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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

10
Set18

O Barroso aqui tão perto - Viade de Baixo


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Vamos lá a mais uma voltinha pelo Barroso, que fica aqui tão perto e que é sempre um encanto andar por ele em constante descoberta. Hoje vamos até uma das 3 aldeias que têm como topónimo Viade, neste caso, Viade de Baixo.

 

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Isto de o topónimo principal se repetir em aldeias vizinhas é muito comum em Portugal, aliás no concelho de Montalegre não é caso único, pois nas Penedas (de Baixo, do Meio e de Cima) repete-se o mesmo, também no concelho de Chaves acontece nas Assureiras (de Baixo, do Meio e de Cima).

 

Mas neste caso de Viade, embora exista o Viade de Baixo e o Viade de Cima, a outra aldeia dá pelo topónimo de Antigo de Viade. Quanto ao significado do topónimo, mais à frente abordaremos o tema.

 

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Para já vamos às nossas impressões primeiras tomadas na nossa primeira visita a Viade de Baixo. E digo primeira, porque há aldeias em que ir por lá uma única vez não é suficiente. Aconteceu em Viade de Baixo onde fomos uma segunda vez, mas também uma terceira vez, e agora que comecei a entrar na sua intimidade e história, ou seja, a bisbilhotar nos documentos e publicações, penso que com tempo, uma quarta vez irá ser uma realidade, pois já me dei conta que me escaparam algumas coisas por lá. E confesso a minha culpa, pois poderia não ter acontecido assim.

 

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Pois a primeira vez em que fomos por Viade de Baixo, foi há dois anos, mais precisamente no dia 21 de maio de 2016 a partir das 16H30. Agora que já vou tendo um bocadinho de experiência nesta coisa de recolher imagens mas também conteúdos das aldeias, sei que a partir da hora do almoço é má hora para a fotografia, não só pela luz que é traiçoeira, mas também pelo calor que aperta mais (em tempo quente como foi o caso) e ainda pelos almoços do Barroso que são sempre bons e fartos, o que castra a inspiração, recomendado mais as assossegas.

 

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No trabalho de casa de organização e arquivo das imagens de Viade de Baixo do dia 21.05.16, logo me dei conta que a inspiração não tinha sido muita e que a recolha tinha ficado muito curta, principalmente depois de ter descoberto um lugar no facebook dedicado à aldeia e nele ter visto as imagens que Artur Pastor (https://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_Pastor) por lá tinha recolhido nos anos 50/60. Nesse dia ficou decidida uma nova visita a Viade para uma recolha mais aprofundada.

 

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No dia 14 de junho de 2017, às 15 horas. De novo numa hora não muito própria, mas desta já íamos mais informados pelo que nos resguardámos um pouco no almoço e aproveitámos aquela hora em que eles (almoços) ainda não começaram a fazer efeito. Quanto ao calor e à luz daquela hora, lá teria que ser, nesta nova ida a Viade de Baixo. Desta vez sim, saímos de lá com espírito de missão cumprida, embora como já disse atrás, ainda com algumas falhas.

 

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Mas no entretanto e na recolha de informações para novos roteiros e itinerários, dei-me conta da existência de uma capela no meio do monte. Pela proximidade só poderia pertencer a Viade e como no passado dia 1 deste mês de setembro andávamos por ali nas proximidades, resolvemos partir à sua descoberta, e diga-se, que foi uma descoberta interessante e agradável, não só pelo conjunto da capela, fonte, cruzeiro e cruz, mas também pelas vistas que desde lá se alcançam. Ah! E desta vez chegámos lá ainda antes de almoçar, aliás até estivemos por lá a fazer horas (ou minutos) para chegarmos à mesa à hora certa. Não sei se já deram conta da importância que a mesa barrosã tem nesta coisa das recolhas fotográficas e documentais… aliás há por aqui quem diga que nós vamos para o Barroso mais pela mesa barrosã do que pelas fotografias, o que não é verdade, mas também não é mentira. Digamos antes que é ouro sobre azul…  

