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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

05
Fev23

O Barroso aqui tão perto... Espindo

Aldeias barrosãs do concelho de Vieira do Minho


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Espindo - Vieira do Minho

 

Continuamos no Barroso que vai além do concelho de Montalegre e Boticas, vamos até ao concelho de Vieira do Minho, para a freguesia de Ruivães e Campos, com mais uma aldeia desta freguesia, a aldeia de ESPINDO.

 

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Como devem calcular, há mais vida para além deste blog, aliás o blog é um entretém das nossas hora de ócio, mas mesmo assim, exige algum trabalho, que o fazemos com prazer e  pro bono, mas também sujeito a algumas limitações, uma delas é a disponibilidade, não só para feitura dos posts, mas também para a recolha fotográfica, para a qual vamos aproveitando alguns sábados, feriados ou dias de férias, esteja como estiver o dia, depois de marcado e programado não há volta atrás, avançamos, esteja chuva, sol, neve, nevoeiro ou tempestade, esteja como estiver, nós avançamos.    

 

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Ora para Espindo e as restantes aldeias da freguesia barrosã de Vieira do Minho, marcámos o dia 8 de agosto de 2019 para fazer o nosso levantamento fotográfico, em pleno verão, longe de imaginar que iriamos ter um dia de chuva intensa com nevoeiro à mistura pela frente, com alguma esperança que fosse uma trovoada de verão, mas longe disso, tinha vindo para ficar todo o dia. Não é pela fotografia não se dar bem com a chuva, aliás, antes pelo contrário, em muitos dos casos até a favorece, é mais pelos fotógrafos e pelas câmaras fotográficas, pois a chuva molha e, com duas mãos apenas,  não dá muito jeito carregar uma câmara fotográfica e um guarda chuva.

 

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Bem, esta pequena introdução dos parágrafos anteriores foram apenas para justificar as nossas imagens de hoje, todas em ambiente carregado de chuva e nevoeiro, e possivelmente,  a falta de algumas que pela certa num dia normal para a época, teríamos aqui. Ainda pusemos a hipótese de voltar por lá, mas entretanto alguns problemas de saúde seguido da pandemia retiraram-nos a oportunidade de lá voltar, embora recentemente tivéssemos andado pela freguesia, mas com a prioridade virada para a subida à Serra da Cabreira e as aldeias da freguesia em falta, não houve tempo para regressar a Espindo, mas mesmo assim, penso que fazemos justiça à aldeia com as imagens possíveis.  

 

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Vamos então para Espindo cuja situação geográfica e localização é muito semelhante às restantes aldeias da freguesia de Ruivães e Campos, ou seja todas elas localizadas na vertente da Serra da Cabreira que descarrega no rio Cávado, onde se começa a formar a barragem de Salamonde e todas próximas da  N103 no troço que liga Chaves a Braga e, mais metro, menos metro, entre as duas aldeias que dão nome à freguesia – Ruivães e Campos. Espindo fica a cerca de 1km da N103 e o acesso à aldeia faz-se a seguir a Ruivães, imediatamente a seguir à passagem pela ponte do Rio Saltadouro, Claro que há que ter em conta que as nossas partidas são feitas desde a cidade de Chaves, pois se vier pela N103 desde Braga, o acesso à aldeia é imediatamente antes da referida ponte e antes de Ruivães. Para melhor entendimento deixamos alguns mapas.

 

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Para lá chegarmos, e repetimos, como sempre a partir da cidade de Chaves, teremos que apanhar a N103 e seguir sempre por ela até atravessarmos Ruivães, e logo após a ponte sobre o rio Saltadouro (a 400m do centro de Ruivães), saímos da N103, à esquerda e logo a seguir (1km) encontramos Espindo. Embora a melhor referencia seja a N103, nós recomendamos um atalho, onde se poupam 10Km, ou seja, saímos obrigatoriamente pela N103 mas só até Sapiãos, aí viramos em direção a Boticas onde apanhamos a R311 em direção a Salto. Ainda antes de Salto, no cruzamento onde podemos virar para Salto ou Venda Nova, tomamos a direção de Salto, mas só por 100m, onde devemos sair à direita em direção às Minas da Borralha, depois de passarmos ao lado da Borralha, seguimos por Linharelhos, Lamalonga, Campo e Botica, aqui entramos de novo na N103 e logo a seguir é Ruivães. Ao todo, por este itinerário, são 71,6Km, 1H20 de viagem, sem paragens e a cumprir os regulamentos da circulação em estradas. No regresso a Chaves, se for o caso, pode optar, agora sim, vir sempre pela N103, são 81,5km e 1H22 de viagem.

 

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Quanto a Espindo, mesmo com muita chuva, o que lhe dá um certo brilho, mas rouba-lhe a luz, gostámos do que vimos, uma aldeia que se desenvolve ao longo de um arruamento principal, estreita, com cerca de 400m e com a inclinação que a Serra da Cabreira lhe dá. Rodeada de campos verdes de pastagens e cultivo. O casario maioritariamente antigo, mantém a sua integridade inicial, muitas delas reconstruídas. Uma aldeia que sem qualquer dúvida merece uma visita atenta, inclusive uma nossa, de preferência sem chuva, ou então daquela de vez em quando alivia para deixar passar uns raios de sol.

 

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E pouco mais temos a dizer, pois a maioria das imagens foram tomadas desde dentro do carro, só parámos mesmo onde havia algum abrigo coberto ou onde teve mesmo de ser, como junto à igreja na entrada da aldeia, que para nós até foi saída, pois entramos na aldeia a partir de Zebral, por sinal com um interessante cenário paisagístico que no dia em que passamos por lá não estava muito disponível por causa do chuva/nevoeiro que se abatia sobre as nossas cabeças, mas deu para ver que assim era e que mais tarde comprovámos desde o alto da Serra da Cabreira.

 

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Claro que estas dicas que por aqui deixamos, hoje, apenas se referem à aldeia de Espindo, mas a ideia é para todo um dia de passeio por esta aldeias e as suas vizinhas e ainda com subida obrigatória à Serra da Cabreira. Claro que para todo o dia há que fazer algumas paragens, uma delas para comer, almoçar, para a qual há várias alternativas, uma delas, a do piquenique de viagem, isto se gostar de piquenicar. Se gostar mais de sentar à mesa, esteja onde estiver, por estas bandas encontra sempre onde comer bem a menos de 15 minutos de viagem, às vezes o problema está só em escolher qual

 

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E por hoje é mesmo tudo, chegamos àquela altura em que nos despedimos e anunciamos o vídeo resumo com todas as imagens que hoje aqui foram publicadas, vídeo que também podem ver no MeoKanal e no nosso canal do YouTube.

 

Aqui fica o vídeo que espero que gostem:

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no…

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… e no YouTube, onde podem subscrever o nosso canal para serem avisados de todas as publicações que lá fizermos, e nós agradecemos. Pode passar por lá e subscrevê-lo aqui: 

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No próximo domingo continuaremos por na freguesia barrosã de Ruivães e Campos do concelho de Vieira do Minho.

23
Out22

O Barroso aqui tão perto - Granja

Aldeias do Concelho de Boticas


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Tal como prometido cá estamos com mais uma aldeia de “O Barroso aqui tão perto”, no caso com a aldeia da Granja, a 21 km da cidade de Chaves e praticamente colada à sua sede de concelho, a vila de Boticas.

 

Aldeia da Granja que até à última reorganização administrativa de freguesias era sede de freguesia à qual, além da própria aldeia, pertencia também a aldeia de Ventuzelos.

 

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Iniciemos então este post dedicado à Granja com a sua localização e itinerário para lá chegar, como sempre a partir da cidade de Chaves. Quanto ao itinerário, é muito fácil. Saída de Chaves pela N103 (estrada de Braga) até Sapiãos, aí sai-se da N103 em direção a Boticas e a próxima aldeia é a Granja, imediatamente antes da Vila de Boticas, cuja rotunda de entrada fica a apenas 500 metros, ou seja, está praticamente colada a Boticas. Mas ficam os nossos mapas para ilustrar o itinerário e localização. Fica só uma nota, para quem não sair de Chaves e venha do Sul pela autoestrada que poderá sair no nó de Vidago ( e depois N311 até Boticas) ou nó de Chaves Sul, neste a saída é para o itinerário que recomendamos (N103) mas já a meio do caminho.

