OCASIONAIS
Ele há carteiros e «carteireiros»
*Ele há carteiros e «carteireiros»!*
Os activos, brilhantes e empenhados *agentes-técnicos-de-distribuição-de-correspondência-de-encomendas-de-propaganda-política-e-publicitária e de outros serviços postais* na comarca flaviense desempenham as suas sacerdotais funções com uma cerimónia de fazer inveja aos sumo-pontífices a celebrarem a Festa dos Tabernáculos ou a dos Ázimos no Templo de Salomão, no tempo de Vespasiano.
O santo sacrifício de levar uma carta ou uma encomenda, pequena ou pequenina, mesmo do tamanho de uma caixulinha das mais pequerruchas do «Correio Verde» dos CTT, a uns velhotes e, ou, doentes, de uma qualquer ALDEIA parece ser um vil acto pagão, uma missão que «ofende a sua», altíssima e cintilante, «dignidade profissional!
É que tocar à campainha ou bater, ou chamar ao portão, de uma casa de ALDEIA e esperar que um octogenário assome à janela, à varanda, à porta para ver quem é (os amigos e as pessoas de bem abrem o portão, entram e chamando por alguém da casa ficam identificados!), e chegue lá do fundo do quintal, da sala, ou da cozinha, e atravesse o quinteiro não é coisa que se faça a um *agente-técnico-de-distribuição-de-correspondência-de-encomendas-de-propaganda-política-e-publicitária e de outros serviços postais* na comarca flaviense, antigamente conhecidos e reconhecidos como «carteiros».
Claro que outra coisa é entregar o «recado postal» numa Pastelaria, num CAFÈ, numa taberna; numa ourivesaria, numa lavandaria, num talho; no consultório de um médico ou num escritório de advogado; … ou na sede do Partido político, de sua eleição!
Além disso, os «avisos» para levantamento de correspondência têm de ser consumidos e dar consumições aos destinatários postais, ora essa!
Os parolos, os labregos dos aldeãos?!
Que se desenrasquem!
Que se desermerdem!
Que vão primeiro à bruxa, para saberem, ou adivinharem, o dia, a hora, o minuto certo, certinho, a que suas majestades chegam à porta!
Se não, que se arrastem até à cidade e andem de Anás para Caifás até acertarem com a «dependência» dos CTT em que pára o objecto constante no solene, quão imperial e imperativo, «AVISO»!
Palavra de «carteireiro»!
M., sete de Janeiro 2024
Luís Henrique Fernandes, da Granginha