 

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Mas entremos na intimidade de Viade de Baixo, mas antes, como de costume, vamos saber onde se localiza e como chegamos lá, sempre a partir da cidade de Chaves. Para melhor localizarmos Viade nem há como dizer que confronta com a Barragem dos Pisões, na sua margem direita, ali por onde a EN 103 vai contornando as curvas da barragem, um pouco antes de se chegar ao paredão da barragem e da aldeia dos Pisões.  Onde atrás se diz que confronta com a barragem, quer dizer-se o território de Viade, pois a aldeia propriamente dita, fica a 800 metros da barragem e entre ambas, mais ou menos a meio, passa a EN103.

 

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Já entenderam que a EN103 pode ser um caminho para lá chegar, no entanto vou recomendar outro itinerário mais interessante, pois parto do princípio que quando vamos para uma destas aldeias, não vamos lá passar o dia todo e pelo caminho podemos ir deitando um olho a outras aldeias, outras paisagens e até fazer umas paragens em locais agradáveis para se estar um bocadinho em maré de apreciação.

 

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Pois desta vez para o nosso itinerário de ida, vou recomendar-vos a estrada do S. Caetano ou de Soutelinho da Raia, se preferirem. Quando deixarem Soutelinho para trás e imediatamente ante de aparecer a placa a anunciar o concelho de Montalegre, há um enorme rochedo junto à estrada, que é de paragem obrigatória, pois é desde aí que se vê todo o planalto do Larouco a rematar na serra. É desde este ponto que a Serra do Larouco mostra todo o seu endeusamento. Eu não fiz promessa de lá parar, mas a grande maioria das vezes paro por lá para tomar a minha dose de contemplação.  

 

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Logo a seguir temos Meixide onde no final da aldeia a estrada se bifurca, com ambos os destinos dirigidos a Montalegre. Devemos optar pelo da esquerda em direção a Pedrário e Sarraquinhos, nesta, logo na entrada devemos entrar dentro da aldeia, atravessá-la e sair em direção a Zebral. Todas esta aldeias são interessantes, assim, se algum motivo o convidar a parar, pare, pois temos tempo para chegar a Viade de Baixo.

 

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Depois de deixarmos Zebral de lado sem entrar nela, seguimos em direção a Vidoeiro, uma das aldeias dos colonos de Salazar, deve ignorar as placas para o Cortiço, mas se passar por lá também fica a caminho, e a pouco mais de 1 km está na “estação de serviço” do Barracão, já na EN103 (estrada Chaves-Braga).    

 

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Aqui começa a segunda parte do nosso itinerário que servirá para ir e mais tarde regressar. Estando no Barracão é só seguir pela EN103 em direção a Braga. Vai passar pela Aldeia Nova do Barroso (outra das aldeias dos colonos de Salazar), por S. Vicente da Chã, por Travassos da Chã (a lado), por Penedones e Parafita e logo a seguir aparecem as placas a indicar a entrada para Antigo de Viade, mas não é este o Viade do nosso destino de hoje, assim, continue pela EN103 e oitocentos metros mais à frente, aí sim, terá a indicação da entrada em Viade de Baixo e de Cima, à direita. Estamos no nosso destino. Fica o mapa por via das dúvidas.

 

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Estamos finalmente em Viade de Baixo. Não se esqueça, que para regressar a Chaves, depois da visita, deve retomar EN103 mas em direção contrária àquela que tomou para chegar a Viade . Não saia da estrada e estará de regresso a casa. Mas entremos então em Viade e nas nossas recomendações.