 

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Ao contrário da maioria das aldeias em que temos pouca documentação e informação disponível, no caso da Granja, graças a sua condição de ter sido sede de freguesia, existe alguma informação em documentos publicados, tal como na monografia “Preservação dos Hábitos Comunitário nas Aldeias do Concelho de Boticas” e na respetiva separata que é dedicada à antiga freguesia, que de seguida passaremos a transcrever o mais importante sobre a aldeia. Mas antes disso, apenas umas palavrinhas nossas sobre a aldeia, como o agradável que foi descobrir a aldeia, depois de tantas vezes lhe passar ao lado, pois de passagem não se pode respirar a sua intimidade e a sua vida, nem ver o largo da igreja com uma singular torre sineira, quase no meio do largo e separada da igreja e um pouco mais  abaixo uma belíssima fonte de 1932, com inscrição CMB – Construída Durante a Ditadura Nacional”, fonte esta de duas bicas e bebedouro que ainda dá de beber às vacas a caminho do pasto, tal como tivemos a sorte de testemunhar. Também sem entrar na Granja perdemos o andar nas suas rua, o calvário que se desenvolve em cima de um enorme rochedo, o cavalinho e a égua com que um puto fez para a fotografia,  e um antigo “palacete” com capela interessantíssima com servidão pela rua, que ao que parece se destina(ria) a um Núcleo Museológico Cistercience, apoiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural 2007-2013, mas parece-me que com as obras paradas e por último, ter a honra de andar nas ruas e respirar os mesmos ares que o José Carlos Barros pisou e pisa, respirou e respira sempre que regressa à sua terrinha, o mesmo José Carlos Barros, Poeta e Escritor, o das “Pessoas Invisíveis” que foi prémio Leya 2021 e um autêntico embaixador do Barroso, e já agora, do Alto Tâmega… e com esta me bou até aquilo que se diz na separata “Preservação dos Hábitos Comunitário nas Aldeias do Concelho de Boticas”, com duas notas prévias, a primeira lembrar que o texto se refere à antiga freguesia da Granja (atualmente freguesia de Boticas e Granja) e a segunda a de o texto ser do ano de 2006, pelo que alguns dos dados daquilo que então era atual, hoje já estão naturalmente desatualizados. Vamos lá então, e passamos a citar (para descansar a vista da leitura, metemos umas imagens nossas pelo meio):

 

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Preservação dos Hábitos Comunitário nas Aldeias do Concelho de Boticas

 

A FREGUESIA DA GRANJA: GEOGRAFIA E PERSPECTIVA HISTÓRICA

A freguesia de Granja é uma das freguesias mais próximas de Boticas. Localizada a Este da vila de Boticas, confronta com várias freguesias: a Norte e a Este com Sapiãos, a Sul com Pinho e a Oeste com Boticas e Cervos do concelho de Montalegre.

É constituída pela aldeia de Granja, sede de freguesia, e anexo a ela tem o lugar de Ventuzelos, disposto paredes-meias com a vila de Boticas. O acesso viário faz-se pela EN 312. Dada a sua proximidade em relação à sede do concelho percorrem-se poucos metros até aparecer a indicação Granja.

As localidades de Granja e Ventuzelos encontram-se dispostas num vale, na parte sul da Serra do Leiranco. Protegidas a toda à volta por serras e montes, os seus pastos e campos de cultivo estendem-se ao longo da planície do Rio Terva. É a segunda freguesia mais pequena do concelho, ocupando uma área total de apenas 8,8 Km2.

 

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POPULAÇÃO, ECONOMIA E SOCIEDADE

O desenvolvimento da população da freguesia da Granja acompanhou o movimento demográfico que caracteriza toda a região de montanha no Norte de Portugal, tipificada por uma diminuição progressiva da população, com uma pirâmide etária invertida, onde os grupos etários mais baixos são diminutos e a população envelhecida aumenta.

 

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Atualmente, tem, aproximadamente, 266habitantes, sendo uma das freguesias com menos população, o que em parte se deve a sua pequena dimensão. Contrariando um pouco a tendência registada na maior parte das freguesias do concelho, até à década de 70 verificou-se um aumento significativo da população. No entanto, a partir dos anos 70, e à semelhança do que se verifica na generalidade das freguesias do concelho, também esta freguesia perdeu muita da sua população residente, aproximadamente 40,2%. Todavia, foi das freguesias do concelho, com excepção da freguesia de Boticas, aquela que menos população perdeu, facto que em parte se justifica pela proximidade da vila e sede do concelho, onde há uma maior oferta de emprego, não implicando a mudança de residência. O gradual decréscimo da população, que entretanto se registou, deveu-se, essencialmente, à intensificação dos fluxos migratórios que se verificaram desde os anos 70, para além dos factores gerais que caracterizam o actual movimento demográfico em Portugal. Muitos foram os que partiram para o estrangeiro, para países como França, Estados Unidos e Suíça, e para outras regiões do país, em busca de melhores condições de vida.

 

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Assim, quem permanece nas aldeias é, essencialmente, uma população marcadamente envelhecida, sendo que apenas um quarto dos 266 residentes têm menos de 25 anos e a grande maioria (55%) têm entre 25 e 64 anos.

 

Os níveis de alfabetização desta população residente são baixos, acompanhando o seu nível de envelhecimento, destacando-se o número elevado de pessoas sem nenhuma qualificação académica. Esta situação excepcional é suportada pelo elevado número de idosos, alguns deles regressados da (e)migração, em situação de aposentados.

 

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No que se refere à área de actividade, a maior parte da população local continua a dedicar-se à agricultura, essencialmente de subsistência, e à pecuária. Alguns trabalham na construção civil e no pequeno comércio e outros na área da indústria (Euronete) e Serviços em instituições do concelho (Município de Boticas, Santa Casa da Misericórdia, Resat, etc.).

 

Na freguesia existem três cafés com um pequeno salão de jogos onde os mais jovens se distraem.

 

Nas horas de ócio e sempre que o tempo permite, as pessoas, especialmente as mais idosas, juntam-se nos largos da aldeia a conversar.

 

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MARCAS DO SEU PASSADO

Não é fácil conhecer o dia primeiro da origem da maioria das paróquias e freguesias. Excluindo a ou outra que vem identificada nos documentos antigos, a maioria das aldeias têm origem desconhecida no tempo. Umas mais antigas, outras de origem mais recente, sabe-se que a maioria destas aldeias são formadas a partir do agrupamento de famílias, unidas por laços de parentesco ou afinidades económicas e profissionais, que se organizaram em comunidade. Muitas das aldeias de Barroso têm a sua origem histórica no movimento de reconquista e povoamento do território, iniciado com a formação do Reino de Portugal em 1143 e posterior fixação de uma ou mais famílias de povoadores. Teve particular desenvolvimento a partir dos finais do século XIII. Estes povoadores eram atraídos por contratos de aforamento cujos termos do contrato eram favoráveis à sua fixação, traduzidos em pagamentos de foros de valor acessível. Estes contratos são conhecidos como o processo de enfiteuse e eram promovidos indistintamente pela Coroa e/ou pelas Casas Nobres e Senhorios Eclesiásticos.

 

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São conhecidos alguns contratos de enfiteuse para as terras de Barroso o que nos permite pensar que a grande maioria das suas aldeias e povoados tiveram origem neste modo de povoamento[i].

 

Alguns contratos de aforamento são disso testemunho como é o caso do aforamento da "Póvoa" de Lavradas, feito nos finais do século XIII (1288 da Era Cristã), no tempo do Rei D. Dinis, e que, tudo o indica, está na origem da actual aldeia de Lavradas14, ou a carta de foral outorgada a Sapiãos dos meados do século XIII. Quer o primeiro, quer o segundo foram passados tendo em vista o desenvolvimento da terra, como prescreve a carta de Lavradas que diz: pobrem e lavem e fruteviguem, isto é, que povoas sem com mais gente, que lavrassem a terra e dela produzissem frutos para o seu sustento.

 

Em 1527 já Granja aparece identificada no "Numeramento" mandado fazer por D. João III, com 27 moradores ou fogos, o que perfaz um número aproximado de 120 pessoas[ii]. Ventuzelos não vem referido neste documento, mas já é identificado em 1758 como um lugarejo com oito fogos, isto é, com cerca de 30 a 40 pessoas, e Granja aparece já com 77 fogos e 254 habitantes.

 

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OS CASTROS DA GRANJA

No território desta freguesia encontram-se vestígios arqueológicos que testemunham a presença humana desde épocas remotas. Exemplo disso são o Castro do Cabeço e o Castro do Couto dos Mouros.

 

O Castro do Cabeço esta localizado num morro cónico, a cerca de 300m da EN 103, entre Sapiãos e o Alto do Fontão. O acesso a esse local faz-se seguindo por um carreiro através dos pinhais. Trata-se de um antigo povoado fortificado onde ainda são visíveis duas muralhas em ruínas, fossos e vestígios de casas circulares. Nas cercanias foram encontradas escórias (parecendo ser de ferro), partes de uma mó, pedaços de bronze e uma pequena moeda.

 

À esquerda da EN 311, que liga Boticas a Vidago, fica o Couto dos Mouros, cabeço pedregoso com grandes fragas de granito. Fica sobranceiro ao rio Terva, que a uns 200m lhe corre pelo Poente. Do lado Norte há um pequeno troço de muralha com 10m de comprimento, assinalado em parte por uma fiada de pedras em montão linear caótico. Há outro troço do lado poente com 12m de comprimento. No alto há uma casa circular com 2,7m de diâmetro, feita de pedra tosca, onde foi encontrada metade de uma mó circular de moinho.

