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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

18
Ago20

Arquiteturas Contemporâneas em Chaves

Arquiteto Manuel Graça Dias


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Arquiteturas Contemporâneas em Chaves

Arquiteto Manuel Graça Dias (1953-2019)

"Edifício Golfinho" – Praça do Brasil – Chaves

 

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Anguns links de interesse sobre o arquiteto e a sua obra

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Gra%C3%A7a_Dias

https://www.contemporanea.com.pt/

https://sigarra.up.pt/faup/pt/func_geral.formview?p_codigo=238835

 

 

24
Abr19

Cidade de Chaves - Uma proposta cultural...


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Hoje deixo aqui um alerta para os mais distraídos que gostam de arte contemporânea e ainda não viram a exposição de Ema Berta e das 3 Gerações (Carlos Barreira, Cristina Valadas e João Ribeiro) que está patente ao público no MACNA - Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso. Pois se ainda não viu estas exposições só terá mais 4 dias para as poder ver, mais precisamente até às 19 horas do próximo domingo.

 

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Mas este alerta não é só para os distraídos que gostam de arte contemporânea, mas para todos em geral, e aqui, além das exposições temporárias como estas que estão de saída, acrescento a restante arte e restantes artistas que estão em permanência, refiro-me a Nadir Afonso e à sua exposição permanente neste espaço, mas também a Álvaro Siza Vieira e o próprio edifício do MACNA, também ele uma obra de arte contemporânea, porque a arte contemporânea não se limita apenas às artes plásticas.

 

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Escultor e Designer João Machado com a Pintora Ema Berta

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De facto esta nova tendência da arte nasce em meados do século passado onde, embora não rompendo de todo com a arte moderna até aí praticada, apresenta expressões e técnicas artísticas inovadoras, incentivando a reflexão subjetiva sobre a obra.

 

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Escultor Carlos Barreira com a Pintora Cristina Valadas

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Uma nova tendência que passou a manifestar-se além das artes plásticas, influenciando também outras artes como as do teatro, música, dança, fotografia, literatura, moda, instalações, etc, ou ainda, com recurso às novas tecnologias e o evoluir da ciência deu origem a vários movimentos como o minimalismo, arte conceitual, híper-realismo, body art, vídeo-art, happening, arte urbana, graffiti, arte póvera, internet art, etc. e outras formas onde os artistas encontrem uma forma de se expressar. A Arte contemporânea passou a valorizar mais o conceito, a atitude e a ideia da obra do que necessariamente o objeto final. A intenção é refletir de modo subjetivo sobre a peça artística, não apenas contempla-la pela sua natureza estética.

 

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Escultura de Carlos Barreira (Fotografia de Filipe Barreira)

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Mas embora a arte contemporânea tivesse encontrado outros espaços para os artistas expressarem e divulgarem a sua arte, tal como espaços ao ar livre, a rua, ou mais alargados e globalizados tal como os espaços que a internet disponibiliza, os museus continuam, cada vez mais, a acolher também todas estas formas de arte e outras que pelas suas características, só aí poderão ser expostas, transformando os museus também num espaço de reflexão que também poderá ser de provocação, exacerbando os sentidos de quem os visita, muito para além da simples apreciação estética da obra de arte.

 

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Pintor João Ribeiro com a Pintora Ema Berta

 

É assim a arte contemporânea, e mesmo que ainda haja por aí algumas mentes conservadoras que lhe queiram resistir em que a arte se limita apenas ao óleo sobre tela, agora a arte é outra, democratizou-se em todos as suas expressões e sentidos.

 

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Oratório e Oklahoma (5 painéis) de João Ribeiro

 

Tudo isto por causa das exposições de Ema Berta e 3 Gerações (Carlos Barreira, Cristina Valadas e João Ribeiro) que estão de saída do MACNA, onde, a título de curiosidade está um arista flaviense, o Escultor Carlos Barreira com as suas esculturas com movimentos e sons, onde não falta uma representação da Pedra da Bolideira.

 

 

 

06
Abr18

Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso vence Prémio Nacional do Imobiliário 2018


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Há dias assim, acordamos pela manhã e a primeira novidade do dia surpreende-nos com uma notícia agradável e importante para nós flavienses, mas também para a arte e para a arquitetura em geral, com obras com que os que os mestres nos têm brindado ao longo dos séculos, obras de arte universais que vão desde a Ponte Romana construída há 2000 anos até à mais recente, de autoria do Arquiteto Siza Vieira (http://macna.chaves.pt/pages/583) - O Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, agora premiado.

