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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

07
Jul22

AQUAE FLAVIAE FEST

festas da cidade de chaves - 7,8 e 9 de julho


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Aquae Flaviae Fest tem hoje o seu primeiro dia, o primeiro de 3 dias para celebrar o feriado municipal do 8 de julho, este ano com uma festa temática dedicada à água. Três dias com concertos, feira gastronómica e da água, showcooking, animação de rua, workshops, desfiles e cortejos, espetáculos infantojuvenis, pirotécnicos, aquáticos e dança.

 

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Nós vamos andar pela festa, e com um programa tão generoso em quantidade do qual também esperamos que o seja em qualidade, pela certa que não conseguiremos estar em todos os momentos para fazer os nossos registos, mas faremos o possível e deles daremos aqui conta no final do dia.

 

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Para já, fica o programa para hoje dia 7 de julho,  e para amanhã dia 8, mas também ficam algumas imagens da noite de ontem (dia 6) com os ensaios e afinações do espetáculo de água que irá decorrer em pleno rio Tâmega, em frente ao jardim público, aliás todo o programa se vai desenrolar junto às margens do rio Tâmega, exceção para o cortejo e animações de rua que irão acontecer ao longo das principais artérias da cidade.

 

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Para já fica isto, mais logo, pensamos deixar o resumo do primeiro dia do Aquae Flaviae Fest. Até lá!

 

 

08
Jul20

Crónicas Estrambólicas

Crónicas de um Primeiro-Ministro sobre o Barroso - 10


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Cornos do Barroso

estrambolicas

 

Crónica de um Primeiro-Ministro sobre Barroso 10

 

Mais uma crónica do antigo Primeiro-Ministro António Granjo, um ilustre flaviense. É a uma das 15 crónicas sobre Barroso publicadas no jornal A Capital em 1915. A crónica está escrita como foi publicada, no português da altura, incluindo gralhas tipográficas.

 

Como esta crónica é quase toda sobre o ataque do Paiva Couveiro a Chaves e tem pouco sobre Barroso, vou pedir ao Fernando que faça uma introdução sobre este tema[i]. Só faço o reparo seguinte. Esta batalha em Chaves foi ganha pelos de Chaves, sabendo-se que um dos cabecilhas era o Granjo. Reparem como o Granjo descreve a batalha mas nunca diz que esteve lá ou faz referência ao general do comando de Chaves. Não se vangloria de nada, deixa para os outros esse trabalho, como deve ser. É este tipo de pormenores que mostram a grande classe deste ilustre flaviense.

Luís de Boticas

 

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Serra do Gerês

 

AS LÁGRIMAS DE COUCEIRO

Onde chorou o paladino quando da incursão de 1912

 

Depois de ter desvendado as Alturas, face granítica que se offerecia sob o sol oleoso e para beijar a qual parecia que todas as grandes serras se comprimiam n'um circulo de grandes vagas immoveis, tinha de fazer o circuito de Barroso — transpor o Larouco, internar-me no chamado Alto Barroso, estabelecer contacto com o Gerez, admirar as fechas (cascatas) de Pitões e do Outeiro, passar pela Borralha, tocar na Roca da Ponteira e encher os olhos, cançar os olhos, da visão apocalíptica do Regabão visto da Lomba de S. Bento, quando o sol descambava e tudo se desfazia em luz.

 

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Cascata de Pitões das Júnias

 

O que vou contar vae porventura ser tido como o producto de uma  exhuberante phantasia de meridional ou d'uma paixão regionalista exagerada até à obsecação c à mentira. No entanto, a phantasia mais exaltada era incapaz de crear e dar forma a tanta coisa admirável.

 

Às cinco horas, n'este mez de Setembro, é noite. É pouco mais ou menos, eu sei, ahora de o lisboeta se deitar, perdidas as suas últimas ilusões; mas é a hora em que por cá se levanta quem tem alguma coisa que fazer. Pois às cinco horas estava organizada a caravana, e sob luz palpitante das estrelas, marchavamos pela ponte romana das Caldas, seguindo a antiga via militar de Aquae Flaviae a Bracara Augusta.

 

Nas Casas dos Montes começos a alvorecer, O castello de Monforte projectava-se no fundo purpura do nascente como uma espécie de viseira calada. A casaria do velho burgo flaviense emergia da sombra. Um clarim tocava à alvorada.

 

Em Valdanta, o sol abria já a sua corola d'oiro. Uma ténue neblina alongava-se por sobre o cio Tamega, esgarçando-se nos amieiros. As videiras, as hortas reverberavam.

 

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Amanhecer no alto de Soutelo com a veiga de Chaves de fundo

 

Paramos para comer o almoço frio, acima de Soutelo, no meio d'um lanço vial milagrosamente conservado das iras do tempo e das unhas dos homens. Os carvalhos ladeiam a via; a vinha cobre as encostadas; é na veiga, desde Soutelo de Valdanta, entre as batatas do tarde e os milhos, lavradores gritam aos bois, premindo o arado celta ou guiando pelos corregos o carro Romano.

