O Barroso aqui tão perto - Solveira
Aldeias do Barroso - Concelho de Montalegre
SOLVEIRA - MONTALEGRE
Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de SOLVEIRA, concelho de Montalegre.
Hoje podemos dizer que vamos para o Barroso aqui tão perto, mesmo bem perto, a apenas meia hora de viagem que, mais ou menos devemos demorar para percorrer os 28 km que nos separam desta aldeia do Alto-Barroso. Para lá chegarmos, basta tomar a estrada do São Caetano, passar por Soutelinho da Raia (a última aldeia do concelho de Chaves), entrar no concelho de Montalegre, passar por Meixide, depois ao lado de Vilar de Perdizes e finalmente Solveira. Atenção que é preciso sair da estrada principal, pois já foi tempo que esta passava por Solveira, foi assim até a construção de uma variante à aldeia, mas basta ir com atenção à placa (um desvio para a direita), que fica logo a seguir ao Santuário da Nossa senhora da Saúde de Vilar de Perdizes.
Solveira é uma das grandes aldeias do concelho de Montalegre, hoje mais em casario que em população, que esta, tal como na grande maioria das aldeias do interior, principalmente os mais jovens, procuraram outros destinos para fazer as suas vidas, mas mesmo assim, há que nunca abandone o berço, e a terra que o viu nascer, é ou foi a terra que o viu viver e que lhe há de dar sepultura quando morrer. Gente interessante, por sinal, como o Sr. Jaime um artista de trabalhar o ferro e com o ferro, com amor à profissão de ferreiro quando necessário, como de serralheiro quando era preciso ou de arranjador de coisas em ferro, fechaduras, máquinas, geringonças, e outros mecanismos de ferro que avariavam. Hoje (passámos por Solveira em março de 2016 pelo que espero que o Sr. Jaime esteja ainda com vida e de boa saúde) continua a trabalhar, embora reformado, agora trabalha por prazer, repara máquinas e outras que vai juntando e colecionando, até malhadeiras, disse-nos ter 7, todas a funcionar, mas maioritariamente é o seu próprio cliente, sem prazos de entrega, pois o que arranja é para ficar numa espécie de museu de antiguidades onde passa e dedica os seus dias. Um armazém que foi oficina, está repleto de tudo, algumas peças subiram à sua habitação e hoje servem de decoração, mas funcionam, outras hão de subir, ou não. Pois foi um prazer termos conversado com este Senhor, o Sr. Jaime que nos recebeu na sua oficina e na sua casa, com muitas estórias para contar para todo o dia de muitos dias, assim houvesse oportunidade para as contar. Ouvimos algumas, mas tínhamos de partir à descoberta da restante aldeia e das outras aldeias do Barroso.
Em geral, no levantamento fotográfico das aldeias, costumamos estar à volta de 45 minutos a 1 hora, ou menos, mas em Solveira foi diferente, não só pela aldeia ser grande, mas também pela conversa com o Sr. Jaime pelo qual soubemos que haveria nessa tarde um ato religioso na aldeia, o percurso do calvário. Acontece que era 25 de março de 2016, nesse ano, sexta-feira santa onde os atos religiosos deste dia se repetem um pouco por algumas aldeias. Ficámos por lá à espera, e fomos mantando o tempo com cliques, a tudo, até a absurdos e alguns disparates e contrates, um deles a forma como a EDP fere as paisagens rurais e estes núcleos populacionais rurais, implantando postes, fios, armários, PT’s, etc., onde lhes dá a gana ou mais jeito, sem qualquer respeito pela aldeia e pelos seus monumentos com as aberrações que praticam.
Solveira implantada em terras alta do Alto-Barroso, com o Larouco mesmo ao lado, vai recebendo com frequência os nevões de inverno, coisa bonita de ver para quem não tem de viver dias a fio debaixo de um nevão em que imobiliza as aldeia e as suas vidas, mas há sempre afazeres que os obriga a andar ao frio e na neve, principalmente os criadores de gado que ficam sem pastagens e têm de alimentar o gado, nas cortes, quando o frio chega a doer e têm de aquecer as casas para poder sobreviver, não com a eletricidade da EDP cujo custo é um luxo, mas com lenha nas lareiras e salamandras. Talvez dias felizes para as poucas crianças que a aldeia ainda tem, mas nem tanto para que a neve lhes tolhe os dias. Mas que é bonito ver estas aldeias debaixo de um manto de neve, lá isso é.
E está na hora de fecharmos as portas a este post, o qual aproveitámos para deixar mais imagens de Solveira que escaparam à seleção anterior, aquando deixámos aqui o post completo dedicado à aldeia. Post esse para o qual fica link no final, após o vídeo.
E agora sim, vamos ao vídeo que afinal é a principal razão deste post, Vídeo onde reunimos todas as imagens até hoje publicadas aqui no blog e estratos de um vídeo (mesmo vídeo) que fizemos numa passagem pela aldeia, a caminho de Montalegre. Espero que gostem.
Aqui fica:
Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607, já está online.
Post do blog Chaves dedicados à aldeia de SOLVEIRA:
https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-solveira-1364977
E quanto a aldeias de Montalegre, despedimo-nos até à próxima sexta-feira em que teremos aqui a aldeia de TABUADELA.