O Barroso aqui tão perto - Golas
Aldeias de Montalegre
GOLAS - MONTALEGRE
Pensávamos que todas as aldeias do concelho de Montalegre já tinham passado aqui pelo Blog, com o seu post completo, e mais tarde, numa nova ronda, com o seu vídeo resumo, mas afinal faltava uma, que, diga-se a verdade, de início até constava na nossa lista de aldeias a visitar e descobrir, mas que a determinada altura, erradamente, jugámos não ser uma aldeia, mas talvez um bairro de Salto, e daí, não passámos por lá na nossa primeira ronda pelas aldeias do concelho de Montalegre. Refiro-me a Golas, que hoje vai ter aqui o seu post e o seu vídeo com é devido, para agora sim, darmos como concluída a ronda por todas as aldeias de Montalegre..
A sabedoria do nosso povo, costuma dizer que “Mais vale tarde do que nunca” e se concordamos com este saber, nem por isso deixamos de lamentar por só agora trazer aqui a aldeia de Golas, mas, e sem intensão de servir de desculpa, a culpa não é só nossa, ou melhor, é só nossa, mas existiram factos que nos induziram em erro, e lá está o povo a dizer mais uma vez “Contra factos não há argumentos”, o que me poderia consolar ao haver factos que me dão razão, mas não consola, porque também os á que não ma dão.
Vamos então tentar esclarecer e compreender as razões das nossas omissões. Ora já o disse aqui vezes sem conta que andei enganado, quase toda uma vida, ao pensar conhecer o Barroso, isto porque conhecia desde a minha infância a Vila de Montalegre e algumas aldeias que calhavam nos itinerários entre Chaves e Montalegre, e digo itinerários porque durante esse período de visitas a Montalegre, houve dois itinerários, o primeiro que se fazia sempre pela N103 até ao Barracão, e mais tarde até S. Vicente, na carreira de Chaves-Braga, e depois destas localidades até Montalegre.
O segundo itinerário frequente para Montalegre, só a partir de finais dos anos 70 do século passado é que passou a ser conhecido e preferido ao anterior (da E103), aqui já sem recorrer à carreira de Chaves-Braga, que com o tempo até deixo de existir. Pois conhecendo eu muito bem estes dois itinerários, julgava-me conhecedor de todo o Barroso, tanto mais, e ainda, que por algumas vezes calhou ir até Tourém Pitões da Júnias, isto ainda e muito antes de existirem computadores e internet, ou seja, antes de termos toda a informação disponível para fazer descobertas, não só em documentos escritos mas também em cartas geográficas, mapas, fotografia aérea, etc, e foi por aí que recentemente, embora há já mais de um ano ou até dois, pois a pandemia serve de referência, que cheguei à conclusão que Golas era uma aldeia, mas que quis confirmar, in loco, recentemente, em outubro passado (Out.2021), onde inclusive tive acesso a dois dados preciosos que, se dúvidas houvesse, faziam toda a luz sobre a verdade de Golas, ao conhecer a data de fundação da aldeia (1908) e os seus fundadores, o casal Acácio Fernandes e Teresa Fernandes.
Para não perder o fio à meada, regressemos atrás na escrita, aquando referia os factos que me levaram ao engano, ou seja, para documentar estes meus posts sobre as aldeias do Barroso, vou recorrendo áquilo que existe escrito em documentos e publicações, de preferência as oficiais, pois parte-se do princípio que essas são fidedignas. Assim, para Montalegre tinha como consultas preferidas e obrigatórias a monografia “Montalegre” e a “Toponímia de Barroso”, isto porque abordavam todas as freguesias e aldeias. Pois, mas foram estas publicações fidedignas que contribuíram para o meu engano, pois em nenhuma delas se refere a aldeia de Golas, é como se não existisse. Mas existe.
Por outro lado, na página oficial da Câmara de Montalegre, no espaço dedicado à Freguesia de Salto, houve o cuidado de introduzir Golas nos lugares da freguesia, embora fora da ordem alfabética, mas consta lá. O curioso é que o texto que consta nos dados da freguesia de Salto é o mesmo da monografia “Montalegre”, tipo copy-paste, onde em ambos consta “Lugares da Freguesia (20)”, vinte lugares, mas na monografia só são descritos 19 lugares. Estes dois pormenores, um, o de Golas estar fora de ordem na página da CMM e o outro, o de na monografia em vez de 20 lugares só constarem 19 na descrição, faz-me pensar que em ambos houve uma decisão de última hora de ser incluído e excluído na descrição.
Para rematar este assunto do ser ou não ser aldeia, fiquemos com a definição mais comum de aldeia:
“Pequena localidade, geralmente com poucos habitantes e de organização mais simples que a de uma vila ou cidade, sem autonomia administrativa; povoação.”
Claro que talvez fuja um bocadinho ao conceito que esteve na origem da maioria das aldeias e que, Afonso Ribeiro, no seu romance “Aldeia” de 1943, tão bem descreve ao colocar a aldeia num espaço físico e social onde a um lado estavam os trabalhadores rurais e rendeiros, e dou outro, os senhores da terra.
E agora sim, vamos até a aldeia de Golas, fundada em 1908 por Acácio Fernandes e Teresa Fernandes, claro que não seria logo como aldeia, mas aí teria o seu início, há pouco mais de 100 anos, sendo assim uma aldeia relativamente recente, o que está espelhado na arquitetura do casario, com um tipo de construção que sai fora daquilo que é o tradicionalmente barrosão. Ao todo são vinte e tal construções, entre as quais alguns armazéns. A julgar pela origem da aldeia e pelas expressões de agradecimento aos fundadores de Golas, a maioria dos seus habitantes serão descendentes dos fundadores, mas isto sou eu a supor.
Quanto à localização da aldeia, está bem próxima da vila de Salto, da zona mais recente de Salto, e num raio de cerca de 2 km tem as aldeias da Venda Nova, Amiar, Pomar da Rainha e Borralha.
Quanto ao nosso trajeto para partir à descoberta de Golas, como sempre a partir da cidade de Chaves, optamos por iniciar pela N103 até Sapiãos, depois Boticas onde apanhamos a R311 em direção a Salto até chegarmos mesmo à entrada de Salto, no cruzamento, onde em vez de irmos em direção ao centro de Salto devemos tomar a direção contrária no sentido de da Venda Nova, onde a umas centenas de metros aparecerá a placa a indicar Golas. Mas ficam os nossos mapas e os da google para melhor localização.
E vai sendo tudo, pois sobre Golas pouco mais há a acrescentar e as imagens que vos deixam documentam bem a sua realidade. Como habitualmente fica o vídeo com todas as imagens do post, que espero que gostem.
Aqui fica:
Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607
Hoje não anunciamos qual a próxima aldeia, porque na realidade já não temos mais aldeias do concelho de Montalegre para trazer aqui, mas mesmo assim, com tempo, ainda vamos ver se nos falhou alguma coisa. Entretanto Montalegre continuará por aqui às sextas-feiras, mas com imagens e posts dedicados à Vila de Montalegre, ou então de temática geral, sem se referir propriamente a uma aldeia.