Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

11
Jun22

Alminhas, nichos, cruzeiros e afins... - Agrela

Aldeias e Chaves


1600-agrela (129)

1-cabecalho

 

Nesta nova ronda pelas aldeias do concelho de Chaves, temos vindo a deixar aqui os símbolos religiosos que todas as aldeias vão tendo para além das capelas e igrejas.

 

1600-agrela (165)

 

Alminhas, cruzes, cruzeiros, nichos, etc. vão passar por aqui e em simultâneo vamos atualizando o mapa do concelho com a sua localização.

 

1600-agrela (26)

 

Claro que alguns desses símbolos não irão aparecer aqui, tudo porque ou não os vimos ou ainda não existiam quando fizemos a recolha de imagens, ou porque não estavam visíveis, ou por outra qualquer razão, mas se existirem mais e tivermos oportunidade de as fotografar, um dia estará aqui, pois este tema não se vai esgotar depois de fazermos a passagem por todas as aldeias.

 

1600-agrela (46)

 

Hoje calha a vez aos símbolos religiosos de Agrela, freguesia de Ervededo, onde encontrámos alminhas, cruzes a encimar entradas carrais, em muros e em largos e um nicho de Nossa Senhora, este de construção mais recente.

 

1600-agrela (201)

 

Pena que às vezes outros símbolos da modernidade, embora necessários, a sua localização nem por isso respeitem aquilo que têm à volta, tal como acontece no post de cimento de energia elétrica, que só não tapou a cruz na totalidade porque não calhou.

 

1600-agrela (168)

 

Referimos atrás que o nicho era de construção recente, tal como muitos outros que nas últimas dezenas de anos passados têm sido construídos em muitas localidades, não só nas aldeias, mas também nas vila e cidades, quase todos nichos dedicados a Nossa Senhora, principalmente a de Fátima. De certa maneira vieram substituir a construção dos tradicionais cruzeiros, mesmo na escolha da sua localização, em largos, cruzamentos ou entroncamentos.

 

1600-agrela (47)

AGRELA.png

 

E vai sendo tudo por hoje, apena nos resta desejar-vos um bom fim-de-semana, se possível ao fresco para vos proteger desta onda de calor.

 

 

 

14
Ago21

Alminhas, nichos, cruzeiros e afins...

4- Alminhas de Agrela, Aveleda e Roriz


1600-agrela (47).jpg

Agrela, 2008

1-cabecalho

 

 

ALMINHAS

 

Hoje trazemos três alminhas que encontrámos em três das nossas aldeias, Agrela, Aveleda e Roriz. Em geral as alminhas eram construídas nas bermas de caminhos e estradas, em pontos de passagem mais concorridos, no entanto, menos vulgares, também eram incrustadas em muros e em paredes de construções de habitações, albergues e outras. As três alminhas de hoje são precisamente três exemplares incrustados em construções, parecendo-me, pelo menos uma delas, a de Roriz, que as alminhas foram construídas conjuntamente com a construção. As outras, poderiam existir no local ou na proximidade e terem posteriormente sido incrustadas na construção. Mas isto são suposições, pois não tenho qualquer documentação em que me possa apoiar.

 

1600-report-1dia (242)

Aveleda, 2013

As alminhas da Agrela, são as que se apresentam mais simples e detém ainda uma pintura de Cristo crucificado. Não sei se é ainda a pintura original ou restaurada a partir da original. Por sua vez as alminhas de Roriz, hoje sem qualquer pintura ou imagem, para além de alminhas a pedra foi cortada para fazer parte da própria parede/estrutura da construção, daí eu ter afirmado atrás terem sido construídas aquando da construção. Esta, no seu arco tem esculpida uma concha de Santiago, pelo que esta construção poderia ter sido um albergue dos caminhos de Santiago, mas mais uma vez sou eu a supor, pois não tenho qualquer documento ou informação de que tal se tratasse. Existe um inscrição na sua base que talvez possa fazer alguma luz sobre o assunto, mas parte dela está enterrada. Já a inscrição na padieira da porta nos remete para o ano de 1782, supomos que seja o ano de construção.

 

1600-report-1dia (340)

Aveleda, 2013

 

As mais curiosas e para mim mais interessantes, são as alminhas de Aveleda, incrustadas numa construção da rua principal. Fotografei-as em dois momentos distintos, em 2008 e 2013 e são um misto de construção em pedra e madeira, com peto e cristo crucificado esculpido em madeira. Como pode verificar numa das imagens não têm a figura de madeira de Cristo, Pensei inicialmente que com o tempo a figura teria desaparecido, mas o facto é que ela consta na fotografia que tirei em 2013, ou seja, a fotografia de 2008 é a que não tem o cristo, pelo que, supomos, pois não temos fotografias recentes nem temos ido por lá ultimamente, que as alminhas ainda tenham a figura de Cristo esculpidas.

