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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

13
Dez20

O Barroso aqui tão perto - Quintas

Aldeias da Freguesia de Beça - Boticas - Barroso


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QUINTAS - BOTICAS

 

Continuamos no Barroso do concelho de Boticas, na freguesia de Beça, hoje na aldeia de Quintas, uma das aldeias que é atravessada pela R311, a dois passos da sede do concelho.

 

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Uma aldeia que serve também de passagem para grande parte das aldeias do concelho de Boticas, colada à Carreira da Lebre que é o grande entroncamento do concelho de Boticas, onde nasce a N312, com ligação a Ribeira de Pena, por um lado e a M529 e CM1037 que faz ligação à N103.

 

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Embora entre Botica e Quintas sejam apenas 3Km e nestes não haja construções que façam a ligação física com a sede do concelho, a distância é insignificante, já a ligação à Carreira da Lebre é bem visível, o que faz com que esta aldeia de Quintas, embora mantenha a sua singularidade como aldeia, já sai um bocadinho fora dos padrões da aldeia típica barrosã, começando logo pelos setores de atividade económica que vão além do primário, pois embora em pequena escala, já aparecem os setores secundário e terciário, isto contando com o que existe na Carreira da Lebre.

 

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Carreira da Lebre que, administrativamente não existe como localidade, embora conste como uma das povoações da freguesia de Beça, e de facto ou na realidade trata-se mais do crescimento natural da aldeia de Quintas em direção ao entroncamento de estradas, que tal como a maioria dos entroncamentos de vias principais são atrativos para a localização de alguns serviços e indústrias, como é o caso, com hotel, restaurantes, posto de abastecimentos de combustíveis, pequenas industrias e comércio e ainda, penso que se poderá incluir, o Boticas Parque – Natureza e Biodiversidade. Mas isto sou eu a supor, pois tudo indica que assim seja.

 

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Pelo que até aqui se disse, já quase servia para localizar a aldeia de Quintas, mas vamos completar com os nossos mapas e com o itinerário a partir da cidade de Chaves, onde4 mais uma vez nos vamos servir da N103 (estrada de Braga) com passagem por Curalha, Casas Novas, São Domingos, Sapelos e Sapiãos onde se deve abandonar a N103 e tomar o desvio para Boticas, nesta atravessa-se tomando logo na primeira rotunda a variante à vila, ou se preferir pode ir mesmo pelo interior da Vila, depois é só tomar a saída em direção a Ribeira de Pena, Salto e Braga, pela R311, logo a seguir (3Km) temos a aldeia de Quintas.

 

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Mas atenção que a aldeia não se desenvolve só ao longo da estrada, pois tem dois pequenos núcleos que aparentemente até são os mais antigos, do lado esquerdo da estrada, isto no sentido da Carreira da Lebre, ou seja, na parte mais baixa da aldeia, onde se encontram também os terrenos agrícolas na pendente para uma linha de água aí existente.

 

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Quanto a equipamentos comunitários, tem o forno do povo, que até pode ser antigo mas com intervenções  e a capela, dedicada a Nossa Senhora da Saúde tendo na fachada principal um portal rectangular, ladeado por dois óculos, e no alongamento da cumeeira um campanário com remate triangular encimado por uma cruz. No interior da capela destaca-se o altar-mor em talha dourada. Nos muros de vedação do recinto confrontante com a igreja e a estrada tem ainda dois nichos, um de cada lado da entrada, ambos com imagens de nossa senhora, mas um numa pequena escultura e o outro pintado em azulejos, este mais próximo das habituais alminhas.

 

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Quanto à aldeia, para além dos seus dois núcleos perfeitamente consolidados e destacados na parte mais baixa da aldeia, vai-se desenvolvendo ao longo da estrada até à Carreira da Lebre (quase 1Km) com construções mais recentes, principalmente de finais do século passado e já dos anos 2000.

 

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Para ter uma ideia e vistas excelentes sobre a aldeia, nem há como subir ao miradouro de Boticas, cujo acesso se faz precisamente a partir desta aldeia de Quintas. Esta assinalado em placa na estrada conjuntamente com as saídas para as aldeias de Torneiros e Seirrãos. Vale a pena subir até ao miradouro, não só pelas vistas sobre a Vila de Boticas mas também sobre outras aldeias mais próximas.

 

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Esta última imagem que ficou atrás, são de adegas escavadas na rocha que nos levam também até aos afamados vinho dos mortos, que são um dos ex-libris de Boticas.

 

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Vinho dos Mortos

 

Na monografia de Boticas “PRESERVAÇÃO DOS HÁBITOS COMUNITÁRIOS NAS ALDEIAS DO CONCELHO DE BOTICAS”, sobre o vinho dos mortos, encontrámos o seguinte:

 

Ao se ouvir falar em “Vinho dos Mortos” associa-se de imediato a designação ao Concelho de Boticas. Tal terminologia tem despertado o interesse de numerosos estudiosos e não deixa indiferente o mais comum dos mortais, que de imediato se lança em inúmeros raciocínios, procurando “desvendar” o mistério e descobrir a origem de tal terminologia.

 

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Entre as várias explicações existentes para esta denominação surge uma que, pela precisão com que se refere a factos históricos e pela comprovada veracidade científica do processo, tem vindo a ganhar terreno. Esta história leva-nos até ao ano de 1807, altura em que as tropas francesas, comandadas pelo general Soult, invadiram pela segunda vez Portugal.

 

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Quando os franceses invadiram a região, o povo, com medo que estes lhes pilhassem as suas colheitas e os seus outros bens, escondeu o que conseguiu, usando das formas mais expeditas: o vinho foi enterrado no chão das adegas, no saibro, debaixo das pipas e dos lagares.

 

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Mais tarde, depois dos franceses terem sido expulsos, os habitantes recuperaram as suas casas e os bens que restaram. Ao desenterrarem o vinho, julgaram-no estragado. Porém, descobriram com agrado que estava muito mais saboroso, pois tinha adquirido propriedades novas. Era um vinho com uma graduação de 10º/11º, palhete, apaladado, e com algum gás natural, que lhe adveio da circunstância de se ter produzido uma fermentação no escuro e a temperatura constante.

 

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Por ter sido “enterrado” ficou a designar-se por “Vinho dos Mortos” e passou a utilizar-se esta técnica, descoberta ocasionalmente, para melhor o conservar e optimizar a sua qualidade.

 

Assim, nasceu uma tradição de “enterrar” o vinho pelo menos durante um ano, que se foi transmitindo de geração em geração.

 

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Hoje são já poucos os agricultores que mantêm viva esta tradição, sendo certo, todavia, que são as vinhas sobranceiras à Vila de Boticas e da Granja, nas encostas aí existentes, que possuem as condições de clima e solo adequadas à produção deste precioso vinho, o qual, não sendo abundante, tem no entanto sabor agradável que bem merece ser apreciado.

 

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E sobre a aldeia de Quintas é tudo, só nos resta deixar o vídeo resumo com todas as imagens aqui publicadas. Espero que gostem.

 

 

Agora também podem ver este, e outros vídeos, no Meo Kanal nº 895 607

 

 

 BIBLIOGRAFIA

CÂMARA MUNICIPAL DE BOTICAS, Preservação dos Hábitos Comunitários nas Aldeias do Concelho de Boticas - Câmara Municipal de Boticas, Boticas, 2006

WEBGRAFIA

http://www.cm-boticas.pt/

 

 

 

 

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