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CHAVES

Olhares sobre o "Reino Maravilhoso"

27
Mar18

Uma pastagem duas vacas e um pouco de abril ainda em março...


1600-(49360)

 

Se não fosse por estar em Casas dos Montes e ver um pedaço da cidade de Chaves ao fundo, diria que estava em frente de uma qualquer pastagem,  de uma das aldeias do Barroso aqui tão perto que aos domingos vão passando aqui pelo blog. Mas não haja ilusões, pois não é aqui que começa o campo desta cidade de campo, esta pastagem é apenas uma parcela de terreno resistente à modernidade, que teima em ser verde para deleite de algumas vacas pachorrentas, o betão, com mais ou menos altura, continua aquém e além da pastagem, e para os lados também.

 

Imagens que nos levam às palavras. Palavras e imagens que nos levam até outras palavras, até às palavras dos poetas, à poesia que nos leva até à música de António Portugal para acompanhar o canto de Adriano Correia de Oliveira com as palavras de Manuel Alegre, na “Trova do vento que passa” — “Mesmo na noite mais triste/em tempo de servidão/há sempre alguém que resiste/há sempre alguém que diz não” — Tudo isto por causa de duas vacas a pastar numa verdejante pastagem entalada na modernidade, ou talvez não, talvez sejam os aromas de abril a anunciar-se.  

 

 

 

 

 

28
Abr08

Casas dos Montes - Chaves - Portugal




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Hoje falar-se dos antigos bairros da cidade já não tem muito significado, pois já estão diluídos na cidade, já não existe separação física e até as pessoas são outras e os bairros de hoje, deixaram de ter vida própria, como acontecia há uns vinte e tal ou trinta anos atrás, em que os bairros eram autênticas aldeias da periferia da cidade.

 

Casas dos Montes era um dos grandes bairros da cidade, a par de outros como o Stº Amaro, o bairro do Telhado, o bairro de S.João, do Campo da Fonte, Casa Azul, Caneiro, Campo da Roda, Marechal Carmona, Aregos, Bairro dos Fortes.

 

Todos eles eram pequenos núcleos habitacionais, já então dormitórios da cidade, mas que tinham a tal vida própria, com muita rapaziada, equipas de futebol (dos putos, dos juniores e seniores, solteiros e casados), torneios de sueca e chincalhão, matraquilhos e outros, tudo à volta do “centro social” que o era a taberna do bairro, que também era mercearia e local de convívio.

 

Os putos de então brincavam na rua ao que calhava. À bola, ao pião, ao apanha ou “jástás”, às escondidinhas. Alguns jogos mistos para raparigas e rapazes, outros eram mais próprios de rapazes como o pião, o espeto e o trinca-cevada, enquanto que as raparigas se entretinham com o jogo da macaca ou dos elásticos. Jogos separados, mas uns ao lados dos outros.


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Eram tempos que televisão não havia ou então era luxo de algumas casas e da taberna, computadores nem se falava deles porque nem sequer existiam. A ausência destes dois vícios obrigavam a uma vida mais social e de rua e até na cidade, se faziam os quase obrigatórios serões à mesa de café.

 

Claro que a cidade de hoje em nada se pode comparar à cidade de há 30 anos atrás. A cidade cresceu, os bairros antigos uniram-se à cidade, e surgiram os novos bairros onde de um momento para o outro se encheu de pessoas vindas dos mais diversos lugares e aldeias do concelho, pessoas que não se conheciam e que iniciavam uma nova vida na cidade. Mais fechadas, porque os próprios bairros de blocos habitacionais e ou mamarrachos com ruas na vertical a isso convidavam, Chaves foi-se tornando numa cidade grande em espírito, ou seja, com todos os defeitos de uma cidade grande, embora provinciana como sempre o foi, mesmo nas vivendas que se vão construindo nos arredores da cidade, agora, privilegia-se a privacidade de cada uma delas.


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Mas nos velhos bairros ainda vão restando algumas recordações do passado. As tabernas e os putos na rua, já são coisa do passado, mas ainda vai resistindo algum (pouco) casario do passado, também com alguma gente desse mesmo passado, que pela certa terão saudades do tempo em que o seu bairro tinha vida social.

 

Até amanhã, com olhares de outros sobre a cidade de Chaves.

 

 

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