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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

05
Dez20

O Barroso aqui tão perto - Parada

Aldeias do Barroso do Concelho de Montalegre


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PARADA - MONTALEGRE

 

 

Há pecado leves, sem importância nenhuma, que se cometermos um, ninguém leva a mal,  quanto aos graves, esses, são imperdoáveis, de levar mesmo a mal, e quem sentir isso, têm toda a razão, mesmo que o pecado seja cometido sem premeditação, é na mesma pecado. Pois eu ia cometendo um, felizmente que dei conta ainda a tempo, ainda dentro de prazo, mesmo que um pouco deslocado, mas o que interessa, é não ter cometido esse pecado, e este, seria mesmo imperdoável, pois quem seria lesado, não o merece, antes pelo contrário.

 

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Aquando da publicação do post das aldeias dos colonos do Barroso, dei como encerrada a abordagem das aldeias do Barroso de Montalegre, ficaria apenas a vila sem post, para em tempo oportuno vir por aqui. No entanto há dias, á procura de uma foto no meu arquivo das aldeias de Montalegre, entrei na aldeia de Parada, e para espanto meu, dei-me conta que tinha passado por cima desta aldeia sem a abordar.

 

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Não sei como aconteceu, tanto mais que levava a abordagem das aldeias por ordem alfabética, mas a verdade é que aconteceu, e seria pena não termos aqui Parada, pois lá paradinha no seu sítio, é uma das aldeias mais bonitas de Montalegre, não só que em vê na sua intimidade, mas também que a vê à distância, mas também e ainda há a acrescentar a beleza dos olhares que desde lá se podem lançar, quer para a barragem de Paradela, quer para a Serra do Gerês, e até as aldeias vizinhas ganham em beleza quando vistas de Parada, tal como acontece com a aldeia de  Outeiro.

 

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Agora sim, o concelho de Montalegre, quanto ás suas aldeias, fica completo, com todas as aldeias com espaço neste blog. Claro que vamos continuar pelo concelho, não só com a vila de Montalegre, mas também com alguns lugares e pormenores que ainda queremos visitar e registar, além dos dias de neve que sempre nos atraem até lá, algumas sextas-feiras 13, etc. Motivos nas nos faltam, muitas vezes, ou quase sempre, falta é o tempo.

 

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Mas hoje o tempo do blog é para a aldeia de Parada, ainda para mais que tem o mesmo topónimo da aldeia de toda a minha família paterna, o que agravava ainda mais o pecado de não a trazer aqui.

 

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Vamos então até Parada de Montalegre, com partida, como sempre, da cidade de Chaves e pelas estradas que mais gostamos de percorrer, ou seja a nossa estrada do S. Caetano, com passagem por Soutelinho da Raia para logo de seguida fazermos a entrada no concelho de Montalegre, com Meixide a surgir-nos no horizonte mais próximo, embora a nossa atenção vá sempre para o horizonte um pouco mais distantes, para a serra do Larouco, desde onde se vê com toda a sua imponência e que desde que passaram por aqui as crónicas de António Granjo, passei a ver também a imagem que ele via no Larouco, a de um grande lagarto com a cabeça virada para Montalegre e a longa cauda a entrar pela Galiza adentro. Quando forem de Chaves por este trajeto, mesmo na entrada do concelho de Montalegre, deitem um olhar para o Larouco e vejam se realmente está lá o lagarto ou não, sem ser necessária muita imaginação, desde que não seja e dia de neve, que aí, camuflado de branco, ninguém dá por ele…

 

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Atrás ficámos em Meixide onde, para chegar a Montalegre, pode optar ir por Pedrário, Sarraquinos… oui então por Vilar de Perdizes, Solveira, etc. Este último trajeto tem melhor estrada, no entanto o outro troço, como se tem de fazer com menor velocidade, aprecia-se melhor a paisagem, e as suas aldeias.

 

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Chegado a Montalegre, continua-se para o Baixo Barroso, em direção ao campo de futebol/Sr. da Piedade, sempre sem enganar até Sezelhe, onde o cruzamento poderá suscitar algumas dúvidas, mas basta seguir em frente, as placas ajudam,  e lá aparece uma a indicar Parada, conjuntamente com Tourém, Pitões, Outeiro, Paredes, Covelães e Travassos, apenas alguns dos muitos destinos do Barroso que ainda há pela frente.

