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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

27
Mar15

Discursos Sobre a Cidade - Por Francisco Chaves de Melo


discursos-chico

 

Geriatria gratuita.

 

Não terá havido político consciente que nos últimos 30 a 40 anos não tenha prometido desenvolver a oferta educativa gratuita para todas as crianças e jovens, alargando de década para década, o número de escolas e anos de escolaridade obrigatória. Atualmente, essa obrigatoriedade de frequência estende-se até que um jovem perfaça 18 anos.

 

Se no litoral do país, nas grandes cidades, o abandono escolar precoce ainda se envolve de atualidade e é ainda necessário garantir escolaridade obrigatória para todas as crianças e jovens até ao 12º ano, no interior esse objetivo já perdeu força em virtude de o abandono escolar se ter eclipsado pela quebra acentuada da natalidade. Mas terá a promessa de escola gratuita para todos ainda a mesma força mobilizadora dos últimos anos?

 

A pergunta surge para nós porque o debate sobre a oferta educativa já não se situa na ampliação, mas na sua inexorável redução. Não se debate, agora, a necessidade de haver escola para todos, mas sim sucesso escolar para os poucos que a frequentam, ou quando não o seu encerramento. Relembro que ainda no início do ano letivo se assistiu ao fecho de mais escolas por falta de alunos no nosso concelho. Esta calamidade demográfica, infelizmente, vem sendo recorrente nos últimos 12 anos. Pode ser coincidência, mas o facto é que se iniciou com a gestão municipal do PSD de João Batista.

 

Os dados demográficos que se reproduzem na imagem espelham com clareza a tendência decrescente de crianças e jovens entre os 0 e os 14 anos no concelho, ao mesmo tempo que revelam um crescimento do número de idosos entre os 75 e mais de 85 anos. Esse crescimento de idosos nos últimos 5 anos ultrapassou a meia dúzia de centenas.

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Deverão estes dados fazer-nos repensar objetivos? Será agora necessário que em vez de educação gratuita se exija geriatria gratuita?

 

Que políticas municipais temos em execução no concelho que garantam o máximo grau de independência aos idosos? Que estratégia existe para a manutenção da funcionalidade decorrente da redução da capacidade de adaptação a sobrecargas funcionais decorrentes da idade avançada? E deteção precoce de problemas funcionais, quem a faz? Já agora, com as polémicas à volta do nosso hospital, quem garante tratamentos atempados no concelho ou mesmo no distrito?

 

Outras questões poderão ser colocadas, questões que podem ir desde saber se existem maus tratos a idosos, se os medicamentos são usados racionalmente, de que modo se estimula a prática de atividade física ou se é realizada formação para os cuidadores de idosos.

 

Pelo exposto, não será legítimo exigir a uma gestão autárquica atenta às pessoas que, no mínimo, procedesse à elaboração de um estudo para a criação e desenvolvimento de um programa de apoio à população idosa do Concelho? Estudo que permitisse determinar a importância de disponibilizar uma Unidade Móvel de Saúde – UMS – pluridisciplinar, composta por um enfermeiro, um nutricionista e um assistente social? Não seria importante que essa equipa fosse responsável pelo acompanhamento domiciliário dos idosos, nas áreas prioritárias seguidamente discriminadas:

 

a) Medicação a tempo e horas (renovação do receituário);

b) Alimentação que dá vida (Combate à diabetes, ao tabagismo e/ou ao alcoolismo);

c) Ajuda na hora, procurando dar resposta social aos idosos isolados, nomeadamente na prevenção da doença, no apoio àqueles que têm mobilidade reduzida e estão integrados em famílias carenciadas.

 

Na minha opinião, tal unidade móvel poderia assegurar, preventivamente, rastreios de colesterol, diabetes, tensão arterial, visão e audição, realizando ainda pequenos exames médicos (exames respiratórios e pequenos curativos). Insisto, por isso, na necessidade de criação da unidade móvel e também penso que essa unidade móvel deverá desenvolver a sua ação, em parceria com os centros de saúde e a Segurança Social, mas em estreita coordenação com os diversos centros de dia, com as respetivas juntas de freguesia e, bem assim, com as IPSS sedeadas no concelho.

 

Esta iniciativa será, seguramente, bem acolhida pela população do Concelho, particularmente, pela população mais idosa, sua destinatária, proporcionando-lhe outra qualidade de vida.

 

Infelizmente a atual gestão municipal tem uma visão politizada do apoio aos idosos, criou por isso a “Chaves Social”, associação sujeita ao seu domínio político desde a contratação de pessoal à gestão quotidiana, já que não vive do apoio dos seus associados e subsiste com os sucessivos e avultados subsídios que recebe da Câmara e da EHATB.

Francisco Chaves de Melo

 

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