Pedra de Toque - Cartas de Amor
Cartas de Amor
Quem as não tinha?
Quem não as escrevia?
Tantas vezes pedaços de dor, muitas vezes sentidas de alguém.
Apesar de ridículas, como dizia o genial Pessoa, só as criaturas que nunca as escreveram é que eram ridículas.
E que belas cartas de amor permanecem escondidas na memória, ou protegidas no baú dos sonhos de adolescente, hoje homens ou mulheres de idade adulta.
Li há dias as cartas de Teresa para Simão, escritas pela pena de Camilo e vertidas no “Amor de Perdição”.
Que textos belíssimos em português sublime.
Hoje os jovens trocam mails e sms em português sincopado e colocam estados de alma no Facebook minando a privacidade que a paixão sempre merece.
Os tempos são outros, eu sei.
Mas permitam-me no entanto que eu tenha pena que já não se escrevam cartas de amor.
António Roque