Chaves de Ontem
A Ponte Romana nos anos 60 do Séc.XX
Mais uma imagem da ponte romana, não muito antiga, mas já com alguns anos em cima. Anos sessenta do século passado.
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Mais uma imagem da ponte romana, não muito antiga, mas já com alguns anos em cima. Anos sessenta do século passado.
Hoje fazemos um regresso ao ano de 1960, onde hoje é a rua Joaquim José Delgado
Mais uma imagem do largo do Arrabalde de outros tempos, mas não muito antigos, pois numa análise muito rápida do ambiente, eu atrevo-me a dizer ser uma imagem do final dos anos sessenta do século passado, um simples indicador me leva a isso, o carocha que se vê na imagem.
Até amanhã!
Um olhar ainda possível desde o Tabolado até o Castelo, nos finais dos anos 60 do século passado, com a copa do velho olmo em frente a Igreja da Misericórdia ainda visível e de pé . Outros tempos!
Fotografia de Artur Pastor - Anos 50/60 - Série cidades - Chaves
Hoje fica uma imagem de Artur Pastor (1922-1999) um dos mais notáveis fotógrafos portugueses do século XX que fotografou Portugal lés a lés, onde a cidade de Chaves teve a sorte de também ter sido fotografada por ele na série “cidades”, com alguns motivos flavienses, como o de hoje de um pequeno rebanho de ovelhas à beira Tâmega com a serra do Brunheiro de fundo.
Para saber mais sobre Artur Pastor passe por aqui
Também pode pesquisar aqui no nosso blog com a tag "Artur Pastor", pois já aqui publicámos algumas fotografias deste fotógrafo de Chaves e do Barroso.
Hoje fica uma imagem dos anos 60 do século passado, com as lavadeiras do Rio Tâmega e ao lado, a barca que fazia a passagem de pessoas, animais e mercadorias do S.Roque para a Canelha das Longras e vice versa.
Apenas um olhar sobre a Praça de Camões nos anos 60 do Século passado.
Já há muito que não vínhamos aqui com esta rubrica, mas com esta coisa da pandemia e de começar a ter saudades do passado, mesmo que recente, ressuscitou-nos a vontade de trazer aqui mais um bocadinho do Chaves de ontem e o Chaves de hoje, um pouco inspirado, ou em tudo, por uma passagem do diário de Miguel Torga, a respeito da nossa cidade no ano de 1960, quando este senhor que está para aqui a teclar esta escrita, tinha visto a luz pela primeira vez há 5 meses e 4 dias.
Eu que até gosto de Torga e que até o considero o maior escritor e poeta a cantar Portugal, que conheceu e calcorreou o seu território e conheceu a sua gente, principalmente do nosso Portugal interior e mais profundo. Eu que como flaviense me senti sempre muito honrado por Miguel Torga nos incluir (Chaves e a região) tantas vezes no seu diário e que até nos descreve e inclui no Reino Maravilhoso que ele criou para nós. Eu um Torgónamo assumido, quando li uma das passagens que escreve no seu diário em 26 de setembro de 1960, que até elogia a gente de Chaves, não gostei mesmo nada daquilo que ele escreveu sobre a cidade de Chaves. Fica já a seguir, com o que não gostei a negrito e sublinhado.
Chaves, 26 de Setembro de 1960
Há terras, como Aveiro, por exemplo, impregnadas de não sei que dignidade específica. É uma espécie de irradiação ética, que compensa largamente o forasteiro de todos os desconfortos e desilusões urbanas que nelas sinta. Chaves pertence a essa família. Apesar de feia, suja e desfigurada, o espírito sente-se aconchegado dentro dos seus muros. O prazer que os sentidos não gozam na pureza dos monumentos, na grandeza das praças e no desaforo das avenidas, encontra-o a alma na atmosfera de sanidade humana que respira na mais abafada e miserável ruela.
Miguel Torga, in Diário IX
Fiquei com esse nó atravessado na garganta até ao dia de hoje, em que fui vasculhar e procurar no arquivo fotográfico do blog Chaves Antiga imagens de Chaves do ano de 1960, onde por sinal até encontrei bastantes imagens, onde depois de as ver e analisar muito bem, despido de sentimentalismos e bairrismos, com o olhar neutro e virgem, tal como Torga viu Chaves na época, só tenho que pedir desculpas, talvez perdão a Miguel Torga. Ele tinha toda a razão, Chaves era feia, suja e desfigurada, ou melhor, a cidade estava feia, suja e desfigurada, embora fosse a cidade que sempre tinha sido até aí e que ainda hoje é (refiro-me apenas ao Centro Histórico), aliás hoje, o nosso centro histórico até está bem mais desfigurado que nos anos 60 do século passado, só com uma diferença, passou a ser uma cidade mais limpa, asseada e embelezada, principalmente no que diz respeito ao seu património histórico e monumental (fortes, castelo, jardins e espaços verdes, rio, ponte romana e edifícios públicos, igrejas e capelas) e felizmente, a grande maioria dos edifícios privados, pelo menos os mais emblemáticos, têm e estão a ser reconstruídos.
Penso que o próprio Miguel Torga, que nos últimos 20 anos da sua vida passou a vir a Chaves frequentemente, pelo menos uma vez por ano, se apercebeu dessa alteração na cidade de Chaves e que se viesse hoje pela primeira vez a Chaves, com o seu olhar sem que os olhos perdessem a virgindade original diante da realidade e o coração, não diria que Chaves hoje é feia, suja e desfigurada, antes pelo contrário, mas sem esquecer os pecados nela cometidos e alguns que estão por resolver, refiro-me aos mamarrachos de betão e a algum casario que há anos estão em ruinas ou completamente degradados, como o que fica a seguir, que por sinal são as vistas principais que se podem ver desde o Hotel de Chaves recentemente, e que não devem ser nada agradáveis de ver para o turista que pela manhã se aborda da janela para ver como está o dia… Ficam duas imagens para contraste, com pecados de hoje, mas também belezas dos anos 60, bem mais bonito que o atual espaço, pois nem tudo era feio, sujo e desfigurado, talvez exceções, mesmo ao que aqui se disse.
Pelas imagens que foram ficando de Chaves no ano de 1960 e Chaves dos últimos anos dá para ver que a cidade foi melhorando o seu visual sem se alterar, bem mais limpa, bem mais bonita, uma cidade que hoje se recomenda e que para mim, como flaviense e sem qualquer bairrismo, não há cidade igual à nossa e é a cidade mais bonita do mundo, só o raio do bicho corona é que está cá a mais…
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