 

1600-aveleda (29)

Aveleda, 2008

As alminhas da Aveleda são as mais naif das três, quer pela irregularidade da construção, quer pelas cores e pinturas e pelo próprio cristo em madeira e ainda pelos vestígios de uma imagem pintada no nicho (parece-me de Nossa Senhora) , bem como pelo adorno do coroamento em madeira e cores utilizadas, o que faz desta alminhas, para mim, as mais interessantes.

 

1600-Roriz (83)

Roriz, 2008

Pena mesmo é o estado de degradação em que se encontram a maioria das alminhas que chegaram até aos nossos dias, sem qualquer tipo de proteção que vá para além da boa vontade dos cuidados dos vizinhos ou proprietários das construções onde estas estão incrustadas, mas só com boa vontade elas não se conservam ou são protegidas e muitas vezes, com a própria boa vontade de as restaurar com curiosos jeitosos, principalmente as pinturas.

 

1024-mapa-concelho-4.jpg

 

05
Out19

Agrela de Ervededo - Chaves - Portugal


1600-video-agrela (30).jpg

 

Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que não tiveram o resumo fotográfico em vídeo aquando do seu post, trazemos hoje aqui o vídeo da aldeia de Agrela de Ervededo.

 

 

 

Link para partilha ou ver diretamente no youtube:

https://youtu.be/iD3l1WiiIeU

 

Post do blog Chaves dedicado à aldeia de Agrela:

https://chaves.blogs.sapo.pt/agrela-chaves-portugal-1498628

https://chaves.blogs.sapo.pt/agrela-chaves-portugal-1270626

https://chaves.blogs.sapo.pt/agrela-chaves-portugal-1203784

https://chaves.blogs.sapo.pt/agrela-chaves-portugal-1025892

https://chaves.blogs.sapo.pt/779823.html

https://chaves.blogs.sapo.pt/258220.html

 

 

 

18
Fev17

Agrela - Chaves - Portugal


1600-agrela (164)

 

Nesta nova ronda pelas aldeias vamos seguindo a regra de seguir a ordem alfabética pelo que, a seguir a Agostém que esteve aqui no último fim de semana, vem a Agrela, aldeia da raia seca, com a Galiza ali ao lado.

 

1600-agrela (31)

 

Nesta imagem da vista geral da aldeia, à esquerda e a cerca de 2 quilómetros, fica a raia seca com a Galiza e logo a seguir, mais 1,5 quilómetros, temos a sua congénere  galega, Bousés. Suponho que era com esta aldeia que no tempo das fronteiras e da Guarda-Fiscal, se faziam os negócios de contrabando. Ainda nesta imagem, a primeira montanha a seguir à aldeia ainda é portuguesa e logo a seguir temos a antiga aldeia promíscua do Cambedo que até 1864 era dividida a meio pela fronteira, mas hoje administrativamente portuguesa na sua totalidade. As serras cobertas de neve, que servem de fundo à imagem, essas sim já são bem galegas e entre a primeira montanha nossa e essas serras nevadas existem muitas localidades galegas, entre as quais Verin e Monterrei, duas das mais importantes da proximidade, a primeira pela sua dimensão e a segunda pelo Castelo.

 

1600-art-65 (11)

 

Raia seca e aldeias de ambos os lados  que sempre tiveram uma relação muito próxima, com muitas estórias e história para contar e por contar. Um projeto adiando deste blog que esperamos um dia retomar para contar algumas dessas estórias e também fazer alguma história. Para já e durante cento e tal semanas, tantas quantas as nossas aldeias, continuaremos a trazer aqui todos os sábados pelo menos três imagens (uma a cores, uma a p&b e outra em arte digital).

 

 

29
Ago15

Agrela - Chaves - Portugal


1600-agrela (171)

Hoje vamos fazer uma breve passagem pela Agrela, uma daquelas aldeias que para se conhecer temos que entrar dentro dela.

1600-agrela (116)

Depois de entrarmos, primeiro invadem-nos os sentimentos de agrado por entramos numa das nossas aldeias que vai mantendo as suas características de aldeia tradicional transmontana de ruas estreitas, casario maioritariamente em pedra e poucos atentados que firam a sua integridade e, é aí que outros sentimentos nos começam a invadir.

