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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

20
Mar21

Rio Tâmega - Chaves - Portugal

desde que entra até que sai de terras flavienses


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Vila meã – Presa do moinho

 

Ainda sem ideias para a nova ronda a fazer sobre as nossas aldeias, mas também, por causa do bicho,  impedidos de circular livremente pelo nosso mundo rural, vamos lançando mão àquilo que temos em arquivo e que pode ser “tema de conversa” para mais um post neste blog. Assim vamos por este nosso rio Tâmega abaixo, desde que ele entra em Portugal, ainda servir de raia com a Galiza, até que ele abandona terras flavienses.

 

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Açude de Vila Verde da Raia

 

O rio Tâmega nasce na Galiza e por lá anda até entrar em terras portuguesas, mas num troço de 3,4Km, o Tãmega ainda é partilhado com a Galiza, isto entre a nossa aldeia de Vilarinho da Raia e o Açude de Vila Verde da Raia, pois até aqui, na margem esquerda do rio ainda é Galiza e na margem direita, Portugal, troço onde existem duas povoações portuguesas, Vilarinho da Raia e Vila Meã enquanto que da margem esquerda existe a aldeia Galega de Feces de Baixo, que é quase mais portuguesa que galega, sendo mais um dos nossos “supermercados”, desde sempre, pois nem no tempo da outra senhora ou da fronteira, houve força que impedisse tal realidade, aliás até penso que se fazia mais comércio  nesse altura do que hoje em dia.

 

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Um das lagoas do Tâmega resultante da antiga exploração/extração de areia

 

Mas é no Açude de Vila Verde da Raia que o Tâmega adquire a “nacionalidade portuguesa”, começando logo por ser aprisionado para uma boa causa – permitir a rega da imensa veiga de Chaves. Atenção que esta da “imensa” veiga, tem de ser lida dentro do contexto de estarmos entre os montes, pois no contexto de terras planas, seria uma migalha, mas mesmo assim, a grosso modo, tem  11,5Km x 3.5 Km, ou seja 40 250 000 m² que em termos de hectares são 4 025ha de terra plana entre montes.

 

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Rio Tâmega em Chaves com a Madalena de fundo e uma nesga da ponte romana

É precisamente dentro desta veiga, que no troço entre Vila Verde da Raia, Outeiro Seco e Santo Estêvão o rio se vai espraiando em pequenos lagos, hoje aparentemente naturais mas que na realidade resultaram da desenfreada extração de areias que durante pelo menos duas dezenas de anos serviu de alimento ao fabrico de betão para construção das moradias, armazéns e grandes mamarrachos da nova cidade de Chaves, mas que infelizmente, esse b€tão também conseguiu entrar no centro histórico, com mais impacto no antiga Quinta dos Machados e no antigo mercado municipal. Seja como for a extração de areias terminou e hoje são mesmo pequenos lagos que algumas espécies de peixes e aves tomaram como residência habitual ou sazonal.

 

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Presa de um dos moinhos de Curalha

 

Entretanto o rio chega à cidade e numa centena de metros torna-se urbano, onde cinco pontes o atravessam, hoje, três delas pedonais, mas o destaque tem de ir mesmo para a milenar ponte romana, a nossa top model com quase 2 000 anos de existência e que sem qualquer dúvida é e sempre foi o bem mais precioso que a cidade de Chaves tem, daí ter sempre resistido a invasões e destruições da cidade. E o rio, embora tome a sua dose de urbanidade ao atravessar a cidade, a verdade é que depressa mergulha outra vez na sua ruralidade, onde algumas presas assumem por vezes a dupla função de alimentadores de energia para moinhos, mas também como “pontões” por onde se pode atravessar fora do período das chuvas.

 

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Antiga presa de um dos moinhos da proximidade de Moure

 

Moinhos e presas que também já tiveram a sua época e que hoje maioritariamente estão abandonados e em ruinas, salvo raras exceções como é o ou os moinhos de Curalha. Presas que em tempos também proporcionavam pequenas praias fluviais ao longo do rio, algumas até bem concorridas como era o Açude de Vila Verde da Raia ou a Praia de Vidago, mas tudo isso são coisas do passado, em que o rio era saudável e mantinha as suas águas quase cristalinas durante quase todo o ano. Qualidade das águas que o grande boom da construção e o êxodo rural com a sua população a concentrar-se quase toda em Chaves mas também em Verin,a exploração de areias do lado galego e português,  veio ferir quase de morte as águas do rio, e para destruir a sua qualidade bastaram duas dezenas de anos, para recuperar essa qualidade, por mais ETARes  que se construam, a água nos três meses de inferno fica “choca”  e depois só as cheias conseguem limpar alguma coisa, mas falta-lhe a antiga natureza a trabalhar na sua limpeza natural de quando o rio descia livre e em paz até encontrar o rio Douro.  