 

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UM DOCUMENTO DE 1758

No ano de 1758 o Rei D. José, através de seu ministro Marquês de Pombal, desenvolveu um inquérito a todas as paróquias do Reino de Portugal continental que hoje se encontram no lAN/TT.

 

Este inquérito, que foi respondido pelos párocos das freguesias, era composto de três partes: a primeira respeitante à paróquia, onde se tratava de saber da sua história, produções agrícolas, população, instituições locais, igreja e capelas com suas devoções e romagens; a segunda tratava da serra e das suas características, se tinha lagoas e nascentes, monumentos, capelas, caça e árvores; a terceira perguntava sobre os rios e ribeiros que nela existissem, assim como as levadas, represas, moinhos, pisões e culturas nas suas margens. É graças a este inquérito que se pode obter uma visão mais ou menos completa de como era a freguesia da Granja nos meados do século XVIII como a seguir se pode ver.

É a resposta dada pelo pároco da freguesia da Granja nesse ano, o Vigário João Gonçalves, que adiante apresentamos. Para uma melhor leitura foi actualizado o Português naquelas palavras que consideramos necessário, introduzindo-se-lhe pontuação e parágrafos.

"Como sempre foi o meu ânimo observar as ordens dos meus excelentíssimos e reverendíssimos Senhores Prelados e como no presente se me apresentasse uma do Muito Reverendo Senhor Doutor Vigário Geral desta comarca, reduzida por artigos que no caso deste transunto apresento e para resposta ofereço o seguinte:

 

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Granja vista desde Ventuzelos

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Terra

  1. É província de Trás-os-Montes, termo de Montalegre, comarca de Chaves, do Arcebispado de Braga Primaz das Hespanhas.
  2. É igreja apresentada pelo Reverendíssimo padre Dom Abade do Real Mosteiro de Santa Maria de Bouro dos religiosos Bemardos que atualmente é Dom Abade Frei José de Melo.
  3. Tem esta freguesia setenta e sete fogos, e neles pessoas de maior idade duzentas e trinta e nove e de menor idade catorze. Acham-se absentas quarenta e três.
  4. Está situada quase toda em lajes bem firmes que várias vezes me tem ainda de dia batido. Nas costas dela se descobre tão somente parte de dois povos que são Quintas da freguesia de S. Bartolomeu de Beça e Boticas da freguesia de S. Salvador de Eiró. Este a uma distância de muito menos de meio quarto de légua e aquele será um quarto.
  5. Tem o seu termo bem demarcado a respeito dos dízimos e postos bem limitado parecido a um barco.

 

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  1. Está a igreja no meio do lugar e anexo a ela um lugarejo chamado Ventuzelos, que consta tão somente de oito fogos já supra numerados, e ficará a uma distância de um tiro de mosquete.
  2. É Santa Maria da Granja das Boticas de Barroso. Tem três altares: no altar-mor o orago Nossa Senhora da Assunção e dois colaterais, da parte direita Nossa Senhora do Rosário e da esquerda S. Sebastião. Não tem naves nem tem casa de Misericórdia.
  3. É vigaria colada apresentação, poderá render anualmente de setenta a oitenta mil réis, renderá algum anos cem mil reis.
  4. Tem uma ermida com a invocação da Senhora da Conceição e Santa Bárbara que fica no fim do povo para poente. É do Reverendo Domingos dos Santos Abade de S. Pedro de Gerez, Covelo. Como sua ele administrador não sei que para ela haja renda alguma, so que ele a paramenta.
  5. Não tenho visto que a ela acuda gente em romagem excepto dois anos primeiros que houve jubileu por breve de sete anos que se tem já findou e não se cuida em reforma.
  6. Os frutos que se colhem são: milho, vinho, castanhas e centeio, este em maior quantidade. Mas todos tem limitados que os mais dos fregueses quando chegam a meio do ano, já um bicho a que chama gorgulho não acha em que se dê vista em casa deles por mais que dele delegencie.

 

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  1. Tem esta freguesia o seu juiz, a que chamam espadanio, que rege os mais e está sujeito ao juiz de fora da vila de Montalegre.
  2. Por não haver correio, valemo-nos do de Chaves que fica pouco mais ou menos a uma distância de três léguas.
  3. Dista esta freguesia da cidade de Braga, capital deste Arcebispado, doze léguas, e da cidade de Lisboa, capital deste Reino, setenta e duas.
  4. Está nos tombos antigos que esta freguesia foi nos seus princípios Abadia e ouvi dizer que fora Couto privilegiado.
  5. Há neste lugar da Granja duas fontes públicas excepto algumas particulares. Neles se não tem experimentado virtude mais que a de se beber e para os usos necessários. E provaram de fontes que nos anos antecedentes de esterelidades ainda que alguma coisa temerata, sempre conservaram as suas torrentes.
  6. Não é porto marítimo por Viana ficar a uma distância de dezassete légua e o Porto a vinte. E por isso as mais das vezes temos peixe só na aptencia e quando chega a todos tira a vontade.
  7. Não padeceu ruína alguma durante o terramoto de mil setecentos e cinquenta e cinco, só o grande tremor e zunido.

 

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Respectiva à Serra

Não tem o termo desta freguesia mais do que um pedaço dessa (serra) da parte do norte chamada Chão Longo, que parte com Santa Cristina de Cervos e do nascente com São Pedro de Sapiãos e do poente com o Salvador de Eiró e vem acabar onde chamam o Outeiro do Cabeço onde se vêem vestígios de muros que dizem que foram casas de mouros.

Tem outro pedaço dela por ficar a freguesia no meio a onde chamam Pedrica e Val de Giestoso que parte com Valdegas, freguesia de Pinho, ao nascente com S. Pedro de Sapiãos e do poente com o Salvador do Eiró. Há entre ela alguns castanheiros. E não há mais coisas que possa relatar aos artigos que da serra tratam, Só o podem fazer os meus vizinhos de Sapiãos e Eiró por terem largos distritos e cobrirem o termo desta freguesia.

 

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Rio

  1. Pelo distrito desta freguesia passa, à distância de quase meio quarto de légua, de norte para sul, um regato a que chamam Terva. Tem a sua origem na freguesia de Calvão onde se divide a do Couto de Ervededo da Mitra Primaz.
  2. Desde o seu nascimento até se meter no rio Tâmega haverá uma distância de quatro léguas. O seu nascente são só umas fontezinhas pequenas. Corre todo o ano, ainda que no Estio em muito pouca quantidade. Não entram nele rios que se possam mencionar.
  3. Criam-se no seu (leito) pequenas trutas e algumas de bom tamanho, essas nem os fregueses quando as apanham gostam que os párocos o saibam pelo gosto que lhe acham. Criam-se mais bogas que estas por mais miúda que seja a rede passam sem lesão alguma e destas em maior abundância.
  4. Como seja diminuto não tem margens. Estão em pastos à beira dele alguns castanheiros se no destrito desta freguesia é bem provido de lagens.
  5. Não tenho notícia que desde o seu princípio tivesse outro nome.
  6. Tinha a sua corrente no rio Tâmega já confrontado no lugar de Mosteirão, que o mesmo Tâmega divide a comarca de Chaves da de Vila Real.
  7. Encontram-se no tal regato um pontilhão dito de pedra e outra de cantaria, que está na estrada que do Porto, Viana e praças do Minho vai para Chaves, ambas no distrito de Sapelos, freguesia de S. Pedro de Sapiãos. Tem mais outra ponte de pau e pedra bruta no sítio a que chamam Requeixo, freguesia de S. Salvador do Eiró.
  8. Tem no distrito desta freguesia oito moinhos para moer pão.

Não faça dúvida o não falar a todos os artigos que não apontei é que não achei, nem havia o que a eles dizer, e por essa razão os deixei. Tudo o mais vai conforme a verdade, o que juro in sachris e comigo assinaram o Reverendo Domingos Gonçalves, Reitor de S. Pedro de Sapiãos e Manuel Dias, Vigário do Salvador do Eiró.

 

Granja, vinte e quatro de Março ano de mil setecentos e cinquenta e oito.

Vigário se São Salvador do Eiró, Manuel Dias.

Reitor, Domingos Gonçalves

O Vigário, João Gonçalves

 

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E estamos quase a chegar ao fim da abordagem de mais uma aldeia do concelho de Boticas e do Barroso, só falta mesmo deixar aqui o vídeo com todas as imagens hoje aqui publicadas. Espero que gostem.

 

Aqui fica:

 

 

 

Também podem ver este e outros vídeos do Barroso no MEO KANAL Nº 895 607

e

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No próximo domingo, dado estarmos em plena Feira dos Santos, não vai haver aldeias do Barroso, mas fica prometido para o domingo seguinte com a aldeia de Sanguinhedo, ainda na freguesia de Boticas e Granja.