 

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Iremos já aos pontos de interesse que vêm nos documentos e livros, mas só um apontamento, não deixe de apreciar com olhos de ver a igreja, as capelas, alminhas e cruzeiros que vai encontrar ao longo da aldeia. O seu casario tipicamente barrosão que ainda vai resistindo, os canastros e tudo o mais que lhe despertar interesse. Na Igreja vi lá um pormenor que me encheu as medidas e que fica na foto seguinte. Trata-se das escadas de acesso à torre sineira, são de uma mestria suprema, nem que fosse só por este pormenor, já valia a pena uma visita a Viade. Mas há muito mais…

 

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Vamos aos documentos, iniciando pelo livro Montalegre, onde se diz:

 

Área: 43 Km²

Densidade Populacional: 18.1 hab/km²

 População Presente: 750

Orago: Santa Maria

Pontos Turísticos: Albufeira de Pisões; Solar dos Queridos; Marco Miliário e Igreja (Viade de Baixo);

Lugares da freguesia: (10) Antigo, Brandim, Friães, Parafita, Pisões, Telhado, Viade de Baixo e Viade de Cima, Lama da Missa e Castelo.

 

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Os dados do parágrafo anterior referem-se à antiga freguesia de Viade de Baixo, ou seja, Viade foi também uma das freguesias rifadas para se unir a outra freguesia vizinha, a de Fervidelas, ou seja, atualmente chama-se União de Freguesias de Viade de Baixo e Fervidelas, pelo que, às aldeias da freguesia atrás mencionadas, acrescem agora a aldeia de Fervidelas e Lamas.

 

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E continua o livro Montalegre:

 

A freguesia de Santa Maria de Viade orgulha-se do seu passado glorioso, de que restam vestígios notórios, às vezes, de muito difícil estudo por ausência total de documentos. Referimo-nos ao bonito solar dos Queridos no qual sobressai uma impressionante pedra de armas, dos Barrosos e Mouras, e a extinta capela de Santa Rita. A dificuldade de retirar da obscura poeira dos tempos a verdadeira história destes e doutros monumentos conduz à propagação do rosário de lendas que a tal respeito se contam.

 

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E continua:

 

O vale do Regavão, que bordeja a freguesia pelo sul e nascente, dá passagem à via prima, aqui assinalada por um miliário gigante que depois se transformou na cruz de Leiranque. Não longe desse local houve um pisão – que passou a topónimo da barragem e mais acima a antiquíssima Vila de Mel, provavelmente a primeira “statio” (São Vicente da Chã seria a segunda ) entre as cidades de “Praesidium” e “Caladunum” – “mansiones” da dita via imperial. Aí, ainda se pode ver a necrópole cujas sepulturas abertas num granitoide muito mole e areento se vão esboroando com a erosão eólica e aquática. Urge acudir-lhes. Doutras eras mais recentes temos imensas notícias que dariam para grossos volumes.

 

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E ainda:

Apesar de tudo ainda temos mais de mil fontes por esses recantos e algumas, que abasteceram as povoações, merecem uma visita! São as fontes de mergulho ou de chafurdo: em Mourilhe, Arcos, Vila da Ponte, Meixedo, Telhado, Viade de Baixo… Quase todas as povoações tinham a sua.

 

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E ainda a Lenda de Montalegre com uma referência a Viade:

 

Lenda de Montalegre

 

Diz-se que andavam por aí uns fidalgotes, com avantajadas comitivas de escudeiros, pagens e criadagem os quais entravam nas aldeias, comiam, bebiam do bom e do melhor, acomodavam e alimentavam cavalos e mulas, dormiam nas melhores casas e não prestavam  contas. Traziam os barrosões de nervos alterados e incapazes de lhes dar resposta condigna visto que partiam como chegavam, fora de horas e sem avisarem.

 

Mas num belo dia uma grande comitiva subia do Minho  por Salto, Vila da Ponte, Viade, comendo os melhores leitões, vitelas e cabrito, bebendo á tripa fora, despejando dispensas e fumeiros e sem abrirem os cordões à bolsa.

 

Juntou-se o povinho com grande alarido e ameaças ao alcaide cerca dos cubelos do Castelo. Ameaçado e vaiado o alcaide ordenou ao Capitão-mor que organizasse as forças necessárias para emboscar os agressores e obrigá-los a pagarem os prejuízos causados. 

