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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

21
Set10

Pedra de Toque - O Canto do Rio


.

 

 

O Canto do Rio

 

 

 

 

Por vezes apetece-me escrever com o coração.


Quando as cordas da lira tangem vibrantes, o coração dita.


Então voo na memória, a velocidade alucinante e só paro na saudade.


Hoje apeei-me no Canto do Rio.


Correm os anos 50.


Lá está o João Grilhos, o líder da miudagem, à sombra da velha ponte junto ao arco de pedras seculares.

Rodeamo-lo e ouvimo-lo com atenção.


Mais velho que nós, ele é o chefe da malta.


Joga connosco o hóquei do nosso encantamento e ensina-nos tácticas para levarmos de vencida os adversários que vierem.


Ajuda-nos a moldar os «steaks» construídos de paus de amieiros.


Antes do jogo ou do treino, faz a prédica.

 

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Depois começa a contenda, sempre entusiástica.


O Zéquita, o Adriel, o Flavinho Carroleto, o Telmo, o Mário e o Eduardo Papito, são alguns dos craques do “team”.


Mas a vedeta é o Zé Saroto que, com o seu pé coxo finta e despista com mestria os mais temíveis adversários.


Uma das balizas no arco da ponte, a outra no extremo oposto, delimitada por dois calhaus.


Nos bolsos os cromos dos ídolos Emídio, Jesus Correia, Edgar, Correia dos Santos …


Nas grades da ponte, colam-se mirones para apreciarem as habilidades da rapaziada.


Muitas vezes, findo o hóquei, com o suor por enxugar, aparece o Dji-Djé, guarda-redes do Desportivo, que mora perto e é nosso amigo.


Saltamos então todos para a lameira e alinhamos numa peladinha de bola que proporciona lanços espectaculares aos guarda-redes sobre a relva macia.

 

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Desta vez o “técnico” é o atleta cabo-verdiano, homem afável, simpático, que gosta de crianças.


Quando o sol vermelho começa a esconder-se no distante horizonte, voltamos para casa, sujos, cansados, mas muito felizes.


A reprimenda dos pais (ou da avó) pela chegada tardia ou pela fadiga que os rostos vincavam, não nos diminuía o vício da tarde seguinte no Canto do Rio.

 

 

O trem de regresso é mais difícil de tomar.


Na hora do desembarque, apetece encontrar amigos e companheiros desse tempo.


Onde estão, onde param?


Os carris da vida levaram alguns por caminhos opostos, para terras longínquas.


Por aqui, quedamos poucos.


Um ou outro, visita fugazmente a cidade.


Mas a lembrança de todos, suspira sempre, quando recordo o hóquei, as jogatinas de bola, as belas tardes passadas, ali no Canto do Rio.

 

 

 

 

António Roque

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