 

 

[i] (13) BORRALHEIRO, Rogério, 2005, Montalegre, Memórias e História, Ed. Câmara Municipal de Montalegre, pp. 80-87.

[ii] Tendo por base o índice de 4 a 5 pessoas por fogo. Arquivo Histórico Português, Vol. VII, n° 7, Julho de 1909, p. 272

 

 

31
Jul22

O Barroso aqui tão perto - Valdegas

Aldeias do Concelho de Boticas


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VALDEGAS

 

Continuamos na freguesia de Pinho, concelho de Boticas, hoje com VALDEGAS, a terceira e última aldeia da freguesia, que faltava abordar.

 

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Freguesia de Pinho que como já tivemos oportunidade de referir nos posts anteriores, é limite de concelho de Boticas a confrontar com o concelho de Vila Pouca de Aguiar, com o Rio Tâmega e com o concelho de Chaves. Valdegas é a aldeia da freguesia mais próxima do concelho de Chaves, tendo quase à sua frente, do outro lado do rio, na margem esquerda, a aldeia de Arcossó e na margem direita do Tâmega as aldeias de Souto Velho e Anelhe, todas a menos de 3km de distância, em linha reta, pois por estrada a distância aumenta um pouco.

 

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Continuemos com a localização da aldeia e com o melhor itinerário para lá chegar a partir da cidade de Chaves ou Vidago, itinerário que será idêntico ao que recomendámos anteriormente para Pinho e Sobradelo, as outras duas aldeias da freguesia. Assim, a estrada a utilizar a partir de Chaves, mas também de Vidago é a Nacional 2, embora em sentidos contrários, pois na ponte seca de Vidago temos de tomar a E311 em direção a Boticas, onde a cerca de 7 quilómetros teremos o início da aldeia de Pinho, é aí que deveremos sair, à direita da E311, em direção a Valdegas. Num total, a partir da cidade de Chaves, serão ao todo 22,8Km ou 20 minutos de viagem, ou seja, é aqui mesmo ao lado…

 

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Embora estando em Valdegas não se tenha muito a noção disso, a verdade é que a aldeia vista numa fotografia aérea parece estar dentro da cratera de um vulcão, mais ou menos circular, ocupado pelas terras verdes de cultivo. Fechadas, ou limitadas, pelas encostas das montanhas, estas cobertas de um verde mais escuro e menos vivo com que a copa dos pinheiros as pinta, em que Valdegas se encontra no limite desse círculo, já encostada à vertente de uma dessas montanhas, mais precisamente à encosta, onde no cimo, está implantado o santuário do Sr. do Monte, a apenas 800m da aldeia.

 

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Santuário do Senhor do Monte que, pela proximidade, se poderia dizer ser pertença de Valdegas, mas na realidade parece não ser bem assim, embora também lhe pertença, pois é considerado santuário da freguesia de Pinho, sendo assim o santuário das suas três aldeias.

 

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No que toca a festas e romarias, o Santuário do Sr. do Monte aparece ligado a Pinho, naturalmente por ser sede de freguesia e se os meus dados estiverem corretos, está neste momento em festa, pois a mesma acontece no último domingo de julho.

 

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Em Valdegas celebra-se e festeja-se o Divino Espírito Santo no mês de maio à qual está associado um dos hábitos comunitários das aldeias do Barroso no que respeita à utilização do Forno do Povo.

 

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Então, segundo consta na monografia “Preservação dos hábitos comunitários nas aldeias do concelho de Boticas”:

“Para além de cozer o pão, actualmente, os fornos do povo são também muito utilizados por ocasião de festas, casamentos e baptizados para fazer os assados, como por exemplo em Valdegas (Pinho), onde por altura da festa do Divino Espírito Santo, as pessoas colocam no forno a carne para assar, vão à missa e depois da procissão passam pelo forno e cada um leva a respectiva travessa de carne para o almoço. “

 

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Já que abordámos a monografia, e ainda a respeito dos hábitos comunitários ligados ao forno do povo, e ainda, a respeito de Valdegas, refere o seguinte:

“Noutros tempos, quando quase todas as casas das aldeias coziam no forno do povo, foram estabelecidas regras de forma a organizar a sua utilização.

(…)

Na maior parte das aldeias este uso acabou por desaparecer, são cada vez menos as pessoas que ainda utilizam estes espaços, muitas preferem comprar o pão já feito, a um dos inúmeros padeiros que diariamente percorrem as aldeias do concelho, do que terem que andar com trabalho para fazer a massa e cozer o pão. Assim, quem quer cozer aquece o forno e coze. Em Sapiãos, as pessoas ainda têm o hábito de colocar um lareiro junto à fornalha do forno, sinal que indica que alguém vai aquecer o forno e cozer. Normalmente, quando alguém coze, as outras pessoas aproveitam a quentura do forno e cozem a seguir, pois desta forma já não gastam tanta lenha. Em Valdegas (Pinho) apesar de já não existir a obrigação de quentar o forno, quem o acender é obrigado, pelo costume, a dar a vez aos que quiserem cozer a seguir a ele, durante essa semana.”

 

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Ainda a respeito dos hábitos comunitários e da cozedura do pão, há a considerar que nem todos têm jeito para serem padeiros e para além dos segredos de cozer um bom pão, segredos que não são mais que sabedoria na arte de cozer pão, que vão (ou iam) passando de geração em geração, segredos que vão desde aquecer o forno e deixá-lo no ponto para cozer, ao dosear as farinhas  (de centeio, milho, trigo ou mistura), a água e o sal, ao amassar e levedar do pão, e depois ao tempo de cozedura, há ainda uma série de rituais que se têm de cumprir e que vão variando um pouco de aldeia para aldeia ou de padeira para padeira. Rituais que têm de ser cumpridos para se ter um bom pão à mesa, ou na mão, com um naco de presunto em cima, por exemplo.

 

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Continuando no que se diz na monografia ao respeito da cozedura do pão, temos:

“Em algumas aldeias, como por exemplo, em Valdegas (Pinho), antes de se começar a preparar a massa para fazer o pão, é costume dizer-se: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo Amén. Deus m’ajude e às benditas almas.”. O processo de fazer o pão obedece a determinadas procedimentos. Coloca-se água a aquecer com sal, enquanto se peneira a farinha para dentro de uma masseira. A essa farinha junta-se a água, o fermento e amassa-se tudo muito bem. Uma vez feita a massa, coloca-se numa pilha dentro dum cesto para levedar, com a mão faz-se uma cruz na massa e costuma dizer-se uma pequena oração, de que encontramos diversas variantes, para esta levedar:

 

Deus que te levede

Deus que t’acrescente

Com a graça de Deus e da Virgem Maria

Um Pai-Nosso e uma Avé-Maria"

 

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A oração que ficou atrás é uma entre muitas das orações que se diziam para o pão amassado que ia a levedar. Em miúdo assisti muitas vezes a este ritual, mas nunca consegui ouvir direito as orações, pois elas eram, por assim dizer, “cochichadas” pela padeira para a massa a levedar, era assim uma espécie de coisa a tratar apenas entre os dois. Atrás disse padeira, porque em geral amassar e cozer o pão era uma tarefa que as mulheres assumiam, enquanto que a escolha da lenha, o acarretar da mesma e aquecer o forno já era tarefa de homens ou mista, isto acontecia também por uma questão do “timing” do processo de cozer o pão. Quanto ao estar pela boca do forno, não era para aprender, era mais pela bica redonda, espalmada e cheia de biquinhos dos furos, que a meio da cozedura do pão era retirada do forno, aberta ao meio, regada com azeite e polvilhada com um bocadinho de açúcar, para distribuir pelos presentes e comer quente… uma delícia! Ah!, e também gostava dos aromas do pão cozido.

 

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E para rematar esta tradição e hábito comunitário barrosão, atrás dizia-se que na hora da massa do pão ir a levedar, fazia-se com a mão uma cruz na massa. Pois embora este gesto faça parte do ritual, tem também um objetivo, a saber (também da monografia):

“Quando a cruz da massa desaparecer, é sinal de que está lêveda. Coloca-se no tendal, tende-se e deixa-se levedar novamente enquanto o forno acaba de aquecer. Uma vez quente o forno, varre-se com um matão, feito de urzeira ou giesta, e puxa-se o borralho para a entrada da fornalha. Com uma pá coloca-se o pão lá dentro e no final faz-se uma cruz à porta do forno e diz-se uma pequena oração, de que também encontramos inúmeras variantes:

 

Cresça o pão no forno, fora do forno,

E paz em casa do seu dono e por todo o mundo.

Pela graça de Deus e da Virgem Maria

Um Pai-Nosso e uma Avé-Maria.”