 

Passa-sa a hora da sesta em Calvão, photographa-se um dolmen à entrada de Castellãos e avista-se Soutelinho da Raia, fim da primeira étape, ainda com sol.

 

O Larouco, para o norte, parece um phantastico saurio com a cauda rastejando pelas Limias e a enorme cabeça, o Larouquinho, solevantada, como uma ameaça, para Montalegre.

 

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Serra do Larouco vista desde Soutelinho da Raia

Foi à entrada de Soutelinho, à sombra prásaga dos castanheiros que rodeiam o cemitério, que Paiva Couceiro acampou no dia 7 de Julho de 1912 quando marcava, certo do triumpho, sobre Chaves, e foi onde, logo no dia seguinte, outra vez acampou, esmagado sob o peso da irremediável derrota. Um pouco à direita, fora das tapadas e do baldio onde os seus soldados rouquejavam as raivas dos vencidos ou curavam as feridas, fica o castanheiro debaixo do qual se diz que Paiva Couceiro se sentou depois da derrota e, com a cabeça escondida nas mãos, chorou o seu sonho perdido.

 

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Soutelinho da Raia

 

Reconstituo esses momentos. Paiva Couceiro tinha entrado por Sendim e seguido a estrada velha, por Gralhas e Solveira acampára depois do meio dia em Soutelinho. O sol ostentava pelos outeiros o seu manto de glória; do céu cahiam bençãos; as cotovias elevavam-se no ar translúcido entoando os seus himnos triumphaes; os carvalhos pendiam para as bordas dos caminhos, offerecendo-se os combatentes. Pouco depois de ter acampado, Couceiro recebia a notícia de que se organisára em Chaves a columna mixta, composta das melhores forças da guarnição, de quasi todos os cavallos e toda a artilharia, a fim de marchar sobre Sapiães com o objectivo de impedir a junção das suas forças com as duas centenas de labregos que se haviam levantado em Cabeceiras às ordens do Padre Domingos. Couceiro devia ter sorrido, os seus olhos deviam-se ter iluminado da fé viva no Triumpho: O seu como esguio devia já sentir-se levado nas azas da victória.

 

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Ao fundo, Sendim por onde Paiva Couceiro entrou com as suas tropas, vindos da Galiza

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Planalto da Serra do Larouco que Paiva Couceiro teve de percorrer para chegar a Chaves com as suas tropas, passando por Gralhas, Solveira e Soutelinho. Ao fundo, lado esquerdo, avista-se a Serra do Brunheiro.

 

O acampamento Ievantou-se e a marcha começou, sem o regular serviço de segurança. Para quê? Chaves ia cahir de madura. Era um fructo delicioso que estava apenas à espera dos seus dentes. Pelo caminho, os soldados cantavam. As grevas de panno, as amas em bandoleira, davam-lhes um cento aspecto de salteadores. Alguns antegosavam a entrada triumphal na antiga praça forte, maquinavam a sua vingançasinha, delíciavam-se porventura na ideia do saque.

 

De madrugada chegaram ao alcance de Chaves sem encontrarem uma patrulha. Os primeiros soldados da República que os monarchistas encontram são os da carreira de tiro que o commando havia esquecido e deixado entregues à sua sorte. O cabo que commanda esses soldados, surpreendido, arma-se e apparece no cimo do Espaldão. Na guarda avançada vinham alguns desertores da infantaria 19. Estes chamam-n'o pelo nome, cumprimentam-n'o riem-se. E é esse cabo, sósinho, que do Espaldão começa o fogo.

 

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Espaldão  - Chaves, onde começou o combate do 8 de julho de 1912 entre os republicanos de Chaves e os realistas de Couceiro.

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António Granjo, ao centro na imagem (Clicar na imagem para ver post do Blog  Chaves Antiga relacionado com a mesma)

 

Fazem-se os preparativos do assalto, as flechas couceiristas chegam quase às muralhas. A companhia do capitão Tito Barreira faz refluir a onda, o combate trava-se.

 

Paiva Couceiro olha fixamente um ponto. Os solados perguntam uns aos outros, inquietos, porque não apparece a bandeira branca. A resistência prolonga-se e sobre o ponto fixo que Couceiro olha cruzam-se as balas. Mas então Chaves não se rende'? Então vieram mette-los n'um matadouro? No hospital de sangue os feridos accumulam-se; os moribundos contorcem-se pelas terras centeeiras; os mortos levantam para o ceu os olhos parados n’uma supplica derradeira e suprema.

 

A tropa fandanga encolhe-se atraz dos pinheiraes das paredes, das penedias. Paiva Couceiro olha ainda o ponto fixo, mas o seu rosto contrahido, os seus olhos apagados, denunciam a sua agonia.

