Claro que no regresso à cidade de hoje temos que passar obrigatoriamente pela N.Srª das Brotas. É assim que manda a tradição e eu sou pelas tradições, mesmo que moribundas, eu estou lá.
No cartaz da festa diz-se em jeito de nota de rodapé: “A Comissão de Festas apela à população flaviense a sua colaboração nesta tradição secular, a fim de dar continuidade aos festejos, sendo esta festa a mais antiga e popular da cidade”, pois!
Pois é, mas a população flaviense anda alheada das festas. Não quer nada com festas e se quer, não parece. ..por outro lado as tradições fazem-se com a tradição, neste caso a tradição da festa, mas para que a festa aconteça, tem de haver festa e, festa que é festa é para todos, feita com todos.
Assim sendo, e para bom entendedor meia palavra basta, a festa da N.Srª das Brotas vale o que vale, e, vale a festa que o povo flaviense merece, pois outra não exige e acomoda-se àquela que lhe dão.
E assim Chaves, à exceção de uma feira que vale por festa, deve ser das poucas, senão a única cidade que não tem uma festa, e já deixo as aldeias e vilas de fora, aquelas que ainda têm gente dentro.
Deixando os entretantos de lado eu vou lá sempre, nem que seja para fazer uns registos fotográficos que embora se repitam de ano para ano, são sempre diferentes e há sempre um ou outro pormenor que vale o nosso registo e deslocação.
Pormenores como o de brincar à moda antiga em que na ausência de brinquedos se inventavam brincadeiras. Que gozo deu ver os putos com as mãos na terra a enfarelarem-se todos. Claro que no final as palmadas no rabiosque eram escusadas, mas é o que eu dizia atrás – esta gente não gosta de festas nem gosta que os outros se divirtam, enfim, esta sociedade cada vez está mais triste e distraída com outras coisas.
Mas isto é para os que não vão lá, pois os que vão ainda são dos purinhos, dos que mal ouvem os primeiros acordes das concertinas se põem logo a dançar ou a apreciar quem dança, que nisto das festas, cada um goza-a com quer.
Uma visita à capela também é obrigatória, tanto mais que só uma vez por ano é que o forte abre as suas portas para podemos desfrutar deste espaço onde se acolhe um dos auditórios ao ar livre mais interessante, de fazer inveja a qualquer outro, mas, enfim, só existe por existir pois outra função parece não ter. Eu tenho pena, mas a minha pena de nada vale.
As imagens são todas do fim da tarde de ontem.