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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

30
Jan25

PORTUGAL DESCONHECIDO – ESPIGUEIROS (Excerto)


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PORTUGAL DESCONHECIDO – ESPIGUEIROS (Excerto)


Típicos do Minho e das Beiras, embora possam ser encontrados no Douro Litoral e noutras regiões, os espigueiros (chamados na zona de Chaves canastros), considerados verdadeiros monumentos de arte popular ligados à cultura do milho, situam-se, quase sempre, junto das eiras, com a sua edificação sobre colinas e montes, onde o vento se faz sentir com maior intensidade, ao entrar pelas suas aberturas laterais, fazendo mais rapidamente a secagem do milho.
Construídos em madeira, ou em pedra e madeira, assentes sobre pés de granito, com umas pequenas rodas de pedra no cimo (a servir de mais um obstáculo à entrada dos ratos), apresentam um tamanho comprido e estreito, com uma porta num dos topos, e cobertos com duas águas de telha, sendo o acesso feito por uma escada de mão.


Espigueiros colectivos (alguns ainda hoje a serem usados), vamos encontrá-los no Soajo, com vinte e quatro espigueiros e no Lindoso (Minho) com cerca de cinquenta espigueiros, situados ao redor do castelo. Nesta última localidade, e na sua maioria, são construídos inteiramente em pedra, incluindo os próprios telhados, destacando-se, apenas, a porta em madeira.


Constituindo um valioso património da nossa arquitectura popular rural, a sua origem, segundo os entendidos, remonta ao período neolítico – entre 10 000 e 5 000 a.C.


Parte deles abandonados, degradados ou vazios, começam a ser, ultimamente, muito pretendidos por particulares, para serem montados depois em terrenos de casas de campo de veraneio. Longe vai o tempo das desfolhadas, realizadas nas próprias eiras, quase sempre de sábado para domingo, prolongando-se pela madrugada, em serões onde imperavam a alegria, os cantares e as histórias contadas com graça. No final, servia-se uma merenda e surgia o bailarico, por vezes até ao nascer do sol, no domingo. Com o levar do milho para os espigueiros, dava-se por terminada a tarefa comunitária da ceifa.

Soledade Martinho Costa


Do livro «Festas e Tradições Portuguesas», Vol. VII
Ed. Círculo de Leitores
Foto: Fernando DC Ribeiro - Aldeia de Currais, Barroso

 

 

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