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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

09
Jan12

Chaves num domingo ao anoitecer


Bem, isto já começa a ser quase um diário, não o blog, que esse já o é desde que nasceu, mas a história dos passos dos meus olhares dos dias sobre Chaves. Mas, terão de ter paciência, pois não resisto a vir aqui deixar umas imagens do dia e umas palavrinhas, nem que seja apenas para aqueles que estão longe da terrinha, pois sei que esses sempre agradecem imagens e palavras frescas, do dia.


Pois ao contrário de alguns dos meus amigos Lumbudus dos cliques, eu não vou muito em manhãs fotográficas, pois gosto mais de entardeceres. Nóia minha, mas cada um tem a sua, mas isso é um assunto que para aqui até nem interessa e apenas serviu para dizer que foi ao fim da tarde que desci à cidade. Antigamente tinha a promessa (e se não o era quase parecia) de passar todos os dias pelo Jardim das Freiras. Depois da sua agonia e morte resolvi-me por outras paragens, mas dou sempre comigo a percorrer as mesmas calçadas. Um olhar ao castelo, descanso um pouco a vista no Brunheiro, vou ver se o Sr. Duque está no sítio (principalmente depois de terem roubado o Cândido), desço as praças, entro a meio da Rua Direita, lanço um olhar sobre o Largo dos Pasmados e sobre a Ponte Romana, subo a Rua de Stº António, às vezes subo a Ladeira da Trindade outras subo até ao Bacalhau, Largo do Anjo e eis-me de regresso a casa. É quase a volta dos tristes numa cidade em que aos fins-de-semana nada acontece. Não fossem os registos fotográficos e seria mesmo triste que voltaria a casa.

 

Ao fundo o Brunheiro a registar o tal fenómeno da subida das névos que nos dias frios se converte em gelo

 

Bem, mas nessas voltas, como geralmente não vou só, aproveitamos para discutir a cidade, e as conclusões da discussão não são famosas. Talvez se os responsáveis pela cidade, em vez de estarem no quentinho dos seus gabinetes, dessem estas voltas dos tristes pela cidade, Chaves poderia ser bem mais interessante, mas não, as responsabilidades além de embriagarem com a vaidade do distanciamento das cosias dos dias, parece que também lhes tolhe as pernas, pelo menos para andar pela cidade. Se descessem à cidade, poderiam ter notado (por exemplo) a tristeza que foi a passagem de ano na cidade, onde, imagine-se, nem a iluminação de Natal das ruas foi ligada e também poderiam dar conta, que o Natal já lá vai, o ano novo já entrou, os Reis também já lá vão, e que, a tradição manda que a partir dos Reis se desmonte o presépio. Não é por nada, mas eu estou a pagar (já sentir bem na bolsa) a crise, e a eletricidade das iluminações de Natal, somos nós que a pagamos (direta ou indiretamente) e depois, ao comércio local de nada adianta, pois além de aos fins-de-semana estarem fechados, a grande maioria está tesa que nem um carapau, pois com o que se gastou no bacalhau da consoada, o mês de Janeiro é um martírio para cumprir. Sempre é desta que vamos todos merecer o céu. Desliguem o interruptor da Iluminação, se faz favor.   

 

 

Nestas voltas, acabo sempre por encontrar os residentes da cidade. Não, não estou a falar do Sport, que honra lhe seja feita é o único que abre portas aos Domingos em toda a Rua de Santo António, para além do chinês, mas este é uma exceção, aliás penso mesmo que nunca fecha. Hei-de reparar. Pois para além dos residentes do Sport e do chinês temos aqueles a quem eu chamo os guardiões da cidade. Poucos, mas ainda os há. São autênticas enciclopédias da vida da cidade (centro histórico), vivem-na no seu dia-a-dia, percorrem o seu território, conhecem todas as pedras da calçada e por matraquilhá-las todos os dias, conhecem melhor que ninguém as suas virtudes e os seus defeitos, mas, infelizmente, são silenciosos porque ninguém os ouve. Deem-lhes tempo de antena e ficarão espantados com as soluções que eles têm para a cidade. Eu chego sempre à conclusão de que as cidades são de quem as vive e de que anda por aí muita gente distraída, ou melhor – adormecida pelo embalar da indiferença.

 

 

Pois um dos guardiões que sempre encontro pela cidade é um rapaz do meu tempo de Liceu. Antes, “vivia” no Jardim das Freiras. Também sofreu a sua agonia e morte. Hoje, “vive” entre o Arrabalde e as Freiras que já não são jardim e que perderam todo o seu perfume. Dou sempre dois dedos de conversa com ele, oiço-lhe os lamentos sobre a cidade, concordamos sempre, até nas soluções. De vez em quando faço-lhe uma foto que guardo, religiosamente, numa pasta do meu pc,  e que dá pelo nome de “flavienses”. Não são todos os que merecem estar dentro dela. Para os outros, dou outros nomes às pastas. Mas ia eu dizendo que o encontro sempre. Chama-se Cabanelas e ontem, depois de lhe tomar mais uma foto, pediu-me – “Põe lá na Internet para os meus amigos verem, os que estão fora”.  Nunca resisto a um pedido de um flaviense.

Até mais logo, com “Quem conta um ponto…” de João Madureira.

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