 

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Praia de Vidago

 

Finalmente chegamos ao local onde o rio passa para outros concelhos, pois logo a seguir a esta “Praia de Vidago” de onde muitos flavienses guardam boas memórias, começam os concelhos de Vila Pouca de Aguiar (na margem esquerda) e o concelho de Boticas e Ribeira de Pena (ma margem direita) onde o rio passa também a ser barrosão e penato para mais tarde passar a ser minhoto. É assim a vida deste rio, nasce Galego, transforma-se em flaviense/transmontano, para depois passar a transmontano e barrosão e finalmente minhoto, para no seu final engrossar as águas do rio Douro onde, precisamente há 20 anos aconteceu a tragédia da ponte de Entre-os-Rios.

 

 

 

28
Mar20

Vila Verde da Raia - Chaves - Portugal

Aldeias do Concelho de Chaves


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Nesta nova ronda que temos feito pelas aldeias de Chaves, temos seguido a ordem alfabética, já vamos no V nas Vilas Verdes. No último fim de semana tivemos aqui a Vila Verde de Oura, hoje fica a Vila Verde da Raia.

 

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E tal como o topónimo indica  é uma Vila da Raia, da fronteira, ia dizer da raia seca, mas não o é propriamente, pois em toda a sua extensão de fronteira com a Galiza há um pequeno riacho, a Ribeira de Feces, que em tempo de chuvas até tem um certo caudal, mas em nada impeditivo de ser atravessado a pé.

 

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Ora se é uma aldeia da raia e que em tempo tinha fronteira e alfândega, também foi terra de contrabandistas e guardas fiscais, daí ter surgido mesmo na raia com a Galiza um pequeno aglomerado de construções, umas destinadas às instalações da guarda fiscal, alfândega e da PIDE, enquanto esta existiu, mas também algumas habitações para os guardas e suas famílias. Contrabando e contrabandistas que embora não fizessem do trelo um modo de vida, servia como um complemento à economia das famílias, sendo também uma forma de contribuir para o povoamento das aldeias da raia.

 

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Daí, a abolição das fronteiras, não ter sido muito apreciada pelas aldeias da raia, para quem na prática a fronteira nunca existiu, acabando-lhe com o tal complemento económico e levando muitas aldeias ao despovoamento quase total, não sendo o caso de Vila Verde da Raia, precisamente por “ser verde”, por ter uma fértil veiga ao seu dispor mas também por ter bons acessos à cidade de Chaves, como também à Galiza, com Feces ali ao lado.

 

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Penso que o topónimo está de acordo com a realidade da aldeia, Vila das antigas villas, da Raia porque de facto tem raia com a Galiza e Verde pela verdura do que lhe toca na Veiga de Chaves.

 

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Vila Verde da Raia que para além do contrabando ficou também conhecida por ser um dos pontos de passagem de “peles”, sobre as quais há peças de teatro, canções  “Em Vila Verde da Raia, no dia tantos e tal, passou a pulo a fronteira…”, filmes, documentários, etc. Para quem não sabe o que eram as “peles”, nome de código, fiquem com uma passagem do Diário de Miguel Torga, que também um apontamento sobre Vila Verde da Raia, ficam ambos já a seguir:

 

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Chaves, 18 de Setembro de 1964

 

Onde pode chegar o aviltamento humano!

— Entregas-me as peles em Mairos.

— A que horas?

— Às onze.

As peles eram emigrantes clandestinos.

 

Miguel Torga, in Diário X

 

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Vila Verde da Raia, Chaves, 25 de Setembro de 1961

 

Fixo atentamente a linha fronteiriça, enquanto a voz erudita vai zumbindo:

— Por aqui entraram os castelhanos, os franceses, os trauliteiros…

E não consigo ver nada! Os montes, a veiga, o rio e os amieiros continuam impassíveis, a ser, a correr e a crescer. A história nunca abrange a natureza. Felizmente. A paisagem fica sempre de fora dos acontecimentos.

 

Miguel Torga, in Diário IX

 

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 Sim, de facto foi terra de passagem e escaramuças de castelhanos, franceses, trauliteiros e “peles”, mas também um pouco de todos os flavienses, quer legalmente pela fronteira, quer ilegalmente pelos trilhos do contrabando e de atravessamento da Ribeira de Feces, que de verão, dada a escassez de água no seu leito se atravessava com um pulo ou umas poldras improvisadas com duas ou três pedras e de inverno, havia sempre por lá alguém com galochas de gola alta para atravessar o pessoal às carracholas. Passagens que eram conhecidas e facilitadas pelas autoridades de ambos os lados da fronteira, que só intervinham no caso de haver abuso no contrabando ou dos contrabandistas serem profissionais.