 

Foi acorrentado para o cárcere do Castelo o Fidalgo que superintendia e comandava os assaltantes sendo dada ordem aos seus criados de regressarem às suas terras. Que voltassem com as quantias que o Povo exigia pelos gastos e roubos e então seria dada liberdade ao fidalgo encarcerado.

 

Uns tempos depois chegaram os familiares do preso e pagaram as suas dívidas. De seguida foi entregue o cavalo ao prisioneiro. Que partisse e não voltasse… 

 

O homem ao montar o seu cavalo a caminho da liberdade, despediu-se com duas palavras que são muito queridas a todos os Barrosões.

 

- Monto  alegre!!!

 

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E mais:

 

As Igrejas, Capelas, Alminhas e Cruzeiros - Vestígios de estilo românico nas Igrejas de S. Vicente da Chã, Viade e Tourém.

 

E ainda:

 

Contudo, a maior riqueza das nossas igrejas encontra-se no interior: tanto em muitos dos seus santos que escaparam à usura de sacristães, padres e “homens-bons”, como na talha que as orna, sendo que uma boa parte dela se deve a ignorados artistas autóctones. Merecem algum realce certos exemplares como Salto, Santa Marinha, Covelo, Vila da Ponte, Viade, S. Vicente, e sobretudo, pelo ruralíssimo e humílimo conjunto de talha de S. Miguel de Vilaça.

 

E também:

 

Há várias povoações com núcleos de construções tradicionais, bem conservados, muitíssimo belos e dignos de ajuda para a melhor preservação do património construído.

 

Estão neste caso Fafião, Pincães, Salto (diversos lugares de freguesia) Currais, Vila da Ponte, Viade, Carvalhais, Cervos, Donões, Gralhas, Tourém, Pitões, Parada e Sirvoselo. Em todas elas há núcleos construídos dignos de integrar os roteiros de visita ao património que o Ecomuseu defende.

 

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Continuando no livro “Montalegre”

 

No castelo de São Romão gravaram uma cabeça de boi, há milhares de anos, em sinal do culto que lhe devotavam; no século passado, os de Travaços do Rio, terra de memórias firmes e longas, gravaram a cabeça do boi campeão numa torre que lhe dedicaram. Não há muitas décadas, dezenas e dezenas de bovinos faziam novenas à roda da Capelinha do Santo António de Viade que os protegera de doenças e desastres.

 

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Capela de Stº António

 

Quanto a festas:

 

As Festas

 

Por falarmos em festas, algumas ocorrem cada ano por toda a região. As de mais nomeada e tradição são as festas concelhias ao Senhor da Piedade, que se realizam na capital, durante a primeira quinzena de Agosto; a de Salto, à Senhora do Pranto, em 15 de Agosto; a de Vilar de Perdizes, à Senhora da Saúde, a meados de Junho; as das sete Senhoras, todas elas Nossa Senhora dos Remédios, em sete localidades diferentes de Barroso, no dia 8 de Setembro, etc.

 

Muitas delas apresentam um programa de carácter etnográfico e recreativo e realizam-se em locais de impressionante envolvência paisagística. Entre estas destacam-se: a Senhora da Vila de Abril, na freguesia de Contim; a Senhora das Neves, na freguesia de Cabril; São João da Fraga, em Pitões; a Senhora de Galegos, na freguesia de Cervos (Cortiço); o São Domingos, em Morgade e o Santo António, em Viade.

