Festival Galego Outono Fotográfico em Chaves
Inaugura hoje a terceira exposição, na cidade de Chaves, do Festival Galego de Fotografia - Outono Fotográfico. A Edição deste ano em Chaves contou com os fotógrafos flavienses Humberto Ferreira no mês de outubro, António de Souza e Silva no mês de novembro e inaugura hoje a de Fernando DC Ribeiro, que estará patente ao público todo o mês de dezembro e extra Outono Fotográfico durante o mês de janeiro de 2018, na Galeria da Adega do Faustino, uma das galerias que nos últimos anos tem estado associada a este festival galego.
A temática do Outono Fotográfico deste ano é: descrenza/disbelief /descrença – e é dentro deste temática que Fernando DC Ribeiro apresenta a exposição intitulada “Resistentes”, abordando em geral a ruralidade, envelhecimento e despovoamento da nossa região.
Resistentes
Perdem-se na névoa dos dias, a mesma que lhes humedece o olhos e turva o olhar. Sabem que são os resistentes, os últimos. Saudades já não têm, perderam-nas em esperas inúteis, vestem de escuro, de preto, é nele que conjugam as juras eternas, nunca cantaram o fado, o triste fado, mas de terem andado abraçados a ele toda uma vida, conhecem-no tão bem como a palma das suas mãos e há muito sabem que quem se perde no nevoeiro, jamais regressará. Restam-lhes as horas de um relógio com ponteiros que teimam após cada volta dar outra volta, mas sabem que um dia, quando não tiverem quem lhes dê corda, os ponteiros pararão.
O OUTONO FOTOGRÁFICO é um festival galego de fotografia, o decano da península ibérica, que atinge este ano de 2017 a sua 35ª edição e celebra-se nos meses de outubro, novembro e dezembro, em várias cidades galegas e portuguesas do Norte de Portugal, entre as quais a cidade de Chaves, na galeria da Adega do Faustino. Este ano o festival é subordinado ao tema descrenza/disbelief /descrença. «Entre o val e a crista da vaga vivimos: dende a crista avistamos apenas horizontes ou «aforas» imprecisas, e de volta ao val, coa memoria e os sentimentos armamos «adentros» e identidades cos que afrontar de novo o ascenso á crista. O documentar e inventar sobre o «fóra» e o «dentro», sucédense na história da fotografía de vaga en vagas nun entramado fecundo autointerferido proteico. Documentar e inventar: entre a acción de Francesc Boix, fotógrafo que cos negativos expropiados en Mauthausen e a súa testemuña en Nürnberg combateu o terror nazi, e as docufábulas de Jeff Wall ou Cindy Sherman cohabitan multitude de formalizacións fotográficas comprometidas coa contemporaneidade humanista, mais o terreo no que operar é infindo: para alterar o método, aventurarse na refutación do evidente e descrer a evidencia; dilucidar e raer os camiños da reflexión que nos reconecten co medio natural e o ser humano, que conduzan neste a respectar a complexidade magnífica da sua «diversidade» identitaria e naquel a rescatar o seu carácter radical de «ser vivo» e descrer así os modelos decretados, descrer para avanzar. Característica esencial da evolución, da ética e do coñecemento: a descrenza. Eis o tema da XXXV edición do OF.»
P.S.
Só me resta mesmo agradecer ao Humberto Ferreira a montagem desta exposição, sem a ajuda do qual, a mesma, não seria possível.