 

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A Gala do Prémio Nacional do Imobiliário 2018 decorreu no Vila Galé Cascais Hotel, no dia 3 de Abril, e a cerimónia ficou marcada pelo ambiente de festa que celebrou a excelência do imobiliário em Portugal. Presentes estiveram cerca de 200 convidados entre individualidades, empresas e associações do sector.
O Júri composto por Paulo Silva (Savills Aguirre Newman), Almeida Guerra (Rockbuilding), João Paciência (arquitecto), Juan Antequera (Vilamoura World) e Eduardo Abreu (neoturis) atribuíram o troféu mais elevado da noite – o ‘Melhor Empreendimento do Ano 2018’ – ao Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, um projecto de autoria de Álvaro Siza Vieira. Este espaço museológico venceu também o prémio na categoria de Equipamentos Colectivos.

Fonte: Magazine Imobilário

 

Para quem ainda não conhece, ficam algumas fotos do edifício (MACNA), do exterior e interior.

 

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Interior onde estão duas exposições patentes ao público, uma permanente do nosso artista flaviense, Arquiteto e Pintor, Nadir Afonso,  e outra do Escultor e Designer João Machado.

 

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Mas atenção que a exposição de João Machado só estará mais três dias patente ao público, pois no próximo domingo será o último dia em que a poderá ver. Se está cá por Chaves ainda está a tempo de a visitar. Se está ausente, ainda não a visitou e não pode vir cá até ao próximo domingo,  então temos pena, pois perdeu uma grande exposição de um dos melhores designers vivos, também amplamente premiado.

 

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Sai João Machado mas no próximo dia 19 de abril inaugura a “Mesa de Sonhos” com duas coleções de arte contemporânea.

 

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“Mesa dos sonhos: Duas coleções de arte contemporânea” que reúne cerca de 30 obras da Coleção de Serralves e da Coleção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD). Através do diálogo entre as duas coleções, o espectador é convocado para uma pluralidade de universos e de questões estéticas, políticas e poéticas.

 

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E por hoje é tudo, e já não é pouco, que nos dera que assim fosse todos os dias…

 

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Para mais novidades sobre o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, vá passando pela sua página oficial na net, em http://museunadirafonso.chaves.pt ou http://macna.chaves.pt

Como preferir, pois ambas vão dar ao mesmo sítio.

 

 

 

 

 

03
Fev17

Discursos Sobre a Cidade - por António de Souza e Silva


SOUZA

 

O LEGADO DE NADIR AFONSO ARQUITETO

 

Somos filho da Galáxia de Gutenberg. Nascemos no culto do Livro e da sua Leitura. Por muito que o digital nos apele a seguirmo-lo, não prescindimos, na leitura, no sentir da textura das folhas de um livro, no seu manuseamento constante.

 

Daí que, quando nos deslocamos de Chaves para outros centros urbanos de maior dimensão, não deixamos de frequentar uma boa livraria - que infelizmente por cá não há! E saber das novidades editoriais, nos livros que vão aparecendo nas áreas que mais gostamos, e investigamos, e nos prendem a nossa atenção e curiosidade.

 

Desta feita, num dos escaparates de uma delas, na cidade Invicta, fomos dar com um livro, editado no verão passado pela editora Caleidoscópio, com o título «Arquiteturas-Imaginadas: Representação Gráfica Arquitetónica e ‘Outras Imagens’. Desenho [...] Cidade [...] Lugar».

 

Trata-se de um conjunto de textos (1º volume), de vários autores, que tiveram por base um Projeto de Investigação, criado em 2009, com a designação do título do Livro, do Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design (CIAUD), da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, FA/Lisboa, Fundação para a Ciência e Tecnologia, FCT, coordenado cientificamente por Pedro António Janeiro, o editor deste 1º volume, de coletânea de textos.

 

De um relance de olhos ao índice, fizemos uma leitura transversal ao conteúdo dos diferentes autores. Sem desprimor, e enorme importância dos restantes, despertou particularmente a nossa curiosidade dois textos: um, de Michel Toussaint, «Nadir Afonso e a Arquitetura»; o outro, de Sylvio Barros Sawaya, «As Decisões que constroem o Espaço Humano».

