O Barroso aqui tão perto... Tabuadela

Ago16

O Barroso aqui tão perto... Tabuadela

Falhámos no último fim-de-semana, mas estamos de regresso ao Barroso do concelho de Montalegre, hoje com a aldeia de Tabuadela, da freguesia de Salto, recordando um dia de visitas cheio de descobertas e surpresas, porque na realidade ficámos surpreendidos com o que vimos.

Visitas que nem sempre conseguimos documentar previamente conforme seria desejado, ou porque ainda não tínhamos documentação ou porque não tivemos tempo, pelo que às vezes nas localidades que visitamos ficam de fora coisas que deveria ser obrigatório visitar e se possível registar em fotografia. Foi o caso do Pisão de Tabuadela, que sinceramente, só hoje tivemos conhecimento de que existia.

Não vimos o pisão mas pelo menos podemos falar dele, trazendo aqui a sua descrição conforme consta no site do Município de Montalegre: “ Trata-se de um engenho em madeira constituído por uma roda motriz hidráulica, o eixo, os maços e a masseira. Apesar da finalidade principal do pisão ser a de conceder uma textura mais compacta aos panos de lã, na maioria dos casos é também empregue para fortalecer cobertores ou mantas com algum uso e para tingir tecidos. O processo de pisoagem consiste na lavagem, no pisoamento propriamente dito (os panos são revolvidos e batidos pelos maços, apertando a teia e a trama) e no acabamento (os panos são postos a secar ao sol)”

Temos também sempre curiosidade em saber qual a origem do topónimo. Pelas pesquisa que fiz o topónimo poderá ter origem em “tábua” que se regressarmos a tempos antigos teria significado de chão ou chã, de terra chã, de terrenos planos ou planálticos. E de facto Tabuadela a quase mil metros de altitude, entre montanhas, mantém os seus terrenos (à volta da aldeia) mais ou menos à mesma cota. No entanto os topónimos com origem em tábua costumam trocar o “u” de tábua por um “o”, como por exemplo “Tabolado”, mas há muita exceções, no entanto o topónimo galego Taboadela, não é uma delas. Salvo melhor definição e origem, fico-me por esta, que vale o que vale.

Vamos então continuar por Tabuadela, que à falta de mais documentação, passamos para as nossas impressões e descrições daquilo que por lá observámos.

O que por lá observámos e quem nos observava a nós, como foi o caso das vacas de raça barrosã a fazerem jus à região do Barroso, que simpaticamente posaram para a fotografia. Raça Barrosa que na freguesia de Salto aparece com muita frequência, ao contrário do que se passa noutras freguesias do Barroso onde abundam mais uma mistura de várias raças.

Quando ao casario e população é aquilo que já vem sendo hábito, despovoamento e envelhecimento da população, agora já não é muito hábito encontrámos alguém com tanta frescura com 96 anos como é o caso do Sr. João Alberto, que no largo da Capela tivemos o prazer de trocar algumas palavras.

A existência de espigueiros ou canastros (conforme preferirem) e de grandes dimensões, demonstram bem a riqueza agrícola da terra, no entanto, embora ainda se cultivem alguns campos na proximidade da aldeia, pareceu-me que a maioria são pastagens. Mas de cultivo ou de pastagens, o verde é predominante à volta da aldeia.

E vai sendo tudo, só resta mesmo dizer que saí agradado da aldeia, pela verdura, pelo casario típico, pelas vacas barrosãs e pela paisagem que lá do cimo se avista e se lançam sobre as montanhas, onde no meio delas fomos descobrir mais uma aldeia barrosa, Seara, mesmo no limite do concelho de Montalegre, à beirinha dos concelhos de Ribeira de Pena e de Cabeceiras de Basto.