Pedra de Toque
Tenho períodos na minha vida em que escrevo quase diariamente. Outros, como no presente, leio bastante. É um prazer enorme para mim ler e reler Gabriel Garcia Marquez. Por isso esta crónica já escrita há uns anos para vocês, na espectativa que saboreiem este extraordinário autor, talvez o maior romancista do século passado.
GABRIEL GARCIA MARQUEZ
Um dos maiores romancistas, dos mais notáveis escritores do século XX.
Nascido na Colômbia em 1927, foi agraciado com o prémio Nobel em 1982.
A sua vasta obra está traduzida em variadíssimas línguas e publicada em inúmeros países.
Li alguns dos seus romances.
Desde logo o celebre Cem Anos de Solidão, considerado até hoje a sua obra prima.
Quando o li, pela primeira vez, tive uma sensação de fascínio, de encantamento difícil de descrever.
No imediato, apreciei o seu absoluto e impressionante domínio da forma narrativa.
Pretendia há muito ler também o Amor nos Tempos de Cólera, obra que segundo a crítica, constitui um marco equiparável aos Cem Anos de solidão.
Tive oportunidade de adquirir o romance que devorei em poucos dias, dada a prosa brilhante, onde se conjugam e se fundem a beleza das imagens, o triunfo tão difícil do amor e o percurso tortuoso das aventuras e desventuras da felicidade humana.
Nas quatrocentas páginas estão presentes a todo o instante o humor, a poesia, as imagens em vertigem, plasmadas numa escrita encantatória que os imitadores não conseguem atingir.
A velhice, a decrepitude, a ruína do corpo, tudo suportado pelo sentimento do amor perene, visível lenitivo para a alma e para os sonhos.
Como ressuma da estória, contra a solidão dolorosa só o amor total alivia.
O romance é um hino que louva a resistência ao decurso dos anos pela força do amor que permanece no vai-e-vem da vida, no vai-e-vem num rio até ao último dos portos, a morte.
Por favor, na primeira oportunidade, leiam o Amor nos Tempos de Cólera.
Imperdível.
António Roque