Por terras do Seixo em diálogos com a primavera
Depois dos nossos longos invernos vem sempre a primavera com a sua magia e, por mais igual que seja à primavera anterior, a nova surpreende-nos sempre com a sua exuberância, sobretudo aquela que nos oferece num festival de cor e de luz que nos convida a sair de casa para ser seu espetador.
Eu sei que há quem não goste desta sucessão das estações do ano, deste ciclo de anacronismos de teimosia de dar a volta e voltar sempre ao mesmo, para nova corrida, para nova viagem, quando no seu seio o homem não para de e evoluir e surpreender, para o bem e para o mal, o mesmo que acima de tudo e de todas as espécies acaba sempre por ser cativo da força da natureza… mas há sempre que o seja por gosto.
Pois por mim, que venha sempre o inverno que me faz gostar do lar, a primavera que me surpreende sempre, o verão que me faz saborear as sombras e as fontes frescas, e o outono para colher os frutos e desfrutar da magia das cores, e se tudo isto for vivido aqui atrás-dos-montes onde lá no fundo ficam sempre os vales e os rios e lá em cima os montes e as serras de onde se lançam os grandes olhares como se fosse-mos donos disto tudo, tanto melhor.
Hoje ficam três olhares do pequenos vales da Ribeira de Oura, mais propriamente das proximidades do Seixo onde os resistentes ainda vivem, se confundem e vivem as estações do ano, embarcando em todas as viagens da natureza.