 

O official de antilharia, que dirige o fogo das duas peças, e a quem a derrota já certa enlouquece, manifesta o propósito de despejar sobre a villa um montão de granadas incendiárias. Couceiro oppõe-se. Conta-se, mesmo, que para pedir a realização de tal propósito, atirou com o cavalo para frente das peças.

 

Estava tudo perdido. Paiva Couceiro ordena a retirada.

 

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Gravura/Postal retratando a retirada de Couceiro

A retirada faz-se tranquilamente. Couceiro não se pode queixar da perseguição das tropas republicanas. E à noite, sob as mesmas árvores presagas, ouvindo o gemer dos feridos, as coleras da turba-multa vencida, Paiva Couceiro procura aquele sítio ermo, em que possa chorar todas as suas illusões desfeitas em poeira e sangue. Ali, se terá revoltado silenciosamente contra os cúmplices que faltaram, contra a cobardia d'aquelles que o cercaram de incitações e de promessas e que ficaram detraz das janellas a verem deslizar o curso dos acontecimentos.

 

Acaso, n'esse instante, Couceiro perguntaria a si próprio se, em vez do paladino nun'alvaresco que queria ser, não estaria apenas desempenhando papel de cavalleiro da triste figura; e acaso, vendo passar junto dos seus pés a fronteira hespanhola, perguntaria a si próprio se não estava sendo instrumento da ambição castelhana e se promovendo a desordem na sua Pátria a História lhe não applicaria na face o ferrete de traidor...

 

Antonio Granjo

 

 

 

[i] - Nota do Blog Chaves: O post anterior, "Cidade de Chaves - Feriado Municipal - O 8 de Julho e António Granjo", serve para a  introdução solicitada pelo Luís.

 

 

 

 

08
Jul20

Cidade de Chaves - Feriado Municipal

O 8 de Julho e António Granjo


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Hoje na cidade de Chaves é feriado municipal, o 8 de julho, pelo significado que esta data teve, há pouco mais de 100 anos (8 de julho de 1912), aquando Paiva Couceiro, fiel à monarquia, faz a segunda incursão monárquica, vindo da Galiza, onde estava refugiado, entrando em Portugal por Sendim, em Montalegre e a partir de aí marchou para Chaves, onde as tropas flavienses e população civil em geral, fiel a jovem república, derrotam Paiva Couceiro no Alto da Trindade, junto ao espaldão da carreira do tiro.

 

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Quem acompanha este blog, sabe que ultimamente o Luís de Boticas, nas suas crónicas estrambólicas, tem vindo a publicar crónicas do flaviense António Granjo, publicadas no jornal A Capital em 1915. Feliz coincidência, que a crónica de Granjo prevista para esta semana, relata precisamente o percurso de Paiva Couceiro desde Sendim até Chaves e a sua derrota em Chaves.  Este post, para além de servir de introdução à crónica de António Granjo que será publicada hoje ao inicio da tarde neste blog, serve também para comemorar este dia 8 de julho, relembrando ou dando a conhecer (a quem não conhecia) um distinto republicano que nasceu em Chaves em 1981 e foi assassinado em 1921, em Lisboa, ao serviço da República quando era Presidente do Ministério (equivalente ao 1º Ministro atual). António Granjo que foi um dos civis Defensores de Chaves na luta contra Couceiro no dia 8 de julho de 1912.

 

Para não estar para aqui a fazer resumos da história, com a devida vénia e pedidos de desculpa aos autores, resolvi reproduzir na íntegra dois post publicado no blog “Almanaque Republicano”  , de autoria de Artur Barracosa Mendonça e de José Manuel Martins, um sobre António Granjo e outro sobre os Defensores de Chaves.

 

 

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ANTÓNIO GRANJO

 

Disse Consiglieri Sá Pereira na sua obra A Noite Sangrenta, Aillaud & Bertrand, Lisboa,1924, p. 9, afirmava: Era franco, rude, generoso e exagerado. Tinha todos as virtudes e todos os defeitos do montanhês e quem atentasse no seu tórax herculeo, julgaria admirar um pedaço de granito arrancado lá de cima, das serranias de Trás-os-Montes e afeiçoado pelo cinzel de qualquer escultor amigo de fortes plásticas.

António Joaquim Granjo nasceu em Chaves, em 27 de Dezembro de 1881, e veio a falecer a 19 de Outubro de 1921. Era filho de Domingos Pires Granjo, um curtidor e vendedor de peles e de Maria Joaquina Granjo. Obteve, em 1907, o bacharelato em Direito pela Universidade de Coimbra, para onde se deslocou em 1899, tivera formação religiosa, frequentando o Seminário de Braga, entre 1893 e 1898, e cursando Teologia no Porto, no ano seguinte.

Assentou praça em 1899 no Regimento de Cavalaria nº 6, mas a 15 de Outubro desse mesmo ano pediu baixa da vida militar, experiência a que dará continuidade mais tarde, quando liderar um grupo de voluntários contra as invasões monárquicas de 1911 e 1912 e integrar o Corpo Expedicionário Português na qualidade de alferes miliciano. Depois de concluir os estudos superiores em Coimbra, regressa à sua terra natal, onde se dedicará à advocacia até se fixar em Lisboa, no ano de 1919.

