Flavienses por outras terras - João Afonso
João Afonso
Nesta crónica do espaço “Flavienses por outras terras” vamos até ao outro lado do Atlântico, mais concretamente até ao Rio de Janeiro, a “Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil…”
É lá que vamos encontrar o João Afonso.
Onde nasceu, concretamente?
Nasci no Largo da Falgueira, na aldeia de Noval.
Nos tempos de estudante, em Chaves, que escolas frequentou?
Não frequentei a escola em Portugal, apenas no Brasil.
Em que ano e por que motivo saiu de Chaves?
Saí no ano de 1956, em Dezembro, com 5 anos e meio, ainda sem conhecer o meu pai.
Em que locais já viveu ou trabalhou?
Para além de varias localidades no estado do Rio de Janeiro, vivi e trabalhei no sul do Brasil, uma região com características europeias, convivendo com ucranianos, japoneses, polacos, entre outras nacionalidades. Também vivi em Angola durante 2 anos, enquanto trabalhei num projeto de barragem hidroelétrica.
Diga-nos duas recordações dos tempos passados em Chaves:
Apesar da idade, por natureza, tenho boa memória e recordo-me de uma segada, das vindimas e de uma matança de porcos, para além da aldeia, todos os cantos onde estive ainda miúdo, algumas personalidades da época e familiares, obviamente. Recordo também a casa onde vivi bons momentos de imaginação e sonhos, convivendo sempre com os animais da casa, as árvores e tudo o que eu alcançava ou que me era permitido.
Proponha duas sugestões para um turista de visita a Chaves:
A cidade de Chaves e arredores dispõem de opções para todos os gostos e interesses. Passear pelo centro histórico, respirar o ar da cidade e vislumbrar o Tâmega já enche os olhos. Visitar uma aldeia seria interessante para perceber como viveram, o que construíram os nossos antepassados, o trabalho do campo no formato tradicional, contemplar a paisagem, deliciar-se com bom vinho, a gastronomia, a água pura da montanha…
Estando longe de Chaves, do que é que sente mais saudades?
Sem dúvida, primeiramente, do carinho dos familiares. Saudades também da vida e da dinâmica que a aldeia possuía, hoje um pouco deserta, quase morta, pela ausência de população - um palco magnífico sem os artistas que preservavam a cultura familiar e do campo…
Com que frequência regressa a Chaves?
Conforme a disponibilidade no trabalho e compromissos.
Gostaria de voltar para Chaves para viver?
Sem dúvida, faz parte dos nossos planos vivermos, pelo menos, 6 meses em Portugal e 6 meses no Brasil. Em Portugal éramos 2 irmãos, hoje, aqui no Brasil, somos 4. A família é composta por cerca de 35 pessoas no Rio de Janeiro, além de outros estados, Portugal e América do Norte. São 9 bisnetos da minha mãe, ainda crianças. Portanto, temos que dividir o tempo de estadia…
O espaço “Flavienses por outras terras” é feito por todos aqueles que um dia deixaram a sua cidade para prosseguir vida noutras terras, mas que não esqueceram as suas raízes.
Se está interessado em apresentar o seu testemunho ou contar a sua história envie um e-mail para flavienses@outlook.pt e será contactado.