 

Pelo primeiro, para além de nos dar o percurso do artista/arquiteto flaviense Nadir Afonso, correndo as sete partidas do Mundo e trabalhando nos ateliers dos arquitetos mais famosos do seu tempo, em projetos que hoje marcam e fazem parte da História da Arquitetura moderna, como Le Corbusier e Oscar Niemeyer, somos informados que “o discurso de Nadir Afonso coloca a Arquitetura e a Arte em mundos diferentes, mas não deixa de se centrar na proporção e harmonia, no entanto [continua Michel Toussaint, seguindo o pensamento de Nadir Afonso], só a Arte no seu isolamento é capaz de assegurar tal. Sob este ponto de vista, Nadir Afonso situa-se na continuidade do pensamento estético desde o século XVIII com Kant, com a separação concetual entre Arte e Técnica, entre Arte e Utilidade, entre Arte e Ciência”. E, mais à frente, continua Michel Toussaint, transcrevendo uma parcela de pensamento de Nadir, ínsita na obra «Mecanismes de la Création Artistique»: “No ato artístico a forma resiste pela sua proporção sensível e no ato técnico ela resiste pela sua estrutura racional. O indivíduo que se propõe ser ‘artista técnico’ força as formas a um jogo duplo que o desenvolvimento progressivo das suas funções diferentes torna insustentável”. No fim do seu artigo Michel Toussaint, a propósito do projeto de uma igreja escreve da seguinte forma o pensamento de Nadir: “Na conceção de toda a obra técnica está aí, sim, a grande contradição a resolver: enquanto as estruturas funcionais, empurradas pela ciência, avançam, as estruturas tradicionais, empurradas pelos ‘destinos espirituais’, puxam para trás. E sobre Gaudi, o arquiteto catalão cujas obras são hoje grande atração turística em Barcelona [Nadir Afonso] afirma: «Não, Gaudi não foi um ‘arquiteto genial’. Querendo ser um arquiteto e um artista ao mesmo tempo, Gaudi falhou numa e noutra dessas atividades. A arquitetura de Gaudi, ‘essa escultura habitável’ que Le Corbusier ele próprio admirava tanto, não é finalmente nem escultura, nem ‘habitat’». Só a extravagância pôde sustentar, mais de meio século, as suas obras»” E Michel Toussaint conclui que “Nadir Afonso não quis mais jogar  (...) [este ] insustentável ‘jogo duplo’, quis terminar com o [seu] ‘verdadeiro martírio’ e voltar à pureza da sua escolha inicial [antes de entrar no curso de Arquitetura]: ser artista. Por isso, abandonou a arquitetura [como profissão]”.

 

Entretanto, Nadir Afonso, enquanto se degladiava com o ‘seu verdadeiro martírio’ - entre ser Artista e /ou Arquiteto, fazendo uma opção em função daquilo que pensava o que eram estas duas áreas, deixou-nos, como arquiteto, nove projetos, sendo a fábrica de panificação (Panificadora de Chaves) uma das obras mais emblemáticas, precisamente localizada na sua terra natal, Chaves.

 

Mas não é do legado desta obra que hoje nos motivou à escrita sobre Nadir, o Arquiteto.

 

Hoje, muito sucintamente, queremos falar do «Anteplano de Urbanização da Cidade de Chaves», por ele coordenado, em 1965, e que acaba por culminar, definitivamente, a sua carreira como arquiteto.

 

Teria todo o interesse que, em futuras iniciativas do Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, se procedesse a um ciclo de conferências subordinado ao tema «Repensar o Urbanismo na cidade de Chaves», tendo como mote aquele Anteplano, historicamente bem situado.

 

Refere Michel Toussaint: ”Como não podia deixar de ser, assentou a proposta de plano na descentralização, isto é, na criação de novos núcleos habitacionais com alguma autonomia, separados do Centro Histórico por áreas verdes inscrevendo-o no modelo das cidades satélites proveniente das doutrinas de Hebzener Howard, conhecido tanto por Le Corbusier, como pela disciplina urbanística em Portugal, nomeadamente a partir da presença de De Groër, arquiteto urbanista convidado por Duarte Pacheco.

 

A ideia de zonamento, ou seja, da constituição de zonas funcionalmente especializadas, está igualmente plasmada neste plano, defendida como basilar pela Carta de Atenas, documento escrito por Le Corbusier [...]. E, entendendo que a «ossatura das cidades é o traçado das suas ruas» como Nadir Afonso escreveu no Anteplano, organizou-o de acordo com as vias existentes, mas não seguindo a predeterminação de um modelo «radiocêntrico, ramificado ou em xadrez». O rio Tâmega e a sua Veiga, bem como as Águas Termais, são aqui defendidas como uma das bases económicas do futuro, não deixando de preconizar a indústria como outra perspetiva de desenvolvimento no horizonte de 20 anos [...]. Afinal este trabalho inscreve-se nos saberes e práticas urbanísticas da época em Portugal e apresenta-se já não apenas como um plano que define as formas dos edifícios e espaços exteriores em desenho, mas aposta sobretudo para um esquema de ordenamento do território da cidade existente e a sua expansão com um regulamento que orientaria as intervenções nesse território [...].

