Chaves de hoje e de ontem
Vamos fazer uma breve passagem pela fotografia de hoje, de há um século ou mesmo dois:
“ A fotografia originária da cooperação da ciência e de novas necessidades de expressões artísticas, tornou-se logo à nascença objecto de violentos litígios. Saber se a máquina fotográfica era apenas um instrumento técnico, capaz de reproduzir de modo puramente mecânico as aparências ou se era preciso considera-la como um verdadeiro meio de exprimir uma sensação artística individual, infamava os espíritos dos artistas, críticos e fotógrafos. Esta querela, que engendrava artigos e disputas pessoais, tanto se abateu sobre os estúdios quanto veio a inundar os tribunais. De igual modo, a Igreja tomou posição; muito hostil no início, ela inspirava a um jornal alemão de 1839 a seguinte passagem: “Querer fixar reflexos fugidios não só constitui uma impossibilidade, como o demonstraram as seriíssimas experiências feitas na Alemanha, mas o simples facto de querer tal coisa confina com o sacrilégio. Deus criou o homem à Sua imagem e nenhuma máquina humana pode fixar a imagem de Deus; ser-lhe-ia preciso trair de repente os seus próprios princípios eternos para permitir que um francês, em Paris, lançasse para o mundo uma invenção tão diabólica (Cf. Leipziger Anzeiger, 1839.) “
In “Fotografia e Sociedade” de Gisèle Freud, 1989.
Embora a questão da fotografia ainda não esteja bem resolvida, ainda bem que vingou e evolui. Independentemente de ser usada como arte, ou como mero congelamento de um momento, a verdade é que também se tornou num precioso instrumento documental para vários fins, entre os quais o da memória futura, se assim não fosse, hoje não poderíamos estar a comparar os dois momentos congelados nas imagens que vos deixo aqui, colhidos a uma distância quase de um século, e que nos dá também para ficarmos a saber que a noia de destruir jardins em Chaves, já não é de hoje, é hereditária…
Mas como a fotografia também se transformou num negócio e há para aí gentinha que se dedica a sacá-las da NET para reproduzir e vender, a foto antiga que vos deixo leva uma leve marca de água e é publicada com pouca definição, que embora não a torne impeditiva de ser reproduzida, mas pelos ficará sem qualidade e dará algum trabalho a retirar a marca de água. Não é por mim, mas por quem mas cede com boas intenções para publicação e não para negócio.