O Barroso aqui tão perto - Carreira da Lebre
Aldeias do Barroso - Concelho de Boticas
Carreira da Lebre - Boticas
Seguindo com as nossas visitas a “O Barroso aqui tão perto” vamos até mais uma localidade do concelho de Boticas – Carreira da Lebre.
Desde já vamos iniciar por uma breve explicação que se exige. É certo que já percorri todo o Barroso e embora eu não seja barrosão de nascença, toda a minha família materna mais direta o são, incluindo os meus irmãos, primos, tios, mas daí a ser um conhecedor profundo ou uma entidade sobre o Barroso, estou muito longe disso, falta-me a vivência do dia a dia, para além de o Barroso, em território, ser uma grande região que abrange cerca de 1200km2.
Vista desde o Castro Lesenho
Se repararem, tive o cuidado de começar este post referindo-me à Carreira da Lebre como uma localidade, porque isso sei que o é, uma localidade, como quem diz um lugar, sítio, com um aglomerado de casas e uma povoação que as habita, mas daí a ser uma aldeia, disso já não tenho a certeza, nem consegui esclarecer se administrativamente o é, embora na página oficial da Câmara Municipal de Boticas, na freguesia de Beça, apareça a Carreira da Lebre como uma povoação a par das outras aldeias da freguesia, no entanto, também lá estão como povoação as Minas de Beça, que tal como sabemos e vimos quando lá fomos, as minas já não existem tal como não existe propriamente uma povoação, mas sim meia dúzia de casas dispersas e desabitadas (exceto uma) e parte delas já estão no concelho de Montalegre.
Agora também é verdade que não há qualquer dúvida que a Carreira da Lebre é uma povoação, tem casas e população, mais que muitas das aldeias do Barroso, no entanto, a minha dúvida é mesmo se a Carreira da Lebre pode ser considerada ou não uma aldeia. De uma coisa tenho a certeza, até pode ser considerada uma aldeia, mas não é uma aldeia típica do Barroso, nem com o mínimo de características barrosãs. A Carreira da Lebre, tal como é, poderia ser uma qualquer povoação nova do nosso Portugal, que nasce, tal como esta nasceu, junto a um cruzamento com ligações importantes e próxima de uma localidade mais importante, que no caso é a sede do concelho – Boticas, pois apenas 4 km separam as duas localidades.
Independentemente de ser ou não ser aldeia é uma povoação, tem um aglomerado de casas, restaurantes, um hotel, posto de abastecimento de combustíveis, comércios e pequenas indústrias, armazéns, movimento, vida, pessoas e daí ter todo o direito a ter o seu post, o seu vídeo e uma palavras, não da sua história, porque essa é muito recente, mas com aquilo que tem, e nem que fosse só e apenas por ser um dos locais de referência onde se pode comer uma boa refeição à barrosã, já valia para estar aqui.
Toda esta introdução e explicação exigia-se para justificar a maioria das imagens que hoje deixo aqui, quase todas à volta do rio Beça e das suas três pontes. Aliás com o aglomerado do casario, só deixo mesmo vistas gerais, que além de interessantes, provam que a Carreira da Lebre existe mesmo como uma localidade, de resto, o novo casario, que não é mais que o casario construído já na minha geração, não me fascina em termos fotográficos, precisamente por, tal como já disse atrás, não ser característico de uma região e ser mais ou menos igual em todos os novos bairros das aldeias, vilas e periferia das cidades. Em suma, é certo que este aglomerado de casario da Carreira da Lebre foi construído bem no meio do Barroso, mas se fosse, por exemplo, um dos novos bairros da cidade de Chaves, ninguém estranharia nada.
Vista desde o Miradouro de Boticas
Do único que poderemos falar são dos restaurantes onde vamos quando por lá passamos à hora de almoço, por sinal ficam quase um em frente ao outro. Um é mais seleto na apresentação e serviço, com um ambiente naturalmente mais selecionado, mas não diferenciam quem entra e quem servem. O outro é mais terra-a-terra, com pratos do dia e frequentado por todos. Em ambos se come bem, comida farta e o preço a condizer. Trata-se no primeiro caso do restaurante do Hotel Rio Beça e no segundo do Restaurante O Caçador, ambos na rua/estrada principal da Carreira da Lebre.