 

Bem pregou Frei Tomás!...

 

O que assistimos a seguir, e fundamentalmente depois de 76 do século passado, com a gestão autárquica do PPD, de Branco Teixeira, foi à subversão total de tudo quanto este autor, cidadão flaviense, preconizava!...

 

Hoje, volvido meio século sobre este trabalho de Nadir Afonso, que desenvolvimento e ordenamento territorial temos na nossa cidade?

 

Será que planeamos, ordenamos e desenvolvemos a nossa cidade, como muito bem diz Sylvio Barros Sawaya, tendo em linha de conta que “é, a todo o instante, que o espaço humano, gerando afirmação do que entende como sendo e do que deseja ser, uma fala social em que a sociedade concreta ali localizada se manifesta através dos gostos, das afeições, das necessidades e anseios, deixando traços inscritos no próprio espaço falando da sua vida e indicando um devir”?

 

As consultas públicas, quando as há, são meros proformas. E os cidadãos são verdadeiramente ostracizados acerca do que se passa e se faz na sua cidade. E, mais ainda, do que se vai passar, nos seus espaços vitais, quer sejam públicos, quer privados.

 

Estamos com Sylvio Barros Sawaya quando fala ser necessário explicitar, de antemão, todos os aspetos que vão levar à modificação do espaço público e privado da cidade onde «habitamos», através do projeto que se vai encomendar, ouvindo previamente os diferentes pontos de vista do(s) cidadão(s). Caso assim não aconteça, o projeto que se encomenda transforma-se numa decisão aleatória, não partilhada e distante da efetiva participação da sociedade, das suas comunidades e seus indivíduos.

 

Quantos projetos encomendados a técnicos para o ordenamento e desenvolvimento do território flaviense tiveram a participação social na conceção do mesmo?

 

É que uma decisão sobre qualquer projeto para a cidade, a nossa cidade, o nosso ‘habitat social’, deve basear-se numa audição prévia à decisão da encomenda do projeto. Trata-se de uma atitude sábia, consequente e harmoniosa, diz Sylvio Barros Sawaya, que vai depois tornar o projeto querido e participado por aqueles a quem se destina para nele estarem todos os dias, usufruindo do seu espaço, de qualquer natureza que seja - público ou privado. Quando um espaço é querido e partilhado por quem o habita, o usufrui, ou simplesmente gosta de o contemplar, não se transforma num corpo estranho à nossa vivência quotidiana...

 

Infelizmente não é isso que, pelas nossas bandas, todos os dias se passa. Exemplos? Não faltam!...

 

Intervir num espaço, em especial de uma cidade, não é apanágio exclusivo daqueles a quem confiamos, pelo voto, os destinos dos espaços que «habitamos». É de todos nós. Que, por isso, devemos ser ouvidos antes de qualquer intervenção. E partilharmos na execução dos mesmos. Porque não estamos aqui simplesmente em presença da elaboração ou execução de uma obra de arte, mas de um espaço que se destina a ser «habitado», usufruído, por todos. Quem não entender isto que siga outras áreas, deixando a política, a arquitetura ou o urbanismo, ou o que quer que seja, e que tenha a ver com o espaço onde a sociedade e as comunidades se desenvolvem e o Homem vive. E, tal como aconteceu sabiamente com Nadir Afonso, mude de rumo. Sejamos honestos!

 

Na verdade, estamos com Nadir - Arquitetar, Urbanizar e Ordenar não é a mesma coisa que Arte.

São, positivamente, duas atividades bem diversas uma da outra. Que exigem visões e posturas diferentes sobre a realidade.

 

Ordenar e gerir um território exige-se não só competência, sensibilidade social mas, acima de tudo, cultura efetivamente democrática, em que a abertura à participação cidadã - isenta do faz de conta e de pequenos ditadores - é a chave decisiva para o sucesso do desenvolvimento e bem-estar das populações que ocupam um determinado espaço - aquele onde a nossa vida, individual e coletiva, se desenrola e acontece.

