Loivos - Chaves - Portugal
Hoje puxamos o garabelho e abrimos as portas à aldeia de Loivos, plantada à beira da veiga da Ribeira de Oura que começa aos pés de Escariz, passa pelo Seixo, encontra-se com Loivos, continua para Vila Verde de Oura, estende-se até Oura, estreita em Vidago, alarga-se em Arcossó e perde-se no Rio Tâmega. Quase tão longa como a veiga de Chaves, mas mais estreitita.
Já Loivos, aldeia, é das aldeias mais larguinhas do concelho de Chaves, ou melhor, foi, pois com a modernidade do pós 25 de abril não cresceu tanto como as aldeias da proximidade da cidade. É, esta também é uma das verdades da democracia, que não só trouxe melhores condições de vida como também incentivou o êxodo do mundo rural.
A aldeia de Loivos também foi uma das que foi traída por estes novos tempos e que, como quase todas as aldeias do interior, acabou por sofrer dessa maleita do despovoamento, Loivos, que a meu ver era uma das aldeias mais desenvolvidas do concelho de Chaves, servida por estrada nacional e estação de comboio (quando o havia), para além de ser uma animada, não fosse ela terra de músicos.
E embora as imagens de hoje tente abordar um pouquinho de tudo que Loivos tem, o que em sete imagens é sempre impossível, mas complementam um pouco dos posts anteriores dedicados à aldeia. Embora tentemos fazer essa abordagem, dedico o resto das palavras à música, à sua banda filarmónica e aos seus músicos, que estão fartos de dar provas da sua qualidade. Palavras que lhes dedicamos, mas que fomos roubar ao site das bandas filarmónicas.
Fundada em 1826, a Banda Musical de Loivos tem vindo a desenvolver, ininterruptamente, uma ação promotora da música numa região que desde há muito tempo tem vindo a ser desconsiderara no que toca à qualidade musical que apresenta. Não obstante este facto, a Banda Musical de Loivos sempre se pautou por ser um polo de aglutinação de jovens e menos jovens, assumindo muitas vezes um papel de relevo na integração social dos habitantes de Loivos e aldeias vizinhas. Ao longo dos quase dois séculos da sua existência, a BML soube construir uma reputação de qualidade, entrega e paixão pela música, potenciando os parcos recursos que foi tendo à sua disposição, ao longo dos tempo, ao ponto do nome da aldeia que a alberga ser sinónimo de “música” e de “músicos” na sua região. Realiza regularmente concertos na sua região e é uma presença assídua nas festas e romarias, tendo sempre recebido críticas positivas por parte do público. Contou sempre com Diretores Artísticos abnegados e com espírito de missão que pautaram sempre o seu trabalho pela evolução musical da BML, sendo de registar alguns nomes importantes na história da BML, tal como os Maestros Francisco Gomes (anos 30 e 40), José Rodrigues “Carriço” (anos 50 e 60), José Maria (anos 80), José Lourenço Costa (anos 90), entre outros, que, pela sua longevidade frente à BML, deixaram construídas as bases para a banda de hoje.
Atualmente, a BML é composta por cerca de 60 elementos, na sua maioria jovens, que conciliam a sua vida profissional e académica com a atividade musical nesta banda. Embora seja uma banda bastante jovem na sua composição, conta nos seus quadros com jovens músicos em formação no seu instrumento, fruto de uma aposta forte da BML na formação dos seus músicos como único meio para a evolução da banda e consequente afirmação num panorama musical mais alargado, através de protocolos com escolas de Ensino Artístico Especializado como através da sua escola de música onde jovens dão os primeiros passos no mundo da música, ingressando, mais tarde, no corpo da própria banda.
Em 1999 gravou um disco cujos temas ilustram o trabalho desenvolvido pela Banda. Este trabalho visava registar e perpetuar, pela primeira vez, o resultado da dedicação e arte – com todas as limitações que este termo implica para quem apenas é amante da música sem, todavia, esquecer a pesada herança que uma organização quase bicentenária, como é a Banda Musical de Loivos, carrega e tenta legar às gerações presentes e vindouras.
Atualmente e desde Novembro de 2012, a BML tem como Diretor Artístico o Maestro Luciano Pereira que iniciou o seu percurso na BML com apenas 11 anos e natural da aldeia de Loivos, tendo iniciado uma nova etapa da sua contínua evolução, tendo como diretrizes a formação dos seus elementos, a abertura da Banda a novas realidades musicais e, acima de tudo, o respeito pela herança de dois séculos de heróis que mantiveram a BML sempre no caminho do progresso e da qualidade, sem nunca esquecer o meio envolvente e as pessoas que a ajudaram a construir, ano após ano. Dentro deste espírito de trabalho, a BML teve já o prazer de se apresentar em concerto no Festival “Filarmonia ao mais Alto Nível”, em 2013, tendo obtido uma critíca bastante favorável por parte do público.
Em 2015 concorreu na 2ª Secção do II Concurso Internacional de Bandas “Filarmonia d’Ouro”, tendo sido laureada com o 2º Prémio.
Para saber mais sobre a Banda Filarmónica de Loivos, clique aqui.