Poderia dar o meu testemunho sobre ambos, pois já fui aos dois várias vezes, mas prefiro deixar aqui a descrição daquilo que os próprios anunciam ou testemunhos de outros que encontrei nas páginas da especialidade, em que em geral, elogiam ambos, mas também há quem reclame, um por exemplo, reclama que teve de esperar quase 2 (dois) minutos para ser atendido. Realmente é preciso ter muita paciência para esperar tanto tempo… mas enfim, vamos aqueles mais realistas que melhor descrevem os sítios.
Na página oficial do Hotel Rio Beça (***) pode-se ler o seguinte:
...destaca-se pela gastronomia típica e diversificada do seu restaurante, Restaurante Rio Beça, tendo como expoente máximo a suculenta carne de vitela barrosã (DOP) e o seu famoso Cozido barrosão, o Cabrito Barrosão, o Javali com castanhas e ainda o Presunto, Alheira e Linguiça.
À exceção do Javali com castanhas, já tive oportunidade de experimentar o restante. Claro que o presunto, alheira e linguiça são entradas que caem sempre bem, do restante, tanto faz, marcha tudo, mas sem misturas, um de cada vez. Recomendam-se. Tem uma boa carta de vinhos, mas o vinho da casa é sempre bom. Aliás é curioso que o Barroso não produz vinho mas tem sempre bons vinhos nos restaurantes (e nas casas).
Quanto ao Restaurante Caçador, transcrevo dois depoimentos que encontrei em páginas da especialidade:
Este restaurante oferece culinária Portuguesa. Os funcionários graciosos neste restaurante mostram o quanto apreciam os clientes. É sempre agradável comer aqui por causa do serviço veloz.
E mais esta, sem espera de 2 minutos…
Fomos Jantar a este restaurante por mera do acaso passamos vimos o caçador e como eu sou caçador paramos para experimentar entramos fomos logo encaminhados para uma mesa de 6 pessoas, a empregada de mesa perguntou se queríamos entradas e se queríamos pão depois entregou a ementa e disse que podíamos escolher eu escolhi posta a empregada disse me que uma posta geralmente dá para duas pessoas confiando nela eu mandei vir 3 postas para nos os 6. as postas eram realmente enormes e de grande qualidade a carne tenrinha e muito saborosa e mesmo assim não deu para comer tudo, pedimos a sobremesa comemos o pudim caseiro 5 estrelas o preço dentro do normal recomendo gente simpática (excelente) 5 estrelas.
Mesmo sem o casario da Carreira da Lebre estamos a chegar ao fim do nosso post, mas bem podemos dizer que aquilo que nos oferece o rio Beça e as três pontes compensam a ausência das casas. E agora só falta mesmo indicar-vos o caminho para lá chegar, com saída, como sempre de Chaves, Estrada de Braga até Sapiãos, depois viramos em direção a Boticas onde devemos seguir as placas que indicam Ribeira de Pena, Cabeceiras de Basto e Salto, ou seja a R311, mal entremos nesta estrada, mais 4 Km e estamos na Carreira da Lebre. Atenção que estes itinerários têm início na cidade de Chaves, mas se quiser ir à Carreira da Lebre e tiver de utilizar a autoestrada, não é necessário entrar em Chaves, deverá sair no nó que existe entre os nós de Chaves e Vidago, numa saída que, embora seja junto à aldeia de Curalha e já próxima de Chaves, se não me engano, só tem a indicação de Boticas e Carvalhelhos.
E agora sim, o vídeo com todas as imagens da CARREIRA da LEBRE que foram publicadas até hoje neste blog. Espero que gostem.
Aqui fica:
Agora também pode ver este e outros vídeos no MEO KANAL Nº 895 607
Com a Carreira da Lebre terminámos a abordagem a todas as povoações da freguesia de Beça, assim, no próximo domingo teremos o post da freguesia de Beça, com uma abordagem geral, que também terá imagens de vídeo da freguesia.