 

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E chegamos àquela parte em que vamos dando o post como terminado, não por falta do que mostrar e dizer sobre estas aldeias, mas por uma questão de não termos posts longos e maçudos, que mesmo assim como são, já são exagerados para aquilo que se recomenda. Assim, apenas nos falta o habitual vídeo com todas as imagens hoje  aqui publicadas.

 

Aqui fica, espero que gostem:

 

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

 

E quanto a aldeias de Boticas, despedimo-nos até ao próximo domingo em que teremos aqui o resumo da freguesia de Pinho.

 

 

17
Jul22

O Barroso aqui tão perto - Sobradelo

Aldeias do Concelho de Boticas


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Prometemos vir aqui todos os domingos com uma aldeia do Barroso, mas tal não tem sido possível, pois outros afazeres e outros interesses têm-nos roubado o tempo necessário para estes posts mais completos e exigentes. Assim estas crónicas sobre as aldeias do Barroso que costumávamos dizer que trazíamos aqui todos os domingos, talvez se deveriam chamar crónicas intermitentes do Barroso. Talvez, mas não vamos por aí, antes, vamos tentar cumprir e trazer aqui todos os domingos as aldeias que faltam do Barroso.

 

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Temos abordado as aldeias do concelho de Boticas pela ordem alfabética das freguesias, e dentro delas a ordem alfabética de cada aldeia. Assim, na última publicação tínhamos iniciado a freguesia de Pinho, e com esta aldeia, pois também ela é a primeira que nos aparece por ordem alfabética, sendo as restantes as aldeias de Sobradelo, que abordamos hoje e a seguinte e última da freguesia, a aldeia de Valdegas.

 

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Sobradelo que antes da visita que lhe fizemos para a devida recolha fotográfica, que aconteceu em julho de 2018, ainda antes da pandemia, já tínhamos por lá passado, mas foi mesmo apenas uma passagem para tomar o barco que nos levaria até Ribeira de Pena, isto há trinta e tal anos, numa verdadeira e inesquecível aventura de descer o Rio Tâmega nesse troço entre Sobradelo e Ribeira de Pena, descida da qual ficámos, apenas, com registos de memória, pois era de todo recomendável que não se levasse câmara fotográfica para descer um troço de rio que era feito à base de rápidos e quedas de água, e temos pena de não ter esses registos fotográficos, pois os registos que ainda hoje conservo na memória são do mais bonito, incrível e espetacular que tinha visto até esse dia, indiscritíveis em palavras, com lugares, quilómetros de rio,  inacessíveis a não ser pelo próprio rio, num rio que deu luta até ao último momento onde chegámos ao nosso primeiro ponto de encontro com 6 horas de atraso. Mas isto são contas de outro rosário, que estão pela certa na memória de quem desceu connosco o rio e que com a barragem que está em construção, serão também irrepetíveis, pois tudo que vimos será submerso em breve, com pena nossa e pena do aprisionar de um rio.

 

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Também os parque de lazer de Sobradelo junto ao Rio Tâmega e em frente, na margem esquerda, o parque de lazer da Lama da Bouça de Capeludos, concelho de Vila Pouca de Aguiar e o pontão que entre eles atravessa o rio, ficarão submersos com a Barragem, esperemos, pelo menos, que seja construída uma ponte para substituir este pontão a fim de ser garantida a ligação das povoações das duas margens, que no caso também liga o concelho de Boticas ao concelho de Vila Pouca de Aguiar, pois para perdas, já basta perder-se o rio, algumas construções/habitações de Sobradelo e todos os seus terrenos de cultivo mais férteis.

 

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Por aquilo que fomos dizendo e para quem é aqui da região já entenderam onde fica Sobradelo, que pertence à freguesia de Pinho, freguesia essa que a Sul confronta com o Rio Tâmega que por sua vez serve de limite de freguesia, mas também de concelho, entre o concelho de Boticas e os concelhos de Chaves e Vila Pouca de Aguiar, mas também por terras (sem rio como limite) com o concelho de Chaves, freguesia de Anelhe, freguesia que outrora, até 1836, fazia parte do concelho de Montalegre, ainda antes de existir o concelho de Boticas.

 

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Vamos então completar a localização de Sobradelo e como chegar até lá a partir de Chaves ou de Vidago, pois para que vier de Sul, que não tenha o seu ponto de partida de Chaves, escusa de vir até à cidade, mesmo que venha pela A24, neste caso deverá sair no nó de Vidago e a uns escassos metros de distância, entrar no percurso que nós recomendamos entre Chaves e Sobradelo, que ao todo, entre as duas localidades são apenas 25,5 km, ou 30 minutos de viagem, que a partir de Chaves será pela EN2 até à PONTE SECA DE Vidago, ou seja, ates de se entrar em Vidago e antes do acesso à autoestrada, no entroncamento onde se apanha a  R311 em direção a Boticas, com passagem pela Praia de Vidago. Ficam o mapa com o percurso e as fotografias aéreas para ajudar a localizar.

 

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Agora que já localizamos a aldeia é só ir até lá e nestes dias quentes, recomendamos descerem até um dos parques de lazer junto ao Rio Tâmega (o de Boticas e o de Vila Pouca), onde frescura não falta, mas parece-me que o da margem direita do rio, o de Sobradelo/Boticas, pela sua localização, deve ser mais fresco, mas nem há como ir até lá e verificar. Se puder ir vá, pois se pudesse, quem ia (também) era eu…

 

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Quanto à aldeia, tal como as restantes de Boticas que confrontam com o Rio Tâmega, estão implantadas na encosta da serra que desce até ao rio, guardando entre o casario e o rio os terrenos mais férteis para cultivo, que tal como já dissemos atrás serão para cultivar por pouco tempo, pois não tardará muito e a barragem começará a encher e a submergir esses terrenos e casas das cotas mais baixas e mais próximas do rio.

 

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Quanto à aldeia, segundo apurámos junto da população, serão entre 50 a 60 residentes, mas são residentes que se veem na rua, nas suas vidas e afazeres, ou seja um aldeia ainda com vida, onde pela certa, o estar perto de Chaves, Vidago e Boticas terá contribuído para manter alguma população, mas isto sou eu apenas a supor, pois poderá haver outras realidades.

 

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Não é uma aldeia grande, mas também não é das mais pequenas do concelho de Boticas, com um misto de casario antigo, maioritariamente abandonado ou em ruínas e casario recente ou reconstruído com a introdução de novos materiais e ampliações. É sem dúvida uma aldeia que administrativa e geograficamente falando pertence ao Barroso, culturalmente também, mas já com muitas alterações, principalmente ao nível do casario que na sua maioria é de construção recente, já longe da típica construção de granito à vista com pedra seca.

 

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Quase na entrada da aldeia, um tanque comunitário foi para nós de boas-vindas, pois ao contrário da grande maioria dos tanques comunitários das aldeias do Barroso que hoje em dia estão secos ou apenas servem de adorno, este de Sobradelo tem água corrente com pessoas a utilizá-lo, foi por isso uma das nossas primeiras paragens na aldeia, para conversarmos um pouco com as senhoras que lá estavam, para nos refrescar-mos e bebermos água da fonte, recordem que já atrás dissemos que a nossa visita foi em julho, e os nossos julhos são sempre quentes, poderão não o ser tão quentes como estes últimos dias, mas andam sempre lá próximos, e só não são notícia nacional, porque só somos uns tantinhos a levar com ele em cima, por isso até passam despercebidos à proteção civil e outras entidades, mas tal como dizem, já estamos habituados, ao frio, ao calor e ao desprezo, oh se estamos!

 

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Foi no tanque que ficámos a saber que o orago da aldeia era o Stº André, que no ano da nossa visita tinha festa em 4 e 5 de agosto e que a capela era logo a seguir, que à hora da nossa passagem estava com alguma gente, segundo apurámos, porque ia haver missa. Capela à qual também fizemos um registos, quanto à missa, trocámo-la por um pouco de estar junto ao rio Tâmega, para onde fomos de seguida e por lá repousámos um pouco, já não me lembro, mas possivelmente na companhia de umas minis, não por muito tempo, mas algum, não fosse a aldeia de Valdegas que ainda tínhamos para visitar nesse dia e talvez tivéssemos terminado lá o nosso dia de trabalho, embora o Berto, companheiro de viagem desta andanças de fotografar o Barroso se ria com esta do “trabalho”, o que é certo, e um facto, é que nestes dias de andanças pelo Barroso chego a casa satisfeito, mas também rotinho de todo!  E com esta, ainda não é para ir, mas passamos ao vídeo resumo em imagem deste post.

 

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Sobradelo vista desde a Capela de N.Srª da Conceição - Capeludos - Vila Pouca de Aguiar

 

Então, aqui fica o vídeo com todas as imagens da aldeia de SOBRADELO que foram publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.

Aqui fica:

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

E quanto a aldeias de Boticas, despedimo-nos até a próxima publicação, que faremos o possível por ser no próximo domingo, se não for nesse, fica para o outro a seguir,  em que teremos aqui a aldeia de Valdegas, a última da freguesia de Pinho .

