Praia de Vidago, era uma vez...
Já tínhamos anunciado no último sábado que o nosso lugar de hoje seria a Praia de Vidago, mais uma exceção a entrar nesta rubrica das aldeias de Chaves, pois a Praia de Vidago também não é uma aldeia, apenas um lugar, na margem direita do rio Tâmega, junto a uma das 4 pontes do concelho de Chaves construídas totalmente em granito sobre o rio Tâmega, sendo as restantes a nossa Top Model Ponte Romana e a Ponte Nova em Chaves e a ponte ferroviária de Curalha.
E já que atrás abordámos as pontes de pedra sobre rio Tâmega, ficam, a título de curiosidade, outras travessias do rio, igualmente em pedra, mas sem alcançarem a categoria de ponte, como são os pontões entre Souto Velho e Vilarinho das Paranheiras (apenas a umas centenas de metros da ponte da Praia da Vidago e o pontão dos moinhos de Curalha (apenas a umas dezenas de metros da ponte ferroviária de Curalha) e por último as poldras de Chaves, estas entre as outras duas pontes de Pedra de Chaves (Romana e Nova). Penso não haver mais, embora haja ainda outros lugares em pedra onde o rio se pode atravessar, tal como as represas dos moinhos do Tâmega, mas estas travessias apenas utilizáveis quando o rio vai com um caudal baixo.
Quanto à Praia de Vidago, embora assuma o topónimo da Vila de Vidago, a aldeia que tem mais próxima é a de Souto Velho. Um lugar que tem aqui espaço por ser um dos que também nos servia de praia no tempo em que a qualidade da água do rio Tâmega ainda se podia utilizar para banhos. Era sobretudo um lugar de convívio entre jovens de Vidago e Chaves, pelo menos para mim, assim foi. Isto quanto ao espaço balnear fluvial, que se localizava na margem esquerda do rio.
Mas na Praia de Vidago, desde que me lembro, sempre existiu aquela construção junto ao rio, na margem direita que tem adossada a numa das suas paredes exteriores a inscrição de “PRAIA DE VIDAGO”, que cheguei a conhecer como bar e restaurante, sem dúvida um dos lugares mais agradáveis da altura, romântico q.b., onde se estava bem, principalmente de verão à sombra das frondosas árvores, entre as quais alguns sobreiros.
A fraca qualidade da água entre outras modernidades e ofertas fizeram com que a Paria de Vidago deixasse de o ser.
A última vez que fui por lá foi em março de 2010, recolher imagens para memória futura, isto porque se anunciava a morte de um troço do Rio Tâmega, talvez o troço mais bonito e por ser de difícil acesso, segredo bem guardado deste rio. Refiro ao troço entre Vidago e Ribeira de Pena a ser engolido por uma barragem, incluindo tudo isto que hoje fica em imagem, que a ser construída a barragem, ficará totalmente submerso. Para mim mais um atentado a este nosso rio, mas diga-se a verdade que não sei em que ponto está esta situação da barragem, pois cheguei a uma altura que, em prol da minha saúde mental desliguei do assunto, sobretudo quando contra lobismos, poder económico e político à mistura, nada há a fazer, principalmente se a população local vive em fase de conformismo.