1600-agrela (200)

Sentimentos controversos. Por um lado apreciamos coisas de que gostamos, por outro, o ver casas abandonadas, algumas em ruinas, a ausência de crianças e gente jovem nas ruas, faz com que a revolta e os porquês nos invadam. Porquê estamos a perder as nossas aldeias e ninguém faz nada para travar o seu despovoamento? — E não preciso de respostas, pois infelizmente sei quais são. E isso é o que revolta!

 

 

29
Mar15

Agrela - Chaves - Portugal


1600-agrela (211)

Hoje fazemos uma breve passagem pela Agrela da freguesia de Ervededo e uma das nossas aldeias da raia, embora não tão próxima desta, tal como acontece com a maioria das restantes aldeias da raia do concelho, isto se considerarmos que dois quilómetros é longe.

1600-agrela (127)

Uma aldeia que também sofre do mal que é comum as aldeias mais distantes da cidade – o despovoamento e envelhecimento da população residente, mas neste caso parece-me que o envelhecimento da população é mais marcante.

1600-agrela (166)

Há quase trinta anos que passo pela Agrela regularmente, no entanto só há meia dúzia de anos a descobri, tudo porque engana para que a vê da estrada que lhe passa ao lado. Assim, para se conhecer, temos mesmo de deixar a estrada principal que liga o Couto à Torre, um ligeiro desvio que vale a pena fazer, isto se quisermos sentir a aldeia.

 

 

19
Jan14

Agrela - Chaves - Portugal


 

Diz o povo que onde há galo não canta galinha e no largo da Agrela, embora haja muitas galinhas, apenas cacarejam, o galo da imagem é o cantor lá do sítio. Canta e é um regalo de exemplar – alto, forte, vistoso, com andar de gentleman  - mostra-se indiferente aos intrusos mas não tira o olho deles. Também para mim foi um regalo ver um exemplar destes à solta, com as suas galinhas, num dos largos da Agrela, pois uma cena destas que era tão vulgar nas nossas aldeias começa a rarear.

 

Tinha de começar pelo galo, mas a Agrela não é só galos, aliás só vi um, mas vi ou revi, e registei mais uma vez o que resta do casario tradicional rural, daquele que tanto gosto e que ainda se vai mantendo, ou melhor – sobrevivendo.

 


 

Construções que eram construídas com a prata da casa, conforme as necessidades da cada um, aproveitando cantos, recantos e cantinhos, sempre com a pedra e a madeira a fazer preciosidades únicas, sempre únicas.

 

 

Assim, também é sempre com gosto que vou passando pela Agrela, mas atenção que para a conhecer é preciso sair da estrada, pois a velocidade do asfalto distorce ou deixa escondida a verdadeira Agrela.

 

 

08
Set12

Agrela, o coelho de ontem à noite e os Burros de Miranda


 

 

 

Ontem a imprensa durante a tarde fartou-se de anunciar coelho para o jantar de todos os portugueses. Era o aperitivo antes da previsível vitória de  Portugal sobre o Luxemburgo. Impávidos e serenos fomos aguardando pelo momento televisivo do dia. Ligámos televisão mais cedo e fomos assistindo a uma peça na TV Regiões sobre a feira dos burros em Miranda do Douro. Como o coelho só era servido por volta das 19H15, deu ainda tempo para na net ir também à feira dos burros de Miranda, onde encontrei por lá palavras sábias de um agricultor local, o Sr. Artur Gomes. Diz ele a respeito dos burros:

 

“Todos sabemos que os combustíveis estão cada vez mais caros. Os burros, depois de ensinados, são um bom auxiliar para os trabalhos no campo, o que ajuda a poupar nos gastos com o gasóleo”

 

E acrescenta:

 

Animais como os burros desempenham várias tarefas (…) , como  puxar a carroça, transportar pessoas e ferramentas (…), entre outras utilidades, o que leva os seus proprietários a afirmarem que “cada vez mais compensa trabalhar com eles”, já que são “dóceis e de fácil maneio”.

 



Entretanto chegou a hora do coelho, e embora até seja um prato de que goste, nos últimos anos anda-me a provocar uma certa azia e tem-se tornado difícil de digerir, mas mesmo assim sentei-me à mesa até que o coelho saiu… Quando passados uns minutos me levantei da mesa, lá veio a azia do costume, aliás sem surpresa, mas dos momentos televisivos a que assisti, o que me ficou em mente foi mesma a feira dos burros em Miranda do Douro, mas sobre tudo as palavras do sábio agricultor a respeito dos mesmos : “Cada vez mais compensa trabalhar com eles, já que são dóceis e de fácil maneio” . E foi assim toda a noite, cada vez que me lembrava do coelho, eram as palavras do agricultor as que me vinham à cabeça.