 

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O Açude

Hoje uma mera preza a encaminhar água para o canal de regadio da veiga de Chaves, foi durante muitos anos a praia dos flavienses, principalmente quando entrou na moda ir para o Açude, no pós 25 de Abril e enquanto a água do rio Tâmega ainda mantinha a sua transparência de água não poluída. Nos dias quentes de verão, todos os caminhos iam dar ao açude, centenas de jovens e menos jovens, piqueniques, acampamentos, sol e sombra conforme as preferências e muita algazarra feliz, de felizes dias que lá se passaram, com a obrigatória ida a Feces, para lanchar, para a Coca-Cola (que em Portugal demorou a entrar) a laranjada uns chocolates e delicioso caramelos e às vezes umas calças de ganga da marca Lois ou umas alpergatas.  

 

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Ai Açude, Açude, que saudades desses tempos feito de coisas simples, com tanta estória para contar, tanta, que se fosse um bom argumentista fazia um filme. Aliás já lá foi rodado parte de um filme, bem conhecido por sinal, o “Cinco Dias, Cinco Noites”, baseado num romance que Álvaro Cunhal escreveu sob o pseudónimo de Manuel Tiago.

 

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Esta nova ronda pelas aldeias, inicialmente, pretendia apenas deixar aqui três imagens, uma a cores, uma a P&B e outra artística, no entanto foi evoluindo e deu nisto, num post mais que completo, com imagens mais recentes e outras mais antigas que escaparam à primeira seleção, um vídeo com todas as imagens,  mas também deu lugar a deixar por aqui descobertas mais recentes, como foi o caso da ponte romana sobre a ribeira de Arcossó.

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Há muito que andava para ir à descoberta desta ponte[i], que suponho dê nome à ribeira, pelo menos a julgar pelo significado de Arcossó – “Do baixo-latim arcosuolo, 'arcozinho', talvez referente a algum arco memorial da época romana”.

 

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De facto é mesmo um arcozinho, pelo menos em largura, e muito curiosa, tal como se pode ver nas imagens, com apenas um arco e nada mais que o próprio arco, quero com isto dizer que o habitual acesso ao arco, para vencer a sua curvatura, aqui não existe, pelo menos em termos estruturais (de pedra), pois esse acesso é feito em terra. Foi uma agradável descoberta, e também uma aventura, mas essa, fica para outra altura.

 

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Agora sim,  para rematar, fica o vídeo com todas as imagens de Vila Verde da Raia publicadas até hoje neste blog.

 

 

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de Vila Verde da Raia:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/256544.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/fronteira-de-vila-verde-da-raia-1621051

https://chaves.blogs.sapo.pt/acude-e-fronteira-de-vila-verde-da-raia-1406592

https://chaves.blogs.sapo.pt/476982.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/180767.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/153610.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/84914.html

 

As nossas consultas:

 - Arcossó in Dicionário infopédia de Toponímia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2020. [consult. 2020-03-28 23:29:07]. Disponível na Internet:  https://www.infopedia.pt/dicionarios/toponimia/Arcossó.

 

 

[i] Como a ponte fica no limite/fronteira de duas freguesias, Vila Verde da Raia e Santo Estêvão, suponho que ambas as freguesias a reivindiquem como sua, ou a meias, aliás a ponte serviu ao longo dos tempos para atravessar a ribeira (claro) mas também para ligar estas duas povoações.

 

 

 

02
Jul16

Açude e Fronteira de Vila Verde da Raia - Chaves


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Imagem de arquivo

Na minha memória, e penso que na memória de todos os flavienses da minha geração, existe uma pasta com o nome de Açude guardada num armário que por fora tem uma etiqueta onde diz: “Boas recordações de sempre”. Os mais novos nascidos após anos 70/80 do século passado pela certa que não entenderão o porquê desta memória porque nunca viveram a magia do Açude, mas a rapaziada do meu tempo entender-me-á na perfeição.

 

Férias de verão, dias de calor com a cidade a ser pouco mais que o centro histórico, as avenidas novas e os bairros periféricos, ainda sem computadores, sem telemóveis e outras coisas tais. Como a sombra da esplanada do Sport não chegava para todos nem interessava a todos, o rio e as sombras dos amieiros convidavam naturalmente ao convício entre os jovens. A mítica galinheira, o tronco e outros locais idênticos rio acima ou rio abaixo, iam sendo preenchidos pelo pessoal do costume da proximidade, com os outro, a grande maioria, a optar pelo açude de Vila Verde da Raia, mesmo em cima da fronteira com a Galiza. Era para aí que rumavam de bicicleta, motorizadas, de carro, à boleia ou de carreira as largas dezenas e às vezes centenas de flavienses, principalmente os mais jovens.