Quando estudante em Coimbra convive com Cândido GuerreiroJosé Lobo de Ávila LimaFernando Emídio da SilvaAntónio Abranches Ferrão, sendo António Granjo um dos alunos melhor classificados do seu curso. Casou ainda estudante, em 8 de Outubro de 1906, com Cândida Lamelas. Funda o Centro Republicano de Chaves, que se torna uma verdadeira "sociedade revolucionária" (Rocha Martins, Vermelhos, Brancos e Azuis, vol. II).

A sua actividade política começa no contexto das greves estudantis em Coimbra - quando, em 1907, integra o Comité Revolucionário Académico – e consolida-se, logo a seguir, por via da organização de um núcleo revolucionário em Chaves e da participação no Comité Revolucionário de Trás-os-Montes, onde tem um importante papel na propaganda republicana.

Participou na tentativa revolucionária de 28 de Janeiro de 1908, tendo desenvolvido contactos na cidade do Porto, onde vivia o irmão Manuel Augusto Granjo. A sua acção, durante esta tentativa revolucionária republicana que fracassou, seria tomar o forte S. Neutel, em Chaves, para apoderar-se das munições e armas ali existentes.

A 8 de Outubro de 1910, foi proclamada a República em Chaves, com a sua presença na Câmara Municipal. Faziam parte do núcleo revolucionário de Chaves juntamente com o nosso biografado: Antão Fernandes de CarvalhoVitor Macedo PintoAdelino Samardã (jornalista e organizador da Carbonária na região transmontana), José Mendes Guerra António da Silva Correia.

A 6 de Outubro de 1911 partiu para Vinhais, para enfrentar as invasões monárquicas comandadas por Paiva Couceiro, levando com ele António CachapuzJoaquim MonteiroVitorino Vidago e António Luis Pereira. Nesse mesmo ano, dá início à sua carreira de deputado, eleito e reeleito por Chaves até 1921, em que se destaca, logo em 1912, por defender a amnistia para os inimigos do novo regime.

Em 1912, trava-se de razões contra os denominados jovens turcosÁlvaro de CastroSá CardosoÁlvaro PopeAmérico Olavo, que defendiam as opiniões de Afonso Costa, enquanto António Granjo se perfilava ao lado de António José de Almeida.

Em Maio de 1917, ingressa como alferes miliciano no Regimento de Infantaria nº 19, de Chaves, após ter concluído o curso de alferes no Regimento de Infantaria nº18, no Porto. Antes de partir manda elaborar o seu testamento antes de partir incorporado no Corpo Expedicionário Português em direcção à Flandres.

Quando regressa envolve-se nas conspirações e revoltas de 12 de Outubro de 1918 e de 10 de Janeiro de 1919, contra Sidónio Pais. A primeira das tentativas restringiu-se às cidades de Coimbra, Évora e Vila Real. A segunda, deflagrou somente em Santarém.


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[AcimaFotografia do Governo de António Granjo em 1921, com ele ao centro da imagem]

Proclamada a República, torna-se administrador do concelho de Chaves e, em 1911, é iniciado na Maçonaria, no triângulo 187, de Santa Marta de Penaguião, adoptando o nome simbólico deBuffon. Pertenceu depois à Loja Cavalheiros da Paz e Concórdia, em Lisboa. Manteve ligações a esta sociedade até ao final da sua vida, quando pertencendo à Loja Liberdade e Justiça, nº 373, de Lisboa, foi alertado por uma prancha datada de 15 de Outubro de 1921, que referia os problemas causados pela "questão dos eléctricos" e a necessidade de "meter na ordem obrigando a cumprir as leis nacionais e estrangeiras" (Rocha Martins, ob. cit.).

Depois de deixar o Partido Republicano Português e de se tornar membro do Partido Evolucionista, integra ainda o Partido Liberal, de que foi líder entre 1919 e a cujo directório pertenceu até 1921. Estreia-se como ministro entre 30 de Março e 28 de Junho de 1919, à frente da pasta da Justiça num governo liderado por Domingos Pereira.

Em 15 de Janeiro de 1920, sendo já membro do Partido Liberal, a cujo Directório pertenceu desde os finais de 1919 a 1921, é nomeado ministro do Interior, mas não chega a tomar posse.Quando voltou a ser nomeado para cargos governativos, assumiu a pasta da Agricultura e chefiou o próprio Executivo, ambas as funções decorrendo entre 19 de Junho e 20 de Novembro de 1920, além de se ter encarregado da pasta das Finanças, a título interino, entre 14 de Setembro e 18 de Outubro de 1920. Será, ainda, ministro do Comércio, de 24 de Maio a Agosto de 1921, até acumular, pela última vez, a chefia do Executivo com uma pasta ministerial, desta feita, a do Interior, no período de 30 de Agosto até à Noite Sangrenta de 19 de Outubro de 1921, que ditou a queda do Governo e a sua própria morte.