 

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E arte sacra:

 

É ver e conhecer a tríade dos Pintos de Donões que tantas obras nos legaram e pedem meças a qualquer artista; são verdadeiras obras-primas que ornam ainda os altares de dezenas de igrejas, desde Montalegre a Chaves, Boticas e Valpaços. Foram exímios escultores, com algumas peças perfeitamente inéditas no nosso meio; foram pintores, douradores de altares e imagens, ensambladores e entalhadores. De todos estes exercícios guardamos espécimes de altíssima qualidade no nosso Concelho. O primeiro, Bento Pinto Júnior (1837-1922) tem obras em Donões, Fírvidas, Peirezes, Sapelos, Pedrário, Montalegre, Travaços, Cambeses e Viade; Domingos José Pinto (1874-1950) deixou obras na Vila da Ponte – a primeira imagem da Senhora de Fátima em Barroso- em Montalegre, Donões, Padroso, Nogueira (Boticas) e Bustelo, Vilarelho e Chaves (todas do concelho de Chaves); António Teixeira Pinto está bem representado nos quatro concelhos acima referidos, sobretudo na pintura e douramento de altares conquanto tenha executado diversas imagens.

 

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E agora é a vez da “Toponímia de Barroso” fazer a sua entrada:

 

VIADE

Desde 2013 – União de Freguesias de Viade de Baixo e Fervidelas

 

É o genitivo do nome pessoal Beatus; “villa” BEATI>BIADE>VIADE.

Podia ser escrito Biade pois o topónimo já em:

-1258 «Sancte Marie Biadi» INQ 1514 estava sedimentado. De igual modo a forma encontrada em

-1288 « de Sancta Maria de Biady» (Com o y dos ditos amigos sdo pedantesco arcaísmo) INQ N.A. – 492. Nas inquirições de

- 1282 «…isto he en termyo de Biadi». Aqui voltamos à forma final/inicial – onde apenas faltava o e mudo terminal cujo i já assim devia soar.

 

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 Os cornos da Serra de Barroso, vista desde Viade

 

No Portal do Arqueólogo encontrámos o seguinte:

 

Via Romana XVII

 

Troço de caminho, parte integrante da via XVII do Itinerário de Antonino. Nesta freguesia tem início alguns metros para Sul da ponte da Cambela, nas imediações da qual foi encontrada uma estela funerária, de época romana. Efetivamente na descida para a ponte conserva-se um belo troço lajeado, cujos marca dos rodados é notória. A via entrava no concelho de Montalegre junto à ponte do Arco (ponte romana), milha 35 desde Bracara Augusta ou 43 desde Aquae Flaviae, continuava pela aldeia de Vilarinho dos Padrões, Venda Nova e Castro de Codeçoso. Neste troço que contempla a freguesia da Venda Nova encontra-se submersa pela albufeira da Venda Nova. Nos Pisões, segundo Lereno Barradas atravessaria a antiga EN ao Km. 116, onde conservava um agradável troço de calçada. Desde os Pisões encontra-se submersa pela albufeira do Alto Rabagão até Villa de Mel, a Sul do Alto do Pedrouço. Na Cruz de Leiranque, local inundado pela albufeira foi encontrado um miliário, posteriormente transferido para Viade de Baixo - CNS 19818. Segundo informação anterior ao levantamento efetuado pela CM Montalegre, os restantes miliários provenientes deste troço encontram-se no Museu da Região Flaviense. É um dos troços mais conhecido da Via XVII do Itinerário de Antonino, onde foram registados miliários in situ e principalmente onde se encontraram miliários com marcação desde Chaves e desde Braga, na mesma milha, facto que não se volta a constatar no decurso desta via. Há ainda referencia de que neste percurso de três milhas romanas (cerca de 4,5 km) existiam 10 miliários, de entre os quais dois são anepígafos, um apenas se conservam as milhas, dois são da dinastia Júlio-Claudiana (Cláudio e Tibério) e quatro da dinastia dos Antoninos (Trajano e Adriano). Para obtermos uma descrição deste troço tivemos que nos limitar aos registos mais antigos (anteriores à construção da albufeira), uma vez que só é possível reconhecer este caminho quando o nível da albufeira desce consideravelmente. Na ponte do Arco, segundo Argote a via cruzava a antiga estrada nacional, continuava por Padrões, Venda Nova, correspondente ao lugar antigamente conhecido por Venda dos Padrões, Codeçoso do Arco, encosta do castro de Codeçoso, milha 38, deste ponto a via descia pela encosta Ocidental até ao rio Rabagão, que cruzava no lugar de Porto de Carros, onde existia a ponte dos Três Olhais, sobre o Rabagão, referida por Argote, e destruída pelas cheias.