 

02
Out21

O Barroso aqui tão perto - Travassos da Chã

Aldeias do Barroso - Concelho de Montalegre


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TRAVASSOS DA CHÃ - MONTALEGRE

 

Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de TRAVASSOS DA CHÃ, concelho de Montalegre.

 

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Travassos da Chã cujo topónimo tem “apelido” por duas razões, primeiro para a distinguir de uma outra aldeia barrosã do mesmo concelho de Montalegre – Travassos do Rio, segundo, porque assim também fica localizada no território ao assumir a “Chã”, ou seja, é uma aldeia de terras chãs, que no caso é também o topónimo da sede de freguesia da Chã.

 

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Terras chãs que antigamente se prolongavam até ao rio Rabagão, e hoje também, mas aprisionado desde meados do século passado numa barragem, oficialmente com o nome de barragem do Alto Rabagão mas comummente conhecida por barragem dos Pisões.

 

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Pisões, hoje uma aldeia que nasceu com a barragem mas cuja origem está mesmo nos pisões que nesse local existiam e de onde saiam as mantas ou tecido de burel para as capas tão típicas nesta região e que hoje ainda vão resistindo e sendo usadas no Barroso mais agreste e frio, principalmente em dias de chuva e neve, porque além de protegerem do frio, também são impermeáveis.

 

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Quanto a Travassos da Chã, fica a 42 km da cidade de Chaves e localiza-se entre a EN103 (estrada Chaves-Braga) e a barragem dos Pisões e, tendo ainda a EN103 como referência, entre as aldeias de S.Vicente da Chã e Penedones.  

 

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Mas como hoje estamos aqui pelo vídeo que não teve aquando do seu post completo, onde já falámos sobre esta aldeia e para o qual finca link no final deste, vamos passar de imediato ao seu vídeo, com todas as fotos da aldeia publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.

 

Aqui fica:

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de TRAVASSOS DA CHÃ:

 

 http://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-travassos-1418417

 

 

E quanto a aldeias de Montalegre, despedimo-nos até à próxima sexta-feira em que teremos aqui a outra aldeia com o mesmo topónimo, mas de “apelido” diferente, a aldeia de TRAVASSOS DO RIO.

 

 

 

 

08
Ago21

O Barroso aqui tão perto - Romaínho

Aldeias do Barroso - Concelho de Boticas


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ROMAÍNHO - COVAS DO BARROSO - BOTICAS

 

Neste trazer aqui as aldeias do Barroso do Concelho de Boticas, temos andado pela freguesia de Covas do Barroso. Já passou por aqui a sede de freguesia (Covas) e a aldeia do Muro, resta-nos a aldeia de Romaínho, que é a nossa convidada de hoje.

 

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Nestas visitas as aldeias do Barroso, tentamos deixar em imagem aquilo que na aldeia desperta o nosso olhar. Não dá para deixar todas as fotos que tomámos na aldeia, mas fazemos sempre uma pequena seleção, o mais variado possível, para se ficar com uma noção do todo da aldeia. Coisa que nem sempre é possível, mas que não é o caso de Romaínho.

 

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Iniciemos já pela sua localização. Sendo uma aldeia da freguesia de Covas do Barroso, fica nas proximidades desta. Nem sempre a proximidade das aldeias da freguesia é assim tão próxima, mas no caso de Romaínho, é mesmo próxima de Covas, pois desde a última construção de Covas até a primeira de Romaínho, são cerca de 500m.

 

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Romaínho que fica próxima de Cova do Barroso, mas ainda mais próxima fica a outra aldeia da freguesia, pois praticamente a aldeia do Muro está junta com a aldeia de Romaínho. Aliás, se o crescimento natural das aldeias não tivesse parado com o despovoamento rural que se tem sentido nas últimas décadas, hoje em dia, as três aldeias da freguesia estaria unidas fisicamente, pois as três aldeias concentram-se todas dentro de um círculo com cerca de 800m de diâmetro, embora o território da freguesia atinja os 2967ha.

 

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Mas continuemos com a localização de Romaínho e como ir até lá a partir da cidade de Chaves, que como sabem, é sempre o nosso ponto de partida, e para nós, também de regresso. Então, tal como acontece para a grande maioria das aldeias do Concelho de Boticas, a primeira estrada que tomamos é a N103 (estrada Chaves-Braga), mas só até Sapiãos. Aí saímos da E103 em direção a Boticas, onde quer se tome a variante das rotundas quer se passe pelo centro de Boticas, devemos atravessar toda a vila e no final tomar a R311, na rotunda que fica junto ao Centro de Artes Nadir Afonso, em direção a Ribeira de Pena e Cabeceiras de Basto.

 

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Já na R311, devemos seguir até a Carreira da Lebre, passar a povoação e na rotunda seguir em frente durante mais cerca de 5Km, ou seja, logo a seguir a aldeia de Vilar,à esquerda da R311 e a cerca de 4,5km da rotunda da Carreira da Lebre, fica, também à esquerda, a saída para a aldeia de Campos. É por aí que deveremos ir, a partir de aqui, não há mais desvios, é sempre pela estrada principal que liga e passa por Campos, e mais uns km à frente, fica Covas de Barroso. Em Covas terá de atravessar a aldeia toda, mas aqui, como a aldeia de Covas é um bocadinho dispersa, convém procurar a alguém da aldeia onde fica a saída para Romaínho. Mas para uma ajuda, ficam como habitualmente os nossos mapas.

 

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E quer dizer sobre Romaínho. Desde logo pelo topónimo terminar em “inho” leva-nos logo a olhar para a aldeia com um certo olhar romântico. Quanto à origem deste topónimo, não fazemos a mínima ideia de onde virá. Dos Roma, romani,  que é o mesmo que dizer ciganos, não me parece, mesmo porque a grande concentração cigana mais próxima que eu conheço, fica no distrito de Bragança, embora se tenha vindo a expandir e em Chaves, por exemplo, já existam algumas aldeias com bairros ciganos, mas esta expansão é recente e tem-se dado para próximo de localidades maiores que as aldeias. A única coisa que ainda se poderia levar até aos ciganos, é a forma agrafa como os topónimos chegaram até aos nossos dias, na grande maioria sem documentos escritos, tal como acontece com a cultura cigana. Mas isto são contas de outro rosário.

 

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 Venha de onde vier o topónimo, o que interessa é o Romaínho de hoje. Aldeia peque, com a pequena capela, bem interessante por sinal, a ocupar um largo junto à estrada que atravessa a aldeia, passando esta mesmo junto a capela, o que lhe dá ainda mais visibilidade, embora para se apreciar como deve de ser, se tenha de parar.

 

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A aldeia, embora pequena e a ligar-se fisicamente com a aldeia do Muro, é um pouco maior que esta. Hoje em dia, desenvolve-se ao longo da estrada que liga ao Muro, mas parece-me que nem sempre foi assim, pois as construções ao longo da estrada são relativamente recentes, se comparadas com um pequeno núcleo desviado da estrada, cujo acesso se faz precisamente a partir do largo da capela.

 

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Quanto a documentação sobre a aldeia, tal como acontece com a maioria, é escassa. Na monografia de Boticas, apenas vem a referência de Romaínho pertencer à freguesia de de Covas do Barroso, uma referência à festa de S. José a 19 de março, apenas com celebração religiosa, outra referência à Capela de S. José como estando classificada pelo IIP e por última uma ao forno do povo com a anotação de construção recente.

 

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Resumindo, claro que Romaínho é uma aldeia que merece uma visita, muito verde com alguma bastante vegetação, com algumas manchas de arvoredo (carvalhos), pastagens e terras de cultivo, tudo isto num pequeno vale que abrange das três aldeias da freguesia, só depois as montanhas que rodeiam as três aldeias, na sua base com alguma floresta mas nos ponto mais altos, um pouco mais agreste, com vegetação rasteira, não sei se por sempre ter sido assim ou porque algum incêndio dizimou a floresta que tivesse existido, pois embora estejamos em terras altas, no vale numa cota entre os 550 e 650m, as montanhas ao lado, a mais alta, pouco mais ultrapassa que os 900m de altitude, ainda são cotas onde a floresta autóctone se dá bem. Concluindo, Romaínho merece uma visita, aliás, poderá,  e dada a proximidade entre as três aldeias da freguesia,  deverá incluir as três numa única visita, pois parece-me que entre as três há muita vida conjunto.

 

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E estamos a finalizar este post, apenas no falta o vídeo com todas as imagens da aldeia de ROMAÍNHO que foram publicadas hoje, neste blog. Espero que gostem.

 

Aqui fica:

 

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

E quanto a aldeias de Boticas, despedimo-nos até ao próximo domingo em que teremos aqui o resumo da freguesia de Covas do Barroso.