 

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 Imagem de arquivo (as árvores já não existem)

Sem qualquer infraestrutura de apoio, a água do açude (então ainda decente para banhos), um pequeno areal na base do açude, muita sombra e um pequeno relvado lá para os fundos onde se davam uns toque de futebol, eram tudo e não era pouco. Bebidas e qualquer coisa para comer, quando havia dinheiro, atravessava-se clandestinamente o rigueiro que servia de fronteira entre Portugal e a Galiza e ia-se a Feces de Baixo, alguns de propósito para beber coca-cola, isto no tempo em que ainda não a havia em Portugal. Ao fim da tarde, o regresso fazia-se à cidade com o desejo de voltar no dia seguinte. E foi assim durante muitos anos e os da minha juventude.

 

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Imagem de arquivo

 

Aí por finais dos anos oitenta, num verão em que já eu trabalhava e sem férias grandes de verão para gozar, numa passagem qualquer a caminho da Galiza, lembrei-me dos meus tempos de açude e fui lá deitar uma vista de olhos. Desilusão total – nem alma viva havia por lá. Nos anos noventa a autarquia lembrou-se de reinventar o local, dotando-o de um parque de merendas, um parque infantil, instalações sanitárias e alguns grelhadores, coisas que tanta falta faziam quando então íamos por lá, mas que depois de existirem ninguém lá levou. O açude estava morto e não ressuscitou. Para agravar a coisa, após a construção do tal parque de merendas ou de lazer, o Ministério do Ambiente colocou lá uma placa que dizia: “Zona de recreio e lazer – É desaconselhada a prática balnear neste lugar”. Tudo isto faz-me lembrar um pouco o que se passou com as nossas aldeias, ou seja, quando eram povoadas por muita gente, ainda com crianças e jovens, a grande maioria não tinha rede de água pública, nem saneamento básico e muitas delas sem acessos pavimentados, incluindo as próprias ruas das aldeias. Quando o pessoal começou a abandonar as aldeias, canalizaram-lhes a água, fizeram-lhes o saneamento básico e pavimentaram-lhes os acessos. Quando terminaram, a maioria das aldeias já não tinham crianças, nem jovens e a maioria dos casais tinha partido.

 

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Voltando ao açude, ou ao lado, e já que estamos a falar de abandonos, a duas ou três centenas de metros de distância, onde antes de Portugal entrar para União Europeia havia a fronteira oficial entre Portugal e Espanha, com instalações da Guarda-Fiscal e Alfandega, rodeadas de casas de habitação de apoio aos guardas-fiscais que aí faziam serviço. Pois abertas as fronteiras, a Guarda-Fiscal e a Alfandega retirou-se do local e fecharam as instalações. Instalações fruto da arquitetura oficial do Estado Novo, por sinal das poucas coisas de jeito que se fizeram nesse período e que na maioria são belíssimos edifícios com obras-primas de cantaria, como no caso, que eram pertença do estado, que deveriam ser preservados e neles mantidos serviços públicos de apoio à população, mas em vez disso, foram simplesmente abandonados e vandalizadas, e neste caso dando uma triste imagem para quem entra em Portugal, ou entrava, pois agora a maioria passa ao lado.  

 

06
Mar10

Mosaico da Freguesia de Vila Verde da Raia


 .

Localização:

A 10 km da cidade de Chaves, a Norte desta, no limite do concelho confrontante com a raia (Galiza-Espanha), situa-se numa faixa de território da veiga de Chaves confrontante com a margem esquerda do Rio Tâmega.

 

Confrontações:

Confronta (ao longo do Rio Tâmega) com a freguesia de Outeiro Seco, a Norte com a Galiz/Espanha, a NE com a freguesia de Lamadarcos, a Este com a freguesia de Stº António de Monforte e a Sul com a freguesia de Stº Estevão.

 

Coordenadas: (Adro da Igreja de Anelhe)

41º 47’ 23.62”N

7º 25’ 31.10”W

.

.

 

Altitude:

Variável – acima dos 350m e Abaixo dos 400m

 

Orago da freguesia:

Nossa Senhora das Neves

 

Área:

9.54 km2.

 

Acessos (a partir de Chaves):

– Estrada Nacional nº103 e 103-5, ou seja a estrada das grandes rectas que atravessam toda a Veiga de Chaves.