 

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Logo a seguir a Sezelhe, temos que atravessar o ribeiro de Lamachã, muito discreto e perdido entre lameiros, mas a marcar a entrada no Parque Nacional da Peneda-Gerês, estamos a entrar noutro mundo, embora ainda Barroso, mas com uma forte presença da Serra do Gerês, por um lado a impor-se como uma barreira natural que por sua vez impõe outros modos de vida e até algumas regras a cumprir, regras de conservação e preservação da natureza, algumas delas de interdição a determinadas áreas ou limitadas a número de pessoas, sendo nalguns casos necessária autorização prévia para aceder a elas, mas não é o caso do acesso às aldeias do Parque Nacional, na qual também está incluída a aldeia de Parada, as regras mais restritas, vão aumentando conforme se sobe em altura na Serra do Gerês.

 

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Isto das regras de circulação e acessos à Serra do Gerês, é uma coisa a ter em conta, pois corre o risco de ver frustrado um passeio pela serra, ou se transgredir, a ser multado por andar onde não deve, assim, se o seu destino for para ir pela serra acima, convém informar-se previamente num posto de informação do parque, em Montalegre, há um no Ecomuseu de Barroso, ou então na internet na página oficial do parque. Digo isto porque estando em Parada, ou noutra aldeia das faldas da Serra do Gerês, há caminhos para subir a serra, e às vezes podem ser uma tentação para entrar neles e subir à descoberta, tanto mais que a paisagem convida.

 

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Regressemos ao nosso itinerário, depois de Sezelhe e de fazermos a entrada no Parque Nacional, temos pela frente as aldeias de Travassos do Rio, Covelães, Paredes do Rio e Outeiro, logo a seguir, a menos de 1Km, temos a nossa aldeia de hoje – Parada. Atenção em Outeiro, no cruzamento de entrada desta aldeia, devemos seguir em frente e passar-lhe ao lado. Parada é fim de linha, a estrada termina na aldeia, a partir de aí só o caminho para a Serra do Gerês, ou seja, depois de visitar a aldeia, terá que voltar para trás. Mas para ter uma ideia e melhor localização, ficam os nossos mapas:

 

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Quem acompanha o blog e estes nossos destinos do Barroso, sabe que em geral nunca voltamos a casa pelo mesmo caminho, assim, depois de visitar Parada, regresse a Outeiro e aqui, agora sim, abandone a estrada e entre na entrada da aldeia, numa descida um pouco acentuada e em curva contra curva e em frente à igreja, siga com destino a Paradela do Rio, numa estrada sempre sobranceira à barragem. Em Paradela, no cruzamento de entrada da aldeia, siga em direção a Loivos, Fiães do Rio, Vilaça e São Pedro. Já estamos no regresso a casa pela M514. Em São Pedro vamos entrar no CM1011, nesta devemos seguir à direita, para a esquerda regressaríamos a Sezelhe e Montalegre, mas nós voltamos à direita, em direção Contim e Brandim, logo a seguir entramos na N103 (estrada de Braga-Chaves), mesmo em frente à Barragem dos Pisões, a partir de aí, todos os caminhos vão dar a Roma, mas se quiser regressar a Chaves mais direto, basta seguir à esquerda pela N103 até Chaves.

 

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Sobre a aldeia, daquilo que vimos, gostámos. Logo na entrada e num dos pontos mais altos da aldeia, existe um largo/miradouro desde onde se podem lançar olhares para a aldeia, mas também para a barragem de Paradela e para a Serra do Gerês. O casario da aldeia é de povoamento concentrado num antigo núcleo, com casas tipicamente barrosãs, de granito à vista assente com junta seca e os telhados ainda com o murete de pedra que servia amparo às antigas coberturas de colmo. Também existem alguns canastros (espigueiros se preferirem) e latadas de videiras sobre algumas ruas, o que, para além de nos indicar um dos modos de vida da aldeia, a agricultura, dá um mais castiço a estas aldeias Barrosãs, que as diferencia das aldeias do Alto-Barroso.

