Pedra de Toque - As Curvas da Madrugada
AS CURVAS DA MADRUGADA
O sol, clareia-me,
Quando escureço.
Depois
Quando a noite
Desce à cidade deserta,
Só o sibilar do vento
Embala o meu silêncio.
Nas ruas que andarilho
Não me cruzo com os passos de ninguém.
Procuro-te, então na copa das árvores,
Nos fetos dos bosques, na sombra densa
Onde, misteriosa, te escondes dos meus beijos.
Quando adormeço,
Moras comigo.
Mas quando desperto
Nas curvas da madrugada,
Acaricio-me nos teus cabelos.
António Roque