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Fotografia de Artur Pastor

 

 

Agradecimentos:

 

Em tempo, umas fotografias antigas do Barroso chamaram-me a atenção. Segui a pista de uma delas e fui parar a um grupo do facebook que tinha como título “Viade de Baixo”. Por lá encontrei outras fotos antigas, igualmente interessantes, tal como a que me fez chegar a este grupo. A curiosidade da autoria levou-me entrar em contacto com uma administradora do grupo (Ana Paço), que prontamente me informou serem fotos dos anos 50/60 de autoria de Artur Pastor. A partir de aí recorri mais algumas vezes às ajudas da Ana a pedir informações sobre Viade, a última vez, há poucos dias, a respeito de uma  Capela nas proximidades de Viade e que graças à Ana ficámos a saber ser “ a capela de São António e de São Salvador do Mundo” com festa a realizar-se “no terceiro fim de semana de agosto” e que no passado “ os andores saiam da igreja de Viade e a procissão seguia pelo caminho de terra” até à capela de Stº António, com missa “ e a seguir faziam-se grandes merendeiros nos campos em volta. Da parte da tarde os lavradores que tinham gado, levavam o gado a dar umas voltinhas a capela, para que ficassem protegidos. Hoje em dia, já não se faz a procissão a partir da aldeia, já não há merendeiros e a festa e o arraial são feitos no largo da seara”.

 

Pois só nos resta agradecer à Ana Paços e ao seu grupo no facebook “Viade de Baixo” pela sua disponibilidade e informações que nos facultou, que em muito contribuíram para a feitura deste post. Já agora fica o endereço do grupo ao qual recomendamos uma visita: https://www.facebook.com/groups/viadebaixo/

 

Ficam algumas imagens de Artur Pastor e uma nossa, atual, quase do mesmo ângulo em que A.Pastor tomou uma das suas. Apenas uma coincidência, pois a minha foto foi tomada antes de conhecer a  de A.Pastor, mas deixo ambas pela curiosidade de se poder comparar o atual com a imagem de há quase 70 anos atrás.

 

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E pela certa que haveria muito mais que dizer sobre Viade de Baixo, mas para já fica isto mas pela certa que teremos por aqui esta aldeia outra vez.  Para terminar e ainda antes de passarmos ao habitual  encerramento do post. Fica uma imagem da cruz colocada no recinto da Capela de Stº. António, que também deve visitar. Sem tempo para a poder localizar, se perguntarem na aldeia onde fica, pela certa que chegarão até ela.

 

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E ficamos por aqui. Ficam ainda as habituais referências às nossas consultas e dizer-vos que as abordagens que já fizemos às aldeias e temas de Barroso estão agora no menu do topo do blog, mas também nos links da barra lateral. Se a sua aldeia não está lá, em breve passará por aqui num domingo próximo, e se não tem muito tempo para verificar se o blog tem alguma coisa de interesse, basta deixar o seu mail na caixa lateral do blog onde diz “Subscrever por e-mail”, que a SAPO encarregar-se-á de lhe mandar um mail por dia com o resumo das publicações, com toda a confidencialidade possível, pois nem nós teremos acesso à vossa identidade e mail.

 

BIBLIOGRAFIA

 

BAPTISTA, José Dias, Montalegre. Montalegre: Município de Montalegre, 2006.

BAPTISTA, José Dias, Toponímia de Barroso. Montalegre: Ecomuseu – Associação de Barroso, 2014.

 

WEBGRAFIA

 

https://digitarq.advrl.arquivos.pt/details?id=1067634

https://www.facebook.com/groups/viadebaixo/

http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=sitios.resultados&subsid=2349128

https://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_Pastor

https://www.cm-montalegre.pt/

 

 

 

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