 

 

 

 

06
Ago21

O Barroso aqui tão perto - Sendim

A aldeia mais alta de Portugal


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SENDIM - MONTALEGRE

 

Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de SENDIM, concelho de Montalegre.

 

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Sendim, à beirinha da Serra do Larouco, no limite norte do concelho de Montalegre, mas também no limite Norte de Portugal, com a Galiza ali ao lado.

 

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É também a aldeia mais alta de Portugal, que estando ao lado da Serra do Larouco, fica vestida com frequência com um manto de neve, uma das razões que já nos levou até lá para recolha de imagens.

 

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É uma aldeia cheia de História e estórias, a primeira pelo castelo que teve, tal como o testemunham gravuras antigas que ficam no vídeo, pois no local, segundo consta, apenas existem alguns vestígios.

 

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Quanto as estórias, não devem faltar, não fosse Sendim uma aldeia da raia, com a Galiza ali ao lado. Estórias de contrabando, guardas-fiscais e contrabandistas mas também, pela certa que não devem faltar, estórias de passagem de “peles”, que é como quem diz passagens clandestinas, principalmente dos nossos emigrantes que nos anos 60 do século passado rumaram para outros destinos na Europa, principalmente para França.

 

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Poe estas e por outras que já deixámos expostas no post completo que dedicámos a Sendim, com link no final, Sendim é de visita obrigatória, aldeia onde além da visita também pode parar para tomar um café ou beber uma mini ou um copo, ou até uma água fresca, que para matar a sede, ainda vai sendo o melhor que há.

 

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E agora sim, o vídeo com todas as imagens da aldeia de SENDIM que foram publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem e para rever aquilo que foi dito sobre as SENDIM no seu post completo, a seguir ao vídeo, ficam link para esses post.

Aqui fica:

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de SENDIM:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sendim-1387765

 

E quanto a aldeias de Montalegre, despedimo-nos até à próxima sexta-feira em que teremos aqui a aldeia de Sezelhe.

 

 

03
Jul21

O Barroso aqui tão perto - São Lourenço

Aldeias do Barroso - Concelho de Montalegre


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SÃO LOURENÇO - MONTALEGRE

 

Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de SÃO LOURENÇO, freguesia de Salto, concelho de Montalegre.

 

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Aproveitamos a oportunidade para deixar mais 5 imagens que escaparam à anterior seleção, aquando do seu post compelto.

 

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E agora sim, o vídeo com todas as imagens da aldeia de SÃO LOURENÇO que foram publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem e para rever aquilo que foi dito sobre SÃO LOURENÇO, a seguir ao vídeo, fica o link para o seu post completo

.

Aqui fica:

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de SÃO LOURENÇO:

https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sao-lourenco-1801273

 

 

E quanto a aldeias de Montalegre, despedimo-nos até à próxima sexta-feira em que teremos aqui a aldeia de Chã (S.Vicente).

 

 

20
Jun21

O Barroso aqui tão perto - Covas do Barroso

Aldeias do Barroso - Concelho de Boticas


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Seguindo a metodologia que adotámos para o Barroso do concelho de Boticas, ou seja, seguir a ordem alfabética das freguesias e as suas aldeias,  e depois de termos abordado todas as aldeias da freguesia de Codessoso, Fiães do Tâmega e Curros chega a vez da freguesia de COVAS DO BARROSO, constituída pelas aldeias de Covas da Barroso, Muro e Romaínho.

 

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Seguindo a ordem alfabética nas aldeias dentro da freguesia, também calha a Covas do Barroso fazer a abertura da freguesia. Assim é até Covas que vamos hoje

 

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Fomos a Covas de Barroso três vezes. A primeira vez já há uns anitos, em 2011, num passeio de fotógrafos, numa visita muito rápida em que quase nos ficámos pela igreja e pelo largo principal, o do forno do povo. Já então, e ainda antes de termos iniciado esta rubrica das aldeias do Barroso, ficámos com vontade de lá voltar.

 

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A segunda vez já fomos com mais tempo, já para fazer a recolha de imagens de um futuro post dedicado à aldeia. Foi em março de 2018, por sinal um dia de chuva intensa, que embora até sejam interessantes para a fotografia, já o não são tanto para os nossos corpos e muito menos para as Câmara fotográficas. Mesmo assim fizemos o possível e recolhemos algumas imagens, mas desde logo sentimos que a recolha não estava completa.

 

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Como não há duas sem três, voltámos lá no mesmo ano, três meses depois, em junho de 2018, e em boa hora o fizemos, pois assim podemos dizer que a recolha ficou quase completa, e o quase é apenas porque uma recolha nunca fica completa. Um dia de sol interessante, com nuvens para enfeitar, sem incomodar, bem diferente do dia invernoso de março, agora com a primavera no seu auge, a mostrar toda a sua exuberância no colorido florido da paisagem, principalmente na paisagem selvagem dos montes que rodeiam a aldeia, só interrompido pelo corredor que o asfalto da estrada rasgava por entre as giestas, como se tratasse de um tapete que nos conduzia até Covas.

 

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Quanto à aldeia, é um misto de aldeia concentrada, com uma igreja, o forno comunitário e o cruzeiro no grande largo, ainda, como quase todas as aldeia, na falda da montanha, mesmo na passagem da montanha para o pequeno vale de terras de cultivo, só que, a aldeia não termina aqui, pois a aldeia continua ao longo de cerca de 2,5km de arruamentos dispersos pelo pequeno vale agrícola. Uma aldeia sem dúvida diferente, mas com todos os ingredientes de uma aldeia barrosã.

 

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Pessoalmente, realço da aldeia o belíssimo cruzeiro do largo principal, desde a sua base até ao topo a terminar na cruz com duas figuras esculpidas em granito, uma em cada face da cruz. O forno do povo, todo em granito, incluindo a cobertura, tendo como particularidade ter dois fornos, lado a lado, no seu interior, não sei se existem mais assim, pessoalmente, foi o primeiro que vi (com dois fornos). Realce também para as suas igrejas, principalmente a que se localiza junto ao cemitério. Um segundo cruzeiro, mais simples, mas com base idêntica ao do largo principal, e embora simples, não deixa de ser interessante. Realce também para os canastros e seu enquadramento e também as montanhas envolventes, principalmente as que se atravessam vindos da aldeia de Campos.

 

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Até aqui temos deixado as nossas impressões sobre a aldeia, mas anda não referimos como chegar até lá e onde ela se localiza. Então vamos lá, como ponto de partida como sempre da cidade de Chaves e pelo caminho mais habitual para ir até terras de Boticas, ou seja via N103 (estrada de Braga) até Sapiãos, depois deixa-se a N103 e tomamos a M312 até Boticas, onde apanhamos a R311 e subimos até a Carreira da Lebre, o grande entroncamento de Boticas, e desta vez, na rotunda da Carreira da Lebre, seguimos em frente, mas apenas durante cerca de 5Km logo a seguir à última entrada para aldeia de Vilar (à esquerda) e saída para a aldeia de Carvalho (à direita), ou seja, na saía à direita que indica Campos, aldeia pela qual teremos de passar para ir até Covas do Barroso. Se por acaso se enganar e andar mais de 5Km, não volte para trás, pois mais à frente, depois da aldeia de Bostofrio, mas antes de Agrelos, há outra entrada para a aldeia.

 

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E agora vamos às nossas pesquisas sobre a documentação existente, ou perlo menos aquela a que tivemos acesso, sobre a Cova do Barroso. Como sempre a principal fonte é a monografia “PRESERVAÇÃO DOS HÁBITOS COMUNITÁRIOS NAS ALDEIAS DO CONCELHO DE BOTICAS”, onde há a referência a um parque de lazer a dois castros: O Alto do Castro e o Castro do Poio.

 

Alto do Crasto

Designação: Alto do Crasto

Localização: Covas do Barroso

Descrição: Sobranceiro à aldeia de Covas encontra-se o Alto do Castro, monte de encostas empinadas, principalmente a do lado Sul, voltada para Covas do Barroso. Tem um pequeno reduto, com 6 a 8 metros de diâmetro, rodeado por todos os lados, excepto no lado Sul onde se abre uma longa portada com 27m de largura. Um pouco acima da linha dos 27 m da grande portada há uma fiada de 6 a 7 metros de pedras pequenas, que se supõe corresponderem ao miolo do paredão, ou muralheta, que fechava daquele lado o rodeio dos penedos que por três lados cercam a irregular e pedregosa plaina cimeira.

 

No local forma encontrados pedaços de cerâmica.

 

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O Castro do Poio

Designação: Castro do Poio

Localização: Covas do Barroso

Descrição: O Castro do Poio fica no termo da freguesia de Covas do Barroso. Encontra-se localizado a uns 400m a jusante da ponte nova que atravessa o rio pela estrada de Covas do Barroso ao Couto de Dornelas.

