Pedra de Toque
A Pandemia
A PANDEMIA
Não me lembro de ter estado 2 meses sem escrever uma crónica ou um texto para plantar na minha página do face.
A pandemia caiu inesperada e como uma bomba. As medidas recomendadas que eu tenho seguido, até porque sou um doente de risco, abateram-me, criaram-me preocupação e até angústia.
Os números de mortalidade e de infetados estão a crescer diariamente no nosso país apesar do louvável trabalho dos responsáveis, trabalho esse também, elogiado na Europa, são preocupantes e o desconhecimento do que vai acontecer no futuro, próximo ou longínquo, incomodam, perturbam, doem!...
Quando é que esta calamidade vai acabar?
Quando chegará a vacina salvadora?
No fim desta pandemia nada ficará como dantes.
As sequelas provocarão grande mossa, sobretudo a curto e médio prazo.
O mundo será diferente mas os homens serão mais iguais.
Eu, ao invés do que me é habitual, estou a enfrentar a situação com algum pessimismo.
Contudo, só a confiança que tenho no meu povo e a capacidade demonstrada em todos os ramos, pelos homens e mulheres do meu país, dão-me uma réstia de esperança, que por vezes os meus olhos refletem.
Nesta luta que todos os dias travamos contra a doença, não podemos deixar de tecer rasgados elogios ao pessoal médico, enfermeiros, auxiliares, bombeiros, e tantos outros que até à exaustão, têm dado abnegadamente o seu saber e o seu esforço para salvarem vidas.
O povo anónimo, não só cumprindo as recomendações mas solidarizando-se em todas as tarefas que lhe são pedidas, tem dito sempre presente.
Mas termine a quarentena, com os cuidados que me forem impostos voltarei à vida normal.
Apesar de fisicamente bem, espero melhorar psicologicamente para encontrar a paz e a serenidade de que necessito até para escrever.
Neste momento em que toda a gente está mobilizada contra a tragédia que se abateu sobre a Humanidade, não tenho visto as pessoas com responsabilidade da Igreja a darem o seu contributo, o seu dinheiro (tanto que cai em Fátima em todas as peregrinações) para ajudarem na prestação dos seus serviços, na aquisição de instrumentos para ser mais eficaz o ataque aos bichos.
Como escreveu uma amiga minha, ninguém vai cancelar o sol, a poesia, nem o amor, por isso creio que tudo irá melhorar.
Os teus olhos, quando os vejo no face, ou de soslaio na rua fazem-me tão bem, ajudam-me…
António Roque