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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

23
Jan10

De Eça a Jorge de Sena ou de António Cirurgião a Soutelinho da Raia


Com a mesma brevidade ou complexidade que vamos de Eça a Jorge de Sena também hoje vamos de António Cirurgião a Soutelinho da Raia. Mais à frente compreenderão o sentido destas palavras.

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Pois é sempre com agrado que vamos até mais uma das nossas aldeias, mas o agrado é acrescido quando a aldeia mantém ainda a sua integridade , a sua condição e a sua beleza nas gentes, nos usos, na sua arquitectura do casario tradicional. Se a aldeia tem história e estórias para contar, então ainda com mais agradado a visitamos, mas também pela sua condição de aldeia da raia, a sua herança de aldeia promíscua e dos seus filhos ilustres .

 

Muitos ingredientes para tratar num prato só e num breve espaço de um blog, assim, hoje vamos até um dos seus filhos ilustres e algumas imagens, que, também com agrado, sempre trago aqui.

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Então hoje vamos falar de um filho de Soutelinho da Raia que nesta aldeia nasceu no ano da graça de 1933 para vir a correr o mundo levando consigo a língua portuguesa e o seu ensino e que também é com as letras e palavras da nossa língua que faz obra com, e, a respeito das letras e palavras dos homens das palavras, dos poetas, dos escritores e da literatura portuguesa. Hoje vamos falar, um pouco,  do filho de Soutelinho da Raia que dá pela graça de António Cirurgião que pelo seu trajecto e obra publicada, além de um ilustre flaviense de Soutelinho da Raia, é um ilustre português que dedicou a sua vida à língua portuguesa aquém e além mar.

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            António A. Cirurgião, nasceu em Soutelinho da Raia em 1933, foi para os Estados Unidos, como estudante de Direito, em 1962. Tendo optado pelas Letras, fez o M.A. em Francês, em Assumption College, Massachusetts, e o Ph.D. em Espanhol e Português, na Universidade de Wisconsin, sob a orientação de Lloyd Kasten e Jorge de Sena.

            Depois de ter ensinado Espanhol, Francês e Latim em Kansas State University e na Universidade de Nevada, foi contratado em 1969 pela Universidade de Connecticut, em Storrs, e aí ensinou Espanhol e Português. Recebeu o contrato vitalício em 1973, e foi promovido a professor catedrático em 1980. Em 1983 e 1987, ensinou na Universidade da California, em Santa Barbara, na qualidade de Professor Visitante. Jubilou-se em Julho de 1999.

            Em 1981 foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.

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            Além de colaboração dispersa por dicionários e enciclopédias e por revistas portuguesas e estrangeiras, publicou e editou várias obras sobre literatura portuguesa.

            Como autor publicou: Fernão Alvares do Oriente: O Homem e a Obra, Paris, 1976; O "olhar esfíngico" da Mensagem de Fernando Pessoa, Lisboa, 1990; A Sextina em Portugal nos Séculos XVI e XVII, Lisboa, 1992; Novas leituras de clássicos portugueses, Lisboa, 1997; Leituras alegóricas de Camões, Lisboa, 1999; De Eça a Jorge de Sena, Lisboa, 2009.

            Como editor publicou: O Cancioneiro de D. Cecília de Portugal, 1972. Fernão Álvares do Oriente, Lusitânia Transformada, 1985. Duarte Dias, Várias Obras em Língua Portuguesa e Castelhana, 1991. Manuel Quintano de Vasconcelos. A paciência constante - discursos poéticos em estilo pastoril, 1994. João Nunes Freire, Os Campos Elísios, 1996.

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Sobre a sua última obra publicada, «De Eça a Jorge de Sena», dedicada aos seus netos Calvin Alexander Cirurgião  e Camille Janine Cirrurgião, fica o que consta na sobrecapa do livro:

Datando o primeiro de 1969 e o último de 1992, os nove trabalhos contidos nesta miscelânea versam sobre obras de sete escritores portugueses: três do século XIX – Eça de Queirós, Tomás Ribeiro e Guilherme de Azevedo – e quatro do século XX – Bernardo Santareno, José Cardoso Pires, Miguel Torga e Jorge de Sena. Tirante Guilherme de Azevedo e Jorge de Sena, que são contemplados com dois estudos cada um, os autores são objecto de um estudo, recaindo sobre uma obra individual, com excepção da Alma Nova de Guilherme de Azevedo. Quanto ao género literário sobre que tratam os trabalhos, contam-se o romance para Eça de Queirós, José Cardoso Pires e Jorge de Sena, a poesia para Tomás Ribeiro, Guilherme de Azevedo, Miguel Torga e Jorge de Sena, e o teatro para Bernardo Santareno.

            Embora de nível literário muito diferente, é nossa convicção de que todos os escritores incluídos na miscelânia têm mérito suficiente para que deles se ocupem os que escolheram por profissão o ensino e a promoção da língua portuguesa e das literaturas lusófonas além-fronteiras, em minúsculas ilhas de língua portuguesa e de cultura lusíada, perdidas no meio da vastidão de imensos mares de outras línguas e de outras culturas, um pouco à maneira daqueles nautas da Eneida de Virgílio: “rari nantes in gurgite vasto”. 

 

 

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