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[AcimaFotografia do funeral de António Granjo em Lisboa]


Da sua participação na Grande Guerra, escreveu um livro de impressões, que intitulou A Grande Aventura (Cenas de Guerra), além de ter publicado poesia e dirigido o jornal A República a partir de 9 de Março a 19 de Julho de 1920, em virtude de António José de Almeida ter sido eleito presidente da República. Volta a assumir esta função entre 20 de Novembro de 1920 e 9 de Junho de 1921. Colaborou ainda na revista Livre Pensamento de Coimbra, em 1905. Foi ainda colaborador de O Norte, Porto, 1918-1920.

Escreveu: Carta à Rainha D. Amélia (1909) e Águas obras em verso; Vitória de Uma Mocidade, 1907; A Grande Aventura (cenas de Guerra), 1919, dedicado ao Regimento de Infantaria nº 19(prosa).

A.A.B.M.

 

OS DEFENSORES DE CHAVES - 1912

 

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Foto de um grupo de civis e militares de Chaves [Os "Defensores de Chaves", então chefiados por Ribeiro de Carvalho] e que em Julho de 1912 resistiu com bravura à 2ª incursão monárquica, via tropas chefiadas por Paiva Couceiro e Sousa Dias.



Curiosamente, na foto, os republicanos defensores de Chaves, transportam o busto da República.



fotovia Blog Bernardino Machado

J.M.M.

 

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Mais sobre a segunda incursão monárquica, António Granjo e o 8 de julho em Chaves:

 

Fundação Mário Soares - http://www.fmsoares.pt/aeb/crono/id?id=01798

 

No blog Chaves antiga - https://chavesantiga.blogs.sapo.pt/tag/incurs%C3%B5es+mon%C3%A1rquicas

 

 

28
Ago19

Ocasionais


ocasionais

 

“HOMENAGEM aos COMBATENTES”

(CHAVES, 8 de Julho, 2019)

 

 

Os que passámos por esta guerra, ao lembrá-la e celebrá-la, não o fazemos animados por nostalgias imperiais e muito menos imperialistas. Respeitamos os que nos combateram de armas na mão em nome dos seus Estados nascentes; e, sabendo que os que então nos combateram nos respeitam, queremos ser também ser aqui respeitados e não tratados como marionetas de regimes ou serventuários de causas suspeitas.

-Jaime N.Pinto-

 

No Programa das Comemorações (2019) do DIA do MUNICÍPIO, de CHAVES, constava….  “SEGUNDA 08 JUL | DIA DA CIDADE E DO MUNICÍPIO   -    … 11h30 ROMAGEM AO CEMITÉRIO – “Homenagem aos Combatentes”.

 

Tenho de me penitenciar por há já muito tempo não visitar o Cemitério (velho) da Cidade, e de não saber se as Campas de flavienses «Mortos no Ultramar» ou falecidos ex-combatentes no Ultramar estão identificadas como tal.

 

Este item do Programa deixou-me um tanto intrigado: dizer “Homenagem aos Combatentes” até me leva a acreditar que flavienses vivos e ex-combatentes (ou poderei acrescentar os que andam por aqui, por ali, por além a combater seja lá o que e por que for, nem que seja só pela sobrevivência) iam ser «homenageados, esperando eu que com meia dúzia de discursos e alguns ramitos de flores!

 

Esta minha incerteza ou dúvida resulta de um comportamento diferenciado que «as forças vivas da nação» manifestam, com tanta pompa, por um lado e para um lado, e tamanha indiferença (até desdém) por outro e para outro lado [puxem pela memória, consultem registos e vejam a tal pompa na (sempre justa) homenagem aos “MORTOS na GRANDE GUERRA” (embora nunca digam se da I ou da II), e na tamanha indiferença (até desdém) pelos “MORTOS na GUERRA do ULTRAMAR”!].

 

Até parece que para «suas excrescências, porra, eiscelênsias», depois de 1945, só houve «COMBATENTES» Portugueses após 1990, e estes, sabe-se lá bem, em nome de que tão claros, confusos, escuros ou obscuros ideais ou interesses, alianças ou acôrdos!

 

Pois é! Os portugueses que, desde 1961 andaram de Mauser, Vigneron, FN, G3 (não sou do tempo da HK-21), Dreyse, Breda, bazuca; morteiros; a conduzir Unimogs, GMC’s e Berliet’s; a patrulhar as «picadas» e a fazer tiro ao alvo sobre mosquitos e a tsé-tsé; ou saltavam de pára-quedas, ou «passeavam de barco», ou …  etc., etc,, e por lá «deixaram o coiro» (dizer «a vida» será menos comovente para «suas excrescências, porra, eiscelênsias») não merecem ser lembrados pelas eminências deste Regime: vale-lhes, ao menos, uns monumentozecos (fora o da foz do Tejo) que umas «almas penadas» vão pondo, aqui e além, mais modestos, mas mais sentidos, que «alminhas»!