 

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Estamos no Baixo-Barroso, mas que ao contrário do Alto-Barroso com características bem definidas, quer no tipo de aldeamento quer na paisagem, o Baixo-Barroso vai-se alterando conforme as serras que tem na proximidade. Esta aldeia de Parada já está naquele Barroso bem singular da Serra do Gerês que se vai estendendo desde Pitões das Júnias até Fafião, aldeias implantadas mesmo ao lado do grande rochedo despido e bruto do Gerês, mas aproveitando o aconchego entre montanhas, nas vertentes das terras mais baixas onde as manchas pintadas com o verde dos campos cultivados e das pastagens se torna mais intenso, dando uma beleza única a todo este Barroso. É por isso que o Barroso apaixona todos os que gostam da natureza, não só da selvagem e natural, mas também da natureza humana que o povoa.

 

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E fico-me por aqui na descrição daquilo que vi na aldeia e nas redondezas, pois por mais que insista em procurar palavras para descrever todo este pequeno mundo, ficarei sempre aquém da realidade, e depois aquilo que os meus olhos veem, são indiscritíveis em palavras e pela certa, diferentes dos olhares de cada um.

 

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Para além daquilo que os nossos olhos veem, há também aquilo que eles não veem, não por estarem distraídos com outros olhares, mas porque só se vê aquilo que é visível, e para ser visível temos que ir aos locais de onde se veem, e às vezes não vamos, acontece-nos frequentemente, isto porque gostamos de entrar nestas terras com o olhar virgem para deixar que a descoberta nos surpreenda, nos impressione. Nunca vamos à procura de nada, mas apenas daquilo que encontramos, deixando que a curiosidade do olhar conduza os nossos passos para a descoberta deste lugares e aldeias.

 

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Claro que ser, estar e agir, tem as suas vantagens, mas também os seus inconvenientes e quando chegamos à hora da feitura destes posts e procuramos alguma informação sobre estes lugares e aldeias, às vezes apercebemo-nos de que algo de importante ou interessante nos escapou, que por não sabermos da sua existência não fomos a esses lugares, não lançamos o nosso olhar, não fizemos o registo. Aqui em Parada, pelo menos, sei-o agora, não estivemos num lugar que deveríamos ter visitado – O fojo do lobo.

 

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Não fomos lá, mas fica aqui a descrição dele, tal qual a encontrámos na página oficial da Câmara Municipal de Montalegre, online na internet (consulta de hoje):

 

Monumento localizado a uma altitude média de 890 metros, no interior do Parque Nacional da Peneda-Gerês. A vegetação é densa, tendo o fojo ardido recentemente. Trata-se de um muro em granito, fechado em redor de um grande penedo, que forma um recinto apenas acessível pelo lado exterior. Tem uma porta, antigamente utilizada pelos populares para colocar o isco, proceder a operações de manutenção e limpeza, e para entrar no interior da área murada quando um lobo aí era encurralado. Com cerca de 60 metros de diâmetro médio, é o maior fojo deste tipo na península ibérica. Uma das suas particularidades estruturais é o reservatório de forma quadrangular escavado no afloramento rochoso no qual assenta o penedo central, que assumia a função de bebedouro para o animal, utilizado como isco. O chamariz utilizado podia também ser uma cabra viva, oferecida pelos moradores da freguesia de Outeiro interessados na captura.

 

Coordenadas GPS: 41.815289 e -7.953511

Altura: 886 m

 

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Mas esta de não ir a estes lugares por os desconhecer é também uma tática nossa, embora não propositada, mas que nos serve de desculpa ou pretexto, para fazer uma nova visita a aldeia e registarmos aquilo que nos escapou.

 

E estamos quase a concluir este post, com um pedido de desculpas à aldeia de Parada por só agora a trazermos aqui, mas mais vale tarde que nunca, mas para compensar este atraso e o ter saído da “caixa” das restantes aldeias do concelho de Montalegre, prometemos que em breve e/ou logo que esta coisa da pandemia desapareça, voltamos a Parada para novos registos, para irmos ao fojo do lobo e se possível, pois não sei se é transitável e permitido, subir um bocadinho na Serra do Gerês para mais uma foto mais de perto, embora à distância, da capela do São João da Fraga. Fica prometido.

 

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E agora para terminar, o nosso habitual vídeo com todas as imagens da aldeia de Parada que foram publicadas hoje neste blog.  Vídeo que podem ver aqui, no meu canal do YouTube e agora também, este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

Aqui fica o vídeo, espero que gostem:

 

 

Quanto às aldeias do Barroso de Montalegre, voltaremos aqui na próxima sexta-feira com mais um vídeo e algumas imagens da aldeia de Paradela do Rio.

 

 

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