Ocasionais
Nota do Blog Chaves: Comentário/post em resposta a um comentário no post " De Regresso à Cidade" de segunda-feira, dia 28 de fevereiro.
♥ 28
FEV22
“SHANGRILLA”
♥A Very Precious Love♥
Ter saudades «desse tempo» não é ter saudades das misérias a que se refere FJR.
Saudosos desse tempo são aqueles que recordam com emoção e gratidão a protecção, a afeição, os desvelos, as liberdades irreverentes e «aganduladas» e os consolos que familiares e amigos lhes proporcionaram, e ainda mais sentidas por recebidas no meio dessas «misérias».
Os velhos de hoje, nas saudades «desse tempo», mesmo sem terem frequentado essa “casa do lado esquerdo”, mais velhos uns, menos mais velhos outros, estão a dizer os jovens de hoje que os valores do reconhecimento, da amizade, da solidariedade e da gratidão jamais deveriam ser esquecidos, abandonados ou negados.
FJR tem «saudades dos meus amigos que também tinham de lá ir comer para matar a fome». E não tem de amigos que não iam lá? Não creio que se tenha ficado só por esses amigos.
Mesmo assim, CHAVES, a NOSSA TERRA, a terra natal e por afeição de flavienses, “deixa sempre uma saudade”.
Assim, caro sr. FJR, não se admire de tantos velhos e muitos novos terem saudades da sua terra natal, da NOSSA TERRA, seja ela monárquica ou republicana, absolutista ou liberal, democrática ou ditatorial.
Manifestar saudades desse tempo é um sinal de gratidão para todos aqueles que nos ajudaram a suportá-lo e nos deram coragem para sair dele, e, hoje, velhos, antigos, darmos graças a Deus ou ao Diabo, à chuva, ao vento, ao trovão; ao Minho, ao Cávado, ao Douro, ao Vouga, ao Tejo, ao Guadiana; ao Oceano Atlântico e ao Mar da Palha; ao Tâmega, ao Ribelas, ao Brunheiro; às mouras encantadas da Ponte romana ou do Pedrete; ao nascer do sol pelas ameias do CASTELO de MONFORTE de RIO LIVRE e ao pôr-do-sol pelo ALTO do CAMPO da GRANGINHA; à Srª da SAÚDE, à Srª da LIVRAÇÃO, à Srª do ENGARANHO, ao S. CAETANO e à Srª das BROTAS por vivermos num «MUNDO MELHOR»!
Quem não tem também saudades (não só da Lapa) dos bancos Jardim das Freiras, do Jardim do Bacalhau, do Jardim Público e do Tabulado?!
Da sua RUA ou da sua ALDEIA?!
De uma FONTE ou do ADRO da Igreja?!
Dos bailaricos com realejo, concertina ou acordeão?!
Dos arraiais e das Verbenas?!
Dos *Canários*, dos “Pardais*, do “Calypso”?!
Dos convívios familiares das cegadas e das malhadas, das vindimas, do «arranque das batatas», da matança do reco; do Domingo de Ramos, do Domingo Magro e do Domingo Gordo desse tempo que FJR recorda como «a miséria que reinava na época»?!
Felicito FJR por, apesar de tudo, também ter sido feliz na NOSSA TERRA.
Para si, FJR, para mim, para velhos, antigos, flavienses, de nascimento ou de afeição, CHAVES é a nossa “SHANGRILLA”, a qual, sempre que a recordamos, não estamos mais do que a fazer uma oração para nela voltarmos a nascer sob as perenes bem-aventuranças que nela outrora desfrutámos!
CHAVES deixa mesmo, e sempre, uma saudade!
M., Um de Março de 2022
Luís Henrique Fernandes, da Granginha