 

Não estou de luto por familiares «MORTOS na GUERRA do ULTRAMAR»: estou de luto pelos COMBATENTESMORTOS na GUERRA do ULTRAMAR”.

 

M., sete de Julho de 2019

Luís Henrique Fernandes, da Granginha

 

 

 

 

09
Jul19

De regresso à cidade...


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Como ontem foi feriado municipal, só fazemos o regresso à cidade hoje, terça-feira, mas com imagens de ontem, da Praça do Duque, já depois da cerimónia do içar da bandeira e da cerimónia das condecorações municipais.

 

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O tempo, nosso, e outras contrariedades, não nos deu para estar em todas as cerimónias, mas às que fomos fizemos o nosso registo, tal como aconteceu na inauguração da exposição de artes plásticas “Uma geração, dois Momentos” enquanto a chuva caía a bom cair lá fora, tal como "previa" um dos artistas falecidos numa das suas obras em exposição – “Nem que chova pá!” - A inauguração aconteceu.

 

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E é tudo por hoje, amanhã há mais!

 

 

 

08
Jul16

Discursos sobre a cidade - Por António de Souza e Silva


SOUZA

 

O FERIADO MUNICIPAL DE CHAVES E OS 40 ANOS DO PODER LOCAL

 

I

 

Hoje é o Dia do Município de Chaves.

 

Muitos municípios escolheram o seu feriado municipal comemorando um santo; outros, por ocasião da criação do seu município ou eleição ou indigitação da sua sede a cidade; outros ainda, em razão de um acontecimento local relevante.

 

Chaves escolheu este dia pela sua relevância no contexto nacional da altura.

 

Com efeito, a partir de 8 de junho de 1912, definitivamente, os monárquicos ou legitimistas deixaram de ter qualquer apoio ou veleidade quanto ao regime que em Portugal iria vigorar – a República, saída de 5 de outubro de 1910.

 

É certo que se viveram na altura tempos excessivamente complicados, difíceis e perturbantes nos poucos anos em que a I República vingou, fruto não só de um complicado e dramático contexto internacional, mas também das excessivas dificuldades que Portugal, a sua economia e sua sociedade, tinham para se adaptarem ao ritmo da modernidade.

 

Mas o que está em causa não é o que veio a seguir à implantação da I República. Do que se deve falar é do ideário que a I República trazia para o Portugal daqueles tempos.

 

Não estamos de acordo com aqueles que contestam esta data como feriado municipal, dizendo que ela não é significativa, chegando ao ponto de afirmarem que este dia é «vergonhoso», porquanto, nas escaramuças entre republicanos e monárquicos, até havia flavienses nas duas frentes.

 

Salvo o devido respeito, estamos em total e completo desacordo com este entendimento. Nada de relevante na história se faz sem luta, sacrifício e até com o custo da própria vida. E não é por isso que não se devem comemorar certos acontecimentos, incorporando-os na nossa vida coletiva como elementos identitários da mesma.

 

Os Defensores de Chaves, em 8 de julho de 1912, ao darem uma machadada definitiva na «ressurreição» legitimista ou monárquica, mostraram a todo o país que tinham um ideário e por ele, afincadamente, lutavam – a República.

 

Por isso, o 8 de julho é para os flavienses uma data na qual eles mostram ao país inteiro, na senda daquilo que foi sempre a sua história, vivendo em terras de fronteira, lutando pela independência do nosso rincão, de que lado da história eles estiveram e estão – na assunção dos seus ideais progressistas, democráticos, de justiça social e de desenvolvimento da sua pátria e do seu município.

 

O 8 de julho, ao contrário do que alguns afirmam, não ofende ninguém, muito pelo contrário, enobrece a causa pela qual um punhado de valentes homens flavienses lutaram, numa lógica republicana e progressista.

 

O 8 de julho não se trata de um acontecimento de qualquer “politiquice caseira de castas flavienses”, outrossim, repete-se, da defesa de um ideário que, após 50 anos da noite salazarenta, nós todos, portuguesas e portugueses, prosseguimos com o 25 de Abril de 1974. Nem sempre com sucesso e no melhor dos caminhos, mas sempre persistindo no encontrar o melhor dos mundos para todos nós.

 

O 8 de julho, sendo historicamente um acontecimento travado em solo flaviense, evoca um ideário pelo qual muitas portuguesas e portugueses se bateram. Razão suficiente para continuar a ser o nosso Dia do Município. E a orgulharmo-nos pelo nosso contributo à causa das ideias de Progresso, de Desenvolvimento, de Igualdade e de Justiça Social.

 

 

II

 

 

Comemora-se este ano 40 anos do Poder Local.

 

A restituição das Liberdades e o Poder Local foram duas conquistas plenamente conseguidas pelo 25 de Abril de 1974.