O cabeço de pedra de xisto em que assenta o castro é uma espécie de promontório arredondado, rodeado pelo rio do Couto de Dornelas a Norte, Poente e Sul. Um grosso istmo liga-o pelo NE ao monte adjunto. O castro tem três muralhas. A primeira, no fundo da ladeira, fica a uns 10 a 12 metros acima da margem esquerda do rio, tem 1,70 m de largura, parte do fosso do lado Norte, abraça a base do promontório e vai desembocar no fosso, sensivelmente à mesma distância do rio. A segunda muralha também com 1,70 m de largura, na linha Nordeste/Sudoeste, fica 30 m acima da anterior e segue, em arco de ferradura, mais ou menos paralelo à primeira muralha num comprimento de 150 a 200 metros. Começa e acaba, como a anterior, nas duas portas do fosso. A terceira muralha, na linha NE/SO fica 50m acima da segunda. Mais acima na plaina do topo do monte, esta terceira muralha estreita a 1 m de largura, forma um conjunto elipsóide com um lacete, onde se distinguem três anéis de pedra amontoadas que devem corresponder a outras tantas casas circulares.

O fosso, com 6 m de boba e 3m de fundo, foi rasgado a cortar o istmo daquele promontório e estende-se seguindo o pendor das encostas, aproximadamente 60 m de cada lado, até ao rio.

 

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COVAS DO BARROSO

 

Localização geográfica: A freguesia de Covas do Barroso situa-se na parte Sul do concelho de Boticas

Distância relativamente à sede do concelho: aproximadamente 20 km.

Acesso viário: seguindo pela ER 311, virando na indicação Campos / Covas do Barroso, percorre-se a EM 519-C até à aldeia de Covas do Barroso, ou, em alternativa, percorre-se a ER 311 e virando na indicação Covas do Barroso segue-se pela EM 519-1C.

Área total da freguesia: 29,6 km2

Localidades: Covas do Barroso, sede de freguesia, Muro e Romaínho.

População: 348 habitantes.

Orago: Santa Maria.

Festas e Romarias

Nossa Senhora da Saúde, 1º domingo de Junho, Covas do Barroso.

Santo António,* 13 de Junho, Covas do Barroso.

Carolo de Santo António, 14 de Junho, Covas do Barroso.

Património Arqueológico

Alto do Castro.

Castro do Poio.

Povoado de S. Martinho.

Povoado do Cemitério de Covas do Barroso.

Património Edificado

Capela de Nossa Sra da Saúde (Covas do Barroso).

Cruzeiro de Covas do Barroso – Património Classificado (IIP).

Fontanário (Covas do Barroso).

Forno Comunitário de Covas do Barroso.

Igreja Paroquial de Covas do Barroso – Património Classificado (IIP).

Tribunal (Covas do Barroso).

Capela de S. José (Romaínho).

Outros locais de interesse turístico.

Forno do Povo de Romaínho (construção recente).

Dois Moinhos de Rodízio (Covas do Barroso).

Um Percurso Pedrestre.

 

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Da monografia ainda uma última referência, a de uma tradição de entrudo, que, não sei se ainda se realiza:

 

O Entrudo, traz consigo os caretos, as brincadeiras e a folia.

 

No Domingo Gordo, o domingo antes do Entrudo, em Covas do Barroso, fazem o carro do galo, tradição dedicada ao professor (a) da aldeia. Todos os anos os alunos, da escola primária, arranjam um carrito de mão, enfeitam-no com flores levando as suas ofertas que, como manda a tradição, são compostas por um coelho, uma galinha, vinho do porto, doces e um galo. Depois fazem um cortejo com o carro pelas ruas da aldeia.

 

Nesta aldeia ainda existe a tradição de ler os motes. Juntam-se três rapazes no principal largo da aldeia, um coloca-se no forno do povo, outro no cruzeiro, seguram uma corda com o galo preso no meio e tentam acertar com ele ao que está a ler os motes de forma a atirarem-lhe com o chapéu ao chão. Este, enquanto lê os motes, com uma espada tenta afastar o galo da sua cabeça. No final oferecem o galo e o restante conteúdo do carro.

 

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Para finalizar, também Miguel Torga passou por Covas do Barroso, pelo menos duas vezes, isto a crer pelos dois registos de Covas que Torga deixa no seus diários, um de 1958 e outro de 1987:

 

Covas do Barroso, 27 de Setembro de 1958

 

Almoço na casa do abade da terra. É bom alimentar de vez em quando o ateísmo a uma mesa residencial.

 

Miguel Torga, In Diário VIII

 

 

Covas do Barroso, 8 de Setembro de 1987

 

Uma bonita imagem de Nossa Senhora de Rocamador na igreja matriz, e o forno do povo ainda quente  e a reacender da última fornada. Um lavrador, quando me viu ougado, meteu a navalha a uma broa e fartou-me. O comunitarismo, por estas bandas, não é uma palavra vã. Significa solidariedade activa em todos os momentos. Até a fome turística tem direito ao pão da fraternidade.

 

Miguel Torga, In Diário XV

 

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E para finalizar o vídeo com todas as imagens publicadas neste post dedicado a Covas do Barroso. Infelizmente, já depois do vídeo publicado,  demos conta de um pequeno lapso no nosso mapa, nas placas que indicam as aldeias de Codessos e Antigo de Curros, deveriam indicar Muro e Romaínho, tal como consta no mapa que fica neste post. Mesmo assim, espero que gostem do vídeo e que me desculpem este pequeno lapso.

 

Aqui fica:

 

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

 

E quanto a aldeias de Boticas, despedimo-nos até ao próximo domingo em que teremos aqui a aldeia de Muro.

 

 

 

06
Jun21

O Barroso aqui tão perto - Santo André

Aldeias do Barroso - Concelho de Montalegre


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Continuando a cumprir a nossa falta para com as aldeias que, aquando dos seus posts neste blog, não tiveram o resumo fotográfico em vídeo, trazemos hoje esse resumo para a aldeia de SANTO ANDRÉ, freguesia de Salto, concelho de Montalegre.

 

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Quando iniciámos esta rubrica das aldeias do Barroso, estávamos em simultâneo a fazer o levantamento da maioria das aldeias do concelho de Montalegre, daí, começámos a trazer aqui as aldeias que tínhamos mais à mão, mais próximas, ou sejam, as que ficavam entre Chaves e Montalegre seguindo a estrada de S. Caetano.

 

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Com o decorrer do levantamento fotográfico, demos conta que talvez fosse bom, para além das fotografias e do texto descritivo, acrescentar um mapa com a localização e itinerário para chegar às aldeias, os melhores acessos e mais interessantes, dai, termos introduzido esses mapas, mas as primeiras aldeias ficaram sem ele. Assim, aproveitamos a oportunidade de trazer aqui o vídeo para deixar também o mapa e itinerário para as aldeias que não o tiveram. Santo André foi uma dessas aldeias e então, aqui tem o seu mapa.

 

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Santo André foi uma das primeiras aldeias que conheci, ainda em criança, mas dessa visita pouco ou nada ficou na memória. A verdadeira descoberta aconteceu aquando fizemos o levantamento fotográfico para trazer a aldeia aqui ao blog. Uma agradável descoberta por sinal, não só pelo conjunto da aldeia a manter toda a sua integridade e tipicidade mas também por ser uma aldeia ainda cheia de vida, com crianças a brincar na rua e todo um vai e vem dos afazeres do dia a dia.

 

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No entanto o que mais me surpreendeu é o manterem-se ainda vivas as tradições comunitárias, como a da vezeira, que tivemos oportunidade de assistir a um episódio da chegada de uma à aldeia, coisa que eu já não via também desde criança. Nem que fosse só pela vezeira já tinha valido ter ido a Santo André.

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Por outro lado, com a melhoria das condições de vida e a eletricidade e o gás a chegar a todas as casas, Santo André perdeu o fabrico de carvão, sendo o Larouco, ali ao lado, a grande fábrica que os de Santo André utilizavam para produzir e depois distribuir em carradas, recorrendo a burros, que todos os outonos e invernos acabavam transportar e distribuir (vender) na cidade de Chaves. Trabalhos e andanças difíceis que pela certa não deixam saudades, mas que ajudavam ao sustento da casa.  

 

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E agora sim, o vídeo com todas as imagens da aldeia de SANTO ANDRÉ que foram publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem e para rever aquilo que foi dito sobre os de SANTO ANDRÉ ao longo do tempo de existência deste blog, a seguir ao vídeo, ficam links para esses posts.

 

Aqui fica:

 

 

 

Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607

 

 

Post do blog Chaves dedicados à aldeia de SANTO ANDRÉ:

 

https://chaves.blogs.sapo.pt/o-barroso-aqui-tao-perto-sto-andre-1368302

 

 

E quanto a aldeias de Montalegre, despedimo-nos até à próxima sexta-feira em que teremos aqui outro santo, ou melhor, a aldeia de São Pedro.

 

 

 

 

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