Em alternativa a ligação poder-se-á fazer via Outeiro Seco pela Est. Municipal 506 entre Chaves e Outeiro Seco, e a partir daqui pelo Caminho Municipal 1060.

Um terceiro acesso, via auto estrada A27, com nó de saída próximo da fronteira.

 

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.

 

 

Aldeias da freguesia:

            - Vila Verde da Raia é a única aldeia da freguesia

           

 

População Residente:

            Contrariamente ao que é habitual, só existem dados da freguesia a partir do ano (Censos) de 1970, isto porque até 28 de Outubro de 1969, Vila Verde da Raia era pertença da Freguesia de Stº Estêvão, passando a freguesia autónoma pelo Decreto-Lei nº 49325, da data atrás referida.

 

Assim, apenas estão em análise os dados dos 4 últimos censos em que Vila Verde da Raia apresenta uma linha de tendência de crescimento da sua população residente, embora hoje (últimos censos) possua menos habitantes que em 1981. Mas penso que a tendência será subir, ou pelo menos manter,  a sua população, pelas razões já conhecidas de ser uma freguesia do Vale de Chaves, proximidade da fronteira e bons acessos.

 

Em 1970 – 760 hab.

            Em 1981 – 891 hab.

Em 1991 – 844 hab.

Em 2001 – 855 hab.

 

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Principal actividade e particularidades:

- Desde sempre que tem sido a agricultura, facilitada pelas terras planas e feiteis do Vale de Chaves. Actividade que era partilhada com o contrabando até à entrada de Portugal na CEE e a abolição de fronteiras.

 

Actualmente também o comércio de mobiliário, com grandes armazéns implantados ao longo da Estrada Nacional até à Fronteira, além de outro comércio menos significativo, são um factor importante na actividade da freguesia. Restaurantes, cafés, e discotecas, também têm sido ao longo dos anos outro sector de actividade. A panificação é conhecida desde sempre.

 

Além das actividade atrás apontadas, grande número da sua população trabalha fora da aldeia, principalmente na cidade, fazendo da aldeia um dormitório, mas mantendo o cultivo dos terrenos agrícolas que possuem.

 

Em termos agrícolas, possuem terras onde quase todas as culturas da região se dão bem, mas predomina a batata, o centeio e o milho, além de todos os produtos hortícolas cultivados mais próximos do “núcleo” habitacional.

 

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Em termos de ocupação do casario, inicialmente limitado a dois núcleos bem definidos, o de Vila Verde da Raia e o da Fronteira, hoje expande-se ao longo de toda a Estrada Nacional (fora da veiga) quase ao longo de 4 km e em novos bairros de periferia, privilegiando sempre, e muito bem, as terras fora do vale em terrenos levemente inclinados dos pequenos maciços montanhosos que possui, antes ocupados por alguma floresta.

 

A ligação desta freguesia ao Rio Tâmega também tem sido ao longo dos tempos importante, antigamente, ainda com as puras e límpidas águas, onde os pescadores se regalavam na pesca das bogas, escalos, barbos e trutas. Hoje, com a saúde do rio fragilizada, não sei. Saúde do rio que acabou de vez com a praia fluvial do açude, onde o Ministério do Ambiente desaconselha a sua utilização como tal. Talvez uma antecipação do início sem retorno ou definitivo da morte de um rio, com as barragens que se aproximam, e que, conhecendo como conhecemos o(s) poder(es) e a apatia do povo, vão ser mesmo construídas em detrimento dos povos ribeirinhos e do ambiente.   

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Açude que foi por excelência a praia dos flavienses dos anos 60 e 70 em que toda uma geração passou por lá com bons e inesquecíveis momentos.

 

É em Vila Verde da Raia que começa Portugal, pelo menos para aqueles que anualmente entra em Portugal, emigrantes, de regresso à terrinha, pela certa para passarem o melhor mês do ano. Mas também foi ao longo da história terra de entrada e saída de invasões e fugas, historicamente mais associada a este tipo de movimentações, como ao 8 de Julho de 1912,  do que a antigos povoamentos, embora haja algumas referências aos mesmos e a achados.

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Antes de terminar, aqui, pois no site de Vila Verde da Raia poderá encontrar muita informação sobre a freguesia, em:

http://www.vilaverdedaraia.com/site/inicio.php

queria referir e deixar uma palavra de apreço para a Banda de Música de Vila Verde da Raia, que ao longo dos anos tantos arraiais populares das nossas aldeias tem abrilhantado.


 

Linck para os posts neste blog dedicados à freguesia:

 

            - Vila Verde da Raia

 

 

 

 

 

 

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