 

Mas é bem verdade que falta ainda cumprir Abril e Portugal quanto a Desenvolvimento, Igualdade e Justiça Social.

 

Durante 40 anos, o Poder Local foi um elemento fundamental no dar voz às populações locais e ao desenvolvimento das nossas terras, particularmente as do interior.

 

Passados 40 anos, há que refletir sobre o Poder Local que hoje temos e, eventualmente, encontrar novas formas organizativas e outras legitimidades mais consentâneas e adaptadas à realidade de um mundo cada vez mais complexo e totalmente globalizado. Se esta reflexão não for feita, e não encontrarmos outras fórmulas e legitimidades de governação, o atual Poder Local em vez de ser uma fonte de desenvolvimento para as nossas terras e populações locais, transformar-se-á numa das forças de bloqueio da sociedade portuguesa.

 

 

III

 

 

Para comemorar os 40 anos do Poder Local, a autarquia flaviense achou por bem agraciar os autarcas que desempenharam funções de vereador na Câmara Municipal de Chaves durante este período.

 

Consultando as atas da Câmara Municipal não se percebe muito bem da fundamentação da proposta, se de verdadeira proposta se trata a intervenção do Presidente de Câmara na reunião ordinária de 29 de abril de 2016. Apenas damos conta do estabelecimento de um critério para a atribuição das diferentes medalhas municipais, por ocasião do Dia do Município, e tendo em conta a comemoração dos 40 anos do Poder Local: de ouro, se foi vereador a tempo inteiro, com pelouro(s); de prata, se foi vereador a meio tempo, com pelouro(s) e de bronze, se foi simplesmente vereador, quer tenha ou não assumido qualquer pelouro.

 

Fomos vereador a tempo inteiro na autarquia flaviense durante dois mandatos. Por tal facto, somos, pois, um dos comtemplados.

 

Aceitando, democraticamente, as legítimas deliberações do atual executivo municipal, não podemos, todavia, estar de acordo com semelhante «proposta» ou critério de atribuição. Não é o estatuto de vereador a tempo inteiro, meio tempo, com ou sem pelouro(s), e o ser simplesmente vereador, com ou sem pelouro(s), que lhe dá legitimidade para ser agraciado. Trata-se aqui de um critério fácil de atribuição que não releva do real valor do trabalho que o ex-autarca, independentemente do seu estatuto, desempenhou em prol do desenvolvimento do seu concelho. Nem tão pouco tem em conta o real sacrifício pessoal, profissional e familiar que o mesmo teve no desempenho das suas funções, quando muito bem sabemos que um vereador a tempo inteiro, ou mesmo a meio tempo, tem a vida muito mais facilitada para o desempenho de funções autárquicas do que um simples vereador que, para além da sua atividade profissional, participa e desenvolve trabalho (voluntariamente) nos órgãos da autarquia.

 

Por estas razões a nossa consciência apontava-nos que não deveríamos receber tal agraciamento, porquanto, como cidadão e flaviense de coração – há mais de cinquenta anos vivendo nesta terra – outra coisa não fizemos, quando integrámos os elencos camarários, em dois mandatos, em função de um imperativo ético, que cumprir um dever de cidadão. E, olhando para a lista de agraciados, tendo em conta o critério adotado, damo-nos conta que a lista está incompleta...

Sabemos que a memória humana é curta, passível de falhas. Mas a história, com as suas fontes, aí está para nos relembrar. Temos pena que uns tenham sido lembrados e outros esquecidos!

 

Melhor ponderando sobre este assunto, tomámos a decisão de comparecer à cerimónia de hoje e receber a aludida medalha.

 

Houve dois argumentos que barraram as objeções da nossa consciência. O primeiro assenta no pressuposto de que quem vai receber a medalha não é simplesmente o cidadão e flaviense, António de Souza e Silva, mas o ex-autarca, militante socialista, que integrou as listas do Partido Socialista nas duas eleições em que o PS de Chaves saiu vencedor. Quem vai ser agraciado é o ex-autarca socialista que integrou uma equipa e lutou por um projeto de progresso para Chaves, tendo tudo feito, com o seu melhor saber e competência, pese embora as suas enormes falhas, para que aquele projeto em que acreditava fosse em frente.

 

Neste entendimento, é uma enorme honra ir receber a medalha de ouro do Município de Chaves. Não para a levarmos para casa – que tal não merecemos – mas para a entregarmos nas mãos do atual Presidente da Comissão Política do PS de Chaves para ficar no domicílio a que, por direito, pertence – a sede da Secção do PS de Chaves. Porque foi de lá, como militante socialista, que saímos para a autarquia flaviense e nos fizemos autarca. Os méritos que se pretendem agraciar não são nossos, são do coletivo do qual saímos. Sozinhos não seríamos ninguém!

 

A argumentação supra seria só por si necessária para apaziguar a nossa consciência e justificar a nossa presença hoje, às 12 horas, no Auditório Municipal de Chaves.