 

António de Souza e Silva

04
Jul16

Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso no seu dia de inauguração


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Finalmente a inauguração do Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, hoje às 20H30 com a presença do Presidente da República e com as entidades oficiais convidadas. Para hoje apenas a inauguração pois a abertura ao público fica para o próximo dia 8 de julho conjuntamente com as comemorações do dia do município, mas hoje nos jardins do Museu também há festa de inauguração.

 

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Para dia 8 de junho, aí sim, os flavienses poderão entrar e desfrutar do museu, para já com muita obra e estudo de Nadir Afonso.

 

Logo que possível deixarei por aqui algumas imagens da inauguração. Até lá.

 

 

 

25
Jun16

Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso a caminho da inauguração


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Há dias na conferência que ocorreu no Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso (MACNA) com os Arquitetos Siza Vieira, Souto Moura e Nuno Grande, o Arquiteto Souto Moura lamentava que a cultura não tivesse o apoio necessário por parte do estado e acrescentava que tal como existe um SNS – Serviço Nacional de Saúde, deveria existir um SNC – Serviço Nacional da Cultura. Pois estou plenamente de acordo tal como estou de acordo que a contabilidade da Saúde, da Cultura e acrescento a da Educação, em despesas deverá ser contabilizada em dinheiro (euros), em lucros, deverá ser contabilizada em saúde e mais saúde, em cultura e mais cultura e em educação e mais educação para todos, como tal, as despesas deverão ser também de todos, ou seja, do Estado.

 

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Vem isto a respeito de que na politiquice caseira que se faz cá na terrinha, muitos apontam o MACNA como um “elefante branco”[i] , no entanto se olharmos para o MACNA como um polo de cultura, não só da arte contemporânea mas também da arquitetura, graças à autoria do projeto ser do Arquiteto Álvaro Siza Vieira, Prémio Pritzker[ii], temos dois fatores que colocam o MACNA e a cidade de Chaves no roteiro mundial da Arte e da Arquitetura. Logo a despesa, também deverá ser contabilizada em dinheiro e paga por todos, e em troca teremos o lucro a ser contabilizado em cultura e mais cultura. Daí, também eu que até costumo ser bem crítico nas coisas que se fazem por cá, com o rótulo de animação cultural, promovendo eventos que nada animam nem promovem nem trazem gente a Chaves, quando muito entretêm papalvos que nada têm que fazer, o MACNA, para além da cultura, mesmo ainda antes de abrir portas, já trouxe umas largas centenas de pessoas à cidade, incluindo muitos estrangeiros. E estamos conversados.      

 

 

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[i] Elefante branco é uma expressão idiomática para uma posse valiosa da qual seu proprietário não se pode livrar e cujo custo (em especial o de manutenção) é desproporcional à sua utilidade ou valor. O termo é utilizado na política para se referir a obras públicas sem utilidade.

 

[ii] O Prémio Pritzker é atribuído anualmente pela Fundação Hyatt a um arquiteto vivo cuja obra construída tenha oferecido contribuições consistentes e significativas para a humanidade através da arte e arquitetura. Fundado em 1979 por Jay Pritzker, é atribuído anualmente desde então e financiado pela Família Pritzker. Considerado um dos mais prestigiados prémios a nível internacional, é frequentemente referido como o "Nobel da arquitetura".

 

Salvar

24
Jun16

Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso a caminho da inauguração


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Eis-nos em plena contagem decrescente para a inauguração do Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, com a presença do Presidente da República, a acontecer no próximo dia 4 de julho. De autoria do Arquiteto Álvaro Siza Vieira, implantado nas antigas hortas das Longras, o edifício nasce entre a Canelha das Longras e as traseiras do casario da Avenida 5 de Outubro. Segundo o autor do projeto a canelha viria a influenciar o desenho do edifício,  pelo que,  a própria canelha passou a fazer parte do projeto, mantendo-se todos os muros e antigos vãos das portas das construções anteriormente existentes, bem como umas ruinas de uma das construções. Da minha parte é ouro sobre azul, uma obra de arte nasce em Chaves mantendo a memória da famosa Canelha das Longras.

 

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Felizmente também eu me lembrei de passar por lá uma vez em finais dos anos oitenta para fazer alguns registos da Canelha, ainda com as casas habitadas e gente na rua. Registos que hoje vos deixo com um pequeno contributo para a memória do local.

 

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Até dia 4 teremos por aqui imagens do Museu e nesse dia, se possível, a reportagem da inauguração.

 

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Até amanhã!

 

 

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