Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

21
Set18

O factor Humano


1600-cab-mcunha-pite

 

Extracto de romance (3)

 

A cabana estava voltada a sul e parecia ter sido desenhada por uma criança. Na fachada, uma porta a meio que não necessitava de degraus para o acesso. Duas janelas simetricamente colocadas, uma para iluminar a cozinha e a outa para o único quarto.

 

Na parede da cozinha, virada para poente, havia uma lareira, e uma janela na parede que dava para norte. Por baixo dessa janela, uma simples banca de cozinha, mas com água fria e quente, esta assegurada por um velho esquentador. Uma parede interna separava a cozinha do pequeno quarto, ao qual se acedia por um vão sem porta.

 

Não havia quarto de banho, o que nos dias de chuva ou nevedificultava a vida dos ocupantes.

 

A singularidade da cabana não lhe vinha da sua simplicidade infantil, muito menos da ausência do quarto de banho. O segredo estava no local onde tinha sido edificada, na convergência de dois rios, transformando a cabana numa espécie de templo, sem outra religião a não ser a das águas e dos seus habitantes. Aquelas eram profundamente distintas entre o rio principal e o seu afluente, na cor e principalmente nos sabores.

 

1600-cabana (159)

 

Mas voltemos à cabana, cujas paredes nunca chegaram a ser caiadas, como seria devido à estética e ao bom senso. O seu telhado era simples e de telha antiga e tinha uma chaminé pintada de branco que tornava ainda mais inexplicável o facto de as paredes estarem apenas chapeadas a cimento.

 

Em frente à única porta, o alpendre ocupava toda a dianteira da cabana, com portadas de madeira envernizada. Voltado para a margem direita do rio principal, ao qual se acedia por um declive marcado, mas de curta extensão. Recebia os raios do sol durante grande parte do dia e não havia qualquer sombreamento, o que dificultava a sua utilização no verão. Apenas quando o sol estava a levantar-se ou a deitar-se era possível habitá-lo. Mas eram esses dois períodos autênticas horas mágicas.

 

Só a janela voltada a norte espreitava o rio mais pequeno, que estava despido de árvores. quando se aproximava da sua foz.

 

Não havia estrada. Apenas um caminho, do lado nascente, dava acesso pedonal à cabana.

 

Manuel Cunha (pité)

 

 

 

Sobre mim

foto do autor

320-meokanal 895607.jpg

Pesquisar

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

 

 

19-anos(34848)-1600

Links

As minhas páginas e blogs

  •  
  • FOTOGRAFIA

  •  
  • Flavienses Ilustres

  •  
  • Animação Sociocultural

  •  
  • Cidade de Chaves

  •  
  • De interesse

  •  
  • GALEGOS

  •  
  • Imprensa

  •  
  • Aldeias de Barroso

  •  
  • Páginas e Blogs

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    G

    H

    I

    J

    L

    M

    N

    O

    P

    Q

    R

    S

    T

    U

    V

    X

    Z

    capa-livro-p-blog blog-logo

    Comentários recentes

    • FJR

      Esta foto maravilhosa é uma lição de história. Par...

    • Ana Afonso

      Obrigado por este trabalho que fez da minha aldeia...

    • FJR

      Rua Verde a rua da familia Xanato!!!!

    • Anónimo

      Obrigado pela gentileza. Forte abraço.João Madurei...

    • Cid Simões

      Boa crónica.

    FB