 

Contudo, outra razão mais funda ditou e justificou este nosso gesto: aquilo que como autarca fomos bebemo-lo no exemplo, no sacrifício, abnegação, persistência e solidariedade de dois grandes amigos, saudosos camaradas e ex-autarcas que, em momentos bem difíceis da consolidação do Poder Local em Chaves, tão bem nos demonstraram o que seja um verdadeiro camarada, um bom socialista – José Augusto Fillol Guimarães e Domingos Benjamim Carneiro Ferreira. Não foram ou vão ser agraciados. Nem mesmo a título póstumo. Pois a medalha que hoje vamos receber, que, como acima dissemos, ficará como espólio na sede do Partido Socialista de Chaves, é a eles inteiramente dedicada para que os novos militantes e próximos autarcas socialistas se lembrem destes dois ilustres e abnegados socialistas flavienses que tanto deram das suas vidas pela a causa do socialismo democrático e do Poder Local em Chaves.

 

António de Souza e Silva

 

 

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08
Jul16

Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso - Abre hoje ao público


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Depois da inauguração no passado dia 4, abre hoje ao público, com entrada gratuita, o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso.  O Museu abre as suas portas às 10 horas e hoje, excecionalmente, manter-se-á de portas abertas durante a noite, para além daquele que irá ser o horário normal de abertura ao público. Nos jardins do Museu, a partir das 23H30, terá lugar um concerto com Tiago Bettencourt,  seguido de um espetáculo pirotécnico.  

 

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08
Jul15

Chaves, em dia de feriado municipal


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Hoje, dia 8 de julho, feriado municipal, um dia em que a festa poderia acontecer em Chaves, mas não acontece. Opções de quem manda, conformismo de quem se deixa mandar. Assim, aproveita-se o dia para conferenciar em casa um pouco com o sofá, ou, se ainda há dinheiro, para ir de compras até às capitais mais próximas, é para isso que as autoestradas vão servindo.

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Mas nem tudo está perdido. Para quem gosta de fotografia é uma boa oportunidade para apanhar a cidade despovoada de popós que tanto incomodam quem fotografa. Pena não haver pessoas nas ruas, pois o ambiente ficaria mais composto, mas mesmo assim temos oportunidade de ver a cidade por inteiro, sem qualquer ruído. Viva o 8 de julho!

 

 

08
Jul14

Chaves, 8 de julho, dia do Município


 

Hoje cá na terrinha é feriado, municipal, 8 de julho, que pretende ser o dia da cidade ou do município, que começa já a ser a mesma coisa, no entanto há muita gente que contesta esta data dizendo que há outras que são muito mais significativas para a cidade de Chaves. Eu também penso que os acontecimentos que nos levam a esta data, os que ocorreram no 8 de julho de 1912, historicamente falando, não têm qualquer relevância para que este dia se celebre com feriado municipal. Os mais críticos dizem mesmo que esse 8 de julho de 1912 foi um dia negro para a cidade, vergonhoso até (dizem), pelo simples facto de,  nas escaramuças entre monárquicos e republicanos ocorridos nesse dia, haver flavienses nas duas frentes, ou seja, onde houve flavienses monárquicos a lutar contra flavienses republicanos. Os mais republicanos, os militantes, dizem por sua vez que foi nesse dia que se deu a cacetada final nos monárquicos que desde 1910 tentava recuperar a monarquia. Politiquices caseiras das castas flavienses…, mas enfim, para já é o dia que temos, mas temo que também não haja consenso para qualquer outro dia, a não ser um dia neutro, como o dia em que a Vila de Chaves foi elevada a cidade, para mim esse dia teria muita mais lógica e não ofenderia ninguém.

 

Mas para quem estiver interessado em conhecer melhor os acontecimentos do 8 de julho de 1912, nem há como passar pelo blog Chaves antiga, aqui: http://chavesantiga.blogs.sapo.pt/287483.html pois está lá tudo explicadinho, com imagens, documentos e até filmes. Passe por lá.

 

Mas já que é o dia do município e na ausência de mais argumentos históricos, fiquemos com aquilo que é nosso, que, fosse Chaves de quem fosse, foi sempre de Chaves. Refiro-me ao nosso património milenar, a nossa Top Model Ponte Romana com aquele conjuntinho do casario da Madalena que tanto a embeleza, uma nesga apenas, pois o que é bom nunca se deve dar por inteiro e se possível acompanhe-se a apreciação da imagem com um bom pastel de Chaves, quentinho e estaladiço (já que presunto não há) e de preferência acompanhe-o com um branquinho fresquinho ali dos lados de Anelhe ou Arcossó, pois é dos melhores que conheço aqui por perto. E viva Chaves, e goze bem o feriado (pena não termos praia), pois festa, daquela que possa ter nome de festa, não há, mas se quiser sempre pode ir ao hastear da bandeira e à romagem do cemitério…

 

Pois fica a minha homenagem a este dia com a imagem que hoje vos deixo.

 

 

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