 

Claro que houve o futebol e embora Portugal até tivesse vencido, a tristeza do Cristiano Ronaldo contagiou-me e quando assim fico, refugio-me na leitura. Os diários de Torga, pela brevidade dos textos, são um bom remédio para estes meus estares. Abri ao calhas o Diário XI,  por acaso uma passagem escrita em Chaves:

 

Chaves, 11 de Abril de 1968

 

Que povo este! Fazem-lhe tudo, tiram-lhe tudo, negam-lhe tudo, e continua a ajoelhar-se quando passa a procissão.

 

Miguel Torga, In Diário XI



E de novo o coelho e os burros de Miranda.

 


 

Desculpas para Agrela cujas imagens ilustram o post de hoje mas que nada têm a ver com as palavras. Está cá porque é uma das aldeias da raia que eu prometi trazer por aqui aos sábados.

 

Ainda hoje, ao meio-dia, os Pecados e Picardias, de Isabel Seixas.



21
Abr12

Agrela - Chaves Portugal


 

Vamos, como é costume aos fins-de-semana, até mais uma aldeia. Embora todas as aldeias do concelho já tivessem passado por este blog e já estejamos na fase da repetição em imagem, tem havido aldeias que tem passado por aqui com mais frequência. Não é por  preferir umas em detrimento de outras, nada disso, é antes uma questão de no meu arquivo fotográfico ter mais registos de determinadas aldeias e também uma questão de seleção de imagens, pois se na primeira passagens das aldeias por aqui eu queria dar uma imagem geral daquilo que é cada aldeia no seu todo, nesta segunda fase tenho sido mais seletivo e vou publicando aquilo que mais gosto.

 


 

Há contudo aldeias que estão mais à mão, outras às quais por vários motivos vou mais vezes, outras que calham na passagem para outros locais e acabam por ficar mais a jeito para os registos fotográficos. Há outras aldeias onde para serem registadas em imagem, temos que obrigatoriamente ir lá, pois nem estão à mão, nem nelas tenho afazeres nem calham na passagem para qualquer outro lado.

 

 

Agrela, a aldeia que hoje temos em imagem, até fica na passagem para outros locais e muitas das vezes tem calhado nos meus trajetos, no entanto uma coisa é passar pela Agrela, pela estrada que liga o Couto à Torre, e outra coisa é entrar em Agrela, pois esta aldeia só se desvenda entrando nela e podem crer que surpreende, pois vista da estrada, para além do conjunto que até é interessante, não se veem os pormenores e o casario mais antigo, o colorido empregue em alguma soluções.

 

 

Não é rica em casas senhoriais mas é rica em casas de arquitetura tradicional transmontana onde o granito mas também a madeira ainda mostram o ar da sua graça e onde também as novas construções não fizeram ainda muitos estragos, pois estas têm escolhido preferencialmente a periferia do antigo núcleo habitacional principalmente junto à estrada. Embora com muito abandono no seu núcleo o que tem levado à degradação do casario, ainda mantém a alma da antiga aldeia típica transmontana.

 

Hoje deixo-vos alguns pormenores desse núcleo, de uma passagem mais demorada que deu para passear algumas ruas, mas mesmo assim foi breve e sei que tenho de lá voltar, com tempo, para fazer os registos que escapam sempre na brevidade das visitas. Um destes dias volto lá com tempo e depois ficará aqui de novo.

Sobre mim

foto do autor

320-meokanal 895607.jpg

Pesquisar

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

 

 

20-anos(60378)

Links

As minhas páginas e blogs

  •  
  • FOTOGRAFIA

  •  
  • Flavienses Ilustres

  •  
  • Animação Sociocultural

  •  
  • Cidade de Chaves

  •  
  • De interesse

  •  
  • GALEGOS

  •  
  • Imprensa

  •  
  • Aldeias de Barroso

  •  
  • Páginas e Blogs

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    G

    H

    I

    J

    L

    M

    N

    O

    P

    Q

    R

    S

    T

    U

    V

    X

    Z

    capa-livro-p-blog blog-logo

    Comentários recentes

    • Anónimo

      Muito obrigado pela gentileza e pela amizade. Gran...

    • cid simões

      Quer a preguiça intelectual ou o dogmatismo, não a...

    • blogdaruanove

      Não data da década de 1930 a alteração realizada n...

    • Fer.Ribeiro

      Obrigado pelo comentário e um bom 2025.

    • Vagueando

      Um blog sem espalhafatos, mas com muita vida a cor...

    FB