Coleccionismo de Temática Flaviense – Carteiras de Fósforos
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No que toca a coleccionismo, cada um colecciona o que quer. Pessoalmente nunca fui grande coleccionador, mas vou juntando coisas que tenham a ver com a terrinha.
A Sociedade Nacional de Fósforos, quer em carteiras quer em caixas, proporcionou durante os anos 70 e 80 (do século passado) várias colecções de temáticas variadas. Era ainda o tempo em que os fósforos eram o principal meio de acender, que já vinha dos anos 40, 50 e 60, em que a utilização dos isqueiros além de rara, estava sujeita a licenciamento e, a sua utilização não autorizada ou devidamente licenciada era punida por lei com uma coima . Coisas de outros tempos e do proteccionismo às empresas do sistema alinhadas com o poder político dos anos do antes 25 de Abril, hoje difíceis de entender pela actual juventude que nasceu já em liberdade, mas que foram bem reais.
A série dos Brasões Municipais das cidades portuguesas foi uma das que a Sociedade Nacional de Fósforos lançou em finais dos anos 70. Claro que na série, com o número 12, vinha também a carteira de fósforos com o Brasão da Cidade de Chaves, razão suficiente para tentar juntar o máximo que então pude, com a dificuldade financeira associada ao custo de cada carteira, pois na altura ainda era estudante e cada carteira custava 3$00 (1,5 cêntimos em moeda actual) por apenas 40 amorfos de madeira, numa altura em que um maço de cigarros SG custava à volta de 15$00 e em que os mais pessimistas (exageradamente pessimistas) diziam: - “Habeis de ber questa “porcaria” ainda bai chegar aus 100 paus!”.
Curioso também, além de mais uma versão de brasão, de no verso da carteira de fósforos, os dados que constam quanto à população do concelho – 70.000 hab., que embora, sem dados, penso que o concelho nunca atingiu, mas andaria próximo desse número, ou seja, em cerca de 30 anos o concelho perdeu 30.000 habitantes, número em que acredito andar próximo do real, pois basta ver o despovoamento de que sofrem actualmente as aldeias e o centro histórico da cidade.
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Só mais uma nota que vai para o “carimbo” também no verso da carteira de fósforos, do “Produzido em Portugal”, em que se fomentava os produtos produzidos em Portugal, que substituíam muitos dos actuais rótulos ou etiquetas do “Made in China”.
Até amanhã, com mais um discurso sobre a cidade e mais uma estória de Gil Santos.