiras - Fotografia da casa Fotografia Alvão - Porto 

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Construção do Liceu do Jardim das Freiras - Fotografia da casa Fotografia Alvão - Porto 

1910, 21 de Março - tornando-se aquele espaço também insuficiente, o presidente da Câmara oficia ao sub-inspector escolar que, a partir do "princípio do novo ano lectivo, precisava de todo o edifício" para instalação do Liceu;

9 Agosto - o Semanário refere um ofício da Câmara, endereçado ao reitor do liceu, "pondo à disposição da Reitoria todo o edifício em que, até aqui estiveram instalados o Liceu e a escola Central do sexo masculino"; esta decisão partira do Banco de Chaves, proprietário do edifício, que exigira da Câmara o despejo da Escola Central, ali instalada, como condição para arrendar todo o edifício ao liceu;

 

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Fotografia da casa Fotografia Alvão - Porto

 

1911, 15 Dezembro - tendo em vista libertar-se do pagamento da renda do edifício, a Câmara decide solicitar ao Ministro da Guerra a cedência do ex-Hospital de S. João de Deus, na Madalena, ocupado pela Guarda Fiscal, para aí instalar o Liceu, pretensão que não foi satisfeita;

 

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Anos 40

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Atualmente

 

1915 - o edifício encontrava-se, novamente, repartido por mais dois inquilinos, a Guarda Republicana e a Biblioteca Municipal;

6 Maio - o reitor faz ofício ao presidente do município informando que, devido à cedência do antigo refeitório do edifício para aquartelar a Guarda Republicana, iria ocupar o recinto da ginástica;

 

1918, Julho - propõe-se ocupar o rés-do-chão como celeiro municipal e pensa-se na transferência da Guarda Republicana; solicita-se à Câmara a cedência da outra parte da casa, onde esteve instalada a Guarda Republicana e que já pertenceu ao Liceu;

 

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Tempos da Mocidade Portuguesa

1919, 7 Janeiro - Decreto-Lei nº 5096 determina a atribuição de um patrono a cada um dos liceus nacionais, escolhido dentre "personalidades de relevo da nossa história pátria"; a Chaves coube-lhe o nome do primeiro circum-navegador, Fernão de Magalhães; a Câmara suspendeu os pagamentos aos professores e demais funcionários, escudada no Decreto nº. 4 799, que transferira para o Estado a propriedade integral do liceu;

30 Maio - o reitor Cândido Augusto de Melo, preocupado com o boato da extinção do liceu, oficiou a Câmara, cujo presidente, Nicolau Mesquita, o sossegou;

 

1920, 28 Janeiro - o novo presidente camarário, resolveu libertar-se da obrigação financeira do liceu;

 

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O Liceu de hoje

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O Liceu de hoje

 

1922 - a Câmara põe à disposição do Ministério da Instrução Pública o edifício e propriedade anexa que pertencera às religiosas de Nossa Senhora da Conceição, no Largo das Freiras;

 

1934 - determina-se que todos os futuros alunos da 1ª classe e os das outras classes que, pela primeira vez, se matricularam no liceu têm de passar, obrigatoriamente, pelo gabinete do médico escolar;

 

1936 / 1937 - fundação da Mocidade Portuguesa; o liceu tornou-se, no epicentro das suas actividades, com a elevação dos seus reitores a subdelegados da ala local e fazendo das próprias instalações o grande palco das suas acções "formativas";

 

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Anos 70 (Sec.XX) o desporto e as duas modalidades rainhas do Liceu

 

1937 - o curso geral é elevado para 6 anos, subdivididos em dois ciclos de três anos cada, regressando-se à fragmentação do ano por disciplinas; introduziam-se 3 novas disciplinas: Educação Moral e Cívica, Actividades da Mocidade e Sessões Culturais;

 

1938 - o orçamento do Estado atribuíra para a construção do Liceu de Chaves 3 300 contos;

 

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1940 - equaciona-se a solução de instalar o Liceu no antigo mosteiro, depois de todo o espaço desocupado, inclusive as dependências onde estavam instalados a Biblioteca e o Museu municipais;

13 Março - em sessão de Câmara é apresentado o ofício nº 3494, datado de 7 do corrente e assinado pelo Chefe de Repartição do Património da Direcção da Fazenda Pública, "pedindo para informar se a Câmara acedia a devolver o convento e anexo à posse do estado, para ali instalar o futuro Liceu";

23 Março - o Presidente informa a vereação que o Conselho Municipal havia autorizado, em reunião no dia 21, ceder ao Estado, gratuitamente, o antigo convento e sua respectiva cerca, com a área aproximada de 13 000 m2, para a construção do Liceu Fernão de Magalhães";

Julho - escritura de doação gratuita do mosteiro ao Estado; o Estado fez lavrar o seu projecto específico, subordinado às características monásticas básicas do edifício, de acordo com as suas proporções, o desenvolvimento em quadrilátero e o claustro ao centro;

 

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1942 - início das obras de adaptação, preservando-se os azulejos da capela, que foram oferecidos à Câmara, bem como os altares e as alfaias, que foram entregues à Igreja da Madalena; a Câmara institui 2 prémios a favor dos melhores alunos do liceu e da escola industrial, com os nomes do General Carmona e do Dr. Oliveira Salazar, a serem entregues no 1º de Dezembro de cada ano;

 

1943, 24 Dezembro - conclusão das obras e entrega oficial do edifício ao Ministério da Educação;

 

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1944, 16 Janeiro - inauguração do edifício do liceu, com uma sessão solene no salão de festas, estando presente o reitor, Dr. Armando dos Santos Pereira, o governador civil do distrito, o Tenente Assis Gonçalves; o liceu possuía apenas 9 salas de aula normais, para as 7 turmas desse ano;

 

1947 - o Liceu mudou de denominação, passando a designar-se Liceu Nacional de Chaves;

 

1947 / 1948, entre - procedem-se a algumas reformas; por exemplo, é imposto aos alunos a inscrição obrigatória nos quadros da Mocidade Portuguesa e o traje oficial dos alunos dos Liceus passou a ser a farda da Mocidade Portuguesa ou da Mocidade Portuguesa Feminina; reduz-se o curso geral para 5 anos e condiciona-se a frequência aos alunos, por limites de idade;

 

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1956 / 1957 - tinha 307 alunos e 10 turmas, havendo necessidade de instalar uma turma no anfiteatro;

 

1957 - início da construção de mais 12 salas de aula normais e de um novo ginásio, graças aos esforços do Senhor Reitor Dr. José Morais Lopes;

 

1957 / 1958 - reacendimento das tradições académicas;

 

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O Liceu dos nossos dias

1963, Outubro - inauguração de mais 12 salas de aula normais, no prolongamento do edifício para N. e com um novo ginásio, a O., sobre a cantina;

 

1964 - acréscimo da cozinha e do refeitório, construídos no topo N.;

 

1974 - 5 dias após o "25 de Abril", os alunos apoderam-se "simbolicamente" do liceu, tornando este dia feriado para todos;

 

 

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O Liceu dos nossos dias

 

2006, 23 agosto - o imóvel esteve em vias de classificação nos termos do Decreto-Lei n.º 173/2006, DR, 1.ª série-A, n.º 16, de 2006; 2008, 28 novembro - despacho de encerramento do processo de classificação do Diretor do IGESPAR, I.P..

 

Texto - Fonte: Direção-Geral do Património Cultural http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=20400

 

 

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