Um 25 de Abril em Chaves
Viva o 25 de abril! O esfoço que eu não faço por ele, pois deixar a caminha logo de manhã em dia feriado é obra, mas, do pouco que há, vale a pena, senão vejamos:
O relógio da torre da Câmara Municipal de Chaves marca as 5H30. Na praça está tudo a postos. Nos palanques os palancáveis, de fato e gravata, e só não botaram medalhas na lapela porque se calha não as têm, mas botaram cravo, tal como diz a canção: “Cravo vermelho ao peito/a todos fica bem/sobretudo dá jeito/a certos filhos da mãe”. Bombeiros formados, a banda começa a tocar o Hino Nacional e os miúdos do coro da Escola Dr. Júlio Martins começam a cantar a Portuguesa, aquela canção patriótica feita contra o ultimato britânico de 1890, de pela Pátria lutar, contra os canhões, marchar, marchar! É assim o nosso Portugal, elogiamos Camões porque canta o tempo glorioso dos descobrimentos e da colonização, cantamos uma canção que foi feita contra os ingleses a apelar à bordoada neles, por se oporem ao mapa cor-de-rosa. Quanto ao 25 de abril, o dia maior da história vivida por nós (os que assistimos a feito em 1974) pouco ou nada se liga e pouco ou nada se faz para o comemorar. Curioso disto tudo é que com tanto feito que vamos buscar ao passado e à monarquia, fomos dar em republicanos.
Mas continuando, depois de cantada a Portuguesa, seguiu-se a canção da gaivota que voava, voava, e logo de seguida os bombeiros deram ordens de destroçar, e o pessoal destroçou. A praça que até aí estava cheia de bombeiros, músicos da banda, políticos de cá, crianças cantoras da escola, palancáveis das aldeias e outros, espaços vazios e uma mão cheia de pessoas, após o destroçar ficou vazia de todo. Marcava então o relógio da torre da Câmara Municipal as 5H30 da manhã.
Do programa do 25 de abril em Chaves constava ainda, às 10H00 uma Aula de Zumba. Fosse lá o que isso fosse, como quem diz, seja lá o que isso é, suponho que não seja aquela do “Ora zumba na caneca, ora na caneca zumba…”, mas como ainda tinha 4H30 de intervalo pela frente, resolvi tomar um cafezinho, ali mesmo na praça do Duque. Café que me acertou em cheio e quando vou a dar por elas, já eram 10H45 no meu relógio. Lá se foi a aula de zumba e a corrida das 10H30 (também do programa). À corrida da Liberdade/Marcha da Liberdade/Kids Athletic (isto Kids …também não sei o que é) só já assisti à chegada das mulheres, pois os homens (os primeiros) já tinham cortado a meta.
Para finalizar o programa do dia da Liberdade, para as 15H00 estava marcado um Encontro Municipal de Futsal Infantil. A este encontro falhei, claro, depois de ter madrugado tanto e de toda azáfama da manhã, após o almoço fiquei a conversar com o sofá lá de casa. Terminada a conversa ainda fui consultar o programa da noite, mas azar o meu, tocou-me uma agenda de eventos gatada, onde faltam algumas páginas, pois a seguir às 15H00 do tal encontro de futsal, a agenda passa para dia 28, para umas danças. Pois então, e dado não haver mais nada durante a tarde e noite, resolvida que estava a conversa com o sofá, fui até à minha horta para ver se com o calor do dia nasciam os feijões, mas não, não sei que raio se passa, já os semeei há mais de um mês e não há meio de nascerem. Cá para mim já foram à vida!
Seja como for. Com feijões ou sem feijões, idem para as comemorações, aqui ficam as imagens mais marcantes, ou a minha seleção de um 25 de abril em Chaves.
Viva o 25 de abril!
25 de abril sempre!